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domingo, 30 de setembro de 2012

SÃO ATITUDES COMO ESSAS QUE AFASTAM OS CATÓLICOS DA IGREJA

    
             Fiquei pasma ao entrar na Capela do Divino e me deparar com um cartaz no velário onde diz: “as velas deverão ser compradas na loja da Igreja, as que não forem adquiridas ali, serão imediatamente colocadas no lixo”. Não queria acreditar no que estava lendo, achei que não era verdade, mas infelizmente é o que está lá, para quem quiser ver.

            Outro dia comentava que fiquei chocada quando um pastor de uma determinada Igreja me disse que Jesus cristo era um comércio, o que fiz questão de lhe responder, que isso era na Igreja dele. Passado quinze dias, me defronto com um comércio de velas na Capela do Divino, ou seja, isso também ocorre na Igreja em que comungo. Só aquelas pessoas que podem pagar um valor inflacionado pelas velas é que tem o direito de acender vela? Eu posso pagar, mas aquele que não tem, perde o direito de acender sua vela nessa capela?

            São atitudes como essas que levam as pessoas se afastarem da Igreja católica, falarem mal, porque nem todos têm a compreensão de que isso não pertence a Cristo. Isso é um comportamento de pseudos cristãos, para não dizer de fariseus. Essa atitude capitalista da Capela do Divino serve como um exemplo clássico para que as pessoas entendam, quando se diz que a Igreja é Santa e Pecadora. Santa porque é a casa de Deus, porque Cristo se faz presente e pecadora por causa dos homens, que cometem pecados como esses.

            Essa atitude, que parece ser endossada pelo pároco dessa Capela, pois permitiu a colocação do cartaz, é totalmente discriminativa, indo na contramão dos princípios cristãos. Cristo nunca privilegiou os ricos, muito pelo contrário, seu olhar é de baixo para cima, ou seja, para os pobres, para os estrangeiros, para os discriminados, para os que sofrem. Só que esses não podem professar sua fé, acender sua vela na Capela do Divino, pois não são bem vindos.

            O absurdo é tão grande, que fica uma pessoa na Capela cuidando para ver se a vela foi ou não comprada na loja, pois se não foi, ela é apagada e colocada no lixo. Questiono não apenas o comportamento do leigo, mas do pároco que permite isso. Gostaria de saber qual será o princípio cristão desse pároco.

            Apesar de não ser a paróquia que frequento, confesso que estou envergonhada e incomodada, com esse cartaz da Capela do Divino, tanto é, que mandei um email para secretaria da Cúria e para Mitra, pois alguma coisa tem que ser feita.

            Aqueles que não são católicos desculpem o meu desabafo, mas enquanto católica praticante não posso calar frente a esse absurdo, fazendo de conta que não vi ou tratando isso com naturalidade, até porque esse não é meu perfil.

            Enquanto tivermos padres que apóiem esse tipo de comportamento dentro da sua paróquia, a Igreja vai continuar perdendo fiéis. Lamento pela Capela do Divino.

sábado, 29 de setembro de 2012

QUANDO O ASSUNTO É HUMANO, TUDO QUE PODE SER, PODE NÃO SER

     
         Ainda nos surpreendemos frente às atitudes de algumas pessoas, nos decepcionamos, nos alegramos, ficamos magoados, com raiva, tristes, felizes e vários outros sentimentos poderiam ser citados aqui, mas tudo isso acontece, porque, enquanto humanos, somos imprevisíveis. Nunca sabemos qual vai ser a reação do outro, frente a nossa ação, mesmo que acreditemos que conhecemos a pessoa.

            Por que disso? Porque quando falamos de humanos, falamos de sentimentos, de emoções, de inconscientes e quando se trata desses atributos e do inconsciente, tudo aquilo que pode ser, pode não ser.

            Acreditamos que agimos de forma consciente, mas isso não passa de um engano, pois somos movidos pelo inconsciente. Nossos desejos, nossas ações, nossos pensamentos tem origem no inconsciente e se dão a partir de informações que temos registradas. Por isso, é que repetimos situações. Muitas vezes, temos a sensação que a nossa vida é cíclica e é, porque caímos nas armadilhas que o inconsciente nos prepara.

            Quem não conhece alguém que já viveu uma situação e passado um tempo vive novamente? Na área financeira, isso é muito comum. As pessoas se endividam, sofrem para pagar as dívidas e afirmam que nunca mais irão viver aquela situação. Não leva muito tempo, estão de novo endividados. O mesmo acontece quando temos um mal súbito, afirmamos que após investigar o que tivemos, vamos começar uma atividade física, vamos cuidar a alimentação, as horas de sono. De posse dos resultados dos exames, as promessas feitas são esquecidas e tudo volta ao que era antes.

            A única forma para não repetir situações é conhecer os registros que temos armazenado no inconsciente, isso só é possível por meio de análise ou de psicoterapia e mesmo assim, às vezes, quando nos damos conta, estamos revivendo uma situação. Isso acontece quando baixamos aguarda e não prestamos muita atenção no que o inconsciente está nos preparando.

            Portanto, aquele “papo” de que mudei, que agora tudo vai ser feito diferente, que não vou ser mais "mané", que não vou me deixar levar pelos outros, pode ir por água abaixo, se não estivermos atentos a forma como as situações se apresentam e a maneira como iremos lidar com elas.

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

PÉSSIMO NEGÓCIO

      
            Acabo de receber um email “reclamando” que faz algum tempo que não escrevo sobre questões financeiras e pedindo o meu parecer sobre uma operação que a Susete (nome fictício) acaba de fazer.

            Não sou a melhor pessoa para avaliar operações financeiras, pois a minha formação é em psicologia e não em economia, mas dentro do que venho estudando dentro da Psicologia Econômica, sinto-me confortável para responder o questionamento feito.

            Susete pensando em fazer um financiamento para comprar um imóvel, que ainda não tem em vista, fez empréstimo pessoal num banco para dar a entrada do imóvel e colocando esse valor na poupança. Não tem previsão ainda de quando irá comprar o imóvel, pois viu que o seu orçamento ficou mais comprometido com o valor da parcela do empréstimo.

            Esse é o clássico negócio feito por impulso, sem planejamento, sem análise nenhuma. É um péssimo negócio. Ficará pagando o empréstimo por 60 meses. O rendimento da poupança é muito aquém ao valor do juro cobrado em um empréstimo pessoal. O rendimento obtido na aplicação de CDB  será um pouco maior do que a poupança, mesmo assim, é bem menor que o juro que está pagando pelo dinheiro que pegou e ainda tem imposto de renda.

            Antes de fazer qualquer negócio, sente com calma, avalie o seu orçamento financeiro, veja se é o momento de assumir mais um compromisso ou se precisa eliminar alguns gastos, para depois, de forma planejada, contrair novas dívidas. Se estiver com dúvidas do que fazer, consulte um especialista na área financeira, mas não saia gastando desordenadamente.

           

terça-feira, 25 de setembro de 2012

FALAR NA MEDIDA CERTA

    
            Escutar não é uma tarefa fácil, principalmente nos dias de hoje, em que as pessoas têm a necessidade de falarem, de exporem seus problemas. Não basta o quanto se expõem nas redes socias, sem avaliarem o risco que correm. Quando encontram alguém, precisam falar, mesmo que estejam conhecendo a pessoa naquele momento.

            Percebo isso no dia-a-dia, nos locais mais variados, em momentos diversos e isso é algo que tem me chamado atenção. Às vezes, saio para tomar um café e bater um papo, ou até mesmo, só tomar um café e dar uma “oxigenada” no cérebro e acabo na condição de ouvinte, não por opção, mas porque não encontro espaço para falar ou para ficar quieta. Pensava que isso só acontecia comigo, em função da minha profissão, mas felizmente vejo que não.

            A impressão que tenho é que as pessoas falam com a sensação de que assim ficarão mais aliviadas, mas não percebem o peso que estão jogando para cima dos outros. A necessidade de falar é tanta, que não são capazes de respeitar o espaço do outro e de saber se ele está disposto a lhe ouvir. O pior de tudo, é que quando terminam de falar, sem dar tempo para que o outro verbalize alguma coisa, já vão saindo, pois tem algo para fazer e quem estava ali ouvindo, ainda meio estonteado com tudo que ouviu, não sabe o que fazer, se vai embora ou se continua sentando, dando um tempo para elaborar toda aquela avalanche de informações que lhe foi jogada.

            Vejo isso como uma falte de respeito, de deselegância para com o outro, pois se convido alguém para tomar um café, bater um papo, tomar um vinho, escutar uma música, penso que é para que haja uma troca de assuntos variados, para ter um momento descontração, para dar risada, dizer bobagem poder viver as coisas que alimentam a nossa saúde mental. Infelizmente não é isso que acontece, às vezes, esses momentos acabam se tornando desagradáveis, pois as pessoas só falam de seus problemas. Isso contribui, para que esses encontros não aconteçam, pois ao invés de ser algo prazeroso, acaba por se tornar desagradável.

            Mais desagradável ainda, é quando pegamos um livro e sentamos numa cafeteria, a fim de curtir o ambiente, de ler, de escutar uma música, saborear um café e senta alguém na mesa ao lado e resolve puxar assunto. Às vezes, para não ser desagradável, acabamos conversando e nos agredindo, pois não era aquilo que queríamos fazer. Nessas ocasiões, devemos prestar atenção como estamos nos sentindo naquela situação. Se a sensação for de desconforto, não temos que ter  nenhum constrangimento em pedir licença e continuar a leitura, fazendo aquilo que nos propusemos. Devemos fazer isso sem culpa, pois já demos atenção, já disponibilizamos um pouco do nosso tempo para aquela pessoa.

            Vocês podem questionar, mas falar não é algo bom? Os psicólogos não recomendam que a gente fale? Sim, recomenda-se que as pessoas falem, se comuniquem, desde que seja na medida certa e aí vai do bom senso.

                       

domingo, 23 de setembro de 2012

DEPRESSÃO NA INFÂNCIA PODE REPERCUTIR NA VIDA ADULTA

        
 

            Vou aproveitar para falar sobre esse assunto, já que foi o que abordei na entrevista que concedi para o programa Pampa Saúde, na semana que passou.

            Por incrível que pareça às pessoas ainda não levam muito a sério a depressão infantil, pois acreditam, que a criança não tem depressão. Isso é algo do passado, criança tem depressão sim.

            Crianças que são rejeitadas, ainda no período gestacional, que sofrem agressões físicas ou psicológicas, que não tem a atenção necessária por parte dos seus cuidadores, podem vir a desenvolver um quadro de depressão.

            A função materna, independente de quem a exerce (mãe, tia, avó e até mesmo o pai), é fundamental para que a criança tenha um desenvolvimento psíquico saudável. Na primeira infância, período que vai de 0 a 6 anos e que já é decisório para formação da personalidade, é primordial o olhar materno. Crianças que têm suas necessidades atendidas, que são amadas, que se sentem acolhidas pela mãe, nesse período, têm maior chance de se tornar um adulto tranquilo, equilibrado, estável.

            Muitas vezes, se percebe os primeiros sinais de depressão na criança, quando ela começa sua vida escolar. Frente às dificuldades que tem que enfrentar, começa a ficar envergonhada, se sentir incapaz e acaba por se isolar, a não querer ir à escola, a chorar sem um motivo aparente, entre outros sintomas. Até mesmo a agitação motora pode aparecer e ser confundida com a hiperatividade, daí a importância do diagnóstico diferencial.

            A depressão que se manifesta na infância, quando não tratada adequadamente, poderá se prolongar até a vida adulta, causando-lhe sérios prejuízos. Identifica-se isso nos pacientes distímicos, que tiveram os primeiros sintomas de depressão na infância e que permanecem até a vida adulta.

Fazer diagnóstico de depressão na infância não é algo muito fácil, pois a criança tem dificuldade de falar dos seus sentimentos e até mesmo de nomeá-los. A depressão na criança pode estar em comorbidade com outras patologias.

            O índice de depressão na infância é preocupante, pois segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos anos, o número de diagnóstico entre crianças de 6 a 12 anos, passou de 4,5 a 8%, o que significa um problema ascendente. Cabe salientar que 70% dos adultos que apresentam quadro de depressão crônica, tiveram inicio na infância.

            Portanto, é importante que estejamos atentos aos sintomas que a criança apresenta.  Quando os pais perceberem que algo não está bem, que a criança começou a apresentar algumas alterações no comportamento, isolamento, choro fácil, irritabilidade, insônia ou hipersonia, alteração no apetite, desinteresse pelo brincar, etc., devem procurar ajuda de um profissional, antes de acharem que a criança esta agindo assim para chamar sua atenção. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor o prognóstico.

sábado, 22 de setembro de 2012

RESILIÊNCIA: é algo que todo mundo tem?

  
Não, porque nem todas as pessoas têm a capacidade de lidar com situações adversas e superá-las. A pessoa resiliente é aquela que passa por problemas como todo mundo, mas que não tem a reação igual à de todos, por mais forte e traumática que seja a situação, consegue superar.

O resiliente é aquele que mesmo quando tem uma doença grave, mantém-se forte, buscando recursos para se tratar, ao invés de ficar se lamentando. É aquele que quando perde o emprego, não se desespera, pois vê como uma oportunidade para desenvolver uma nova atividade profissional. É a pessoa que não se deixa derrubar, pelas peripécias que a vida lhe oferece.

A resiliência pode ser desenvolvida, pois se trata de um atributo da personalidade. Para tanto, a pessoa precisa estar disposta a rever a sua maneira de funcionar. Se você é daquele tipo que se ofende por qualquer coisa, como por exemplo, fica chateado porque um vizinho não o cumprimentou, precisa rever esse seu jeito de funcionar, tornando-se mais flexível, mais tolerante, não se deixando abalar por coisas pequenas. Sempre que você se depara com problemas, existe uma desintegração psicoemocional, isso deve ser evitado, pois lhe gera um desgaste psíquico.

Para encarar a vida de forma mais saudável e com resiliência, existem sete fatores que devem ser observados e que podem ser desenvolvidos. São eles: administração das emoções, pois ajuda a desenvolver habilidade para não perder o equilíbrio frente a um problema; controle de impulsos, não se deixando levar apenas pelas emoções, procurando agir pela razão; otimismo que é a capacidade que a pessoa tem de ver as coisas com outros olhos, acreditando que vai melhorar; análise do ambiente que é conseguir buscar a raiz do problema a fim de solucioná-lo; empatia é a capacidade de poder se colocar no lugar do outro e sentir as suas emoções; auto-eficácia, ou seja, acreditar que você é capaz de resolver o problema e por fim, alcançar pessoas, que nada mais é do que a sua capacidade de se relacionar.

O termo resiliência tem sua origem na física e se reporta a capacidade dos materiais de resistirem aos choques.  Ao ser usado pela psicologia, passou por algumas reformulações e hoje representa a capacidade que o ser humano tem de sobreviver a um trauma. É a resistência do individuo para reconstruir sua vida.

Sabe-se, no entanto, que ninguém é resiliente sozinho, que as pessoas precisam de uma rede de apoio, que pode ser a família, os amigos ou até mesmo o terapeuta. A rede de apoio vai ajudá-lo a passar pela situação traumática, superando as dificuldades e voltando a ser o que você era antes do trauma. A etiologia da palavra resiliente vem do latim, resilire e significa recusar, voltar atrás.

Portanto, a resiliência é atributo que pode ser desenvolvido,  levando-o a encarar os problemas de outra forma, superando os traumas, ajudando-lhe a retomar sua vida, livrando-o do estresse e permitindo que viva de forma mais saudável, libertando-se dos sofrimentos causados pelo trauma.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DESCULPEM


A vocês que visitam o meu blog, minhas desculpas por não atualizar a postagem hoje, mas a preguiça mental está grande. Conto com a compreensão de vocês. Amanhã estará atualizado.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CHA


 

            Não pensem que esqueci o acento da palavra, é que não estou me referindo à infusão das folhas das teáceas, mas sim, de Conhecimento, Habilidade e Atitude, que são três características importantes, não apenas para vida profissional, mas para pessoal também.

            É por meio do conhecimento que conseguimos clarificar nossas dúvidas e conhecermos aquilo que ainda nos é desconhecido. Esse não é adquirido apenas nos bancos de faculdade, mas no nosso dia-a-dia com as pessoas, nos livros, nos jornais, na internet (sites confiáveis), visitando outros estados ou países para conhecer a sua cultura, nas redes sociais, etc. Hoje em dia o acesso as informações está muito facilitado, basta à pessoa querer se interar do que está acontecendo. O conhecimento é fundamental para a nossa vida social e profissional.

            Nada mais desagradável do que ficarmos ao lado de alguém que tem um conhecimento muito limitado. Fica difícil estabelecer um diálogo com pessoas desinformadas ou que se limite a falar da sua área. Não esquecendo, que também cruzamos com pessoas que só falam de novelas ou das tragédias que viram na televisão. A pessoa que deseja se dar bem na vida deve antes de qualquer coisa, buscar o conhecimento. Não é mais concebível no mundo atual, pessoas desinformadas.           

            A habilidade é a capacidade que o individuo desenvolve para aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido. A pessoa pode desempenhar uma ação ou ato, que lhe dê bons resultados. Nas relações pessoais é importante usar a nossa habilidade social, assim, temos chances de evitar conflitos.

A atitude é o querer fazer, é arriscar-se, é comprometer-se. Dá-se por meio de sentimentos ou emoções que influenciam o indivíduo, nas suas decisões, respondendo de forma positiva ou negativa, frente a algumas situações. Elas estão muito presas aos princípios éticos, aos valores, as crenças e opiniões.

Conhecimento, habilidade e atitude são características fundamentais para uma vida bem sucedida. É por meio da atitude, que se coloca em prática o conhecimento e a habilidade.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ENTREVISTA


Deixo o convite para quem tiver interesse de escutar a entrevista que concedi hoje, para o programa “Pampa Saúde” (rádio Pampa – AM 970 KHZ) sobre “Como a Depressão na infância pode repercutir na vida adulta”, que irá ao ar, no próximo sábado (22) às 12h.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ALCOOLISMO

     
            Atendendo ao pedido de uma visitante do blog, que me enviou um email, vou dar uma “pincelada” sobre alcoolismo, pois é uma área que não atuo já faz alguns anos, consequentemente, não estou atualizada em termos de tratamento, pois não tenho estudado esse assunto.

            O alcoolismo é uma doença crônica, que tem uma pré-disposição genética e apresenta aspectos comportamentais e socioeconômicos. Caracteriza-se pelo consumo compulsivo do álcool, aonde o indivíduo vai desenvolvendo uma tolerância à intoxicação produzida pela droga e apresenta sintomas de abstinência, provocado pela  ausência da mesma no organismo.

            Quanto ao tratamento, penso que continua sendo feito o processo de desintoxicação sobre orientação médica, sendo que nos casos graves de alcoolismo é recomendável que o paciente interne para desintoxicar, visto correr o risco de convulsionar e ter outras complicações. Não existe cura para os casos de alcoolismo, os índices de recaída são elevados, por isso, se diz que o paciente está em recuperação, quando em abstinência.

            Além da medicação prescrita pelo psiquiatra é recomendável que o paciente faça terapia e participe dos grupos dos Alcoólicos Anônimos, que desenvolvem um belo trabalho e tem um bom percentual de recuperação. O tratamento não deve ser apenas para o usuário da droga, mas também para os familiares, pois estes adoecem junto.

            Tanto a família do alcoolista quanto o alcoolista, devem ter claro que o básico para manutenção do tratamento, além da vontade e do comprometimento para parar de beber, é evitar o primeiro gole.

           

 

domingo, 16 de setembro de 2012

O PAPEL DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA VIDA PROFISSIONAL

    
           Por muito tempo, o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI), mas de um tempo para cá, sabe-se que a inteligência emocional também tem um peso bastante significativo para o sucesso ou insucesso de qualquer pessoa e por isso, passou a ser avaliada no processo seletivo dentro das empresas. Não temos mais como ignorar a sua importância, principalmente quando pensamos na nossa vida profissional, que se dá por meio de relações interpessoais. Sendo assim, pessoas que têm qualidades de relacionamento humano, são compreensivas, solícitas, gentis, afáveis, tolerantes, pacientes, flexíveis, alegres, bem humoradas, tem muito mais chance de obter o sucesso. Até porque, ninguém quer trabalhar junto com pessoas mal-humoradas, agressivas, mal-educadas, etc.

             Mas afinal, o que é inteligência emocional? A inteligência emocional está associada a algumas habilidades que a pessoa tem, como por exemplo, capacidade de motivar a si mesmo, de persistir frente às dificuldades e frustrações, de não agir pela impulsividade, de identificar e canalizar suas emoções para situações que sejam necessárias, de ter a capacidade de motivar pessoas, ajudando-as a demonstrarem seus talentos e também de comprometer-se com objetivos de interesses comuns. Claro, que para isso acontecer, é necessário que a pessoa se conheça emocionalmente, sabendo identificar e nomear os sentimentos que lhe ocorrem. Outro ponto a ser observado é o controle emocional, ou seja, ter habilidade para lidar com os seus próprios sentimentos, procurando adequá-los as situações.

             A auto-motivação também é um ponto importante dentro da inteligência emocional, pois faz com que a pessoa dirija suas emoções para um determinado foco, indo ao encontro do mesmo. Isso também serve para vida pessoal.

            Esses atributos, que acabamos de ver, contribuem para que a pessoa consiga reconhecer e saiba lidar com as emoções das outras pessoas, possibilitando entendê-las melhor. A essa capacidade de entender a forma como outro reage, frente algumas situações de trabalho, o que os motiva, o que os leva a trabalhar de forma cooperativa ou não, dá-se o nome de Inteligência Interpessoal.

            Como assim, começamos falando de inteligência emocional e terminamos falando em inteligência interpessoal? Sim, pois existem vários tipos de inteligência como, por exemplo: a inteligência verbal ou linguística; a inteligência espacial; a inteligência intrapessoal, inteligência competitiva, muito usada nas empresas, entre outras. Todas elas estão interligadas, todas são importantes, mas precisamos ter claro que a inteligência emocional se destaca, pois ela influencia diretamente a nossa vida profissional, pessoal e afetiva.

 

 

 

 

 

 

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sábado, 15 de setembro de 2012

FÉ E SAÚDE

     
 

            Nos últimos dias, muito tem se falado sobre espiritualidade e saúde, tendo sido, inclusive, promovido um evento em Porto Alegre, nessa semana, por um cardiologista, sobre a influência da espiritualidade na saúde. Confesso que sempre que ouço falar sobre esse assunto, fico um tanto desconfortável e lembro-me de dois mestres que tive (teólogos), que certa vez me disseram para ter cuidado com esse tema, porque as pessoas estavam abordando-o a partir de um conhecimento empírico.

            Na época, fiquei com algumas interrogações em relação à fala deles, mas no decorrer do meu mestrado, fui entendendo melhor as colocações que haviam feito e passei a lhes dar razão. Afinal o que é espiritualidade? Pode se dizer que é a forma de se viver a fé, mas o que é fé? A fé é a atitude interior daquele que crê. Tanto a origem da palavra fé (emunah) quanto da palavra crer (he’èmîn), vem do hebraico e significa firmeza, persuasão.

            A fé está relacionada com o nosso jeito de ser, portanto, cada pessoa irá manifestá-la de um jeito e essas diversas maneiras de expressar a fé é que podem ser compreendidas como espiritualidade. Por essa razão, é que temos vários tipos de espiritualidade dentro da mesma religião.

            Por isso, prefiro falar que a fé do paciente poderá ajudá-lo a melhorar seu prognóstico, principalmente se ele exercê-la de forma saudável, sem fanatismo, independente da religião que ele pratica. Vejo isso em meu consultório diariamente. Pessoas que têm fé e que a exercem, tem um bom prognóstico, pois são firmes no seu tratamento, levam a sério, se comprometem e acreditam que vão sair do quadro de sofrimento em que se encontram.

            A fé de uma pessoa, apesar de não poder ser mensurada, pode ser vista por meio do seu comportamento, da maneira de se relacionar com as pessoas, na forma de enfrentar os problemas que surgem no seu caminho, pois na ficam se lamentando, pelo contrário, procuram encontrar soluções.

            Portanto, sendo a espiritualidade a forma de viver a fé, não podemos querer engessá-la dentro de um conceito, pois é algo subjetivo. Devemos é entender que cada um tem o seu jeito de viver a sua fé e consequentemente a sua espiritualidade, não nos cabendo o direito de julgar.

             Agora, de uma coisa não podemos duvidar, a pessoa que tem fé recupera-se mais rápido das doenças, mas não podemos confundir fé com religião, afinal são coisas distintas. Existem pessoas que não saem de dentro, do local onde se desenvolve o rito, mas não tem fé, pois frente a qualquer dificuldade, abandonam a religião e começam a questioná-la.

 Na área da saúde mental, foram realizadas pesquisas, cujos resultados apontam que 70% das pessoas que sofriam de depressão, mas que exerciam a fé apresentou um bom prognóstico, em um curto espaço de tempo. Sendo assim, resta dizer que fé e saúde caminham junto.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SEPARAÇÃO EMOCIONAL X SEPARAÇÃO CONJUGAL

    
A separação emocional, não acontece junto com a separação conjugal, por isso é que os sentimentos de traição, de raiva, de decepção, de desilusão, de vingança, de tristeza ficam gerando um desconforto muito grande nas pessoas quando se separam. A dificuldade de lidar com a dor da separação e com esses sentimentos que lhe são despertados, muitas vezes, até de forma inconsciente, faz com que surja o desejo da vingança. A maneira que encontrão para atingir o outro é envolvendo os filhos.

            Numa separação, quando existem filhos, dificilmente o vínculo entre o ex-casal conseguirá ser rompido, devido à necessidade de falarem sobre as coisas que desrespeitam a eles. Isso pode fazer com que os aspectos emocionais sejam reativados, gerando situações de conflito para o ex-casal. Nesses momentos, o sentimento de frustração, de culpa, de raiva, pelo o casamento não ter dado certo podem ser projetados para os filhos. Também é frequente vermos um dos cônjuges atuarem no comportamento, se mostrando como o “bonzinho” para o filho e colocando o outro como um pai/mãe displicente, negligente, relapso, etc.

Nos casos de separação litigiosa é comum ver as possíveis falhas e críticas contra o ex-parceiro serem apontadas, principalmente no que tange a educação dos filhos. Em alguns casos, as acusações são tantas, que chega ao ponto de questionarem os valores morais, a sanidade mental do ex-parceiro, com o objetivo de desqualificá-lo. Isso demonstra o descontrole emocional do casal, que não percebe o quanto estão depondo contra si, pois até pouco tempo, viviam com essa pessoa que agora querem transformar num monstro. Também a briga acirrada pela guarda dos filhos, os inibe de enxergarem os prejuízos que estão ocasionando para eles, pois só conseguem viver e pensar os seus sentimentos, as suas emoções de forma irracional.

            É comum identificar nos filhos, em que os pais estão num processo de separação litigiosa, um distúrbio que pode se manifestar por uma forte campanha de difamação contra um dos genitores, sem que haja um motivo para isso. Se pedirmos para a criança explicar, não conseguirá, pois desconhece as causas, visto não se dar conta que lhe foi feito uma lavagem cerebral, por parte de um dos pais, para que rejeite, odeie e não queira contato com o outro. A esse distúrbio desenvolvido pela criança, se dá o nome de Síndrome de Alienação Parental.

            Vemos que a criança que vive essa situação é vítima do descontrole emocional dos pais, por ocasião da separação conjugal. Além de ter que viver o luto do afastamento de um dos pais, do seu dia-a-dia, precisa “dar conta” das emoções daquele com quem ficou. Será que os pais têm o direito de fazer isso com o filho? Esse questionamento fica para pensarem.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

CONVITE A PENSAR

   
Como não tive tempo para elaborar nenhum artigo para postar, resolvi deixar o Poema “Felicidade” do Fernando Pessoa, como um convite para pensar se a felicidade, que tanto queremos, está muito longe do nosso alcance ou se não alcançamos porque a temos de forma idealizada.

 Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo ...


 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A EMOÇÃO PODE SER A RAIZ DO ENDIVIDAMENTO PESSOAL


            Seguindo a linha das emoções, podemos verificar que elas também acabam agindo na área financeira e de forma tão discreta que as pessoas não percebem.

            Podemos pensar as emoções como a raiz do endividamento, porque por trás do endividamento financeiro existe o endividamento afetivo. É bonito de ver quando as pessoas criam necessidades e justificativas para comprar algo que não precisam ou não podem, em função do orçamento já estar estourado, mas mesmo assim compram. Buscam no ato de comprar a gratificação imediata que não encontram na área afetiva.

            Por isso, é que vemos as pessoas, quando estão deprimidas ou ansiosas irem às compras. O interessante é escutá-las, pois relatam a sensação de alivio que têm ao comprarem, passando-nos a impressão de que estão preenchendo o vazio que carregam consigo. Só que essa sensação logo passará e tudo voltará ao que era, às vezes com um agravante, com uma dívida que o seu orçamento não comporta.

            As emoções podem impulsionar o indivíduo a comprar, tanto no momento em que ele encontra-se feliz, às vezes, até eufórico, como também nos momentos de tristezas. Por isso, é importante estarmos atentos ao nosso comportamento, não esquecendo que a prudência e a razão, quando o assunto é dinheiro, são os nossos melhores alheados.

            Em breve vocês poderão entender melhor essa relação das emoções e do dinheiro, pois nos próximos 60/70 dias estará sendo lançando o livro “Por que me endivido? Dicas para entender o endividamento e sair dele”, por mim organizado. Aguardem!

           

 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A EMOÇÃO NOS INIBE DE FAZER O QUE QUEREMOS

        
            Não tenho a intenção de contar nenhuma novidade, pois todos nós sabemos que somos movidos pelas emoções, apesar de muitas vezes negarmos e tentarmos afirmar que as nossas decisões se dão pela razão. Doce ilusão! As emoções é que nos fazem ver o mundo de uma forma diferente e nos inibem de fazermos aquilo que gostaríamos ou nos propomos a fazer.

            Ficamos nos enrolando, buscando justificativas para explicar o inexplicável, mas não admitimos que temos dificuldades para aceitar que agimos por impulsos. Prometemos que na segunda-feira vamos iniciar o regime, mas basta vermos um doce que gostamos muito, para adiá-lo para terça-feira.

            É bastante comum, no início do ano as pessoas fazerem uma lista de objetivos que deverão ser cumpridos no decorrer do ano, mas quando o fim do ano se aproxima, começam a se deprimir porque não conseguiram atingir os seus propósitos. Ouvimos as pessoas dizerem que nesse ano, tudo será feito diferente. A começar pelas finanças, vão iniciar uma poupança ou uma previdência privada, mas isso só vai até o momento em que entram no shopping e se deparam com aquela bolsa maravilhosa que há tanto tempo sonhavam. O valor a ser pago a mais no cartão, acaba por impedir que inicie o propósito de poupar.

 Outro ponto muito comum de ser lembrado é a saúde. As pessoas afirmam que vão fazer o check-up anual, que vão iniciar uma atividade física. Às vezes até marcam o médico, mas acabam cancelando, pois lembram que “sem querer” assumiram outro compromisso no horário da consulta. Inscrevem-se na academia, mas não conseguem ir, porque o chefe lhe deu a entender que talvez venha a precisar que faça algumas horas extras. Então é melhor já ficar de sobreaviso.

Quem de nós já não fez isso ou não escutou essas desculpas? Sejamos sinceros, a maioria para não dizer todos. Isso nos permite verificar que basta um impulso qualquer para que mudemos os nossos planos, porque eles acabam mexendo com as nossas emoções. Esses impulsos interferem em nossas decisões, de forma irracional, deixando-nos levar pela gratificação imediata, fazendo com que posterguemos nossos objetivos. A isso, dá-se o nome de procrastinação. Procrastinar tem sua origem no latim, onde pro significa “par” e crasamanhã”.

Portanto, podemos afirmar que as emoções nos levam a ser movidos por impulsos irracionais, a fim de obter uma gratificação imediata (princípio do Prazer de Freud), fazendo com que procrastinemos em relação aos objetivos propostos. O grande problema é que as pessoas têm dificuldade de reconhecer esse funcionamento, consequentemente não conseguem mudar. Ariely em seu livro “Previsivelmente Irracional” coloca com muita propriedade que: “resistir à tentação e instalar o autocontrole são metas humanas gerais, e deixar de alcançá-las repetidas vezes é fonte de grande parte da nossa infelicidade”

Sendo assim, ter como fonte a felicidade ou a infelicidade é a escolha de cada um.

 

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SERÁ QUE SOU UM WORKAHOLIC?

        
             Workaholic é uma expressão americana, cuja sua etiologia vem da palavra alcoholic (alcoólatra). É usada para identificar pessoas viciadas no trabalho, o que nas últimas décadas vem aumentando cada vez mais.

            Algumas pessoas se tornam workaholic em função da competição do mercado de trabalho, por vaidade, por ganância, pela necessidade de provar algo para alguém ou para si e até mesmo, para sobreviver. Não é difícil identificá-las, pois não conseguem se desligar do trabalho mesmo quando estão longe dele. Sentem-se culpadas quando estão no convívio da família e dos amigos, pois tudo que não está relacionado ao trabalho é percebido como perda de tempo. Por isso, seus amigos passam a ser aqueles que têm algum vinculo com o trabalho, assim conseguem, de certa forma, se manter conectado a ele.

Algumas empresas percebem o workaholic como pessoas extremamente competentes e responsáveis. Claro que essa percepção se dá por ser algo que lhes favorece. Só que, muitas vezes, quando a pessoa se dá conta que a sua vida se resume em trabalho, ela já deixou para trás a família, os amigos e está num quadro de estresse altíssimo, já na fase da exaustão, passando a não ser mais interessante para empresa, por não conseguir produzir como antes. Quando isso acontece, a empresa promove o funcionário para o mercado de trabalho.  Querendo ou não, ele acaba tendo o mesmo fim do alcoolista, que só percebe que tem problema, quando já perdeu tudo o que tinha e está só.

O workaholic tem dificuldade de identificar sua dependência pelo trabalho, bem como, os prejuízos que isso lhe acarreta. São pessoas que não tem uma boa qualidade de vida, sofrem com as pressões do dia-a-dia, estão sempre se cobrando de forma exagerada, apresentam alterações no sono, no humor. Podem se tornar impotentes, desenvolverem sintomas clínicos como alteração da pressão arterial, enxaqueca, problemas gástricos, serem agressivos quando os resultados não foram os estimados. É bastante comum apresentarem quadros de depressão e ansiedade

Esses sintomas estão muito associados ao medo de fracassar, levando-nos a questionar o quanto confiam no seu potencial, na sua capacidade e por que não pensarmos também na sua auto-estima? O vício pelo trabalho pode ser compreendido como uma válvula de escape, em que o indivíduo utiliza para negar ou fugir dos seus problemas pessoais ou familiares. Só que o preço que acaba pagando por isso é muito alto.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

LAMENTÁVEL...

       
        É lamentável que o nosso país esteja ocupando o primeiro lugar no mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, como revela a pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essa pesquisa foi realizada em 149 municípios do país e abordou 4,6 mil pessoas com mais de 14 anos. Os resultados apontam que 20% do consumo mundial do crack ocorrem no Brasil. Mostra-nos também, que 2,6 milhões de brasileiros já fizeram uso, ao menos uma vez, de cocaína fumada (crack ou oxi), representando 1,4% dos adultos e mais de 150 mil adolescentes já experimentaram essa droga, que em termos percentuais equivale a 1%.

       Essa pesquisa apontou que a forma mais comum de uso da cocaína é por via intranasal (cheirada) e que no último ano, 2,3 milhões de pessoas fizeram uso da droga. Esses números não só são assustadores, mas também preocupantes, pois demonstra que existe uma rede de tráfico em todo o Brasil que alimenta os usuários dessas drogas, apesar de todas as campanhas que são feitas pelos meios de comunicação e saúde. Isso nos leva a pensar quais os reais motivos que impedem que essa rede de traficantes seja desfeita. Quem será que está ganhando com isso, será só os traficantes e usuários?

       Os números apresentados acima mostram o quanto o Brasil ainda é um país emergente, pois nos países desenvolvidos, o consumo de drogas vem diminuindo. Sinal que ainda temos muito que avançar em termos política e saúde pública.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PENSAR O QUE O OUTRO PENSA

         
            É interessante observar o quanto as pessoas desperdiçam de tempo, pensando o que outro irá pensar sobre suas ações ou sua fala. Mas será que isso é possível?

            Obviamente que não, pois ainda não temos a capacidade de ler pensamentos, entretanto, as pessoas conseguem estabelecer diálogos mentais imaginando o que o outro lhe dirá ou fará. Pura perda de tempo, pois só irá saber o que ele pensa se perguntar. Assim mesmo, não é garantido que a sua verbalização, seja o que realmente pensa, parte-se do princípio que sim. Observa-se com freqüência, as pessoas dizerem aquilo que acham que o outro quer ouvir, mas acabam se perdendo, por não ter argumentos que lhe dêem sustentabilidade.

            Pensar o que o outro pensa é uma bela forma para justificar os seus atos, para não tomar atitudes, para ficar na zona de conforto em que se encontra. Serve também para esconder a insegura, o medo, o sentimento de menos valia, a culpa, a fobia social, etc. Geralmente, são pessoas que procuram se mostrar seguras, superiores, valendo-se da onipotência como mecanismo de defesa. Forma que encontram para criar barreiras, evitando que as pessoas se aproximem e percebam a fragilidade do seu ego. Com isso, criam diálogos mentais, imaginam e acreditam que sabem o que o outro irá pensar, dizer ou fazer e acabam por acreditar que se trata de uma verdade.

            Quando isso acontece e a pessoa percebe é fundamental que utilize a técnica do Stop e questione o seu pensamento, perguntando o que evidencia que o que está pensando é verdadeiro. Se não houver evidências, trata-se de coisas criadas pelo imaginário e que estão a serviço de algo. Cabe aí buscar ajuda e investigar, pois essa forma de funcionar é uma bela maneira que as pessoas encontram para sofrer e se esconder.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

DECEPÇÕES

    
            Não é incomum dizermos que alguém nos decepcionou, afinal, isso faz parte da vida. Só que quando isso acontece nos damos o direito de ficarmos chateados, tristes, magoados, com raiva em relação à pessoa que nos causou a decepção. Penso que na realidade projetamos esse sentimento ao outro, por ser difícil assumir que são nossos. Como assim? É simples, basta parar e analisar.

            As pessoas nos decepcionam porque não atendem as nossas expectativas, que na maioria das vezes, elas desconhecem. Mesmo assim, achamos que essas devem ser atendidas. Afinal, nós imaginamos, criamos, idealizamos, pensamos que o outro poderia agir da forma que gostaríamos, apesar de não lhe comunicar. Partimos do princípio que o outro vai pensar ou fazer algo da mesma forma que penso ou faço. Esquecemos que as pessoas são singulares, que podem ter princípios e valores diferentes dos nossos, que o meio cultural em que estão inseridos pode diferir.

            Ficamos incomodados porque inconscientemente sabemos que a decepção não é com o outro, mas com a gente, porque não tivemos a habilidade de lhe dizer o que esperávamos dele. Falhamos na nossa comunicação, não agimos com assertividade, demos asas a nossa imaginação e ao nosso pensamento, acreditando que o outro deveria ler ou adivinhá-lo. Portanto, se não queremos nos decepcionar é simples, basta não criarmos expectativas em relação ao outro, tendo claro que ele não têm que dar conta das nossas idealizações, pois são nossas. Ele tem apenas que ser, o que ele é, nada mais.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O QUE OS PAIS FAZEM COM OS FILHOS

     
          Cada vez mais me indigno com o comportamento de alguns pais, pois na minha percepção tiveram filhos apenas para cumprirem um protocolo, atendendo a demanda da família, dos amigos e da sociedade ou porque se percebem como seres reprodutores, agindo, apenas, pelo seu instinto animal.

            Domingo ao fazer minha caminhada no parque, fiquei muito incomodada com a fala de uma senhora, que se dizia ”mãe” de uma menina (7/8 anos), que ouvia em silêncio os impropérios de sua mãe: “tu és uma criança insuportável, ninguém quer ficar perto de ti, porque tu não prestas. O teu pai já desistiu de ti, eu não te suporto mais, não aturo essa tua falta de humor. Teus colegas e professores te odeiam, tu não deverias ter nascido... e por aí foi.

            Confesso que não acreditei quando comecei a escutar essa fala atrás de mim, resolvi me virar para ter certeza que eu não estava tendo uma alucinação auditiva. Nisso, vi uma menina frágil, bonita, quieta e assustada com tudo o que ouvia. E claro que a psicóloga entrou em ação. Comecei a pensar no sofrimento psíquico dessa criança e se realmente ela era tudo isso que a suposta mãe dizia. Na realidade, ela era um reflexo de pais desestruturados. Provavelmente, essa menina esteja funcionando como a sombra dos pais, ou seja, por meio de seu comportamento, ela mostra aquele lado que eles tentam omitir e isso, os deixa muito incomodados. Como não podia interferir, apressei o passo, pois se bem me conheço, não ia demorar muito para abraçar a causa.

            Essa minha atitude não me deixou nada confortável, pois não consegui parar de pensar naquela criança. Se no parque, ela era tratada assim, como será em casa? Provavelmente, sofra agressões físicas também. Fiquei imaginando como essas falas estão sendo registradas pelo seu inconsciente. Obviamente que uma criança que é tratada assim, não poderá ter um comportamento dócil, pois os seus pais lhe mostram, que ela é um objeto ruim e como “os pais não mentem”, a criança acredita e o estrago está feito. Oxalá permita que ela seja resiliente o suficiente para superar todos esses insultos, não partindo, daqui um tempo, para o mundo da prostituição e drogadição.

            Creio que essa senhora seja uma pessoa adoecida ou esteja passando por um momento muito difícil, pois não é possível que uma mãe consiga agir com tanta monstruosidade como agia. Frente essas situações, fico me questionando o que leva algumas pessoas a terem filhos? Será que não sabem que filho é um compromisso para o resto da vida, que dá trabalho, que exige um monte dos pais? Será que eles não pensam nos prejuízos psíquicos que estão causando nos filhos?

            Se os pais soubessem a representação que a sua fala tem na vida dos filhos, pensariam várias vezes antes de dizer algumas coisas para eles. As crianças e os adolescentes que visitam nossos consultórios, na maioria das vezes, assumiram o papel de bode expiatório ou da lata de lixo da família. Quando o estrago está feito, os pais levam para tratamento, pois não sabem o que aconteceu com o filho. Só que no momento que os motivos reais do comportamento dos filhos começam a aparecerem, eles tiram da terapia, porque não toleram ouvir que o problema não é a criança ou o adolescente, mas eles.

            O comportamento das crianças e dos adolescentes são reflexos do comportamento dos pais. Por isso, é importante avaliar, antes de ter o filho, se o casal realmente quer ter um filho e se tem perfil para serem pais.

USO DE MACONHA NA ADOLESCÊNCIA DIMINUI O QI NA FASE ADULTA

     
            Pesquisa realizada na Universidade de Duke nos EUA aponta que as pessoas de meia idade, que fizeram uso de maconha antes dos 18 anos, apresentam uma redução média de 8 pontos no teste de QI. Isso se dá por perdas irreparáveis nas áreas da atenção, inteligência e memória. O mesmo não acontece com os indivíduos que começaram a fumar após os 18 anos, quando o cérebro já está totalmente desenvolvido.

            As pessoas têm a idéia que a maconha é uma droga inofensiva, no entanto, isso é uma falácia. Estudos mostram que o uso frequente e pesado da droga, causa prejuízos ao cérebro. Cabe salientar que a queda do QI não pode ser associada ao uso de álcool e a outras drogas

            A memória, a linha de raciocínio, a velocidade de processamento das informações ficam prejudicadas. O indivíduo desenvolve a síndrome amotivacional, perdendo o interesse por grande parte das tarefas a serem realizadas, ficando muitas vezes trancado em seu quarto e no seu mundo, ignorando a família, os estudos, amigos e colegas.

            Sabe-se que discutir sobre uso de maconha é algo polêmico. Alguns estudos mostram que fumar maconha faz menos mal do que fumar cigarro e aí a justificativa de alguns usuários.  O que precisa ficar claro é que a maconha como qualquer outra droga, quando usada na adolescência, os prejuízos causados são maiores, visto que nessa fase o cérebro ainda está em desenvolvimento, podendo sofrer alterações que se tornam irreversíveis,  quando existe a presença de substâncias tóxicas.

            Toda droga gera prejuízo na vida do sujeito, agora cabe aos pais, estarem atentos em relação aos seus filhos, participando mais de suas vidas, tendo tempo para eles. Assim, talvez possam evitar uma série de problemas que estamos vendo nos nossos adolescentes.   

domingo, 2 de setembro de 2012

O NEURÔNIO-ESPELHO INFLUENCIA NA HORA DA COMPRA

      
            Continuando na linha da neurociência, vamos ver, de forma bem abreviada, o que os neurocientistas juntamente com os especialistas de marketing descobriram em relação ao neurônio-espelho. Se ele interfere ou não na hora da compra e  como se dá o processo. Claro que não dá, agora, para responsabilizá-lo pelo endividamento da população, mas também não podemos desconsiderar os estudos dessa nova ciência, que é o neuromarketing.

            Na década de 90, o cientista Giacomo Rizzolati realizou uma pesquisa com macacos que tinham um sensor conectado em seu cérebro.  Um aluno ao retornar para sala, após o almoço, tinha na mão um sorvete e o macaco ficou com um olhar fixo para esse, não fazendo nenhum tipo de movimento e o sensor foi acionado. O sensor registrava que a área pré-motora do cérebro do macaco mostrava-se alterada. A esse fenômeno foi dado o nome de neurônio-espelho.

            Para o neurônio-espelho ser ativado, não precisa ser feito nenhum movimento, basta à pessoa ficar observando determinada situação. Os estudiosos do neuromarketing revelam que esse mesmo processo ocorre em nosso cérebro na hora da compra.

            Quantas são as vezes que saímos sem a mínima intenção de comprar qualquer coisa, mas voltamos cheias de sacolas. Isso ocorre, na maioria das vezes, quando paramos em frente a uma vitrine e ficamos observando a roupa que está no manequim e quando nos damos conta, já estamos dentro da loja experimentando.  Por que isso acontece? Porque o neurônio espelho ao observar uma ação, ele        responde imediatamente, de forma automática, podendo ser consciente ou inconscientemente.

             É fácil de identificar, basta prestarmos atenção. Ao vermos uma pessoa rindo, quando nos damos conta, também estamos rindo, independente de sabermos o motivo ou não. O mesmo acontece com o comprar. Compramos coisas, porque as pessoas de nosso convívio têm ou porque é moda e não podemos ser diferentes.

            Pessoas que se deixam levar por esse movimento do neurônio espelho, podem ter sérios problemas no seu bolso, porque ele age na maioria das vezes, contra nós e a favor do lojista. Cuidado! Antes de comprar algo, agora que sabe que pode ser atuação do neurônio-espelho, não deixe de fazer aquelas perguntinhas básicas: posso comprar? Preciso comprar? Qual a utilidade que isso terá na minha vida? É o momento de comprar?

            Posso lhes garantir que se fizerem esses questionamentos, dificilmente terão problemas de ordem financeira.