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sábado, 30 de abril de 2011

A IMPACIÊNCIA COMO FRUTO DA AGITAÇÃO

           Pessoas que tem o seu ritimo muito acelerado, tanto no pensar como no agir, acabam por ficar impaciente, chegando por vezes a se irritar com a lentidão do outro. Esquece que cada pessoa tem o seu tempo e que precisa ser respeitado.

         É preciso entender o motivo que o leva a ser tão acelerado e que não lhe permite fazer as coisas com calma. É muito comum, as pessoas que tem esse tipo de funcionamento, agirem por impulsividade e depois acabarem se atrapalhando e se arrependendo de suas atitudes.

        A partir do momento que consegue compreender a razão de ser tão rápido em suas ações, o indivíduo tem condições de controlar a sua forma de agir, procurando fazer as coisas com mais calma, pensando antes de tomar qualquer atitude, analisando seus pensamentos antes de expressá-los, tornando-se mais tolerante e compreensivo com o outro, exercitando a sua paciência, sendo mais prudente. Essa mudança só ocorre, a partir do momento em que ele tem consciência da sua agitação, mas para isso, é necessário que a pessoa aprenda a prestar atenção em si, analisar o seu comportamento, sem ficar criticando a maneira de funcionar do outro.

      Não existe nenhuma fórmula mágica para a mudança de comportamento, a não ser se conhecer, perceber a necessidade de mudar e querer mudar. Esta na realidade é a pior parte de todo o processo, pois as pessoas procuram fugir. Encontrar-se com o seu verdadeiro eu, com o seu lado sombrio, é algo bastante temido e por isso, as pessoas preferem negá-lo. Esquecem que muitas são as surpresas que podem acontecer, pois assim como irá encontrar coisas que não gosta, encontrará muitas coisas que poderá gostar.

     Não podemos esquecer que somos seres formados por opostos, que assim como temos pontos negativos, temos pontos positivos e que estes precisam ser explorados, pois muitas vezes estão escondidos, contribuindo para a baixa auto-estima da pessoa.

    Entretanto, para conseguir desenvolver o processo de autoconhecimento, a pessoa precisa desacelerar um pouco, caso contrário não terá paciência para prestar atenção nos sinais que o seu corpo lhe dá, não conseguirá perceber suas intuições e segui-las, não conseguirá escutar o que o seu verdadeiro eu tem a lhe falar e, portanto, continuará vivendo sempre de forma agitada. Acreditando que esta é a melhor maneira de viver, até o momento em que o seu corpo lhe obrigar a parar.





quarta-feira, 27 de abril de 2011

Contratempo

     Caríssimos leitores e seguidores!
   Em virtude de problemas técnicos, meu computador está inoperante.
   Assim que possível retomarei as atividades no blog.
    

terça-feira, 26 de abril de 2011

COMUNICAÇÃO

 Devido a grande demanda de trabalho, estarei postando na quarta-feira e no final de semana. Peço desculpas aos meus seguidores e leitores. Creio que isso será temporário.
Agradeço a compreensão.

sábado, 23 de abril de 2011

OXI, A DROGA QUE SUBSTITUIRÁ O CRACK FUTURAMENTE

         O oxi (oxidado) é a nova droga que está aparecendo no mercado e que provavelmente vai ocupar o lugar do crack, por seu valor ser mais acessível. O seu valor de mercado fica entre R$ 2,00 a R$ 5,00, enquanto o crack está em torno de R$7,00. Daí a chance daqueles usuários que tem um baixíssimo poder aquisitivo, se tornarem dependentes dessa droga.

        A entrada dessa droga no Brasil, se dá pelo estado do Acre, vindo da Bolívia e do Peru. Hoje já é encontrada em toda região norte e nordeste e recentemente vem sendo encontrada na cidade de São Paulo, na cracolândia. Com certeza, não demorará muito para chegar aqui no sul, se já não chegou. Na cidade de Rio Branco, no  Acre, muitos são os jovens que estão envolvidos com essa droga, provocando um verdadeiro caos. Eles referem que em qualquer rua da cidade, se encontra a pedra.

       Essa substância é um subproduto da cocaína, sendo inclusive mais potente do que ela. Sua concentração é de 80% de cocaína, ao passo que o crack tem 40%. Seu refino é feito com querosene, gasolina, cal e permanganato de potássio. Assim como o crack, o oxi também será encontrado em formato de pedra e pode ser fumado (cachimbo) ou inalado.

       Seus efeitos são bem mais agressivos e rápidos, segundo pesquisas 1 a cada 3 usuários morre ao fazer uso da droga. Estatísticas mostram que 30% dos usuários de oxi morrem no primeiro ano de dependência. Segundo os usuários, eles conseguem sentir o “barato” em menos de 20 segundos, dando vontade de usá-la novamente, num espaço de tempo inferior a 5 minutos. Dizemos que o usuário de crack em dois dias já está viciado, no oxi em um dia ele já se torna um dependente.

      Estamos frente a um problema político-social e que precisa urgentemente de providências. Não temos como ficarmos presos ao discurso que o problema está na família e cruzarmos os braços. Algumas atitudes precisam ser tomadas, a fim de evitarmos que mais jovens se destruam com as drogas, que acabem matando, roubando, destruindo famílias, para terem dinheiro e poderem adquiri-la, visto não conseguirem viver sem ela.

     Não cabe aqui julgarmos quem é o responsável por essa situação em nosso país, se são os governantes ou os pais, mas cabe buscarmos soluções para resolvermos esse problema, que hoje atinge muitas famílias brasileiras.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A IMPORTÂNCIA DE RECONHECER SEUS ERROS

        Na condição de humano, vivemos cometendo erros e isso acaba por nos desestabilizar emocionalmente. Para que consigamos manter o equilíbrio emocional é necessário que o reconheçamos e possamos corrigi-los sempre que for necessário.

        Mesmo assim, vez ou outra, cometemos erros graves, que acabamos machucando o outro. A única forma de reparar isso é poder chegar até a quem você agrediu e pedir desculpas. Apesar de parecer algo tão simples, para muitos esse é o momento mais difícil, pois tomar uma atitude dessas é assumir para o outro que você errou, é desprender-se do orgulho, abrindo espaço para a humildade, demonstrando o seu arrependimento e procurando repará-lo.

        Assumir que erramos é mostrar que nos conhecemos, que sabemos que em alguns momentos saímos do prumo, mas que podemos retomar e viver livre de culpas. É não ficar se fazendo de vítima, para que os outros tenham pena. Às vezes assumimos esse papel, porque estamos carentes e queremos que nos acolham, nos mimem. Não nos damos conta que podemos ser acolhidos pelos outros, por termos uma atitude justa.

      Na maioria das vezes, nos deixamos ser levados pela ira, achando que somos donos da verdade, que a culpa é do outro e que por isso não temos nada a fazer. Cabe avaliarmos porque acabamos entrando no conflito. Se o outro nos agride, podemos nos afastar, não batendo de frente, deixando que ele reflita sobre os seus atos.

     Precisamos é viver em paz, mas para ter essa paz, é necessário que saibamos escutar a nossa voz interior, nos conhecermos, sabermos que erramos muitas vezes, que muitas desculpas terão que ser pedidas. Esse momento deverá ser compreendido, como uma oportunidade de repensar sobre os nossos atos. Assim estaremos dando a oportunidade do nosso eu crescer, ajudando os outros também a reverem suas atitudes.

     Lembremos que devemos fazer aos outros, o que gostaríamos que nos fizessem. Se ao sermos ofendidos, injustiçados, achamos que a pessoa que nos agrediu deveria pedir desculpas, façamos isso quando errarmos. Assim, poderemos servir de exemplo para os outros e contribuir para que tenhamos um mundo melhor. Não entre naquela, se os outros não fazem, eu também não faço. Todos nós somos responsáveis por fazer um mundo melhor, por isso, façamos a nossa parte, independente do outro fazer ou não.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOMOS RESPOSÁVEIS POR ALGUMAS DOENÇAS QUE PRODUZIMOS EM NOSSO CORPO

         Por termos dificuldades de expressarmos nossos sentimentos acabamos não só perdendo o equilíbrio emocional, como também jogando para o corpo nossas emoções. Isso ocorre, porque não temos como estabelecer uma dicotomia entre a mente e o corpo. É impossível negar a existência de uma interrelação entre os dois, visto que a mente não funciona sem o corpo e vice-versa.


         Quando retemos as nossas frustrações, mágoas, ressentimentos e vários outros tipos de sentimentos ou vivemos situações traumáticas, conflitantes, acabamos por vezes, contribuindo para o desenvolvimento de algumas doenças, as quais são denominadas de doenças psicossomáticas. A doença psicossomática é processo de autoagressão que cometemos, por não conseguirmos expressar os sentimentos que estão nos gerando desconforto.

         Entretanto, é muito difícil associarmos a doença com os conflitos emocionais. Claro que precisamos ter o cuidado para não achar que tudo é emocional. Penso que sempre que estamos na frente de um paciente com queixas de sintomas clínicos, o aconselhável é que seja encaminhado para uma avaliação clínica, mesmo que saibamos que os resultados serão negativos. Acredito ser melhor pecar pelo excesso do que pela falta.

       É importante que possamos entender a associação que existe entre a dor psíquica com o órgão adoecido. Por exemplo, uma pessoa que tem uma vida amorosa reprimida, poderá apresentar problemas de ordem cardiológica, como entupimento das veias e artérias do coração. Um enfarto do miocárdio, onde há uma lesão parcial do coração, pode estar associada com o a morte no sentido figurado de uma pessoa, quando terminamos um relacionamento ou até mesmo, quando sofremos uma decepção com alguém. A “morte” também pode ser compreendida na perda de um emprego e em várias outras situações.

       A nossa psique nos levar a somatizar aquelas situações que lhe são percebidas como traumáticas e conflitivas, que não podem chegar até a consciência, devido provocar um intenso sofrimento e que muitas vezes a pessoa não tem uma estrutura de ego capaz de suportar, devendo, portanto, ficarem reprimida no inconsciente.

      O ideal é que conheçamos os sinais do nosso corpo, compreendamos a sua linguagem, sabendo interpretá-la. Que aprendamos que é necessário expressar os sentimentos, não os acumulando dentro de nós. Que reconheçamos as situações que nos geram estresse, tentando evitá-las, se não conseguir, tente vivê-las da maneira mais tranqüila possível.

     Precisamos aprender a fazer uma triagem das coisas que escutamos, a fim de eliminar as que não nos interessam. Não supervalorizando o que os outros dizem. Existe uma pergunta básica a ser feita, quando alguém nos diz algo: “o quanto isso que o fulano está me dizendo irá interferir na minha vida”? A resposta é simples, interferirá o quanto você permitir.

      Procure pensar sobre a maneira que está conduzindo a sua vida, se tem sido generoso consigo e se achar que está na hora de mudar, aproveite que estamos vivendo a Páscoa, que é renovação, mudança, passagem e reinicie a próxima semana com novos propósitos.

domingo, 17 de abril de 2011

A FALTA DO EQUILÍBRIO EMOCIONAL

         Paro, às vezes, para observar e pensar sobre as coisas que acontecem no nosso dia-a-dia, e vejo o quanto algumas pessoas estão se colocando como vítimas de seus próprios atos. Fico com a sensação que elas perderam o controle de suas atitudes. Por isso, matar, agredir, roubar, lograr o outro, lhes é percebido como algo normal.

        Muitos não sabem, como enfrentar situações delicadas, que lhes despertam uma série de sentimentos, os quais muitas vezes não conseguem identificá-los ou nomeá-los. Devido a essa dificuldade de lidar com suas emoções, por não ter sido educado para isso, acabam mentindo, magoando, ferindo, desprezando os outros.

        Assim como somos educados para uma série de coisas, deveríamos também ser educados para lidar com as nossas emoções. No entanto, os registros que temos em nosso inconsciente, na maioria das vezes, são de situações que nos provocaram traumas emocionais. Os traumas emocionais podem ser acarretados por situações bem simples, como as dificuldades do cotidiano, por decepções, por situações de deslealdade, de traições (no sentido amplo da palavra). Guardamos esses sentimentos, não lhes dando nenhuma vazão. Com isso, acabamos nos retraindo na hora de expressar nossas emoções, com medo de nos expormos, de sermos agredidos ou ridicularizados.

         A partir do momento que tomamos essa atitude, nos privamos de entrar em contato com os nossos sentimentos, tornando-nos incapazes de entendê-los e controlá-los. Na medida em que eles vão acumulando, corremos o risco de sermos comparados a uma bomba relógio, prontos para explodir a qualquer momento. Esperamos a primeira oportunidade, para colocar de uma forma muito atrapalhada aquilo que estamos sentindo: a raiva, a mágoa, o medo, o ódio, o ressentimento, a tristeza, a frustração, etc.

        Nesse momento, não temos a preocupação de pensar como o outro se sentirá com a nossa atitude. Esquecemos por completo que devemos ser empáticos com as pessoas. Empatia significa ter a capacidade de “sentir como” a outra pessoa sentiria. Infelizmente, a empatia nesse mundo, em que o narcisismo prevalece, parece ser algo de um passado muito distante. Muitos vão atropelando os outros para conseguirem atingir seus objetivos e se orgulham disso. Pensar ou observar como o outro está se sentindo frente as nossas atitudes, é perda de tempo. O mais importante é o que eu estou sentindo.

      Todos nós, enquanto humanos, temos momentos que nos descontrolamos e acabamos ferindo as outras pessoas, mesmo que esse não seja o nosso objetivo. Cabe frente a essas situações, termos a humildade de reconhecermos que não agimos da melhor maneira possível, deixando o orgulho de lado e pedindo desculpas. Entretanto, essa palavrinha mágica que é “desculpas” não faz parte do vocabulário de algumas pessoas, por acharem que sempre estão corretas ou por não terem uma percepção correta de seus atos.

       Precisamos para atingir o nosso equilíbrio emocional, procurar entrar em sintonia com as nossas emoções e com as das pessoas que nos cercam. Saber o momento certo de interagir, a fim de evitar conflitos. Agindo dessa forma, estaremos apreendendo a nos educarmos emocionalmente, procurando observar e sentir o momento certo de deixar a nossa emoção agir, respeitando o momento do outro e reagindo quando necessário, de forma adequada, sem se magoar e magoar o outro.



sábado, 16 de abril de 2011

A CISÃO DO HUMANO

          O grande conflito vivido pelo ser humano, nos dias atuais, se dá em função de ele não se conhecer na sua totalidade. O homem vive de forma fragmentada, não tendo sustentabilidade nos seus argumentos provindos do inconsciente. Mesmo que muitos neguem a existência do inconsciente, ele age e interage, a todo o momento, em nossas vidas.


          A cisão do ser humano está relacionada ao fato da dificuldade que ele tem de entrar em contato com os conteúdos do seu inconsciente, dando ouvido apenas aos conteúdos da consciência. No momento que ele conseguir unir as informações contidas no inconsciente com o consciente, mesmo que isso ocorra por meio de símbolos, ele conseguirá se perceber como um ser inteiro. Os conflitos com os sentimentos opostos que carrega dentro de si, serão amenizados, pois compreenderá que todos têm o seu lado bom e mau, alegre e triste, entre tantos outros, por isso fazer parte da vida do humano. A partir de então, poderá assumir que existem algumas coisas na sua maneira de funcionar que o desagrada, conscientizando-se de que elas são passíveis de mudança. Não obstante, aquelas que realmente nos agridem, por não estarem de acordo com os nossos princípios, deverão continuar reprimidas no inconsciente.

         Precisamos estar abertos para escutar o que tem a nos dizer a voz da repressão, do medo, da vergonha, da crítica. Mas que voz é essa? É a voz dos pais ou dos cuidadores, que está internalizada no inconsciente e que passa o tempo todo nos dizendo o que podemos ou não fazer, o que é certo e o que é errado, o que é bom ou mau. Mesmo na fase adulta, ainda estamos presos a essa voz, não nos dando conta que ela foi muito importante em nossas vidas, num determinado período. Que talvez hoje ela não se faça mais necessária, pois tudo o que eles nos transmitiram era embasado nas suas verdades, nos referenciais de valores da sua época e na visão de mundo que tinham.

         Muitos se sentem culpados se não a escutarem. Não conseguem discernir o que eles devem manter e o que precisa ser descartado, para que consigam se perceberem e se sentirem como um ser integrado. Por isso, a importância de sabermos que é possível construir as nossas vivências, por meio do nosso olhar e dos nossos referenciais de mundo, que foram sendo criados no decorrer do nosso desenvolvimento. De compreendermos que somos seres facetados e que muitas vezes, nos defrontaremos com aquela imagem que não gostamos de nós, mas que temos que conviver. Assim, talvez o ser humano consiga se ver como um ser inteiro e viver melhor, respeitando a si e aos outros.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

A DESUMANIZAÇÃO DO HUMANO

        Por mais que eu estude o comportamento humano, confesso que está ficando muito difícil compreender o que vem acontecendo com as pessoas. Pela manhã é noticiado que professor agrediu aluna em sala de aula, sendo a cena filmada por um colega da menina. No início da tarde, os meios de comunicação informam que um garoto de 15 anos, que vendia guarda-chuva, desferiu um golpe no colega de profissão,  após uma discussão, enfiando-lhe um guarda-chuva no olho e matando-o, na porta do mercado público de Porto Alegre (RS).

       Esse tipo de notícias, só demonstra o quanto a nossa sociedade está adoecida. O homem gosta tanto de falar sobre as suas conquistas por meio de pesquisas tecnológicas, de mostrar os avanços da ciência, no entanto tem um comportamento selvagem e primitivo. Tenho a sensação de que estamos vivendo uma época de barbáries, em que as pessoas perderam a noção e a responsabilidade de seus atos.

       O professor que é o segundo modelo de identificação da criança, acha-se com o direito de pegá-la pelo braço e obrigá-la a sentar. Se a menina não havia obedecido a sua solicitação, deveria ter lhe encaminhado para a direção ou chamar alguém que pudesse ajudá-lo. Parece bobagem pegar uma criança pelo braço, mas não deixa de ser um ato de violência. Existem formas de se fazer uma criança sentar na sala de aula.

     A atitude do professor demonstrou o seu descontrole emocional e o seu sentimento de impotência frente à aluna. Fico pensando o que essa menina poderia ter lhe suscitado, fazendo com que tomasse essa atitude que não condiz com a postura de um educador. Afinal, se fala tanto em combater a violência na escola e aquele que deve dar o exemplo, assume o papel de agressor.

   Não sei nem o que dizer a respeito do garoto de 15 anos que agrediu e matou o colega. Primeiro, ele não deveria estar ali, mas numa sala de aula ou em casa. Onde estão os pais desse garoto? Parece-me que o meio em que vive, as coisas se resolve na base da agressão. Obviamente, que estamos frente a um garoto com um transtorno de conduta grave, que precisa de um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, para que possa lhe ser administrada uma medicação que contenha seus impulsos.

      Na minha percepção estamos vivendo o período da desumanização, da desvalorização com a vida, do descrédito com o ser humano. Precisamos retomar esses pontos com urgência e contribuirmos para que tenhamos uma sociedade mais humana, que as pessoas valorizem a vida, dizendo não para as drogas e para violência, que o ser humano volte a ser valorizado como pessoa, que possamos olhar para o outro não como nosso rival, mas como nosso irmão. Para tanto, é necessário que cada um faça a sua parte e não fique achando que tudo é responsabilidade do governo. É responsabilidade nossa também. Aqueles que viram o garoto discutindo com o seu colega poderiam ter chamado um policial da Brigada, assim talvez, tivessem ajudado a salvar uma vida.

    Quantos por ali passaram e nada fizeram. Será que conseguiram dar continuidade nos seus afazeres com a consciência tranqüila? Penso que sim, porque as pessoas hoje, só conseguem olhar para si e só sofrem quando a coisa lhes atinge ou atinge algum familiar. Infelizmente o ser humano está perdendo o seu lado humano e isso é muito preocupante.







terça-feira, 12 de abril de 2011

"MENINO DE 14 ANOS LEVA UMA PISTOLA PARA SALA DE AULA". ONDE ESTÃO OS PAIS?

         É triste se deparar de manhã, com a notícia de que um menino de 14 anos levou uma pistola americana calibre 22 para a escola. Dessa vez, isso aconteceu em Porto Alegre. Não é a primeira vez que a imprensa publica uma notícia dessas. O preocupante é se isso vira moda, principalmente depois do que aconteceu na última quinta-feira no Rio de Janeiro.

        Para quem é acostumado a ler este blog, já deve saber em qual tecla vou bater. Obviamente que é a família. Como que os pais deixam uma arma ao alcance dos filhos? Depois quando acontece uma desgraça, ficam desesperados. Onde estão esses pais que não sabem o que o filho carrega na mochila? Não é porque o filho tem 14 anos que não precisa ser verificado, sabe-se que muitos guardam a droga na mochila, por saber que não dá nada, como costumam dizer.

        Enquanto as pessoas não se derem conta, que a família é a base para o desenvolvimento saudável de qualquer cidadão, esse tipo de notícia, a mídia terá que continuar anunciando. Pai e mãe precisam estar presentes na vida de seus filhos, dando-lhes exemplos, ensinando o que se pode ou não fazer, o que é certo ou errado. Entretanto, não é isso que vemos. Os pais acreditam que deixar o filho fazer o que quer, presenteá-lo, deixar fumar um “baseado” em casa, pois assim eles conseguem controlar, permitir que adolescentes levem suas namoradas para casa e tenha relações sexuais, com a desculpa de que temem que sejam assaltados num motel, estarão sendo bons pais.

        Enquanto a violência, o desrespeito, a agressividade forem tratadas com naturalidade no meio familiar, não diminuirá a violência na escola, na rua, no trânsito, em suma na sociedade. Se os pais não se conscientizarem que ter filho é uma responsabilidade, que dá trabalho, que tem que educar, essa situação não mudará.

       Hoje temos crianças e adolescentes que se julgam independentes, fazendo o que querem, andando com quem querem, dando ordens para os pais, colocando regras, opinando nas decisões que caberiam aos pais. Tudo isso ocorre, porque foi se perdendo o referencial de família.

       Com a história dos pais separados construírem novas famílias, das mulheres optarem por terem produções independentes, por pessoas do mesmo sexo adotar um filho, os modelos que tínhamos de família foram se desconstruindo e tenho a sensação que os novos modelos se construíram de forma confusa. O que percebo muito, são as inversões de papéis, o que faz com que a permissividade se instale. Tudo isso somado a falta do olhar dos pais para os filhos, resulta em crianças e adolescentes revoltados, violentos, agressivos, que não sabem lidar com a frustração, que não respeitam ninguém, que estabelecem relações por interesse, que se desenvolvem muitas vezes com o afeto embotado. Isso contribui para formação de personalidades adoecidas.

       Penso que o problema da violência na escola só será resolvido, a partir do momento que começarem a trabalhar a base, a família. Sei que essa não é a função da escola, mas talvez construir junto com alguns órgãos da área da saúde, postos comunitários, área da segurança pública, projetos que permitam fazer um trabalho com a comunidade escolar. O trabalho a ser feito, não é mais de prevenção, mas de conscientização de que precisa se dar um basta na violência dentro das escolas.

       Como se poderá exigir que os professores desenvolva um bom trabalho, se além de não terem uma remuneração adequada, eles muitas vezes vão apreensivos para sala de aula, temendo as agressões que ali se dão. Sem falar, daqueles que já foram agredidos por alunos e precisaram voltar para assumirem a sua função.

       Penso e defendo a idéia de que precisaria haver uma escola para pais, onde fosse ensinado como manejar com o filho desde os primórdios da vida até chegar a vida adulta. Tenho observado que os pais estão muito perdidos e não sabem o que fazer para mudar. Aliás isso é o que mais ecuto no consultório.









domingo, 10 de abril de 2011

A SOCIEDADE DEVE SER MAIS TOLERANTE COM A MACONHA, DIZ O NOSSO GOVERNADOR

         Quase não acreditei, quando na semana passada, me deparei com a notícia divulgada por vários veículos de comunicação, que o nosso governador referia que a sociedade deve ser mais tolerante com a maconha, numa palestra que proferiu para alunos da Universidade Federal do RS. Penso que essa sua colocação não caiu muito bem. Afinal, ele foi ministro da Segurança no governo do Presidente Lula. Isso vai totalmente contra ao empenho que a área da saúde, segurança, instituições e mídia vêm fazendo em relação às drogas.

         Essa fala, nos permite pensar que prender os traficantes de maconha ou aqueles que têm um pé de maconha plantado no seu quintal será desnecessário. As apreensões feitas pela Brigada Militar e Policia Civil, devem ser compreendida, talvez, como intolerância desses profissionais.

        Sabe-se que a maconha e o álcool são a porta de entrada para as outras drogas. Muitos usuários de crack, iniciarem no mundo da drogadição, através da maconha. Realmente, ninguém morre por fumar um cigarro de maconha, como coloca o nosso governador, mas acontece que o usuário não se limita a um cigarro apenas. Costumo dizer, que as pessoas sempre se referem à maconha como uma droga menos agressiva, no entanto, dependendo da quantidade usada, ela é a que mais fica na corrente sanguínea, podendo ficar até 20 dias ou mais. Portanto, não se trata de uma droga tão leve.

       Outro ponto a ser destacado na fala do Governador Tarso é quando refere que muitos profissionais colocam que a maconha faz menos mal que o cigarro. Talvez esses profissionais, não sejam da área da saúde mental ou não trabalhem com dependência química. Já faz alguns anos, que estudos comprovam que o alcatrão da maconha é mais cancerígino que o do tabaco e também faz com que a defesa do organismo fique menor.

      Pesquisas também mostram que a fumaça da maconha, contém sete vezes mais alcatrão e monóxido de carbono que a do cigarro comum. É comprovado cientificamente que três cigarros de maconha equivalem a um pacote de cigarro comum.

    Penso que o governador não foi muito feliz em sua fala, pois não se trata de falta de tolerância ao uso de maconha, mas sim um problema de saúde pública. A maconha é, sim, prejudicial à saúde. A memória de curto prazo fica prejudicada, fazendo com que o indivíduo apresente dificuldade não só no aprendizado, mas também em tarefas mais complexas. O uso contínuo fará que os prejuízos também ocorram na execução de tarefas simples. Os reflexos diminuem, podendo ocasionar acidentes de trânsito. As pessoas que utilizam a droga se expõem mais em situação de risco nas suas relações sexuais. Esses são os prejuízos de curto prazo.

       No entanto, o uso continuado da cannabis acarreta sérios prejuízos à saúde, como: câncer de pulmão, boca, garganta, faringe, laringe. Usada de forma abusiva, a maconha poderá afetar o sistema reprodutivo, devido provocar alterações na produção de hormônios masculinos e femininos.

     A maconha também atinge o sistema imunológico. Existem estudos que mostram que ela impede o funcionamento normal das células. Os usuários podem apresentar problemas respiratórios, tosse crônica e ficam mais propensos a resfriados.

      Além de tudo isso, existem pesquisas  comprovando  que a maconha tem efeitos na função mental das pessoas que usam por vários anos. Em um grupo de fumantes crônicos na Costa Rica, foi verificado que as pessoas tinham muita dificuldade em lembrar uma lista curta de palavras (que é uma prova básica de memória), assim como tiveram dificuldade em prestar atenção às provas que lhe foram apresentadas. A causa disso se dá pela maconha destruir células de algumas regiões do cérebro.

     Citei alguns prejuízos que essa droga faz, para que fique claro que dizer “NÃO” a maconha, não é uma questão de intolerância, mas de preservação a saúde e a vida. Sem falar, que o pagamento do  tratamento de muitos usuários, saí dos cofres públicos, por eles não terem nenhum plano de saúde. Isso é mostrado quase que diariamente na mídia, quando as famílias brigam para conseguirem uma vaga num hospital público, para internar seu familiar.  Lamento como profissional da saúde mental, que o Governador Tarso Genro não pense dessa forma e seja a favor, talvez, da liberação do uso da maconha.











RETIRADA DO ARTIGO POSTADO

         Informo que retirei o artigo postado sobre a atitude do presidente do TSJ, após ser informada por uma magistrada, que existe inverdades sobre o que está sendo divulgado na internet. Sendo assim, achei de bom tom retirar.

sábado, 9 de abril de 2011

O HUMANO E SUAS CRISES EXISTENCIAIS

          O ser humano vive uma das maiores crises existenciais, não conseguindo entender o desconforto que toma conta do seu interior, gerando-lhe angústia, tristeza, medo, ansiedade e às vezes até mesmo um quadro de depressão. Não consegue compreender as reações que tem frente algumas situações, dando-se conta, posteriormente, que não era necessário agir da forma que agiu.

         Muitos chegam a questionar se não tem dupla personalidade, pois ora se percebem como pessoas bondosas, amáveis, gentis e ora totalmente ao contrário. O que não sabem é que temos uma estrutura polar na nossa personalidade, ou seja, cada pólo tem um pólo oposto, no entendimento de Jung. Portanto, somos bons e maus, felizes e infelizes, disciplinados e indisciplinados. Amamos e odiamos, tememos e destememos. Isso é normal na vida de qualquer pessoa.

        O grande problema que existe é que na maioria das vezes, o homem procura negar aquele lado que ele não gosta, que lhe incomoda, que lhe é penoso, que lhe é humilhante, ou seja, a sua sombra. A sombra é tudo aquilo que não está de acordo com a percepção que temos de nós e do nosso eu externo. Podemos compreendê-la, como sendo aquelas coisas que reprimimos, a fim de evitar que as pessoas possam vir a conhecer e se decepcionar.

       Na tentativa de omitir o seu lado sombra, que se encontra nas profundezas do inconsciente, o homem acaba por privilegiar o lado consciente, conhecedor de tudo. Esquece que se conhecê-lo, terá um maior domínio sobre ele. Poderá cuidar-se mais, inclusive conseguindo questionar-se criticamente sobre as suas motivações. Não precisará mais, projetar  para o externo a causa de todos os acontecimentos de sua vida, responsabilizando as demais pessoas pelo seu sofrimento, pelas suas dores, pelas suas angústias,  eximindo-se de toda a responsabilidade do que lhe acontece . É bastante comum, as pessoas não aceitarem quando lhes é dito, que são os únicos responsáveis pelas coisas boas e ruins de  sua vida.

       Não conhecer os conteúdos reprimidos no inconscientes, leva as pessoas a se sentirem divididas, esvaziadas, sós, por não conseguirem atingir a plenitude, que tanto desejam. Para que isso aconteça, faz-se necessário o humano aceitar  conviver com as suas incongruências. Tornando-se menos crítico, aceitando as diferenças e compreendendo a singularidade de cada um e respeitando.

       A plenitude só ocorre a partir da integração dos opostos, enquanto estes viverem de forma dissociada, não havendo uma conexão entre os conteúdos do inconsciente com o consciente, o humano não se sentirá uno e continuará precisando do outro para amenizar a sua solidão e até mesmo preencher o vazio que carrega consigo.

        Essa falta de conhecimento da sua essência, é que leva o ser humano viver numa eterna crise existencial, pois cada vez menos, ele consegue entrar em sintonia com o seu eu verdadeiro. Prefere viver no mundo da superficialidade, da aparência, da fantasia que o seu consciente oferece. Enquanto optar por viver assim, continuará a sofrer, a se lamentar e adoecer, até o momento em que se abrir para conhecer o seu inconsciente e poder estabelecer um diálogo com ele.





sexta-feira, 8 de abril de 2011

DIGA NÃO A VIOLÊNCIA, FAZENDO A SUA PARTE

         É difícil encontrar palavras para expressar os sentimentos que surgem frente a esta tragédia que aconteceu ontem, no bairro Realengo, no Rio de Janeiro. Crianças/adolescentes tiveram suas vidas interrompidas, devido a um surto psicótico de Wellington Menezes de Oliveira, que ao romper totalmente com a realidade, matou 12 crianças e feriu 12, matando-se depois.

         Esse tipo de violência nos convida a pensar sobre várias coisas, começando pela falta de segurança da escola até a falta de atenção dos pais, para o comportamento estranho que o filho tinha. É sobre esse aspecto que vou desenvolver o meu pensamento.

        Wellington não foi criado pelos seus pais biológicos, mas por uma família que o adotou. Essa família sendo sabedora que a mãe biológica dele, tinha problemas mentais, ao perceberem a dificuldade do filho para se relacionar com as pessoas, deveriam ter buscado ajuda. Claro que se tratava de pessoas muito simples, provavelmente sem esclarecimento e talvez considerassem o comportamento do rapaz normal. Acredito que não posso julgar a forma como eles criaram o filho, até porque não conheço o histórico deles, mas cabe fazer um alerta, visto que a omissão dos pais em relação ao comportamento dos filhos, o que tem se mostrado muito comum nos dias atuais, não acontece apenas nas filhas de poder aquisitivo baixo ou nas famílias mais ignaras. Também está muito presente nas famílias de poder aquisitivo alto e de um bom nível cultural e social.

         Isso deve servir de alerta para os pais e educadores que ao perceberem algumas alterações de comportamento do filho ou do aluno, como isolamento, agressividade, violência, maus tratos com os colegas e até com animais, irritabilidade, ao invés de acharem que é normal, que é só uma fase, que vai passar, busquem ajuda de um profissional para verificar se realmente não tem nenhuma alteração na conduta ou no desenvolvimento da personalidade.

        Infelizmente a violência ainda é uma coisa muito banalizada em nossa sociedade. A cada dia, as pessoas tornam-se mais agressivas e acham que é normal, que estão se posicionando frente à vida. Não conseguem perceber que pode ser um sinal de que algo não está funcionando muito bem. Falas agressivas, a falta de respeito, a violência física é algo que tem se tornado normal em muitas famílias, sendo percebido como uma coisa natural. O descomprometimento dos profissionais tanto da educação como da saúde se tornou comum, ninguém mais quer denunciar um ato de violência junto aos órgãos competentes, pois temem as represálias, visto que muitas dessas crianças agressivas são filhos de traficantes. Esquecem ou não sabem que existem números de telefones, em que as denúncias podem ser feitas para polícia sem precisar se identificar.

       Fico perplexa quando escuto as pessoas dizerem que a violência, a traição, o uso abusivo de álcool e droga são coisas normais, que é a realidade da nossa sociedade, pois uma grande emissora de televisão tem tido o cuidado de mostrar a realidade do mundo atual. Apesar de não ter o hábito de assistir TV, a não serem noticiários e de preferência não dessa emissora, fico me questionando qual o ganho que ela vem tendo em apresentar uma série de programas que depõe contra os valores morais e éticos. Não sou nenhuma moralista e também não acredito que a verdade deve ser negada, mas acredito que não devemos ficar ensinando e estimulando as pessoas a terem comportamentos que denigrem a sua imagem, que as destroem, que fortalecem as suas patologias.

      Infelizmente o ser humano vem perdendo a noção do que é certo ou errado, das suas responsabilidades para consigo e para com os outros. Assusto-me ao ver a frieza das pessoas, do egoísmo, da falta de solidariedade e faço vários questionamentos. Quando será, que as pessoas vão se darem conta que precisamos descruzar os braços e tomar atitudes frente aos absurdos que vemos e ouvimos no nosso dia-a-dia? Que não podemos ser coniventes com os atos de violência, de agressividade só porque não é com a gente, nem com alguém da nossa família? Pode não ser hoje, mas poderá ser amanhã.

      Isso que aconteceu ontem no Rio de Janeiro, pode ser visto por delinqüentes de nossa cidade como algo “legal” e também fazerem. Quantas pessoas precisarão morrer para nos darmos conta que está mais do que na hora de dizermos não a violência, a agressividade, as drogas?

      Precisamos pensar criticamente sobre os programas que entram em nossas casas pela televisão. Sobre os jogos que as crianças brincam no computador e no vídeo game. Convido os pais a se questionarem, porque os jogos de violência é o que mais chama atenção de seus filhos? Não percebam tudo como normal e nem como patológico, mas se perceberem algo estranho no comportamento do filho ou se escutarem alguma queixa na escola não se assustem, busquem a orientação de um profissional. Isso ajudará evitar maiores problemas no futuro.

      Por fim, quero manifestar o meu pesar a essas famílias que estão vivendo, a meu ver, a pior dor do mundo, que é a perda de um filho.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O QUE FAZER FRENTE AO TRANSTORNO DE PÂNICO

        Como a ansiedade é a doença dos tempos modernos, penso que é interessante falar um pouco sobre cada transtorno  que se encontra no grupo dos Transtornos de Ansiedade. O transtorno de pânico é um deles e deixa muitas pessoas assustadas, porque quando menos esperam, recebem o diagnóstico.

        É importante deixar claro que para ser considerado um transtorno, faz-se necessário a presença de alguns ataques de pânico, com certa frequência. Sendo que muitas vezes o transtorno se desencadeia pelo medo que a pessoa tem, de ter um ataque de pânico, em função dos sintomas que sente em seu corpo. Esses sintomas acabam por desencadear o aumento de ansiedade. Na medida em que esta aumenta, o medo intensifica e acentua os sintomas. Por isso, que se recomenda para a pessoa que sofre desse transtorno, que ela procure não prestar atenção nos sintomas. Sugere-se que faça exercício respiratório e tente desviar a atenção para outra coisa. Dessa forma, conseguirá obter o alívio dos mesmos.

       Pode-se pensar que o ataque de pânico esteja relacionado à dificuldade que a pessoa tem de vivenciar algumas situações do mundo real. Não é possível prever um ataque de pânico, ele pode acontecer a qualquer momento. Entretanto, estudos evidenciam que ele acontece mais quando a pessoa passou por um processo ansiogênico, como a perda de um familiar ou o rompimento de um relacionamento, aumento de responsabilidade, perdas financeiras; fadiga; síndrome de abstinência, etc...

       Os sintomas de um ataque de pânico são muito fáceis de serem confundidos com problemas de questões fisiológicas. Geralmente a queixa apresentada é: falta de ar; aceleração nos batimentos cardíacos; dor de cabeça; dor no braço; náusea; calafrios ou calor; dor no peito; suor nas extremidades (mãos e pés), sensação de estar sufocada. Esses sintomas lhe fazem acreditar que está tendo um ataque cardíaco ou que está ficando louca, deixando-a mais nervosa. Mesmo sendo sabedora de que se trata de um ataque de pânico e que no máximo dentro de 20 minutos os sintomas vão passar, ela sentirá a necessidade de consultar um médico, para ouvir dele, que se trata de um ataque de pânico.

       Esse transtorno gera um sofrimento psíquico significativo para a pessoa, por isso, é importante que aprenda a lidar com o problema. O ideal é que consiga identificar os seus medos e relacioná-los. Tendo isso sido feito, deverá verificar qual o seu comportamento frente a eles (evitação ou segurança). Lembre-se que a única forma de vencer o medo é enfrentando-o, por isso, pegue a relação de seus medos e comece a hierarquizá-los. Inicie por aquilo que lhe causa menos desconforto até chegar no que lhe gera mais desconforto. A seguir examine cada um deles, avaliando a racionalidade do seu medo, por exemplo: estou com um aperto no peito. Acho que estou enfartando. Análise racional: faz poucos dias que fez um check-up cardiológico e o médico me disse que não acusou nada nos meus exames, que estou bem. Já senti isso antes e nada me aconteceu. Isso não passa de uma crise de ansiedade, portanto, logo vai passar. Posso ir me acalmando, porque sei que não tenho nada.

      Para vencer o transtorno de pânico, assim como os demais transtornos de ansiedade, é recomendável um tratamento psicoterápico, utilizando-se da terapia cognitiva comportamental, que tem mostrado resultados bem eficazes. Faz-se necessário também, uma avaliação psiquiátrica, para verificar a necessidade do uso de medicação.

 

domingo, 3 de abril de 2011

ANSIEDADE: A DOENÇA DO SÉCULO

         A ansiedade é a doença da época. Pesquisas apontam que 18% da população nos próximos anos, estarão sofrendo de um transtorno de ansiedade. No grupo dos transtornos de ansiedades encontraremos: fobia específica, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo ((TOC), transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de ansiedade social (TAS) e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

         Esse número é duas vezes maior que o índice de depressão. A depressão aparece em comorbidade nos transtornos de ansiedade. Perfeitamente compreensivo, pois nem sempre é possível atender as exigências do mundo moderno, que são responsáveis por desencadear a ansiedade. Isso gera uma frustração, que fará com que se desenvolva o sentimento de incompetência, impotência, fracasso, incapacidade, levando a pessoa a um processo de depressão.

        Apesar de a ansiedade vir crescendo muito nos últimos tempos, ainda não é dado muita atenção a este transtorno. As pessoas acreditam que a ansiedade faz parte da vida. Sim, é necessário que sejamos um pouco ansiosos, mas quando começamos a apresentar sintomas em função da ansiedade, ela passa a ser um problema.

       Um transtorno de ansiedade é impactante na vida de qualquer pessoa, ele poderá deixá-la tensa ou paralisá-la. Existem pessoas que acabam se tornando reclusas sociais, por não conseguirem ir a uma festa, uma reunião, uma palestra, viajar, ir à local que tenha multidão, tem dificuldade de estabelecer contato com outras pessoas, não atravessam uma ponte, na fazem um passeio de lancha porque tem medo. As pessoas que tem esse tipo de dificuldade apresentam um sofrimento psíquico significativo.

      Suar as mãos, ter o batimento cardíaco acelerado, enrubescer o rosto ao falar em público, tremer a perna, sentir uma secura na boca são alguns dos sintomas de uma crise de ansiedade. O importante é que a pessoa não se apavore. Começou a identificar um desses sintomas, deve apropriar-se da técnica da distração, ou seja, tome um copo d’água, respire fundo, veja TV, ouça uma música, caminhe, ligue para alguém. Assim conseguirá com que os sintomas comecem a diminuir. Agora, se ficar prestando a atenção em cada sintoma que tem, a tendência é aumentar, pois aumenta o grau de ansiedade e esta intensifica o sintoma.

      Caminhar no mínimo três vezes por semana, fazer exercício respiratório, fazer um relaxamento, evitar o uso de cafeína, nicotina e álcool, alongar-se ajudam a diminuir o nível de ansiedade. Claro que esse processo deve ser continuo. Outro ponto importante é a pessoa questionar os seus pensamentos. A pessoa ansiosa, assim como o deprimido, tem uma tendência a ter uma percepção distorcida dos fatos e sofre por isso. Sempre que isso ocorrer, a primeira pergunta a ser feita é procurar o que evidencia o seu pensamento. Caso não aja nada que comprove que ele é verdadeiro, desligue, pois se trata de um pensamento disfuncional.

     Lembre-se que você não tem a capacidade de ler pensamentos, por isso não fique se preocupando em querer saber o que o outro está pensando. Também não tem o dom de prever o futuro, sendo assim, não fique imaginando o que irá acontecer.

    Geralmente o ansioso tem o hábito de dizer “e se”, esse “e se” só serve para aumentar a sua ansiedade. Pois assim como serve para dizer “e se isso acontecer”, poderá servir para dizer “e se isso não acontecer”. Daí a importância de a pessoa ansiosa viver a vida com os elementos concretos que tem, sem supervalorizá-los, o que lhe é muito normal de fazer,  quando não o catastrofizam. Dê a cada situação o significado que ela tem, com isso você conseguirá conviver bem com a ansiedade, sem maiores problemas.











sábado, 2 de abril de 2011

INSÔNIA: o problema de muitos

         Muitas pessoas se apavoram e até entram em sofrimento quando começa a se aproximar à noite, pois tem verdadeiro pânico porque não conseguem dormir. Isso é um problema que vem avançando na nossa sociedade e que precisa de uma atenção, devido ele ser indispensável, para manter uma  boa saúde física e mental.

        Para se ter um sono tranqüilo e reparador faz-se necessárias boas horas de sono.  Durante este período ocorrem importantes processos metabólicos, como a liberação de alguns hormônios – hormônio do crescimento, adrenalina, insulina entre outros. Também ajuda na preservação da imunidade e da memória, facilita a aprendizagem e o desenvolvimento da criatividade e contribui para diminuir o risco da depressão, pois o libera a produção da seretonina.

        Normalmente as pessoas acreditam que é necessário ter 8 horas de sono. Isso é muito relativo, depende de cada organismo. Tem pessoas que com 4 ou 5 horas de sono, ao acordarem estão dispostas para enfrentarem o dia. A média para os adultos fica entre 7 e 8 horas, mas cabe destacar que o importante na realidade não são o número de horas que a pessoa dorme, mas a qualidade do sono. Este precisa ser tranquilo, sem interrupções, ou seja, um sono reparador.

        Algumas pessoas apresentam dificuldade para dormir, devido um alto nível de ansiedade ou de estresse. Referem que custam adormecer e quando conseguem tem um sono agitado, acordando muitas vezes, mais cansado do que quando deitou.

        Por isso, é importante termos alguns cuidados à noite, para evitarmos problemas no sono. Vão aí algumas dicas:

       - Evitar refeições pesadas à noite;

       -  Não deitar com fome;

       - Evitar o uso da cafeína, nicotina e álcool;

       - Procurar não fazer atividade física à noite;

       - Só ir deitar quando estiver com sono;

      - Não ler e nem ver TV no quarto;

      - Criar o hábito de deitar sempre no mesmo horário;

      - Não ficar no computador até a hora de deitar;

      - Não ingerir muito líquido à noite;

      - Não ficar planejando tarefas para o dia seguinte, porque não consegue dormir;

      - Evitar barulhos e ruídos;

        - Não ficar solucionando problemas, enquanto o sono não vem;

        - Só ir deitar quando estiver com sono;

        - Procure deixar bem escuro o quarto para estimular o sono reparador;

        - Crie o hábito de fazer exercício respiratório;

         - utilize-se de técnicas de relaxamento.

         Caso você faça tudo isso e continue tendo problemas para dormir, deverá buscar a ajuda de um profissional para ver as causas da sua insônia. Lembre-se que não é recomendável tomar remédio para dormir por conta própria ou porque a vizinha toma. Algumas medicações acabam por tornar a pessoa dependente do remédio para dormir, como os benzodiazepínicos ( Lexotan; Valium, Rivotril, Lorax, etc...). Hoje já existem outras medicações, como os indutores de sono ou antidepressivos que não torna a pessoa dependente.

          Não aceite o remédio que o seu amigo lhe deu para experimentar, consulte o seu médico, pois nem sempre o que é bom para um, será bom para o outro. Não se coloque em situações de risco, porque não consegue dormir. Com um acompanhamento, você conseguirá resolver o seu problema logo.