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terça-feira, 31 de julho de 2012

A CULTURA DO TER

       


            Vivemos há muitos anos a cultura do ter, onde as pessoas valem não mais pelo que são, mas pelo que tem e isso acaba as tornando mais superficiais, mais endividadas, mais individualistas, cada vez mais vazias, etc. O vazio em que vivem faz com que procurem no outro a sua identidade, pois perderam o seu referencial e com isso, passam então, a viver a vida do outro como se fosse a sua.

            A necessidade de ter as coisas se dá a partir do que o outro tem e não das suas reais necessidades e isso explica o alto índice de endividamento da sociedade. É comum escutarmos as pessoas dizerem que compram algo ou fazem alguma coisa porque todo mundo tem ou faz. Sempre que ouço isso, questiono se o seu nome é “todo mundo” e ainda brinco, que eu tenho um nome e sobrenome, o que me dá o direito de viver e fazer o que realmente tenho vontade. As pessoas não percebem que ao agir dessa forma estão reproduzindo o efeito manada, ou seja, como todo mundo tem ou faz, eu também tenho que ter ou fazer. Não importa que a minha realidade ou desejo não seja o mesmo, o que importa é não ficar “fora” do contexto geral.

            Isso nos permite pensar que as pessoas não só buscam no outro a sua identidade, mas também demonstra a necessidade de reproduzirem o comportamento do grupo social, a fim de não se sentirem sós. Pautam a sua vida, a partir do inconsciente coletivo e não do inconsciente pessoal e por isso, dessa forma, acabam se tornando cada vez mais sós e mais vazias. Será que não está na hora de tentar mudar essa situação,  permitindo encontrar dentro de nós, o nosso verdadeiro eu e reconstruirmos a nossa vida a partir daí?

           



           

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS GAÚCHAS RECUA

     
     Segundo pesquisa, o nível de endividamento das famílias gaúchas no mês de julho deu uma recuada, baixando para 66,1%, em relação a julho de 2011, quando o  índice era de 77%. Apesar desse recuo, é evidente que o índice de famílias endividadas ainda permanece muito alto, mostrando o descontrole que as mesmas têm de seus gastos.

            O ideal seria que quando o orçamento familiar começasse apertar, as pessoas pudessem sentar e pensar junto, quais as estratégias que poderiam aderir para evitar chegar a uma situação de endividamento. Só que isso não acontece, pelo contrário, as pessoas mesmo vendo que no final do mês está sobrando conta e faltando dinheiro, elas continuam gastando.

            Esse tipo de comportamento nos leva a pensar sobre a necessidade que essas pessoas têm de se “punirem”, porque se endividar é uma das formas de punição, de destruição que a pessoa usa contra si.  

domingo, 29 de julho de 2012

COMPARTILHANDO

       
            Fiquei quatro dias sem conseguir postar, porque estava fazendo o Curso de Introdução à Psicologia Econômica. É impossível fazer esse curso e não falar sobre ele, pois é contagiante, não só pelo assunto, mas também pela competência da colega que ministra, a Psicanalista Vera  Rita de Mello Ferreira, que escreveu sua tese de doutorado sobre esse tema.

            Já faz algum tempo que estou estudando esse assunto e fui motivada a isso, por ver o nível de sofrimento das pessoas que chegam até o meu consultório, às vezes com quadros graves de depressão ou ansiedade, alguns até com risco de suicídio e o motivo que trazem é o endividamento. Claro que essa é a causa consciente, o que precisamos compreender é a verdadeira razão do sofrimento, o que contribui para que as pessoas façam estragos, difíceis de serem consertados em suas vidas, quando o assunto é dinheiro. O que será que o inconsciente está escondendo, para que elas não percebam que não precisam gastar tanto para viverem bem? A Psicologia Econômica nos ajuda a pensar e entender porque o dinheiro, às vezes, é um problema para as pessoas, apesar de quererem tanto.

            Sabe-se que a maioria das pessoas gostaria de ter muito dinheiro, são frustradas por não tê-lo, no entanto, não conseguem fazer algo para que isso se concretize. Estão sempre arrumando justificativas para explicarem o fato de não conseguirem economizar e geralmente o motivo apresentado é algo externo. Projetar para o outro é mais fácil que ter que assumir que não sabe lidar bem com dinheiro, que sempre se atrapalha com suas finanças, que gasta mais do que ganha, que compra por impulsividade ou compulsividade, que busca obter prazer imediato, que não consegue lidar com a frustração, entre tantas outras coisas.

O objetivo das pessoas que estudam essa área é poder ir aos poucos conscientizando a população que a “educação financeira”, nos dias atuais, é fundamental na vida de qualquer pessoa. Sabe-se que o processo é lento, que existem vários apelos para que as pessoas gastem.

A iniciativa do governo de reduzir juros, zerar o IPI, apesar de não ser essa a ideia, serve de incentivo para que as pessoas consumam, pois elas acabam acreditando que ficou mais fácil de realizar o seu sonho da casa própria, do carro, dos produtos da linha branca, etc. Com isso, cada vez mais se endividam e se desesperam.

            Acredito que não podemos ficar de braços cruzados, vendo as pessoas cada vez se afundarem mais em dívidas, por não saberem que existem aspectos psicológicos importantes que contribuem para isso, sem nada fazer. Sou defensora da ideia de que não podemos apenas absorver conhecimento e não transmiti-lo, pois corremos o grande risco de virmos a sofrer de “obesidade mental”, precisamos passar a informação para as pessoas, usando as ferramentas que temos para trabalhar. Cada um pode, portanto, usar as suas, ajudando a construir uma sociedade mais saudável.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

INFORMO

Em virtude de estar realizando um curso no período de 25a 28 próximo, só voltrei a postar a partir do dia 29.

terça-feira, 24 de julho de 2012

VIVA O PRESENTE

         
           É comum vermos pessoas não vivendo o momento presente, porque ficaram presas a um passado ou tentam prever o futuro, como se tivessem poder para isso.

            Sofrem por coisas que pensam que poderá acontece sem se dar conta de que poderá não acontecer, demonstrando a crença de que não acreditam que possam ser felizes, de que não se consideram merecedoras de viver aquela situação, que nasceram para sofrer, etc. Para confirmar essa crença, passam sem perceber, a desenvolverem um comportamento para que a situação vivenciada não dê certa. Assim poderão manter a condição de “coitadinhas” que passam para os outros, não se dando conta dos ganhos secundários que estão por trás desse comportamento.

            É aquele tipo de pessoa que ao ter um limão na mão, não consegue fazer dele uma limonada. São pessoas presas ao sofrimento, que estão sempre se queixando, sofrendo por coisas que só acontecerão na sua cabeça, mas que vivem como se verdade fosse.

            O importante é conseguir romper esse tipo de funcionamento e se permitir ser feliz. Não sofrer por antecipação, pois não temos como prever o futuro e nem lemos pensamentos, portanto, não precisamos sofrer em função do que os outros pensam a nosso respeito. Viver o aqui e o agora, não quer dizer que não devemos ter metas ou objetivos a serem cumpridos, mas sim, que devemos aproveitar e viver cada momento da melhor forma possível, aproveitando as coisas boas que ele oferece e aprendendo com as coisas não tão boas que podem surgir, afinal, elas também fazem parte da vida. O importante é não super valorizá-las.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

NECESSIDADE DE FALAR

         


            Chama à atenção a necessidade que as pessoas têm de falar, independente do tempo em que conhecem alguém, tudo o que querem é falar. Outro dia, me dei conta, ao ir tomar café com uma amiga, que ficamos três horas juntas e se fiz três intervenções foi muito. Isso não é só comigo que acontece, mas vejo que o mesmo acontece com as outras pessoas. 

            Basta cumprimentarmos uma pessoa, às vezes até por uma questão de educação, que é o suficiente para ela começar a falar, o que demonstra a sua carência, sua ansiedade, a necessidade de desabafar, de ter alguém que a escute. Vejo no consultório, que alguns pacientes não querem nenhuma intervenção, só querem aquele espaço para falar. Claro, pois na medida em que falam, se escutam e vão se dando conta de algumas coisas, encontrando soluções para alguns assuntos que estão pendentes, obtêm insights preciosos ou apenas colocam para fora aquilo que está lhes sufocando.

            Só que esse tipo de comportamento não acontece só no consultório de terapeutas, mas no ônibus, na fila do supermercado, na lotação, no shopping, no salão de beleza, na fila do cinema e por aí vai. Mas o que aflige tanto as pessoas a ponto de falarem de suas vidas para quem nunca viu? Será que perderam a noção de privacidade? Por que as pessoas precisam colocar na internet, nas redes sociais, tudo o que fazem? As respostas podem ser as mais variáveis, dependendo da história de cada uma.


         Dar atenção as pessoas pode ser algo bom para elas e quem sabe até para quem escuta, pois ao escutar alguém, é dada a oportunidade de refletir sobre a sua própria vida, de aprender, de encontrar respostas para perguntas que não querem calar e pode ser até um convite para pensar sobre o comportamento e as atitudes que vem desenvolvendo. Como diz Monty Roberts: “o único verdadeiro presente que podemos dar aos outros é o tempo...”, e por que não presentear as pessoas doando um pouco do nosso tempo para escutá-las? Talvez o pouco de tempo disponibilizado, seja o suficiente para sentirem-se acolhidas,fazendo a diferença em suas vidas.



        

domingo, 22 de julho de 2012

O PAPEL DA SEROTONINA EM NOSSA VIDA

    
         A serotonina tem um papel importante em nossa vida, pois é responsável pelo nosso bem-estar,  garante o bom humor, nos dá disposição para ir à busca de nossos ideais, além de influenciar no comportamento alimentar,  no impulso sexual, no ritmo do sono e da vigília, de diminuir a sensação de dor e desconforto, bem como controlar a temperatura do organismo. Atua no processo cognitivo, intelectual, afetivo e é responsável pela liberação do hormônio cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.
            A pessoa que tem uma boa produção de serotonina enfrenta as adversidades do dia-a-dia com bom humor, não ficando presa aos problemas que aparecem, mas buscando a solução para esses. Geralmente não fica se queixando, reclamando de cansaço e nem hesitando se vai ou não fazer algo. Bem diferente das pessoas que têm falta de serotonina no organismo, que normalmente se queixam de desânimo, tudo é difícil, qualquer “se não” já é motivo para desestir.
            Para incentivar a produção natural de serotonina é importante que a pessoa faça atividade física, apanhe sol diariamente, com os devidos cuidados ao se expor ao sol, mantenha uma alimentação balanceada e tenha uma noite de sono reparador. Se seguirem esses passos e mesmo assim, os sintomas de depressão ou estresse permanecerem, é interessante buscar ajuda de um profissiona

sexta-feira, 20 de julho de 2012

POEMA DE AMIZADE

     
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".

                                                     Fernando Pessoa

quinta-feira, 19 de julho de 2012

POR QUE ME DISTRAIO TANTO?

            


            Ontem recebi um email com esta pergunta e resolvi responder no blog, porque pode ser a pergunta de muitos.

            Penso que sempre é bom descartar a parte clínica, por isso é interessante fazer uma avaliação com um neurologista para ver se não existe um déficit de atenção. Também pode ser feita uma avaliação psicológica, com aplicação de testes para verificar a atenção.

            Muitas das causas da distração pode ser o fato de querer fazer várias coisas ao mesmo tempo, de estar “ligado” em tudo o que está ocorrendo a sua volta e com isso a atenção fica dispersa.

            Estamos vivendo em uma época que tudo é para ontem, as pessoas estão sempre correndo, precisam estar plugadas na internet, no smartphone, no tablets, sempre ligadas no celular, tentando se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo. Este comportamento multitasking tem começado a dar espaço para o estilo monotasking, que faz com que a pessoa se concentre em uma coisa de cada vez.

            Se você quer testar para ver se realmente tem problema de atenção, começa a fazer uma coisa de cada vez, concentrado no foco do que está fazendo. Espere terminar uma tarefa para iniciar a outra. Penso sobre as tarefas que vai desenvolver, planeje e depois execute com calma. Se a desatenção persistir aí vá investigar a causa, que pode ser provocada por um alto nível de ansiedade ou um quadro de depressão, um déficit de atenção, entre outras coisas.

           

terça-feira, 17 de julho de 2012

RIR AINDA É O MELHOR REMÉDIO

       
           Encarar a rotina e os problemas diários não se trata de uma tarefa fácil, principalmente quando supervalorizamos as situações e deixamos que elas nos tirem o bom humor. Esse não só fortalece a nossa mente e o nosso corpo, mas também nos dá mais habilidade para enfrentar as dificuldades da vida, permitindo que sejamos mais assertivos.

            O benefício do riso não se trata de algo novo, pois os filósofos já destacavam a importância do riso. Kant referia que somente três coisas poderiam fortalecer o homem em relação às adversidades da vida: a esperança, o sono e o riso. Aristóteles defendia a ideia de que o riso é um exercício corporal de grande valia para a saúde.

            Estudos realizados por testes psicológicos na década de 30 mostram que o riso contribui para que o tônus muscular continue reduzido até 45 minutos, após uma risada, o que significa que o corpo se mantém relaxado. Outro ponto favorável é a redução do cortisol (hormônio do estresse) quando as pessoas estão alegres. O riso, a alegria contribui com as defesas imunológicas, ao passo que o cortisol as diminui. Ao rir o indivíduo libera endorfina, que acaba por desencadear uma sensação de prazer no cérebro, o que evita a transmissão de sentimentos dolorosos.

            Porém, é importante destacar que nem sempre o riso significa humor. Segundo pesquisas realizadas pelo psicólogo Provine, apenas uma em cada cinco das 20 risadas que um adulto dá, em média, em um dia, tem sua raiz no humor. Por isso cabe destacar a diferença que existe entre o riso e o humor. O humor está associado a um desempenho mental que dá ao indivíduo a capacidade de enxergar situações ou pessoas de formas bastante específicas, fortalecendo o psiquismo e favorecendo as pessoas quando essas precisam enfrentar dificuldades.

            O ideal é que possamos manter o equilíbrio entre o riso e o bom humor, a fim de preservarmos a nossa saúde física e mental, conseguindo driblar as dificuldades do dia-a-dia.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

COMO CONSTRUIR O SEU BEM-ESTAR

         
            Para algumas pessoas construir o seu bem-estar parece ser algo impossível, pois tudo é difícil. No convívio familiar não existe o diálogo, a cumplicidade entre as pessoas e muito menos os afetos positivos. O que se vê, em muitas famílias, são pessoas dividindo o espaço dentro de casa, onde cada um fica no seu quarto, as refeições são feitas em frente à televisão, em horários diferentes. O diálogo é algo que não existe, pois quando estão em casa, ficam jogando ou teclando na internet, vendo filmes e não querem ser importunados. Os problemas são motivos de discussão e briga, onde cada um, procura encontrar um culpado. Filhos não respeitam os pais, porque esses não se fazem respeitar.

            Pessoas que têm esse tipo de relação em casa, provavelmente terão problemas no seu local de trabalho, com a chefia e com os colegas. Percebem-se como vítimas de todo o sistema institucional. Não conseguem encontrar nenhum colorido na vida. São aquelas pessoas pesadas, que quando vem conversar só reclamam e falam dos seus problemas.

            Seria tão mais fácil se conseguissem trocar os afetos negativos pelos positivos, se evitassem ao máximo o que lhes incomoda e não as deixam serem felizes. Parece ser algo muito simples e até mesmo óbvio, mas as pessoas não conseguem, ou melhor, nem tentam fazer esse exercício, por acreditarem que fazer algo por si é muito difícil, talvez por não se sentirem merecedoras. Algumas ficam incomodadas quando lhes é mostrado que construir o seu bem-estar só depende delas, basta se permitirem fazer algo por si. Se não conseguem encontrar solução para os seus problemas, ao conversar como as outras pessoas, anotem as ideias que elas apresentam e depois vejam quais poderia colocar em prática, sem esquecer-se de verificar a raiz afetiva do problema. Só quando a identificamos é que conseguimos nos libertar realmente dele, pois caso contrário, continuaremos repetindo situações.

            Antes de se lamentar, de se irritar, de brigar, é importante avaliar se vale à pena ou não, às vezes, a melhor saída é se afastar internamente, procurando desviar o pensamento para outro foco, respirando fundo e se possível até se afastar fisicamente.

O bem-estar de cada pessoa só depende dela, pois os outros irão fazer com ela, o que for permitido. Se desenvolvessem o hábito de fazer o exercício diário de estarem presentes nas suas próprias vidas e viver cada instante do seu dia como se fosse o último, talvez conseguissem viver melhor e sentirem o prazer de poder conviver com a felicidade e a paz interna que terão.




domingo, 15 de julho de 2012

O DINHEIRO PROPORCIONA INFELICIDADE

             Ao contrário do que muitas pessoas pensam em relação ao dinheiro, uma pesquisa realizada na Bélgica, pelo psicólogo Jordi Quoidbach e seus colegas, evidenciou que o dinheiro inibe a capacidade das pessoas para apreciarem as experiências positivas e as emoções do dia-a-dia.

            Realizaram uma pesquisa com 347 pessoas, escolhidas aleatoriamente, dividindo-as em dois grupos, sendo que o primeiro recebeu a fotografia de uma pilha de dinheiro e o segundo grupo recebeu a mesma fotografia, porém com a imagem desfocada, sendo impossível reconhecer. Posteriormente foram realizados testes psicológicos com essas pessoas, a fim de averiguar a capacidade de aproveitar as vivências agradáveis. O grupo que recebeu a imagem do dinheiro de forma nítida pontuou menos.
            A seguir, realizaram outro teste onde foi ofertado um pedaço de chocolate após verem a fotografia do dinheiro, sendo que o mesmo foi feito com o grupo que recebeu a fotografia desfocada. Os pesquisadores cronometraram o tempo que as pessoas levavam saboreando o chocolate e identificaram que as que tinham visto a fotografia do dinheiro gastaram menos tempo, demonstrando não conseguir apreciar as coisas prazerosas que a vida lhes proporciona.
            Se observarmos a nossa volta, veremos que não são poucas as pessoas que não conseguem mais aproveitar as coisas simples da vida. Com isso, reclamam o tempo todo quando não obtém aquilo que julgam lhes dar prazer e satisfação. As próprias crianças só encontram prazer nos brinquedos eletrônicos, nos jogos do computador ou do celular, pois não sabem o que é construir um brinquedo ou criar algum tipo de brincadeira.
           Claro que o dinheiro é importante para nossa vida, mas não podemos é nos tornarmos escravos dele e achar que ele trará a nossa felicidade. Pelo que se tem visto, o dinheiro tem sido a causa do sofrimento de muitas pessoas, que ao tê-lo não souberam utilizar e acabaram tornando-o o motivo das suas noites de insônia e da sua intranqüilidade.

sábado, 14 de julho de 2012

NÃO SE DEIXE LEVAR PELA EMOÇÃO

             
           Uma das causas do endividamento das pessoas está relacionada às questões afetivas que incentivam a não controlar seus desejos.

            A origem do pensamento está nas emoções e por isso eles variam conforme o momento que a pessoa está vivendo. Se ela se encontra mais ansiosa, angustiada, não se sentido realizada na vida profissional e pessoal é bastante comum vir o pensamento de que merece ser recompensada com alguma coisa. Começa então a pensar o que pode fazer para melhorar o seu “astral” e geralmente os pensamentos que surgem são de que deve se presentear com algo que lhe dê muito prazer.  Sem avaliar se é o momento ou não de se presentear vai às compras.

            Nesse momento a luz do sinal de alerta acende, mas a pessoa ignora, pois tudo o que quer é atender o seu desejo. Deixa-se levar totalmente pela emoção, deixando a razão de lado. No entanto, quando se trata de dinheiro, quem deve prevalecer é a razão, pois essa nos mostrará se podemos ou não gastar. Só que as pessoas preferem ignorá-la, por não querem lidar com a frustração que a razão poderá provocar.

            Não se preocupam com que vão gastar, porque o saldo do cartão de crédito permite. Quando a fatura do cartão chega, as pessoas se assustam e aí se dão conta que não tem condições de pagá-la no valor total e optam por pagar o valor mínimo. Nesse momento, as pessoas entram numa ciranda financeira que depois tem dificuldade para sair, pois começam a pagar juros compostos, ou seja, juro sobre juro. Para conseguir sair dessa situação, terá que ter muita disciplina, esquecer o cartão por um tempo, parar de comprar, criar planilhas de gastos diários e mensais, dispensarem todos os supérfluos e investigarem quais são os fatores psicológicos que estão por trás do endividamento.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

TODA HORA É HORA DE REVER ESCOLHAS

       
Tem me chamado muito a atenção, o quanto as pessoas estão sofridas. Outro dia, caminhando, indo para o consultório, passei por uma senhora na rua que falava ao celular e chorava muito, fato que já deu asas a minha imaginação, ao mesmo tempo em que fiquei condoída. Logo adiante, um jovem, também ao celular, dizia: “pô mãe, to na rua desde cedo, era 08h quando sai de casa, o carro tá estragado, não consegui ainda arrumar, não tenho dinheiro”.  Meu pensamento já se deslocou para analisar essa nova situação, fiquei imaginando, com o meu senso crítico, que para mim 8h da manhã já não é mais cedo e também se o rapaz não tinha condições financeiras para arrumar o carro, por que tinha carro? Talvez se não tivesse carro, teria um problema a menos na vida. Logo em seguida, me deparei com um casal da terceira idade, em que a esposa dizia para o marido, que no dia seguinte precisavam levantar cedo para ir ao posto pegar ficha para o médico. Novamente me sensibilizei com a situação desse casal. A partir de então fui pensando sobre o sofrimento das pessoas.

Comecei a me questionar o que leva o ser humano criar tantos problemas para si e depois não conseguir achar uma solução para eles. Talvez possa ser a falta de uma estrutura familiar sólida, de orientação, de limites, de oportunidades, de ambição, negligência dos pais, exemplos familiares negativos, falta de uma crença religiosa, entre tantas outras coisas. Sabe-se que isso tem uma expressão significativa na vida de qualquer pessoa, mas como temos o livre arbítrio, podemos na fase adulta do desenvolvimento, escolher o que queremos ou não para nossa vida. Não precisamos ficar repetindo situações que vivenciamos na infância ou na adolescência.

Romper paradigmas não é uma tarefa fácil, mas é possível, basta querer. Tem que se estar consciente das dificuldades que poderá encontrar pelo caminho e estar disposto a pagar o preço que lhe for exigido por isso. A todo o momento é possível rever a situação que se está vivendo e analisar se é isso que se quer ou se está na hora de mudar.

Entretanto, o que se percebe é que às vezes as pessoas precisam ficar presas a uma situação que lhes faz sofrer, pois assim, conseguem alimentar a pulsão de morte que prevalece em suas vidas e que lhes dá um ganho secundário. Para reverter o quadro, a pulsão de vida precisa prevalecer na vida do indivíduo, pois assim conseguirá perceber que é merecedor de ter uma vida melhor, mais tranqüila, sem tantas preocupações e sofrimentos e se apropriar disso. Só que parece que sofrer, passou a dar “status” para as pessoas, pois se observarmos, elas não conseguem mais tabular uma conversa, só sabem falar das dores da alma e por vezes, até das dores físicas, pois acabam somatizando. As pessoas estão amarguradas, voltadas para si, para o seu sofrimento, projetando para o externo a causa dos seus problemas, chegando a depositar no outro a causa das suas angustias.

Essas situações me levam a fazer uma analogia com o Romantismo, movimento vivido na Europa nas últimas décadas do século XVIII, onde as pessoas viviam a arte do sonho e da fantasia. O espírito romântico do mundo estava centrado no homem, tanto que os autores dessa época se voltavam para si, refletindo e expressando em suas obras o drama da humanidade, descrevendo os amores trágicos que as pessoas viviam. E isso me dá a sensação de que estamos voltando no tempo, apesar de todos os avanços que a ciência e a tecnologia vêm nos apresentando.

terça-feira, 10 de julho de 2012

MEMÓRIA X ATENÇÃO

        
          Existe uma tendência de as pessoas confundirem memória com atenção, elas caminham junto, mas precisamos ter claro que não se trata da mesma coisa

        A etiologia da palavra memória vem do latim e significa reter e /ou adquirir idéias, expressões, conhecimentos adquiridos, imagens, sendo uma faculdade cognitiva essencial, pois é por meio dela que se dá o aprendizado. Ajuda-nos a retornar ao passado, nos oportuniza fazer associações, nos permite armazenar informações de coisas que aconteceram recentemente ou em um tempo mais longínquo. Quando falamos em memória, estamos nos reportando a um conjunto de atividades que fazem parte de um processo biofisiológico, bem como psicológico, que são produzidos a partir de acontecimentos anteriores, próximos ou não, mas que provocam uma mudança no indivíduo.

A memória é formada por uma complexa rede, que envolve diversas áreas do cérebro como: o lobo temporal, o neocórtex temporal, o hipocampo, a amígdala, o hipotálamo, cerebelo. O processo de memorização envolve, também, as reações químicas dos neurônios, que quando são ativados liberam hormônios ou neurotransmissores atingindo através das sinapses, outras células nervosas.

        É comum com o passar dos anos, as pessoas começarem a ter um desgaste da capacidade de reter e acessar informações. Isso pode se agravar com noites mal dormidas, uma má alimentação, falta de atividade física, acomodação, pouca leitura, falta de concentração e de atenção.

        Muitas vezes as pessoas acreditam que estão com problema de memória, mas na realidade o que lhes falta é atenção. Essa é a responsável por muitas das gafes que cometemos no nosso dia-a-dia.

        A atenção é definida, segundo alguns autores, como um processo psicológico, onde o indivíduo precisa concentrar sua atividade psíquica sobre determinado objeto. Não é uma função autônoma, por estar vinculada a consciência e também ao processo de concentração. Às vezes, faz-se necessário que eliminemos alguns estímulos, a fim de concentrarmo-nos em outros. Já no entendimento da neurociência, a atenção se forma através das redes neuronais responsáveis pelos estados de alerta, de foco e de concentração.

        O importante é conhecermos a diferença que existe entre memória e atenção, porque é bastante comum vermos as pessoas ficarem preocupadas por estarem esquecendo as coisas com muita facilidade ou cometendo alguns deslizes. Investigar sempre é a opção mais acertada. Entretanto, quando começar a identificar que está tendo lapsos de memória ou até mesmo tendo dificuldade de lembrar algumas coisas, não é necessário entrar em pânico, primeiro verifique se: está tendo uma boa noite de sono, se não está deprimido, se não está fazendo uso ou abuso de álcool ou outra droga, se não está fazendo uso de nenhuma medicação que possa provocar esse sintoma, se não tem déficit de atenção, se não tem dificuldade para concentrar-se, se não está ansioso ou preocupado com alguma coisa. Qualquer um desses fatores contribui para redução da atenção, concentração e consequentemente da memória.

        O ideal para não esquecer é prestar atenção, fazendo exercícios que o ajudem a lembrar das coisas. Por exemplo, tente lembrar onde colocou os óculos. Quando for largá-lo em algum lugar, diga em voz alta “estou colocando os óculos em cima da mesa”. Assim estará ajudando a fixar a informação e quando for pegar os óculos, lembrará com mais facilidade.

        Outra forma de exercitar sua atenção e memória é ao ler uma notícia que lhe chame a atenção ou um livro, ao ver um filme interessante desenvolva o hábito de comentar, pois isso lhe obrigará a pensar sobre o que leu, viu ou ouviu e fará com que a memória seja acionada.

        Assim como a atividade física é importante para mantermos uma boa saúde física e mental, a ginástica cerebral  também faz-se necessária, a fim de mantermos o nosso cérebro ativo.



       


SOBREENDIVIDAMENTO

         
         Recebi um email pedindo para clarificar o que é sobreendividamento, em atenção a esse, abordarei o assunto.

            O sobreendividamento acontece quando a pessoa tem muitas dívidas e não consegue mais quitá-las, perdendo o controle de sua situação financeira, passando a ser um problema de ordem jurídica.

            É comum a pessoa que está sobreendividada ter problemas com cheque sem fundo, títulos protestados e ações judiciais. O ideal é não deixar chegar nessa situação, mas se isso acontecer, pare tudo e peça ajuda para alguém que possa orientá-lo para sair da situação em que se encontra.

            Quando a pessoa consegue reconhecer e aceitar que está endividado, é o momento de “pisar no freio” e rever todas as suas despesas, até mesmo aquelas que julgam indispensável. A ideia não é que a pessoa se prive de ter as coisas, mas que planeje para adquiri-las.

            Evitar chegar nessa situação é o mais prudente, mas se não conseguir evitar o sobreendividamento, peça ajuda e pare de comprar o que não é necessário imediatamente.




segunda-feira, 9 de julho de 2012

A VERDADE ABSOLUTA

    
             É incrível, mas existem pessoas que acreditam que a sua verdade deve ser aceita pelos outros, pois a percebem como sendo a única. Isso demonstra o quanto à pessoa é fechada, que tem um pensar pobre, uma visão limitada, pois não consegue ver as diversas facetas que todas as situações nos oferecem. Tudo depende do ângulo que estamos olhando para a situação.

            Podemos ter uma opinião formada sobre qualquer situação, entretanto, não dá para achar que ela seja uma verdade absoluta. Até poderá ser, mas para nós. Impor de forma incisiva a sua visão pode ser uma demonstração de ignorância. É preciso saber que nunca iremos deter todos os conhecimentos e que os outros podem saber algo que desconhecemos. Aprendemos até mesmo com pessoas que tem uma formação inferior a nossa, basta estarmos abertos para isso.

            É preciso saber lidar quando nos defrontamos com os “donos da verdade”, porque não é fácil. Qualquer colocação que fazemos, pode se tornar motivo para discussão e aí precisa se avaliar se vale à pena ou não discutir com uma pessoa de mente tão fechada. Confesso que prefiro ficar na minha, apesar de ficar extremamente incomodada, mas penso que não vai somar nada na minha vida ou na dela, já que tem uma capacidade de visão, de compreensão limitada.



           

           

domingo, 8 de julho de 2012

ENDIVIDADO ATIVO

       
         O endividado ativo é aquele que constantemente contrai uma dívida, mesmo quando sabe que não seria o momento mais apropriado para contraí-la, mas como necessita colocar-se na condição de devedor, deixa a impulsividade agir. Também tem os casos daqueles que em função de ter um rendimento menor, precisam manter-se endividados para poder atender suas necessidades básicas, nesses casos, o endividamento é justificável.

            Os casos preocupantes são das pessoas que tem um bom salário, mas mesmo assim não conseguem sair do endividamento. Isso demonstra a falta de planejamento e de controle que tem. São pessoas movidas pelo princípio do prazer, que estão em busca de uma satisfação imediata, que necessitam estarem toda hora presenteando os outros, que quando tem dinheiro, logo dão um jeito de gastar e ficar sem, como se o dinheiro fosse seu inimigo.

            Geralmente são pessoas que estão presas as questões de status, que tem como discurso a necessidade de manter um  bom padrão de vida, sem se darem conta que estão mantendo, na realidade, um pseudo-status. Não conseguem parar para analisar o que motiva a funcionar dessa forma. São partidários de que se não fizerem dívidas não conseguirão adquirir as coisas e aproveitar a vida. Isso é algo que se tornou muito forte em nossa sociedade, ou seja, as pessoas resolveram viver um mundo que não lhes pertence, pagando um preço alto por isso, em todos os sentidos. Infelizmente, quando se dão conta já estão na condição de sobreendividados, tornando-se mais difícil de reverter o quadro.

           

           

sábado, 7 de julho de 2012

CRISE NA SAÚDE

         
           Falar sobre a crise na saúde já se tornou algo corriqueiro, mas precisa-se pensar o motivo que está contribuindo para isso. Culpar o governo é uma bela forma que as pessoas encontram de transferir a sua responsabilidade para as instâncias governamentais, não que essas não tenham a sua parcela de culpa. Afinal precisamos de profissionais bem remunerados, com capacitação, com boas condições de trabalho para poderem dar uma assistência qualificada à população, mas infelizmente essa não é a realidade.

            Observa-se nos últimos tempos que as emergências dos hospitais são procuradas, na maioria das vezes, para atenderem casos que podem ser tratados nos consultórios médicos (para quem tem convênio) ou nos postos de saúde (pacientes do SUS). Entretanto, as pessoas não querem usar o seu horário de trabalho para ir ao médico (direito que qualquer pessoa tem), pois teme desagradar o seu empregador. Com isso, as emergências têm que dar conta de pessoas que estão com crise de amidalite, renite, resfriado ou gripe (doenças características dessa época do ano), com problemas de coluna, entre tantas outras coisas que não cabe enumerar aqui.

            Falta a conscientização das pessoas que na saúde se trabalha com a prevenção. Não se pode esperar a doença se instalar para depois procurar ajuda. É fundamental que as pessoas façam um check-up anual, que ao perceberem algum sintoma procurem um profissional que possa ajudá-lo, que não fiquem se automedicando, isso só agrava o problema.

            Escuto muito as pessoas dizerem que não vão ao médico porque “quem procura acha”, isso só demonstra a falta de conhecimento e o descuido que tem para consigo. Toda doença física ou mental diagnosticada no início tem um melhor prognóstico, o que não pode deixar, é que ela cronifique.

            Não cuidar da saúde, tanto física como mental, é uma das muitas formas que as pessoas têm de se autodestruírem. Como a projeção é uma das características das pessoas que têm esse funcionamento, pois não se julgam responsáveis por nada que lhes acontece, esperam o quadro agravar, para irem buscar ajuda nas emergências. Dessa forma, podem se vitimizar, visto não receberem o tratamento que julgam serem merecedores, reclamam dos profissionais, pois acham que não lhe dão a atenção adequada, por não supervalorizam os seus sintomas, não reforçando os seus ganhos psicológicos que estão por trás dessa situação. Sem falar daqueles que aproveitam a oportunidade para chamarem a imprensa e aparecerem nos meios de comunicação, mostrando o quanto a instituição governamental (que nesses casos tem a função de pais) os abandona, colocando-os em situações de total vulnerabilidade.

            Muitas das situações que vemos noticiadas na mídia sobre o caos na saúde é de responsabilidade do governo, mas da população também. Reforço, saúde é prevenção. Pessoas que tem estilo de vida saudável, que fazem atividade física, que cuidam alimentação, que realizam um check-up, que não fazem uso e nem abuso de álcool e drogas, que tem uma boa noite de sono, que não se estressam por qualquer coisa, que ocupam o seu tempo com coisas que somem na sua vida, que tem uma crença religiosa, dificilmente irão buscar ajuda em uma emergência de hospital.

            Portanto, faça a sua parte, desenvolva o hábito de realizar um check-up anual, quando o sintoma aparecer procure o médico, não espere ele aumentar, crie hábitos saudáveis para sua vida e converse com os seus amigos, conhecidos, vizinhos e colegas sobre isso. Assim estará contribuindo para ajudar a diminuir o caos da saúde pública. Se cada um fizer a sua parte, talvez tenhamos um sistema de saúde mais saudável.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A DIFICULDADE DE ASSUMIR QUE ESTÁ ENDIVIDADO

           
          Não são poucas as pessoas que acabam entrando no sobreendividamento porque não conseguem assumir que estão endividadas. Geralmente são os devedores ativos, ou seja, aqueles que passam a vida toda rodeados de dívidas, chegando muitas vezes fazer um financiamento para quitar outro e assim vão.

            As dívidas contraídas não são para aquisição de patrimônio, para a realização de um curso, na maioria das vezes são para a compra de produtos que lhe darão uma satisfação imediata, mas que logo passa, quando não se arrependem. Nesses casos, fica evidenciado a dificuldade que a pessoa tem de lidar com o dinheiro, dando-nos a impressão que precisa se livrar logo dele.

            Às vezes, a pessoa tem consciência que não deveria comprar, no entanto, não consegue conter o impulso e acaba gastando o que não poderia, visto seu orçamento estar mais do que estourado. São nesses momentos, que se valem das contas mentais, já que essas sempre lhes favorece. Acreditam que conseguem controlar a situação, só que quando se dão conta, já estão sobreendividados.

            A única forma de sair dessa situação de endividamento é a pessoa assumir que tem problemas para lidar com o dinheiro, que não sabe ser um bom gestor de suas finanças, que é um consumidor compulsivo.  A partir do momento que assumir a sua condição de endividado, conseguirá buscar ajuda, em alguns casos, até um tratamento psicológico. O princípio básico para sair do endividamento é o mesmo do alcoolista e do dependente químico, ou seja, aceitar que tem problema e buscar ajuda, a fim de reverter à situação.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

QUAIS OS TIPOS DE RELACIONAMENTOS QUE PODEMOS ESTABELECER COM O DINHEIRO

         


            Para entendermos melhor um dos fatores que contribuem para o endividamento das pessoas, é importante conhecermos os tipos de  relações que elas estabelecemos com o dinheiro. Por isso, serão expostos de forma sucinta, os quatro tipos considerados pela especialista Victoria Collins. Claro que ninguém está isento de um deles,  podendo, inclusive, se enquadrar nos quatro tipos, porém tem que se verificar qual que prevalece.

            - Relação de Segurança: não consegue lidar com os imprevistos, ficando muito angustiada quando esses acontecem. É aquela pessoa que precisa ter um emprego que lhe dê segurança, que no final do mês tenha o seu salário depositado em sua conta. Só faz investimentos seguros e tradicionais, jamais irá aplicar seu dinheiro na bolsa de valores. Geralmente é uma pessoa controladora, podendo ser visto pelos outros como avarento.

            - Relação de Liberdade: essa relação se opõe à anterior. Tudo o que a pessoa busca é satisfazer o seu desejo, obtendo o prazer imediato. A pessoa percebe o dinheiro como uma forma de obter liberdade e viver emoções. Geralmente não se preocupa muito em ter alguma reserva financeira, vive o aqui e o agora.

            - Relação de Poder: esse tipo de ralação se identifica naquelas pessoas que acreditam que por meio do dinheiro conseguem dominar as relações, controlar as situações e que são capazes de ter suas realizações pessoais concretizadas. São pessoas que sentem a necessidade de estar no comando, preocupam-se com o status, com a percepção das outras pessoas em relação a sua pessoa, são exigentes consigo e com os outros. Verifica-se que o domínio, a coerção e a chantagem prevalecem nessas relações.

            - Relação de Convivência: a pessoa usa o dinheiro para fortalecer o relacionamento com os amigos, família, companheiros, colegas, mostrando-se compreensiva,  colaborativa, generosa. Deixa explicito nos seus relacionamentos que o dinheiro que tem é para ajudar os outros a terem uma vida mais confortável. Percebem-se como pessoas extremamente caridosas e altruístas, apesar de gostarem que o outro o que reconheça, valorize e o aceite.








terça-feira, 3 de julho de 2012

POR QUE NÃO ME RESPEITAM?

            Com muita frequência escuto essa pergunta no consultório e normalmente ela vem acompanhada de sofrimento, quando não de lágrimas. A resposta é simples, porque você não se respeita. As pessoas fazem conosco aquilo que permitimos que elas façam,  obviamente que essa permissão, na maioria das vezes, é inconsciente. Existem casos que as pessoas têm consciência, mas que não conseguem se posicionar.

            O respeito se dá pela nossa postura frente à vida, pela maneira como conduzimos as coisas, pela forma como nos posicionamos frente a determinadas situações, pelas nossas atitudes, pelo nosso comportamento, pela forma como estabelecemos relações e como interagimos com as pessoas.
            Um filho respeita o pai pelo exemplo que ele lhe dá, pela segurança que ele lhe transmite, pelas suas atitudes. Nos dias atuais, o respeito em muitas famílias ficou num passado longínquo, visto que as pessoas que deveriam dar os exemplos acabam tendo um comportamento mais infantilizado que os filhos.  Gritam, dizem palavrões, não respeitam regras, não transmitem valores, se colocam na mesma posição do filho, inclusive aplaudindo quando esse o imita.
            Nas relações profissionais não transmitem segurança ou agem de forma não muito idônea, deixando transparecer sua insegurança.
            O respeito não é algo que se impõe, mas se conquista. Para que a pessoa seja respeitada, primeiramente ela precisa se respeitar, conhecer suas limitações, reconhecer os seus pontos fortes e fracos, aceitar os seus  defeitos, saber dizer não, quando necessário, de forma firme, ser crítico em relação a sua pessoa e sobre o ambiente, confiar em si e no seu potencial, se posicionar de forma segura frente as situações, não ficar cheio de “dedos” quando se fizer necessário dizer algo que possa desagradar o outro, mas que é importante ser dito. Com isso, não só conseguirá se respeitar, mas também conquistará o respeito dos outros.           

segunda-feira, 2 de julho de 2012

SABER RESPEITAR O SEU LIMITE

              
           É difícil saber até quando suportamos certas coisas e com isso, acabamos ultrapassando o nosso limite de tolerância. O medo de dizer não, de não ser aceito, do que o outro vai pensar sobre nós, acaba fazendo que toleremos coisas que não queremos e acabemos nos agredindo.

            Saber dizer “não” é fundamental, apesar de parecer difícil.  Poder se posicionar, falar o que pensa, dizer o que gosta ou não, fazer o que tem vontade é essencial para se manter em equilíbrio. A pior coisa é ter que fazer aquilo que não se quer, para agradar alguém. Isso é muito comum se ver entre os jovens, os pais projetam para os filhos, o sonho que não realizaram e querem que esses o realizem.  De forma egoística, esquecem que o filho tem a vida dele e por isso, também tem o direito de sonhar.

            Respeitar o seu limite é saber se respeitar. É saber a hora que precisa parar, a hora que não pode mais assumir nenhum compromisso, é não escutar e ficar quieto com aquilo que não concorda ou lhe agride, é saber que tem o direito de não querer fazer as coisas, é dizer “não” mesmo sabendo que poderá desagradar o outro.

            Não temos como dar conta de tudo e de todos, por isso precisamos sempre avaliar se a situação que estamos nos envolvendo, merece ou não que canalizemos nossas energias para ela. É comum as pessoas investirem em coisas que não lhe agregam valores, pelo contrário, só lhe desgastam. Entretanto, para isso, a pessoa precisa se conhecer, saber até aonde aguenta as solicitações que lhe são feitas, o que quer para sua vida, a sua ideologia e se posicionar, caso contrário, viverá como uma marionete nas mãos dos outros.

domingo, 1 de julho de 2012

TRANSVALORAÇÃO DE TODOS OS VALORES

            
            Cada vez mais tenho que concordar com a idéia da “transvaloração de todos os valores” que Nietzsche pregava, ou seja, o humano precisa transmutar todos os valores medíocres, decadentes, a fim de invertê-los, para que tenhamos pessoas mais fortes, autênticas, que amem esta vida, que gostem do mundo em que vivem,  que não tenham a preocupação de estar competindo com os outros, que não precisem ficar preocupados em se vingar, em destruir o outro.

            Infelizmente não tenho como negar que a hipocrisia, a falsidade, a competitividade estão muito presentes na vida das pessoas, deixando-as cada vez mais vazias. A pobreza do ser humano é algo preocupante, pois o que estão passando para as crianças e jovens com quem convivem? Temos uma juventude egocêntrica, que desconhece o que é educação, o que é responsabilidade, o que é comprometimento, o que é respeito, mas como exigir isso deles, se os adultos não conseguem transmitir?

            Percebe-se que cada vez mais as pessoas têm a necessidade de se esconderem no meio da multidão, com medo de ter que enfrentar a solidão. A solidão assusta porque é o momento em que o humano se despe diante de si, que se torna juiz de si mesmo, que o obriga ver quem ele é. Esse momento só consegue viver quem realmente é forte, quem busca o autoconhecimento, quem deseja superar os desafios que a vida lhe oferece, quem tem o desejo de crescer e se fortalecer como pessoa. Aquele que consegue isso consegue também, transvalorizar seus valores, superando a mediocridade que toma conta dessa sociedade adoecida em que vivemos.