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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

FÉRIAS

       
No período de 27/12 a 06/01 estarei de férias. Voltarei a postar a partir do dia 07/01.

Agradeço a todos que visitaram o blog no decorrer desse ano e desejo-lhes um feliz 2013, com muita saúde, amor e paz, pois o resto à gente conquista.
Espero contar com a visita de vocês no próximo ano. Até lá!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

COMEÇA A CORRERIA PARA O FINAL DO ANO

        
             Passado o Natal, as pessoas começam a correr contra o tempo, pois precisam aproveitar os poucos dias que faltam para encerrar o ano, a fim de fazer as coisas que se propuseram realizar, mas não fizeram.  Nesse momento, é que surgem às frustrações, as decepções, em que as pessoas se deprimem, porque percebem que não conseguiram atingir as metas que haviam estipulado no início do ano ou que mais um ano termina sem nenhuma mudança. Mesmo assim, não deixam de dizer que no próximo ano tudo será diferente, estipulam novas metas, demonstrando que mesmo no meio da decepção e frustração, ainda existe uma ponta de esperança, o que é um bom sinal.

            Traçar metas para o ano que se inicia é importante, desde que sejam possíveis de ser alcançadas. Para isso, a pessoa precisa ter muito claro o que realmente quer para si, para que não desista no caminho. É comum vermos pessoas traçarem objetivos e frente a qualquer dificuldade desanimarem, abrindo mão, por acharem que não vão conseguir. Dificuldades podem surgir, mas o que não pode é usá-las como desculpa para não ir ao encontro do que almeja.

            É através do comportamento que o ser humano revela a finalidade e o propósito de sua vida. Se a pessoa quer ter um ano diferente, precisa rever a sua postura frente à vida, a fim de poder mudar o que acha que não está funcionando. Sentar e lamentar o que não fez não adianta, pois não é possível voltar no tempo.

            Penso que é interessante a gente aproveitar esses cinco dias que faltam para encerrar o ano e fazermos um balanço da nossa vida, analisando os aspectos positivos e negativos do nosso comportamento, para identificarmos o que precisamos mudar. Também é importante vermos quais foram as nossas conquistas no decorrer do ano e o que não conquistamos, analisando o que nos impediu para que isso acontecesse. Esse não é um exercício fácil de fazer e percebo muita resistência das pessoas quando sugiro que façam, pois temem se deprimir, mas por meio dele, temos como procurar reparar os nossos pontos falhos, corrigindo-os, repensar a nossa postura perante a vida e refletirmos sobre o que queremos para nós no próximo ano, sem esquecer, é claro, que as coisas só mudarão se fizermos diferente.

            Lembre-se que sempre é tempo de mudar, não entre naquela de que “sou assim e vou morrer assim”. O humano é o único ser vivo que tem a oportunidade de escrever a sua história, de forma diferente, todos os dias, basta querer.

 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NATAL

             
          Etiologicamente Natal significa nascimento, mas nos dias de hoje, não é de se admirar que nos perguntem de quem, afinal as mensagens que recebemos através dos meios de comunicação só nos falam em presentes, nos convidando a um consumismo desenfreado, esquecendo do que é Natal.

 Para nós cristãos, o Natal é o nascimento do filho de Maria comprometida em casamento com José, filho de Davi, que por obra do Espírito Santo concebeu um filho a quem deu o nome de Jesus, que quer dizer “Deus Salva”. É o anúncio da Boa Nova. Deus que é Pai fez-se filho para habitar entre as criaturas humanas, a fim de tornar-se nosso companheiro de caminhada, de nos salvar, de nos libertar, de mostrar o seu amor, introduzindo-nos no mistério da comunhão com Deus.

O filho de Deus veio para nos ensinar a amar, a ter compaixão, a ser solidário, fraterno, a ver o outro como irmão e acolhê-lo, entretanto não é isso que vemos e vivemos em nossa sociedade. A sensação que tenho que esses ensinamentos caíram no esquecimento, para dar lugar a egos inflados, onde cada um precisa ser mais do que o outro. São esses “egos” que nesse período de Natal se lembram de ser solidários, mas tão logo passe o Natal, eles se esquecem desse compromisso que lhes foi passado.

O Natal deve ser vivido todos os dias do ano, através do exercício de expressarmos o amor, a paciência, a tolerância, a renúncia do nosso ego, a fim de trilharmos um caminho de paz. A paz não pode ser algo que desejamos apenas da boca para fora, ela precisa existir primeiramente dentro de nós, para depois podermos desejar. Para encontrar a paz dentro de nós, faz-se necessário conhecermo-nos, saber quem realmente somos, compreender o que significa paz para nós, pois só assim, poderemos desejar, com propriedade, a paz para o outro.

Sendo assim, deixo o convite para que reservem cinco minutos do seu dia hoje e pense o que é o Natal para você, qual o significado dele em sua vida, se realmente acredita e vive o verdadeiro Natal ou trata-se de mais uma festa para reunir os parentes e amigos. Se realmente essa data lhe tiver um significado importante, proponham-se a viver o Natal todos os dias do próximo ano, demonstrando-o por meios de seus gestos e atitudes o amor que Jesus nos ensinou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O QUE É MESMO O NATAL?

         
            Falta um dia para o Natal e como todo o ano, se vê muita gente correndo para comprar presentes, preparar a ceia ou estão envolvidas com viagem, com o feriado e esquecem o que realmente é o Natal.

            Para o cristão, o Natal é o nascimento do menino Jesus. Na realidade, a data de 25 de dezembro é uma convenção criada para comemorar o nascimento de Jesus, pois não existe nenhum registro específico na Bíblia que diga que Ele nasceu nesse dia. No entanto, a sensação que temos quando observamos o comportamento das pessoas é que esqueceram o que se comemora nessa data, pois estão preocupadas em reunir a família e os amigos, em aproveitar o feriadão para extravasar, descansar, se divertirem. Para as crianças é um momento muito esperado em que aguardam os presentes que o Papai Noel vai trazer.

            Os apelos feitos pelo pessoal do marketing, da publicidade e pelos próprios comerciantes são atendidos, mesmo que as pessoas se endividem, fiquem um ano pagando os presentes ou que acabem por ficar inadimplentes, nessa época, isso não importa. Perdem total a razão, deixando-se levar apenas pela emoção, afinal, Natal sem presente não é Natal.

            Só que essa forma de comemorar o Natal, não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. Porque biblicamente, Ele nasceu um dia em Belém da Judéia, de forma simples e humilde, numa manjedoura. O Natal que vivemos hoje é o que foi criado pelo mundo capitalista e parece que as pessoas preferem esse, pois conseguem compreender melhor, porque é algo que se torna concreto, pela troca de presentes, não precisando se preocupar em entender o significado da simbologia. Com isso, não lembram ou não sabem que o sentido do Natal é profundamente espiritual.

            Há dois anos, tive a oportunidade de viver o verdadeiro sentido do Natal em Belém do Pará, onde os hábitos são bem diferentes do nosso, aqui do sul. O povo de lá é muito religioso e por isso, no dia 24, vai-se à missa do galo e a meia-noite é feita uma oração, após canta-se “Noite Feliz”, troca-se abraços e depois então, vai-se para ceia. Confesso que é incrível a emoção que se tem ao viver o Natal dessa forma, foi uma experiência inesquecível.

           Esse ano, apesar do índice de endividamento e inadimplência estar muito alto, mesmo assim, vê-se que a maioria das pessoas não conseguiu se desapegar dos presentes, mas quem sabe, comecem a pensar em preparar o Natal de 2013 de forma diferente, privilegiando o seu real significado.        Posso dizer-lhes, que vale a pena, é uma vivência impar. Fica o convite para começarem a pensar e quem sabe aceitar o desafio de trocar a maneira de celebrar o Natal.
 

domingo, 23 de dezembro de 2012

TEMOS QUE SER SOLIDÁRIOS NESSA ÉPOCA DE NATAL

              
            Hoje pela manhã, na minha primeira atividade matinal de domingo, escutei essa pérola e fiquei pensando, será que estou escutando bem ou é coisa da minha cabeça? Será que a solidariedade nos é imposta nesse período de Natal? Se a solidariedade se dá porque é Natal e temos que fazer bonito para os outros verem o quanto somos bons ou para aliviar a nossa culpa, será que podemos chamar isso de solidariedade?

            Penso que a solidariedade tem que ser uma constante em nossa vida e não em ocasiões especiais. Eu não posso ajudar o outro ou me ligar a alguém só porque é Natal, eu preciso ter essa consciência durante o ano todo, até porque ela se fundamenta na unidade e na igualdade da nossa criação, enquanto seres humanos.

            O nosso olhar para os menos favorecidos ou para as pessoas que sofrem deve fazer parte do nosso dia-a-dia e deve ser entendido como a oportunidade que temos de crescer enquanto pessoa.

            Ser solidário é estar com os ouvidos abertos para escutar o que as pessoas têm a dizer, mesmo que não compartilhemos da sua maneira de pensar, é acolher o peregrino, é estar aberto para os outros, é parceria de pensamento e atitude, é união, é compaixão. Será que esses sentimentos têm uma época precisa para brotarem dentro de nós? Creio que não e quero crer que a pessoa que hoje pela manhã disse que temos que ser solidários porque é Natal, também não acredite nisso. Espero que tenha feito esse comentário, devido a sua ânsia de falar e geralmente quando isso acontece, a pessoa não presta atenção no que está dizendo, pois não pensa antes de dizer e acaba por falar coisas que depõe contra si.

            Desenvolver o sentimento de solidariedade não é uma tarefa simples, mas  devemos encará-la como um dos nossos desafios diários, procurando trabalhar esse sentimento dentro de nós, vigiando nossas atitudes em relação ao outro ou ao que nos rodeia.  Porque talvez essa seja a maneira que encontremos para romper essa espiral de egoísmo, de desleixo, de individualismo, de indiferença que tomou conta do mundo moderno, provavelmente em função do capitalismo, dos avanços científicos e tecnológicos, que são importantes, mas que cada vez mais afastam as pessoas da sua essência.

            Resgatar o sentimento de solidariedade é resgatar o nosso lado humano que está ficando esquecido e que precisa ser retomado, se buscamos, realmente, um mundo melhor.

sábado, 22 de dezembro de 2012

POEMA DO MENINO JESUS

                            
Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

NOVA TÁTICA USADA PARA O CLIENTE COMPRAR MAIS

           
          Há “poucos dias, saiu uma matéria no “Estado de São Paulo”, cujo título era “Cliente irritado compra mais”? A matéria aponta que jingle Bells, aroma de canela e confusão são arsenais usados pelo varejo americano para fazer o consumidor gastar mais no Natal. Parece loucura, mas não é, pois existem evidências que sugerem que quanto mais desconfortável o cliente se sente no meio dessa confusão para comprar presentes natalinos, mais ele gasta.

Esses artifícios são usados com a intenção de envolver o cliente, sem que ele perceba. Por isso, colocam a mesma canção de Natal, em alto som, repetidamente. Exageram nos aromas colocados na loja, para que o cliente fique totalmente envolvido com as compras de Natal, circulando mais pelo interior da loja em busca das ofertas, deixando-se levar apenas pela emoção e não pela razão.

Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Penn State e de National University of Singapore, apontam que esses artifícios, que hoje são usados nas lojas e supermercados, são fatores que provocam estímulos excessivos e fazem com que o cliente tenha uma “perda momentânea do autocontrole”, aumentando dessa forma, a possibilidade de consumir mais.

Só que essa técnica, não é mais um privilégio dos americanos. Aqui no Brasil isso já acontece com muita frequência. É insustentável ir a algumas lojas ou shoppings nesse período de Natal e o pior é que as pessoas por desconhecerem esses artifícios, que são sugeridos pelo pessoal do neuromarketing, que sabem o que eles causam em nosso cérebro na hora da compra, acabam comprando, até mesmo quando não tem condições.

As ferramentas usadas pelo neuromarketing a favor dos seus clientes podem, muito bem, serem nossas aliadas, para não gastarmos indevidamente. No livro “Por que me endivido? Dicas para entender o endividamento e sair dele”, que estarei lançado em breve, abordo no segundo capítulo, de forma sucinta, o que acontece no nosso cérebro na hora da compra, pois assim, poderemos ficar mais atentos para não nos  deixarmos envolver por esses tipos de artifícios.

 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS CASAIS?

        
              Não tem como não ficar pensando sobre o que está acontecendo com os casais, quando nos deparamos com a notícia de que no Brasil o número de divórcios chegou a 351.153 em 2011, ou seja, um crescimento de 45,6% em relação ao ano de 2010, que o índice tinha ficado em 241.122, segundo as estatísticas do Registro Civil em 2011.

            Penso que isso demonstra a falta de intolerância, de compreensão, de cumplicidade, de parceria entre os casais. A sensação que fico é que as pessoas dentro de uma relação se tornaram produtos descartáveis. Não dá mais, acaba o casamento e vamos à busca de alguém que nos compreenda e nos aceite. Tentar entender o que está dando errado no casamento, saber lidar com as diferenças, entender que são pessoas com hábitos e costumes diferentes e que precisam se adaptar, lidar com as frustrações e com a rotina da vida a dois é algo que ficou no passado. Isso hoje é visto como perda de tempo, pois as pessoas não querem pensar, tolerar, enfrentar as dificuldades, o que elas querem é serem felizes. Mas será que com esse funcionamento são?

            Fico me questionando se essa falta de tolerância com o parceiro não sofre influência desse mundo virtual em que vivemos, onde tudo acontece de forma mágica. Até o sexo pode ser feito virtualmente, basta ter uma  web câmera e o problema está resolvido. Portanto, o sexo também passou a ser algo impessoal.

            O mundo virtual é algo fantástico para se relacionar, falamos o que queremos e quando queremos com as pessoas, podemos criar vários simulacros, pois não dá nada. Incentivamos o imaginário do outro, sem nos comprometermos, criamos esperanças, mas podemos sumir quando achamos que a coisa está muito forte, ou seja, um total desrespeito com a pessoa do outro.

            Os dados levantados pelo Registro Civil em 2011 nos assustam, pois mostra-nos que estamos realmente vivendo uma mudança de valores muito grande e não sabemos que rumo vai tomar.

No entendimento de Karl Marx “as mudanças no mundo material provocam mudanças no mundo subjetivo” e parece que é isso que vivemos, pois estamos inseridos numa sociedade individualista em que as pessoas se isolam, optando pelas relações virtuais, pois tem medo de estabelecer relações e quando as estabelecem as fazem de forma imatura.

Será que esse quadro não vai reverter? Espero que sim e de forma muito rápida, pois está ficando insustentável ter que conviver com a desumanização do humano.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A MORTE COMO VALORIZAÇÃO DA VIDA

        
 

            Falar em morte para algumas pessoas é algo horrível, referem não quererem pensar sobre isso, batem na madeira na tentativa de isolar, como se dessa forma conseguissem evitar a morte. Não se dão conta que a caminhada para finitude se dá no momento em que chegamos ao mundo. A partir do nascimento começamos a morrer, só não sabemos quanto tempo precisaremos caminhar para alcançar a finitude.

            Claro que não podemos ter a morte como uma preocupação constante em nossa vida. Precisamos é procurar viver cada dia plenamente, desfrutando as coisas boas que a vida oferece e sabendo gerenciar aquelas que nos causam algum desconforto.

            Apesar de as pessoas terem dificuldade de falar e lidar com a morte, muitas vezes prevalece em suas vidas à pulsão de morte, que Freud nos apresentou. Basta pararmos e observarmos coisas básicas, mas que nos mostram como conduzem a sua vida, como por exemplo: comendo em demasia, abusando do uso de álcool, buscando as drogas lícitas e ilícitas como uma forma de verem a vida mais colorida, não se preocupando com a sua saúde física e mental, não fazendo atividade física, se estressando por qualquer coisa, vivendo de forma ansiosa, tensa em função dos compromissos que assumiu e não consegue dar conta, acreditando que os outros estão sempre lhe prejudicando, se percebendo como vítima das situações, responsabilizando os outros pelas coisas que lhe acontece, entre tantas outras coisas que poderíamos elencar aqui. Ao funcionarmos dessa maneira, não nos damos conta o quanto estamos nos destruindo e ao mesmo tempo, colaborando para que aceleremos a nossa caminhada para finitude.

            Sabe-se que a pulsão de vida deve prevalecer sobre a pulsão de morte, isso não é dito por mim, mas pelo Freud. Portanto, devemos ficar mais atentos a maneira como estamos conduzindo a nossa vida.  Procurando desenvolver hábitos saudáveis, não apenas para o nosso corpo, mas para a mente também. Percebe-se a preocupação de algumas pessoas com a sua saúde física, esquecendo que o ser humano é composto por três instâncias, ou seja, mente, corpo e espírito e que essas precisam manter-se em homeostasia.

            Por isso, é fundamental que assim como cuidamos do corpo, cuidemos também da nossa mente e do nosso espírito ou alma, como queiram chamar, procurando nos conhecer e entendermo-nos melhor, observando os sentimentos que carregamos conosco, os nossos pensamentos, as nossas atitudes, a fim de evitar que o corpo venha a pagar um preço desnecessário, desenvolvendo doenças somáticas, porque não demos a atenção que precisávamos para a nossa mente e o nosso espírito.

            Obviamente que nada disso impedirá que um dia cheguemos à finitude, mas quando esse momento chegar, que possamos partir com a tranquilidade de termos vivido com dignidade a vida que nos foi concebida. Sendo assim, não precisamos temer a morte, mas podemos tê-la  como a mola propulsora que nos impulsiona para vida.

 

domingo, 16 de dezembro de 2012

TER CONSCIÊNCIA DA SUA OPINIÃO

          
           Não basta termos uma opinião ou uma verdade sobre determinado assunto, se não tivermos consciência do que nos levou a pensar dessa forma. Só assim, teremos argumentos sustentáveis que nos permitam defender aquilo que acreditamos.

            Infelizmente, nem sempre isso acontece, muitas vezes, pegamos à carona dos outros, ou seja, nos deixamos levar pelo que eles pensam sem nos darmos conta que estamos sendo movidos pelo inconsciente coletivo, nos apropriando de ideias que não são nossas e as repetindo como se fossem.

            Interessante observar que isso não se dá só no campo das ideias, mas no comportamento também. Essa é a maneira que encontramos para nos identificarmos e sermos aceitos pelo grupo em que estamos inseridos. No grupo de adolescente, isso faz parte do processo de desenvolvimento, mas quando ocorre com pessoas adultas, fica complicado. No entanto, é o que mais vemos.

            No mundo capitalista em que vivemos, esse tipo de comportamento tem se tornado muito comum, por estar relacionado à questão do poder. Na cabeça de muita gente, ter passou a ser sinônimo de poder, só que não nos damos conta que o poder é sustentado pelo conhecimento. Daí a importância de termos consciência do que nos leva a ter determinadas opiniões, sermos partidários de algumas ideologias, de acreditarmos em algumas coisas que temos como verdade absoluta. É através desse processo de tomada de consciência que teremos como defender nossa opinião, sem correr o risco de dizer alguma coisa que não caia muito bem.

            Para que isso ocorra, faz-se necessário sairmos do inconsciente coletivo e escutarmos o que o nosso inconsciente pessoal tem a dizer, esse é o movimento necessário para se obter a individuação e podermos defender nossas opiniões com a certeza de que realmente acreditamos nelas.

sábado, 15 de dezembro de 2012

O AUTOCONHECIMENTO

       
          O autoconhecimento deveria fazer parte da vida de todos nós, mas infelizmente, tenho a sensação de que cada vez mais nos distanciamos do nosso self. Às vezes por medo do que poderemos encontrar, outras vezes, por não saber como entrar em contato consigo mesmo, ou simplesmente por achar uma bobagem.

            Algumas pessoas alegam falta de tempo, outras acham uma perda de tempo e tem aquelas que acreditam que se conhecem o suficiente, que não precisam se analisar, pois o problema não está com elas, mas sim com os outros. Tudo que acontece em sua vida não é responsabilidade delas, mas de alguém que quer lhe prejudicar. Essa é uma forma pueril de pensar, em função de não ter maturidade suficiente para assumir a responsabilidade de seus atos. Também, nesses casos, a falta de crítica se faz presente.

            Não é incomum as pessoas perguntarem como devem fazer para adquirirem o autoconhecimento. Não tem mistério, desde que a pessoa esteja realmente empenhada em buscar uma transformação psicológica. Para isso, faz-se necessário olhar profundamente para dentro de si, esquecendo os fatores externos, não buscando explicações através deles, preocupando-se apenas com o seu psiquismo, como se estivesse em uma retorta. Observando as suas ações, suas reações, seus sentimentos, pensamentos e questionando-os.

            Se tivermos, por exemplo, inveja de alguém, a primeira coisa a fazer é nos afastarmos dessa pessoa, a fim de examinar a nossa inveja, ou seja, identificar o que está por trás dela, o que nos levou a ter esse sentimento, tendo a clareza de que ele é nosso e que a pessoa nada tem a ver com isso. Essa é a maneira que temos de tomarmos consciência de nós mesmos e pararmos de projetar para o outro o que é nosso.

            Obviamente que não se trata de um exercício fácil de fazer, pois a pessoa precisa ter vontade, determinação, estar disposta a ficar mais introspectiva, para encontrar as respostas que busca dentro de si, a fim de  poder enxergar-se com objetividade.

 

 

           

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PENSANDO O DESAFETO

             
         Nas últimas semanas tenho ficado mais aliviada por ver que não sou só eu que estou preocupada e incomodada com o desafeto que toma conta de um número expressivo de pessoas em nossa sociedade e com o individualismo do ser humano. Cada vez que alguém fala sobre isso, sinto uma sensação de alívio e até mesmo de alegria, pois é sinal que já estão ficando incomodadas com essa forma de funcionar das pessoas. Isso é um bom sinal, pois mostra que além de perceberem, já estão pensando sobre isso, portanto, existe a possibilidade de haver uma mudança. De algum movimento se formar a fim de resgatar o lado mais humano das pessoas e termos uma sociedade melhor.

É impressionante a forma egoísta que as pessoas escolheram para viver. Estão cada vez mais individualistas, preocupadas consigo mesmas, olham só para si, acreditam que o universo tem que conspirar apenas a seu favor, que vieram ao mundo para serem servidas, chegando a verbalizarem que cada um tem que viver  no seu quadrado, ou seja, não me interesso pelo outro, a não ser que ele me sirva para alguma coisa. Penso que essa maneira de viver é uma forma de se proteger, mas do que? O que as assusta tanto, que não querem conviver com os outros a não ser de forma virtual? Por que tanto medo de se exporem e de deixar o outro lhes conhecer?

Essa maneira de pensar e de funcionar do ser humano me assusta, pois denota a sua desumanização e a pobreza de sua alma. Acredito que devemos caminhar em busca não do individualismo, mas sim da nossa individuação, que são coisas distintas.

Individualismo é egocentrismo, personalismo, egoísmo, ao passo que individuação é o processo que Jung chamava de autoconhecimento, de maturidade, de poder entrar em contato com o seu inconsciente pessoal, de se ter como uma boa companhia, de saber conviver com os outros, sem ficar preso ao inconsciente coletivo. A individuação nos permite viver bem quando estamos sós, mas também quando estamos com os outros, pois sabemos separar o que é de cada um, sem ter que se isolar das pessoas, como forma de se defender.

 

 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SR (a). ANÔNIMO (a)

Ontem o Sr. (a) anônimo(a) fez um comentário sobre o texto postado no dia 10 próximo passado, que por ter clicado mal, acabei deletando. Desculpe, apesar de não responder comentário de anônimos, não era essa a intenção, porque acredito que todos tem o direito de expressar o que pensam sobre o que escrevo. Espero que o meu pedido de desculpas seja aceito por essa pessoa, se é que vai vê-lo. Abs.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O BATE PAPO DE UNS JOVENS NO CAFÉ

      
            Como tinha um intervalo grande na agenda, aproveitei para fazer algumas coisas em um shopping perto do meu consultório. Estando lá, me sentei em um café com o meu livro, como costumo fazer. Na mesa ao lado, sentaram três jovens, sendo         que dois estavam muito indignados com o final de ano. Aproveitei que veio o café, fechei o livro e fiquei ouvindo os ”papos”, pois falavam num tom de voz alto, sem terem a preocupação de quem estava na volta a escutar.

A indignação de um se dava pelo fato de ter que gastar com presente de Natal. Dizia que seus pais o obrigavam comprar presente para todo mundo, alegando que ele trabalhava e que tinha que aprender a mostrar o seu afeto para com as pessoas. Isso o incomodava, pois não concordava com essa forma de pensar dos pais, até porque, estão sempre sem “grana” e ainda tem que gastar para mostrar afeto. Percebia-se o seu inconformismo e indignação.

O outro se julgando mais esperto e não recebendo essa pressão da família, disse que na casa dele não tinha isso, quem quisesse dar presente dava. Conta para os amigos que em novembro costuma brigar com a namorada para não gastar com presente, afinal, trabalha para pagar suas festas e a prestação do carro. Segundo ele, não se estressa com a história de dar presente, mas acredita que seus pais é que têm que lhe presentear.

Enquanto esses dois expunham seus sentimentos, o terceiro rapaz ouvia atentamente a fala dos amigos e disse que não via motivo para se estressarem, afinal, Natal é uma festa que acontece uma vez por ano para comerem comida boa e Reveillon é aquela festa que todo mundo “enche a cara e no dia seguinte curte uma ressaca na boa”.

Não preciso dizer que eu estava quase enfartando com o ”papo” dos garotos. Enquanto escutava a fala dos mesmos, pensava o que os seus genitores transmitiram para os seus filhos. Se fossemos analisar cada um deles, o quadro seria crítico. Perguntar-lhes o que se comemora no Natal, seria algo temerário, pois as respostas provavelmente seriam um tanto absurdas.

No entanto, tinha que concordar com a indignação do primeiro rapaz, afinal, não podemos vincular demonstração de afeto a dar presente, principalmente quando a “grana” está curta. Até pode ser uma das formas de expressar o afeto, mas não é a única.

Já o segundo pela sua fala demonstrava ser um garoto mais narcísico, que ainda acredita que o mundo gira em torno dele e que não tem compromisso com nada, a não ser com ele. E o terceiro parecia uma pessoa completamente alienada.

Confesso que na medida em que os escutava, me entristecia, pois demonstravam o quanto são pobres de cultura, de sentimentos, de valores, de crítica, etc. O pior é que isso não é um pensamento só desses jovens, se investigarmos junto às pessoas, elas também estão preocupadas em comprar presentes, reclamam do que vão gastar a mais na ceia de Natal, comentam a chatice das festas de final de ano e por ai vão. Esquecem o verdadeiro significado do Natal e aí fica o meu questionamento, até quando continuaremos vivendo um Natal de comércio? Será que, em algum momento, essa cultura que se instalou em nossa sociedade mudará? Provavelmente, se depender dos três jovens que conversavam na mesa ao lado da minha, com certeza não haverá mudança. Isso é lamentável!

 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

POR QUE É TÃO DIFÍCIL ASSUMIR O QUE FAZEMOS?

  
Recebi um email ontem, exatamente com essa pergunta e pedindo que comentasse alguma coisa no blog. Então vamos lá!

            O humano tem horror de falar dos seus erros e fracassos e quando isso lhe é perguntado trata logo de justificar. Obviamente que nessa justificativa busca um culpado, pois lhe é difícil assumir que falhou.

            Assumir seus erros, suas falhas mexe com a sua ferida narcísica e isso é muito dolorido. Portanto, projetar para o outro a responsabilidade do que não deu certo em sua vida, não só torna-se mais fácil como menos dolorido. Isso nos dias de hoje é algo normal em nossa sociedade, as pessoas se isentam de sua responsabilidade e acreditam que o outro é responsável por tudo o que acontece em sua vida.

            Percebo isso como preocupante, pois esse funcionamento independe do nível social e cultural em que a pessoa está inserida. Alguns buscam explicações mágicas ou místicas para justificar os infortúnios de sua vida, pois essa é a forma que encontram para não sofrerem tanto.

            Na realidade, a projeção é um mecanismo de defesa primitivo que usamos como uma forma de nos isentarmos daquilo que julgamos estar errado ou não funcionando em nossa vida. Diria que se trata de um comportamento infantilizado, mas que às vezes a pessoa precisa lançar mão, em função de sua estrutura de ego ser mais frágil, não conseguindo dar conta da realidade.

            O ideal é que a pessoa assuma que humano é um ser falho, que tem o direito de errar, de se enganar, de fracassar, mas que tem a chance de recomeçar a cada dia, podendo fazer diferente do que fez até então. A partir dessa conscientização, com certeza, as pessoas conseguem repensar a sua maneira de funcionar, tentando assumir a responsabilidade de seus atos.

           

           

domingo, 9 de dezembro de 2012

A DIFICULDADE DE EXPOR O QUE PENSA

    
           Percebe-se que algumas pessoas têm dificuldade de exporem o que pensam, procuram manter-se no anonimato, do que verbalizar o seu ponto de vista. Às vezes, isso se dá por um excesso de timidez, por insegurança, pelo sentimento de menos valia, por medo da crítica, pois temem estar dizendo uma bobagem, enfim, por diversos motivos.

            Não sabem ou não se dão conta que não existe certo ou errado, que o seu pensamento sempre estará correto, pois é a sua verdade. O nosso pensar está associado a nossa história de vida, aos nossos valores, as experiências que vivenciamos no início de nossa vida, ao meio em que estamos inseridos. Claro que temos que ter o cuidado para não achar que essa verdade é absoluta, querendo que todas as pessoas comunguem da nossa idéia.

            Algumas pessoas, até expõe o que pensam ou sentem, desde que não tenham que se identificar. Acho muito interessante, quando isso acontece no blog e apesar de não responder, pois não sei para quem estou me dirigindo, fico feliz, porque vejo que consegui tocá-la de alguma maneira, fazendo-a expressar os seus sentimentos, o seu pensar, independente de identificar-se ou não.

            Também tem aqueles que não têm coragem de falar, que estão sempre em cima do muro, mas ficam “pilhando” os outros para falar. Costumo dizer que com esses temos que ter cuidado, pois corremos o risco de entrar numa furada. Ao invés de falar por eles, devemos incentivá-los a expressarem o que pensam, defendendo suas ideias.

            O medo de dizer algo que não é ou de ser criticado é por vezes muito forte em algumas pessoas. Isso está relacionado com sua infância, pois talvez fosse advertido, criticado por seus genitores, quando falavam alguma coisa, ficando registrado em seu inconsciente que a sua maneira de pensar é equivocada. O importante é poder expressar o que pensa sem medo, tendo sempre muito claro que não existe certo e errado, mas sim, várias maneiras de se perceber e entender as coisas. O não expressar o que pensa é privar os outros de terem outro olhar para a situação ou assunto que está em pauta, o que não deixa de ser um egoísmo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

CUIDADO! NÃO ENTRE NESSA

  

           Esse texto é dedicado para aquelas pessoas que já estão no desespero, que não sabem mais o que fazer, pois já fizeram todos os tipos de empréstimos e financiamentos junto a bancos, financeiras, cartões e agora estão apelando para o agiota. Não faça isso, pois é a pior alternativa que tem. Pegar dinheiro com agiota, só serve para quem quer realmente detonar sua vida financeira.

            A figura do agiota ressurgiu para aqueles que já não tem outra opção de pegar dinheiro emprestado. Na realidade, ela nunca sumiu totalmente, mas estava meio esquecida. Frente ao elevado índice de endividamento, reaparece sua figura, como  aquela pessoa "generosa" que está disposta a ajudá-lo a sair do desespero, emprestando-lhe algum valor, com uma taxa acima do mercado e sobre a garantia de um bem ou avalista.

            Muitas pessoas valem-se desse recurso, com a esperança de que dentro de 30 dias conseguirá pagar. Doce ilusão!  Na realidade, a pessoa não conhece e nem reconhece sua real situação, por isso, através do pensamento mágico ou das contas mentais, acaba acreditando que vai conseguir. Passado esse período,  entra em tamanho  desespero, pois se dá conta que contraiu mais uma dívida e que não tem como pagar. O desespero é tanto, que algumas pessoas valem-se do suicídio como alternativa para resolver o problema.

            É comum as pessoas se desesperarem quando se dão conta que secaram todas as fontes e que não tem mais como pegar dinheiro emprestado. O ideal é não deixar isso acontecer, mas caso chegue nessa situação, precisará buscar alternativas, como por exemplo, fazer um trabalho extra, reduzir gastos, dispensar todos os supérfluos, conversar com pessoas que entendem de finanças e que possa ajudá-la a pensar sobre soluções para o problema.

            Apelar para o agiota só em casos extremos, como uma doença grave ou morte, caso contrário, busque outras maneiras de resolver o problema. Antes de utilizar-se desse recurso, busque entender o que o levou a chegar nessa situação tão crítica. Por que está se agredindo dessa maneira? O que está lhe motivando a fazer isso com suas finanças? Procure ser verdadeiro nas suas respostas, mesmo que elas lhe causem dor.

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O MESMO CENÁRIO

       
            É só dezembro começar se aproximar e surge o mesmo cenário de muitos outros dezembros que já vivemos. Pessoas ensimesmadas, algumas frustradas, decepcionadas, outras eufóricas, preocupadas com as festas, com as compras de Natal, fazendo uma nova lista de objetivos para o próximo ano, que provavelmente não conseguirão cumprir, como tantas outras que já fizeram.

            Realmente, dezembro é o mês de fazermos o balanço geral de nossa vida e do ano que finda. Das coisas que fizemos e das que não fizemos, procurando entender os motivos que nos levaram a não seguir os objetivos propostos. É à hora de analisarmos o que precisamos mudar e o que devemos manter. De avaliar as nossas relações familiares e interpessoais, de vermos se estamos tratando as pessoas como elas merecem ou como gostaríamos de ser tratados. Enfim, é o momento de pensar e repensar a vida, para que o próximo ano possa ser diferente.

            É comum, nesse período do ano, aumentar a demanda de consultório, porque as pessoas se deprimem, sofrem com a ausência dos seus entes queridos, reclamam que as festas de final de ano são sempre a mesma coisa, só não se dão conta, que elas são assim, porque não fazem nada para mudar, pois acreditam que a mudança deve ser feita no externo. Projetam para os outros a responsabilidade de fazer uma festa diferente, mas a festa só será diferente, se a fizerem diferente, ou seja, se as pessoas se derem conta de que a diferença da festa está dentro de si, da forma como vivem esse momento, do significado que dão para esse período do ano e o quanto é ou não significante para elas. Se não pensarem sobre isso, é bem provável que o cenário seja o mesmo

            Concordo, realmente, dezembro é um mês que nos convida a  refletir, nos leva a lembrar e intensifica a  saudades das pessoas que não estão mais no nosso convívio, de tudo o que deixamos para trás, mas não o vejo como um momento de tristeza, afinal, Natal é nascimento, é vida, é esperança. O problema que percebo é que as pessoas esqueceram o verdadeiro significado do Natal.

            Outro ponto que observo, é que as pessoas depositam no próximo ano, todas as mudanças de sua vida de forma mágica, e, quando dezembro chega, tudo continua igual, pois não fizeram nenhum movimento de mudança no decorrer do ano.

            A mudança do cenário que envolve dezembro depende de cada um. Se souberem a aproveitar esse momento de ensimesmamento para fazer a mudança que tanto buscam, com certeza, conseguirão ter um outro olhar para esse período, não precisando transformá-lo num momento de solidão, tristeza e dor.        

domingo, 2 de dezembro de 2012

O QUE É VIVER A VIDA PLENAMENTE PARA ALGUMAS PESSOAS?

         
            Escuto as pessoas justificarem muitas das coisas que fazem com o fato de quererem viver a vida plenamente. Sempre que isso me é falado, questiono o que é viver plenamente e percebo que o conceito que elas têm é bem diferente do meu entendimento.

            Na percepção delas, viver plenamente é fazer tudo o que querem, comprar tudo o que desejam, fazerem tudo o que lhes dá prazer, mesmo que isso possa ter uma consequência danosa no futuro, ou até prejudicar alguém. A preocupação está em obter uma gratificação imediata, independente de quanto tempo vai durar. O importante é não ter que tolerar a frustração, pois não conseguem conviver com ela, porque provavelmente, lhes foi ensinado que podem tudo.

            No meu entendimento, a pessoa para viver plenamente ela precisa sair de si mesmo, despindo-se de todos os segredos, medos, inseguranças, deixando que o vejam como um ser inteiro, transparente e não fragmentado como se mostra. O humano tem a possibilidade de mudar a sua maneira de ser, basta querer. Claro que não é um caminho fácil de trilhar, mas aqueles que conseguem se livram de alguns sentimentos como solidão e tédio que acabam atrapalhando sua vida. Pois esses geram a sensação de não estar vivendo plenamente a vida, visto a pessoa não conseguir explorar  seu potencial, em função de não conhecê-lo, desencadeando-lhe um sentimento de impotência e frustração. Esconde tanto o seu eu, que acaba perdendo o seu verdadeiro referencial.

            Agora, entendo e aceito que cada pessoa deve viver da maneira que achar melhor e que acredita ser a correta, mas sempre consciente que é a única responsável pela suas escolhas e consequências.

           

           

sábado, 1 de dezembro de 2012

SEGURO CONTRA BULLYING

 
          Incrível! Mas é verdade, as escolas agora estão contratando seguro contra bullying, para se protegerem contra possíveis indenizações em decorrência de ações impetradas na justiça, por familiares das vítimas. Tenho a sensação de que está tudo errado, ao invés de os familiares da vítima acionar, se for o caso, os familiares do agressor, acionam a escola. Isso, no meu entendimento, reforça a teoria de que os pais cada vez mais estão transferindo a sua responsabilidade para terceiros. Ao invés de eles buscarem a solução para o problema do filho, querem que a escola seja responsável, visto o bullying ter ocorrido ali.

            O que mais me choca é que parece que as pessoas não estão preocupadas em resolver o problema do bullying, pois ao invés de tratar a vítima, o agressor e quem sabe, até a família dos mesmos, elas preferem ir para justiça, provavelmente requerendo uma indenização por danos morais, que agora é moda, como se assim fosse resolver o problema. Não se dão conta, que daqui a pouco, tudo estará acontecendo novamente e que estarão nas salas de audiência dos fóruns, buscando novas reparações.

            Percebe-se a dificuldade das pessoas de aceitarem que o bullying  é um transtorno e que deve ser tratado como tal. Que precisa ser identificado no agressor o que está o levando a agir dessa maneira. Ver se não existe violência doméstica, questões de abuso sexual, de uso de drogas por parte dos familiares, entre tantas outras coisas. Isso também deve ser investigado junto à vítima, que às vezes já está tão acostumado ser agredido em casa, que não consegue reagir contra as agressões dos colegas.

            Penso que não será fazendo seguro que o problema será resolvido, mas sim desenvolvendo um projeto com a comunidade escolar – pais, professores, equipe diretiva, alunos, funcionários – pensando e trabalhando o núcleo familiar, as questões de violência, agressividade, limites, definindo o papel da escola, dos educadores, dos alunos e dos pais, o que  é responsabilidade de quem, etc.

            Bem, como vivemos a cultura de que o dinheiro resolve tudo, se preocupar em tratar a causa do bullying passa a ser secundário, pois se é possível “ganhar” um dinheiro com isso, por que não? O seguro só vai reforçar o comportamento negativo dos pais em acionarem a escola ao invés de irem buscar uma ajuda psicológica e/ou psiquiátrica para seus filhos.

            O pior de tudo, é que o novo código civil entende que o colégio é responsável pela reparação civil de seus estudantes, ou seja, os pais estão amparados para terem esse tipo de atitude, não precisando se preocupar com a saúde mental de seus filhos.            

 
       
 
        
“Não nasci para ser adequada, coerente, adorável. Nasci para ser gente. Para sentir de verdade. Tenho vocação para transparências e não preciso ser interessante o tempo todo. Por isso, não espere que eu supere as suas expectativas: as vezes, nem eu supero as minhas”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DESCULPEM

Aos visitantes desse blog as minhas desculpas, mas não tenho conseguido postar, pois a correria, esta semana, está grande. A próxima postagem será feita no sábado.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

LEMBRANDO

No próximo dia 29 (quinta-feira) às 19h 30m estarei realizando palestra sobre "O Quanto as Questões Emocionais Influenciam em Nossa Vida Financeira", na Av. Cristóvão Colombo, 686 prédio 2. As pessoas deverão levar 1kg de alimento não perecível que será doado para Creche Piu-Piu.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

POR QUE COMIGO NÃO FUNCIONA?

        
            Essa pergunta é muito comum no setting terapêutico e também quando atuo como coaching e percebo que algumas pessoas sofrem com isso, por se sentirem incapazes de fazer o processo de mudança.

            Claro que não se trata de um processo fácil. Demanda tempo, paciência e principalmente vontade de mudar. O grande problema que existe é entre o discurso e o autoboicote. As pessoas dizem que na segunda-feira, dia internacional de iniciar a dieta, vão começar o regime, porque o verão está aí e precisam perder peso, só que continuam comendo. Referem que não aguentam mais trabalhar para pagar conta, que querem sair dessa situação, mas não param de gastar.

            Esse comportamento demonstra a dificuldade que as pessoas têm de se libertar do sofrimento, buscando um novo padrão de funcionamento para suas vidas. Muitas verbalizam que não conseguem mudar, que até se esforçam. A partir do momento que a própria pessoa coloca limites para si, não conseguirá fazer nada. O não conseguir é estar fechada para enfrentar os desafios. Até vou um pouco mais longe, é se fechar para vida é não querer livrar-se, muitas vezes, da mediocridade em que vive, pelo medo que tem de alçar vôo e se permitir viver uma vida melhor. Não cabe entrar aqui no mérito da questão, mas é óbvio que existem ganhos secundários nesse tipo de comportamento.

            Daí a importância de se avaliar o quanto realmente a pessoa está disposta a investir (internamente) no seu processo de mudança, pois caso contrário, nem a terapia e nem o coaching irão funcionar.

           

sábado, 24 de novembro de 2012

O QUE NOS LEVA A COMPRAR POR IMPULSO?

    
          Não podemos negar que comprar é uma coisa prazerosa, por nos levar a ter a sensação de poder, de autonomia, de superioridade, etc, e também pode ser uma das maneiras que encontramos para quebrar a rotina. Só que existem pessoas que vivem quebrando a rotina, lotando seus guarda-roupas com peças que nem lembram mais que tem, com sapatos que nunca usaram, chegando às vezes, a comprar número menor do que seu pé, só porque gostaram do modelo, acumulam em suas bibliotecas livros e filmes que nunca leram ou assistiram, na dispensas da casa armazenam alimentos que já estão com a data vencida. Adoram comprar pela internet, pois tudo é “muito baratinho” e por isso adquirem eletrônicos, viagens, eletrodomésticos, móveis, quando não acordam resolvidas a comprar ou trocar de carro.

            Essa é a forma fácil que as pessoas encontram de desperdiçar o seu dinheiro, de contrair dividas, de criar uma série de problemas, sem falar que diminuem o seu poder de compra.

            A impulsividade impossibilita a pessoa de pensar e analisar se realmente deve ou não gastar o seu dinheiro daquela maneira, sem priorizá-lo para coisas importantes e que lhe oportunize um estilo de vida que lhe trará como consequência a qualidade de vida.

            Mas tem como controlar a impulsividade sem medicação? Sim, se a pessoa conscientizar-se que tem problema em administrar suas finanças e estiver disposta a passar por um processo de reeducação financeira. Nesse processo de reeducação, o primeiro passo a ser seguido é eliminar todos os gastos supérfluos, replanejar o seu orçamento e não se deixar levar pelo principio do prazer e se achar merecedora de tudo. Outro ponto a ser observado é ter objetivos claros do que quer para sua vida e saber que não poderá obter tudo ao mesmo tempo, que as conquistas devem ser gradativas. O terceiro ponto a ser destacado é que a pessoa precisa adquirir o hábito de ter um tempo para se dedicar a organizar e planejar sua vida e não levá-la de qualquer jeito. Considero esses três pontos como os principais para quem quer mudar a sua maneira de lidar com o dinheiro.

            O sentimento de ser merecedora não está só associado aos sentimentos de menos valia, de inferioridade, de ansiedade, de tristeza, de angústia, como por muitos anos pensamos. Hoje se sabe que existem áreas do nosso cérebro que atuam no nosso comportamento quando o assunto é dinheiro e isso vem sendo comprovado pelas pesquisas realizadas pelo pessoal da neurociência e do neuromarketing.

            Antes de se endividar, de buscar culpados ou de achar justificativas para o comprar impulsivo, é interessante pensar e até discutir com os familiares quais são os seus sonhos e as estratégias que poderão usar para realizá-los, sem se endividar.

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

GOSTARIA DE NÃO COMENTAR, MAS NÃO DÁ

  
Em função da demanda de consultório e organizando palestra, não consegui nesses dois últimos dias, preparar um texto para postar. Porém, não poderia deixar de fazer um breve comentário sobre os emails que recebi hoje, referente à cena de ontem no programa “Sessão de Terapia”, em que um paciente agride o psicólogo, batendo-lhe no rosto.

            Eu não me sinto a vontade para comentar esse programa, porque raríssimas são as vezes que assisto Tv, no entanto, de tanto os pacientes me questionarem sobre a série, vi duas vezes e foi o suficiente para não querer ver mais.

            Não vi o episódio de ontem, mas na minha caminhada profissional nunca fui agredida fisicamente por paciente. Claro que já tive paciente que se alterou, aumentando o tom de voz, que verbalmente me agrediu, mas nada mais. Geralmente, isso faz parte do sintoma que o paciente apresenta e que bom que ele manifesta na consulta, pois assim poderá ser trabalhado

            O que me chama atenção nos comentários que ouço de novelas e dos programas de televisão é o quanto a violência, a agressividade, o uso de álcool e droga é incentivado, sem falar que ensinam nos filmes como se comete um crime, se assalta um banco, etc. Os próprios noticiários ao darem a notícia, contam a riqueza de detalhes de como foi cometido o delito, mostrando inclusive como fazer. A notícia tem que se dada, mas talvez de forma mais filtrada, pois a sensação que fico é que estamos caminhando para uma imprensa marrom, onde o sensacionalismo precisa fazer-se presente para que haja um aumento na audiência e uma maior vendagem de jornal.

            Então, escrever uma série sem uma cena de violência, não teria graça. Até porque o público acredita que as novelas e alguns programas retratam a vida real. Mas fico pensando o espaço que a violência ocupa no inconsciente e na vida dos autores de novelas, séries, etc...

            Agora, é bom ficarmos atentos para não começarmos apanhar dos pacientes, ou talvez, seja interessante começarmos atender com  capacete, como medida de precaução, pois diz o ditado que o seguro morreu de velho.