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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O JEITINHO BRASILEIRO

       
           O Brasil é famoso pela sua capacidade de dar um jeitinho para tudo. É o país que tem uma solução quase que mágica para os problemas e isso faz com que as pessoas se julguem espertas e malandras, o que é orgulho para muita gente. Não percebem, o quanto isso denigre a nossa imagem e credibilidade no exterior.

            Um dos aspectos do jeitinho brasileiro é a sua forma peculiar de lidar com imprevistos, de resolver alguma coisa no sufoco, de criar artifícios para burlar a lei, de agir corruptamente para levar vantagem. O agravante de tudo isso, é que as pessoas percebem essas atitudes como algo positivo, como uma forma inteligente de “enganar” os outros, sem a mínima crítica ou sentimento de culpa. Quando questionadas sobre a sua forma de agir, justificam que todo mundo age assim, ou seja, as pessoas abrem mão da sua unicidade, para se beneficiar de algo, afinal o coletivo permite tudo.

            O que chama atenção no jeitinho é o fato de ser conhecido universalmente. Estudos realizados por antropólogos e sociólogos apontam que todo mundo conhece, pratica ou utiliza a expressão jeitinho brasileiro ou jeitinho. Isso leva-nos a acreditar que se trata de algo que todos nós brasileiros o utilizamos, independente da classe social ou cultural. Na China, existe um constructo cultural que se assemelha ao jeitinho brasileiro, é o guanxi. Apesar de ser uma estratégia usada para resolução de problemas do cotidiano, diferencia-se do jeitinho brasileiro por diversos aspectos, sendo que o principal é que o nosso jeitinho não envolve relações previamente estabelecidas entre as pessoas ou relações de reciprocidade, enquanto que o guanxi, sim.

             No jeitinho, não existe obrigatoriamente a presença da reciprocidade, ao passo que se pedirmos um favor a alguém, nos colocamos na posição de devedor. O jeitinho pode ser pedido para qualquer um, ao passo que o favor, somente para conhecidos, até porque não podemos expor determinados assuntos ou situações para qualquer pessoa, por requererem confiança, sigilo e credibilidade. Isso deixa-nos claro que o favor não transgride regras e normas, ao passo que o jeitinho sim.

            A lei no Brasil, dificilmente será cumprida de forma draconiana, pois as pessoas não a levam a sério e dentro das próprias leis são deixados furos, para que se possam fazer emendas, na medida em que forem surgindo necessidades que possam a vir beneficiar alguém. Sendo assim, como queremos conquistar a credibilidade de outros povos, se para tudo temos um jeitinho?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SABES COM QUEM ESTÁS FALANDO?

     
          Quem já não ouviu ou disse essa frase? Essa colocação, tão comum de se escutar, já foi estudada em 1979, pelo antropólogo Roberto Damatta em “Carnavais, malandros e heróis”, onde mostra que um dos dilemas básicos da sociedade brasileira é o conflito existente entre o indivíduo e a pessoa. Essas duas vertentes ideológicas podem ser percebidas como o cerne do modelo individualismo e hierarquia.

            Na visão do antropólogo, essa locução sinaliza a nossa tendência hierárquica e autoritária, presente em todo humano, com a diferença que alguns não sentem a necessidade de manifestá-la e outros fazem questão de lançar mão dela, a fim de se auto-afirmarem. Penso que também evidencia o lado narcísico do indivíduo, que faz com que se veja de forma grandiosa, importante, a quem todos devem render homenagens, ser submisso, pois afinal, ele é o grande centro do universo. É uma forma autoritária e radical que usa para se colocar acima dos demais.

            Ao agir dessa maneira, não percebe que está deixando transparecer algo que tanto quer esconder, a ponto de fazer uso de uma locução como essa “sabes com quem estás falando”? Por trás dela, existe um grande sentimento de inferioridade, de insegurança, de medo, de impotência. Usa essa expressão, na realidade, como um meio de defesa, sem se dar conta que assumi a posição de arrogante, antipático, por ser uma frase execrável.

            O sentimento de menos valia, a necessidade de se auto-afirmar, bem como a de demonstrar poder, leva-o a necessidade de criar um mecanismo de hierarquização, que deverá funcionar como medida de proteção. Dessa forma, consegue acreditar que é uma pessoa importante, diferenciada e que por isso, é merecedor de um tratamento especial.

            Quando pessoas que tem esse tipo de funcionamento assumem uma posição de destaque na sociedade ou na sua vida profissional, é comum se identificar essa fala. O interessante, nesses casos, é que existe uma dissociação no comportamento da pessoa, ao mesmo tempo em que se mostra jactancioso, em outros momentos, faz questão de mostrar o quanto é humilde, complacente, tolerante, generoso.

            Infelizmente, vivemos numa sociedade em que algumas pessoas precisam usar a posição social, nome, cargo, dinheiro de forma autoritária, para sinalizar que existe uma diferença entre as pessoas. Esse tipo de comportamento sinaliza quais são os parâmetros que utilizam para orientarem sua conduta social e política, e mais, mostra-nos a fragilidade e a pobreza de espírito do humano, nos dias de hoje, o que vem se tornado um sério problema em nossa sociedade.

           

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

PROCURAR CULPADOS

         
              Hoje o dia foi pesado, pois por onde se andava e com quem se falava o assunto era a tragédia ocorrida ontem em Santa Maria (RS). Recebi emails de amigos de vários cantos do país, de alguns colegas de Buenos Aires, manifestando o seu pesar pelo ocorrido em nosso Estado. Esse gesto carinhoso, solidário me emocionou, porque mostra que nem tudo está perdido, que ainda existem pessoas sensíveis, humanas.

            Em contrapartida, escutei muita gente preocupada em encontrar uma explicação e traçar críticas sobre algumas medidas adotadas. Um dos pontos muito trazido em pauta é que o alvará estava vencido desde dezembro. Esquecem que dezembro eram 27 dias atrás e será que se esse documento estivesse em dia, o incêndio teria sido evitado? O fato de os seguranças quererem cobrar a conta das pessoas que estavam saindo, também foi bastante criticado. Parecia que em alguns momentos queriam responsabilizá-los por algumas mortes. Só que esses indivíduos estavam do lado de fora da boate e não sabiam o que acontecia. Assim como essas, existem tantas outras colocações, que não vou elencar aqui. Ao trazer essas falas, não quero negar ou justificar que houve falhas que precisam ser investigadas e talvez precisem ser mais criteriosos na hora de conceder a autorização de funcionamento para esses e outros tipos de estabelecimentos que aglomeram muita gente.

            O que me choca em tudo isso, é ver que tem pessoas que ficam querendo polemizar, encontrar culpados, dar explicações que frente à dor que essas famílias estão vivendo, nessa hora, acabam se tornando irrelevantes. Preocupam-se em criticar, como fizeram em relação à ida do governador do Estado e da presidente da República, ao ginásio onde estavam os corpos. Obviamente que se eles não fossem também seriam criticados. Fico pensando, o quanto o ser humano é maldoso, porque esses gestos demonstram maldade. As pessoas aproveitam-se de uma situação grave para ficar minando o ambiente em que estão e contaminando as pessoas que não tem uma opinião formada sobre o assunto.

Com isso, tiram o foco do ponto principal, que é a morte de mais de 200 jovens, a dor que várias famílias estão vivendo. Esse tipo de comportamento demonstra o quanto o humano está cada vez mais centrado no seu eu, a ponto de não conseguir lidar com a dor do outro.  Na tentativa de esconder a sua impotência, porque nessa hora, ela aflora com toda força, racionaliza a fim de mostrar o quanto está interado do assunto, passando informações com um ar de preocupado, propondo que se criem movimentos para evitarem esse tipo de problema.  Porque dessa forma, acredita que as pessoas lhe darão credibilidade,  perceberão o quanto é solidário.

            Desculpem, mas para mim, pessoas que agem dessa forma, perdem a oportunidade de ficarem quietas, porque dessa maneira correm o grande risco de as pessoas verem quem realmente são e acabarem se decepcionando, porque é aquela velha história, quem quer fazer alguma coisa em prol de alguém, faz em silêncio. Não sou contra os comentários e nem a criação de movimentos, mas vamos com calma, tudo tem a hora certa para ser falado. Pessoas que hoje polemizam sobre esse assunto, até o final da semana já esqueceram e estão buscando outra coisa para agitar, são os famosos "fogo de palha".

 

 

 

domingo, 27 de janeiro de 2013

A DOR DA PERDA

      
           É difícil querer explicar ou mensurar a dor da perda e também de evitá-la. Todos nós em, algum momento, de uma forma ou de outra, teremos que passar por isso. Não se trata apenas de uma fatalidade do destino, mas faz parte da vida. Até mesmo, frente uma catástrofe como essa que ocorreu na cidade de Santa Maria (RS), nessa madrugada, quando jovens saem para se divertir e a boate em que estão é incendiada, morrendo 231 jovens e deixando em torno de 140 em estado da grave nos hospitais.

            Ter que conviver com a morte de pessoas que amamos gera um sentimento de perda irreparável, que nos deixa um indecifrável vazio, que ninguém e nada consegue preenche-lo, mas que o tempo se encarrega de amenizá-lo, apesar de deixar marcas profundas.

            A dor da perda não tem som, não tem voz, de forma muito silenciosa e rápida ela vai se instalando no coração daquele que a vive, deixando a vida sem cor, sem brilho, fazendo com que tenha movimentos robotizados que o leva de um lado para outro, desnorteado, confuso, que o faz perder, até mesmo, o seu próprio referencial.

            Cada pessoa tem a sua forma de viver essa dor, não existindo uma maneira padrão e nem um tempo determinado para vivê-la. Trata-se de uma experiência pessoal e única. Toda a perda é única, por sermos seres unos, portanto, os vínculos estabelecidos também são únicos e por isso, não podemos dizer que a pior dor é a de perder o pai, o marido, o irmão, o filho, o amigo, tudo vai depender da relação estabelecida com cada pessoa.

            Nessas horas, a única coisa que pode nos ajudar a entender esse processo confuso em que entramos, é a fé, mesmo assim, nesses momentos, muitas pessoas têm a sua fé abalada e questionam por que Deus permitiu que isso lhes acontecesse ou por que Ele fez isso. Sentem-se abandonadas, traídas por Ele, se revoltam e até mesmo se afastam da sua religião, porque desconhecem que Deus sofre com o sofrimento humano. Ele não quer que seus filhos vivam a dor de uma tragédia como essa que muitas famílias estão vivendo aqui no RS. Ele se faz presente na vida de todos, até mesmo na daqueles que não O reconhecem. Dá total liberdade e autonomia a todos nós, permitindo que façamos as escolhas que quisermos, mas se faz presente com dignidade, coragem e esperança a toda a pessoa humana, mostrando-Se solidário.

            Sofrer a perda, chorar, viver o luto é necessário para todos nós, a fim de poder elaborá-lo, quando perdemos alguém que amamos, principalmente, quando ela ocorre de uma forma abrupta. Só não podemos, nessa hora, é nos distanciarmos de Deus, porque Ele é o nosso sustentáculo para continuarmos a caminhada, apesar da dor. Que Deus dê força e coragem para todas essas famílias que tiveram a vida de filhos, sobrinhos, irmãos, netos, amigos interrompida tragicamente, para que possam seguir a sua caminhada, apesar das marcas que carregarão até a sua finitude.

           

sábado, 26 de janeiro de 2013

FAZER O QUE TODO MUNDO FAZ

      
            A necessidade de se sentir pertencendo a um grupo leva as pessoas a fazerem o que os outros fazem, perdendo muitas vezes a sua autenticidade, violentando-se, porque na realidade não é o que gostariam de fazer. Também acreditam que inseridos em um grupo, estarão livres da tão temida solidão, esquecem que essa pode estar presente mesmo quando no meio da multidão.

            Podemos pertencer a um grande grupo, sem nos deixarmos ser influenciados por ele, mantendo a nossa disciplina, a nossa singularidade e não nos permitindo ser sufocados, ensurdecidos pelas falas e desejos alheios. Para tanto, faz-se necessário estarmos atentos aos sinais que o nosso corpo dá nesses momentos, pois a multidão tem o dom de sugar nossas energias, porque nos defrontamos com pessoas ocas, vazias que buscam suprir suas necessidades por meio do outro.

            Na onda de fazer o que todo mundo faz, as pessoas perdem o seu referencial, não levam em consideração o seu pensar, os seus desejos,  deixando-se levar pelo inconsciente coletivo. Isso é o que mais temos visto nos dias de hoje, as pessoas preocupadas com que os outros pensam a seu respeito, com o que os outros têm, com a visão que o outro tem de si e por isso, precisam fazer o que os outros consideram importante, mesmo que vá à contramão de sua ideologia.

            Não percebem que a ânsia de identificar-se com um grupo, se dá pelo medo de ter que se enfrentar. Preferem se esconder na multidão e se deixar levar por ela, sem questionar se é um ato de covardia, de fraqueza ou não. Desconhecem quais são as suas reais necessidades, a fim de poder comunicá-las.

            Estar inserido na sociedade é necessário para o humano, afinal é um ser sociável, mas não podemos abrir mão de trilharmos o nosso caminho a sós, sabermos identificar o momento de escaparmos da multidão para contatar com a nossa própria solidão, a fim de nos fortalecermos, de nos tornarmos mais autênticos, mais seguros e retornarmos para  ela sem precisarmos nos desrespeitar, tendo que fazer o que os outros fazem para não nos sentirmos diferentes. Somos seres impares, com vontade e desejos próprios, portanto, não temos que ficar presos aos conceitos e desejos de um grande grupo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

VITIMIZAÇÃO PARECE TER VIRADO MODA

     
            Faz um tempo que estou observando o quanto às pessoas estão se colocando na condição de vítima, desenvolvendo um sentimento persecutório, acreditando que as pessoas e até mesmo o universo estão conspirando contra elas. Funcionam direto pela projeção, pois ás vezes tem o senso crítico prejudicado, outras vezes, a projeção ocorre em função da dificuldade que a pessoa tem em assumir a responsabilidade de seus atos. Provavelmente, porque na infância, quando fazia algo errado era severamente corrigida.

            Demonstram ter um desvio cognitivo em relação não só às pessoas, mas ao mundo também. Verifica-se que os pensamentos são disfuncionais e não conseguem mudar, pois sempre estão acreditando que o pior irá lhes acontecer.

            Claro que essa maneira de funcionar está atrelada as informações que carregam em seus inconscientes, somadas ao meio em que estão inseridas e ao momento que estão vivendo.  A vitimização pode ser um traço de personalidade do indivíduo, pois lá no início de sua vida, aprendeu que se assumisse a  condição de coitado, de vítima, as pessoas lhe davam atenção, atendiam a sua demanda e hoje, na vida adulta, desenvolve o mesmo comportamento. Normalmente, as pessoas que funcionam dessa forma, têm um ganho secundário, não se dão conta, por ser algo que está em nível de inconsciente.

            Toda a situação se torna um problema para elas e o pior é que sofrem com isso. O sofrimento não pode ser desconsiderado, na maioria das vezes, o indivíduo não percebe que se coloca nessa condição, por ser algo que está tão entranhado ao ego, que inibe a sua capacidade de percepção.

            Para sair dessa situação, faz-se necessário primeiramente reconhecer a maneira que funciona. A seguir, identificar os pensamentos disfuncionais que tem e questioná-los, para averiguar se realmente são verdadeiros ou não. A partir do momento que percebem que não são verdadeiros, não tem porque ficar preso a eles e sofrendo por isso.

            Outro ponto a ser identificado são os ganhos secundários, observando o que acontece quando se faz de vítima. Como as pessoas reagem se ficam sensibilizadas e acabam dando-lhe a atenção que necessita ou ofertando-lhe o que deseja. Importante, nesse caso, prestar atenção aos sentimentos que surgem frente à reação das pessoas.

            Agora, o ponto principal é verificar se a pessoa que assume a condição de vítima deseja mudar, pois caso contrário, todo o esforço é em vão. Quando os ganhos secundários são grandes, geralmente não aceita que desenvolve esse papel,  não havendo o reconhecimento, nada pode ser feito. Aí, só resta aprender a conviver com o indivíduo, sem ficar estressado e evitando reforçar o seu comportamento, ou seja, não se deixando sensibilizar pela sua maneira de funcionar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

POR QUE AS MULHERES NÃO DENUNCIAM A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA?

       
            Parece mentira que em pleno século XXI, ainda existam mulheres que para manterem o casamento, submetem-se a violência psicológica do seu marido/parceiro. Isso independe do nível social e cultural, pois se trata de uma dependência emocional que está associada a sua baixa auto-estima, ao sentimento de menos valia, de insegurança, de incompetência, etc.

            É comum o não reconhecimento da violência psicológica ou a desvalorização da mesma, visto essa não deixar marcas. Entretanto, sabe-se que as marcas deixadas por ela, são muito mais profundas que as deixadas pela violência física.

            A violência  psicológica caracteriza-se pela ausência ou inadequação do suporte afetivo e a falta de reconhecimento das necessidades emocionais da pessoa. Essa carência afetiva faz com que as mulheres se submetam a situações de humilhação, de ridicularização, de hostilidade, de indiferença. Calam frente às ameaças, aos insultos verbais. Conformam-se com a rejeição e assumem a culpabilidade da situação, apesar de sofrerem por isso. Mesmo assim, encontram desculpas para justificar as atitudes agressivas do marido/parceiro, porque viver longe dele lhes é algo inconcebível, em função da dependência emocional que tem.

            Esse tipo de relação que elas estabelecem, denota uma patologia emocional, ao mesmo tempo em que revela o processo de retroalimentação que se estabelece na relação, ou seja, todo o agressor precisa de uma vítima para poder expressar sua agressão e toda a vítima precisa de um agressor para poder desempenhar o seu papel de vítima.

            Essa relação precisa ser interrompida, porém é difícel, porque a vítima repete um padrão disfuncional de insatisfação, de insegurança, de infelicidade, de vergonha, de medo, de raiva, de isolamento, de repressão, de ressentimento, de infelicidade e culpa que desenvolveu ao longo de sua história. Esses sentimentos impendem que a mulher faça uma denúncia contra o agressor, porque não consegue perceber isso como violência, por ser algo que já está internalizado no seu eu.

            A violência psicológica precisa ser denunciada e a vítima precisa buscar ajuda para conseguir romper com esse círculo vicioso que deixou se instalar em sua vida. Obviamente, que não podemos ter um olhar apenas para vítima, mas também para o agressor, para que possa entender o motivo que o leva a agir assim. Na maioria das vezes, o agressor já foi vítima em algum momento e a sua agressividade pode ser a forma que aprendeu para se defender.

            As mulheres que sofrem esse tipo de violência resistem em buscar ajuda, preferem sofrer e fazer de conta que nada está acontecendo, pois temem serem orientadas a se separarem. Isso para elas seria algum desesperador, porque não conseguem imaginar a possibilidade de viverem longe do agressor.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ACEITAR A VERDADE DO OUTRO

      
            Aceitar a verdade do outro por vezes é complicado e interfere nas nossas relações interpessoais, por que queremos impor a nossa forma de pensar.             Os pilares da forma de pensar, de sentir e agir são a tradição e o hábito e esses variam conforme a realidade, a cultura, o meio em que estamos inseridos, portanto, não existe uma verdade absoluta.

            O que não podemos deixar acontecer é ser invadido pela razão da mesmice, não nos permitindo conhecer novos pontos de vista, tendo uma visão monocular do mundo. O que não devemos fazer, principalmente nesse mundo globalizado, em que vivemos, é pensar que somos perfeitos e que sabemos tudo, porque essa maneira de pensar pode nos colocar fora do páreo por um bom tempo. Isso não significa que temos que concordar com tudo que nos dizem, podemos duvidar, debater, argumentar, desde que tenhamos elementos que dêem sustentabilidade à idéia que estamos defendendo.

            Um princípio que nos ajuda a aceitar a verdade do outro é aceitar que não sabemos nada, porque geralmente o que nos impede de escutar o que outro tem a dizer é o nosso excesso de arrogância e segurança, mas isso só serve para nos atrapalhar. Aceitar que nada sabemos, exige que tenhamos uma boa dose de humildade, porém, não tem como não assumirmos que somos ignorantes, porque não dominamos todos os conteúdos. Por isso hoje, o mercado de trabalho exige que tenhamos conhecimento de áreas diversificadas, se quisermos ter uma posição de destaque na vida profissional.

            Outro fator importante é a pessoa estar disposta a mudar a sua maneira de ver as coisas e os seus paradigmas. Isso não é algo fácil de fazer, porque precisamos deixar a zona de conforto que estamos acostumados para entrar na zona de aprendizagem que nos é totalmente desconhecida. Por isso, quando entramos nela, é como se tivéssemos entrado em uma zona de pânico, obrigando o nosso cérebro gastar muito mais energia e como o nosso instinto de sobrevivência diz que “não devemos gastar tanta energia”, é melhor que continuemos pensando da forma que pensamos e fazendo as coisas sempre do mesmo jeito, para economizar energia.

            Agora, se queremos pertencer ao grupo de pessoas mais eficazes, precisaremos mergulhar na zona de aprendizagem com muito amor, entusiasmo, paixão, inspiração e força; é necessário revermos o nosso modo de pensar, refletir sobre ele, estar aberto para escutar e entender o que o outro nos diz, principalmente aquele conteúdo que não foi verbalizado. Peter Drucker afirmava que “o mais importante da comunicação é escutar o que não se diz”.

MATEMÁTICA EMOCIONAL

         
             A matemática é uma ciência que muitos não entendem e por isso referem não gostar, outros apresentam alguma dificuldade, mas conseguem vencê-la, apesar das complicadas expressões algébricas e numéricas. Porém, não sabem que é uma ciência importantíssima nas relações humanas, sendo capaz de nos auxiliar a entender as emoções.

            Isso pode ser surpresa para muitos, mas hoje a maioria das ciências se volta para o entendimento do humano. Sendo assim, em 2011, o norte-americano Chip Conley desenvolveu o método terapêutico que traduz em simples equações os principais sentimentos humanos que estão associados ou não, ao bem-estar.

            Esse método visa propiciar as pessoas um maior autoconhecimento, incentivando o indivíduo a realizar mudança de postura positiva, para que venha a desenvolver um estilo de vida saudável capaz de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.

            A partir do momento que a pessoa consegue identificar o problema que está lhe atrapalhando emocionalmente, encontrará, por meio das equações, resultados de forma simples, pois ela lhe convida a refletir sobre a sua maneira de funcionar e a encontrar respostas, sozinho, para o seu problema.

            A matemática emocional só funciona quando se tem uma abordagem emocional somada à outra abordagem emocional ou abordagem racional com outra racional. Por exemplo: crescimento= mudança-resistência. Essa equação nos aponta que para haver crescimento, independente da área, a pessoa precisa estar aberta à mudança, a flexibilizar, procurando adaptar-se ao meio em que está inserida, abrindo mão da resistência. Só que mudar para muitas pessoas é algo extremamente difícil, pois ficam apegadas as suas experiências, as pessoas com quem convivem, a situações e com isso perde boas oportunidades.

            Outra equação que o autor nos apresenta é sofrimento= dor x resistência. Aceitar e conviver com a dor é algo quase que impossível para algumas pessoas. Frente à dor, não aceitam, se revoltam, ficam amarguradas e com isso aumentam o seu sofrimento. A partir do momento em que a pessoa não resiste à dor e aceita, o sofrimento não se torna tão pesado e ela consegue conviver e levar a situação de forma mais tranquila.

            Existem outras equações que Conley apresenta, apontei apenas duas, pois é o suficiente para mostrar como funciona o método.  Parece ser muito fácil de aplicá-lo, mas para que a pessoa consiga obter bons resultados, ela precisa primeiramente identificar o problema, analisá-lo, ver qual a variável que tem pela frente, avaliá-la, como faz numa equação numérica, para poder encontrar o resultado da equação. Se a pessoa não consegue refletir sobre suas emoções, esse método não funciona.

domingo, 20 de janeiro de 2013

O MEDO É UM DOS FATORES QUE NOS IMPEDE DE TOMAR DECISÕES

            
           A dificuldade de tomar decisões pode ter sua origem no medo, pois esse interfere no processo decisório em suas diversas matizes, levando-nos, muitas vezes, a ter dificuldade de resolver o imbróglio em que estamos envolvidos, porque “congelamos”.

            Por muito tempo a origem do medo esteve associada apenas as questões de ansiedade, mas hoje se sabe que as causas são multifatoriais, pois a neurociência cognitiva mostra-nos que frente ao medo é acionado em nosso cérebro, no sistema límbico, a ínsula, que tem como uma de suas funções coordenar as nossas emoções. Essa quando acionada, provoca a liberação de dopamina que leva-nos a paralisar, fazendo com que procrastinemos na hora de tomar uma decisão.

            O outro ponto que contribuem para o medo, são as crenças que temos armazenadas em nosso inconsciente. As crenças se formam a partir de informações que nos são passada desde o início de nossa vida e que não são questionadas, tomando-as como verdades absolutas. Essa falta de questionamento contribui para que nos tornemos inseguros, porque passamos uma vida escutando determinada coisa e agora nos defrontamos com outra. Nesses casos, surgem questionamentos como: qual a melhor decisão a ser tomada? Como vou saber o que é melhor? Quais os prejuízos que posso ter se tomar a decisão errada? Como saber qual a melhor decisão? O que faço agora?

            A dificuldade de tomar decisão pode levar-nos a uma situação de fracasso em nossa vida profissional, pessoal e até mesmo afetiva, porque as coisas acontecem de forma muito rápida. Perdemos muito tempo criando e fantasiando barreiras intransponíveis, para justificarmos a nossa indecisão, fazendo com que deixemos passar, muitas vezes, excelentes oportunidades.  A partir do momento que damos um basta nessa maneira de agir e mudamos a forma de vermos a situação, conseguimos mudar e tomar a decisão necessária.

            Dificilmente teremos a certeza de que estamos tomando a melhor  decisão, porque somos seres contraditórios, ambíguos, fazendo com que ora queremos uma coisa ora outra, o que nos leva a não seguir uma linha cartesiana.

As nossas decisões estão atreladas as nossas intenções, aos nossos desejos e crenças que nos permite ver aquilo que desejamos ver. Daí a importância de sabermos identificar os nossos sentimentos, as nossas emoções para podermos agir sobre eles, pois todo processo decisório tem sua origem no nosso modelo emocional.

Portanto, se conhecer, conhecer os mecanismos que acontecem em nosso cérebro, saber identificar os sentimentos, as vontades, os desejos ainda é a única maneira que temos de vencer o medo e de procurarmos tomar a melhor decisão possível frente às situações. Agora, é importante não esquecer que não tomar decisão também já é uma decisão e que deve ser respeitada, mesmo que achemos que não é a melhor saída.

 

sábado, 19 de janeiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ORGIA FINANCEIRA



         

          Percebe-se que as pessoas estão com dificuldade de interromperem essa orgia financeira em que estão vivendo. Gastam descontroladamente, assumem compromissos que estão muito acima do seu orçamento e na hora de pagar as contas ficam jogando para verem o que vão conseguir pagar. Nem por isso, deixam de gastar.

            As retomadas de carros já iniciaram no ano passado e não vai demorar muito para começarem as retomadas de imóveis, pois mesmo que ainda não tenha sido anunciada, a bolha está se formando.

            No Estadão de São Paulo, no final de dezembro, saiu uma matéria sobre o calote recorde no setor automobilístico. A situação está ficando preocupante naquele Estado, ao ponto de os bancos já estarem indo para as favelas explicarem os riscos do endividamento excessivo. Talvez, essa seja uma das formas de trazer as pessoas para sua realidade, ou seja, que elas só podem gastar aquilo que o seu orçamento permite. Não esquecendo nunca, que é necessário ter uma reserva financeira para quando surgirem os imprevistos.

            Essa realidade não é apenas de São Paulo, mas de todo país. As pessoas não conseguem entender o processo que estão fazendo com elas. Colocar-se numa situação de risco é uma das formas de se autodestruir, inclusive quando o risco é financeiro.

            Deixo o link do jornal Estado de São Paulo, caderno de economia, para quem tiver interesse em ler a matéria citada acima, na íntegra.    


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CONVITE A REFLETIR

     
         Como não tive tempo de elaborar nenhum material para postar,  optei por convidá-los a refletir sobre esse pensamento de Neale Donald Walsch.

          “Toda decisão que você toma – toda decisão – não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre QUEM VOCÊ É. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um modo novo. Todos os eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui”.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

FÉ OU ESPIRITUALIDADE COMO PREVENÇÃO NA SAÚDE?

      

           Muitos estudos estão sendo realizados, na área da saúde, sobre a importância da espiritualidade no tratamento e prognóstico dos pacientes. Sabe-se, no entanto, que estudar e falar sobre espiritualidade é um desafio, porque, embora instigante, é ao mesmo tempo perigoso, por nos conduzir a um campo que transcende o que a ciência consegue explicar.

            Quando se fala em espiritualidade, estamos nos referindo a uma dimensão do humano - que pode ser chamada de alma -, a qual busca a sua interioridade, exercitando a sua capacidade de entrar em contato com Deus. Em sendo, assim, podemos inferir que a espiritualidade está relacionada à fé do indivíduo, pois nela reside a maneira como cada indivíduo vive sua fé, o que possibilita, inclusive, ter vários tipos de espiritualidades, dentro de uma mesma religião.

            Mas, o que é fé? Como defini-la, se é algo tão abstrato quanto à espiritualidade? Fé é a atitude interior daquele que crê. Tanto a origem da palavra fé (emunah), quanto da palavra crer (he’èmîn), vem do hebraico e significa firmeza, persuasão. Por isso, cabe questionar se é a fé ou a espiritualidade que ajuda no prognóstico do paciente.

           Penso que, muitas vezes, esses conceitos acabam por se misturar, uma vez que a linha que os separa é muito tênue.

            Como psicóloga clínica, percebo, em meu consultório, a diferença que existe no tratamento e no prognóstico dos pacientes que exercem sua fé, daqueles pacientes que se dizem ateus ou que até acreditam em Deus, mas estão com sua fé adormecida.

            A fé pode ser vislumbrada como o fio que liga o homem a Deus e que permite àquele expressá-la por meio da espiritualidade, de modo a humanizar-se, melhorando a sua sensibilidade para consigo, para com os outros e para com Deus.

            Por meio do binômio, fé-espiritualidade, o homem conseguirá desenvolver um estilo de vida saudável; consequentemente, terá uma melhor qualidade de vida; logrará o equilíbrio entre as três esferas que o constitui (mente, corpo e espírito), adoecendo menos e, quando acometido de uma enfermidade, encontrando força para  com ela melhor lidar.

 

                                   

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SOMOS SERES RACIONAIS OU IRRACIONAIS?


           Nós humanos nos orgulhamos em afirmar que somos seres racionais, mas será que realmente somos? Atrevo-me a dizer que não somos nem racionais e nem irracionais, mas somos seres biológicos movidos pela emoção e por isso, temos atitudes que não só surpreendem os outros, mas a nós mesmos.

            Agimos, reagimos e tomamos decisões com base na nossa emoção, na maioria das vezes, porém, não temos consciência disso. Freud, afirmava que 95% do nosso funcionamento se dá pelo inconsciente e hoje alguns estudiosos elevam esse percentual para 99%. Temos a ilusão que agimos de forma consciente, na realidade, o que chega à nossa consciência são informações que estão armazenadas na memória e no inconsciente. Como seres biológicos, quando nos deparamos com uma situação, ocorre em nosso cérebro um processo químico-físico que permite por meio da plasticidade do cérebro que façamos associações com essas informações que temos armazenado no inconsciente e memória. Quem faz essas associações em nosso cérebro é o hipocampo.

            A partir desse entendimento fisiológico do cérebro e não desconsiderando a transgeracionalidade, ou seja, a capacidade que o inconsciente tem de se comunicar com outros inconscientes, podemos entender melhor porque repetimos determinadas situações em nossas vidas.  Jung, afirmava que ao nascermos trazemos em nossos arquétipos informações de até três gerações atrás, essas podem se tornar conteúdos arquetípicos, a partir do momento que desenvolvemos a consciência, permitindo  manifestá-los ao longo de nossa vida. Por isso, é comum escutarmos as pessoas dizerem: “ages como a tua avó, que nem conhecestes”.

            Repetimos situações, até mesmo aquelas que não queremos repetir, porque somos movidos pela emoção e temos registros gravados no inconsciente que só são descortinados para consciência, frente a determinadas situações, causando-nos surpresa em relação a atitude que tomamos. Na realidade, decidimos emocionalmente e justificamos racionalmente. Podemos identificar isso, nos dias de hoje, quando o assunto é finanças, sendo esse  um dos vieses que explica o alto índice de endividamento e inadimplência que temos em nosso país.

            Sendo assim, devemos avaliar nossas atitudes, assumir nossos erros, medos e culpas, para depois agirmos e decidirmos qualquer coisa. Não é recomendável que tomemos decisões quando estamos emocionalmente abalados, porque essas sofrerão influências do nosso estado emocional, não permitindo que usemos a lógica. O mesmo cuidado devemos ter quando a pessoa que precisa decidir algo está com sono ou fome, ela vai decidir de forma instintiva, para se livrar logo daquilo e poder saciar as suas necessidades. Nesses casos, é preferível adiar a tomada de decisão, para não sermos prejudicados.

            Podemos concluir então, que a razão sempre está matizada pela emoção, o que explica a minha colocação inicial de que não somos seres nem racionais e nem irracionais, mas sim, seres biológicos emocionais.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

COMENTANDO A CRÔNICA DO ARNALDO JABOUR

           
             Essa crônica está tão completa e de tão fácil entendimento, que comentá-la até seria desnecessário, mas ela nos convida a pensar, então, vamos lá. Optei postá-la, pela sua riqueza de conteúdo, pela forma simples e clara que Jabour retrata a nossa realidade.
            Realmente, essa falta de amor, de tolerância, de paciência que se instalou nas relações humanas é algo  assustador. Outro dia, escutava um pai me falar tantas coisas horríveis, ao se reportar a filha, que fui obrigada a dizer-lhe o quanto estava assustada e me sentindo agredida com aquelas colocações. Essa situação me fez pensar, pois se o pai, que teoricamente, tem um amor incondicional pelos filhos, age dessa maneira em relação à filha, como serão as relações  estabelecidas com as demais pessoas? Como queremos esperar que um jovem mostre-se afetivo, se em casa é vítima de maus tratos?
Por vezes, percebo que as pessoas têm vontade de expressarem os seus sentimentos, mas tem vergonha, porque temem não serem bem interpretadas ou serem rechaçadas. Usam a palavra amor para se reportarem a sexo, esquecendo ou desconhecendo que o significado da mesma é muito mais amplo e profundo. O sexo deveria ser uma consequência do sentimento de amor, desenvolvido entre um homem e uma mulher, no entanto, não é isso que vemos.
            As relações pessoais estão efêmeras, as pessoas optam por não se envolverem com alguém, com medo de vir a sofrer ou se decepcionar. A decepção é o resultado da idealização feita em relação ao outro e por isso, ela é nossa e não do outro, pois projetamos para ele o personagem criado em nosso imaginário. O outro  tem que ser apenas ele e nada mais,  compreender isso parece ser tão difícil quando as pessoas vivem uma relação. Se revissem a sua maneira de amar, de querer e aceitar o seu parceiro, provavelmente não se teria tantas separações. Hoje, na primeira contrariedade, optam pela separação, porque ninguém quer tolerar mais nada, o egoísmo está imperando no ser humano.
            Na noite, encontramos pessoas bonitas, elegantes, mostrando-se alegres, animadas, na tentativa de esconder a dor da angústia que carregam no peito, por não conseguirem lidar com a solidão. Não se importam de ficar com várias pessoas, desde que não fiquem sozinhas e com isso, colocam-se em situações de risco. O índice de HPV nas mulheres vem crescendo de forma preocupante, demonstrando que elas não estão fazendo uso da camisinha na relação sexual, ou seja, tudo é permitido, para não ficar só.  Acreditam que dessa forma serão felizes, porém não conseguem definir o que é felicidade, quando lhes é questionado. Aí, fico pensando, como ser feliz, quando não se tem o conceito de felicidade? Isso é possível ? Provavelmente, não.
 
          Talvez a felicidade se dê a partir do momento que a pessoa se aceite,  exponha seus sentimentos e pensamentos, aja de forma autêntica, se respeite e respeite o outro, aceitando-o da forma como ele é. Assim, as relações interpessoais ficam bem mais fáceis, talvez mais sólidas e com grande chance de perdurarem.

domingo, 13 de janeiro de 2013

ESTAMOS COM FOME DE AMOR... Arnaldo Jabour

    
O que temos visto por ai??? Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes. Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas??? Chegam sozinhas e saem sozinhas... Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos... Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.

E não é só sexo não! Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida? Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo! Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ... sexo de academia .... Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalisticas... Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...

Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós... Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!" Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...


Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos... Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário... Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa... Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodé, brega, famílias preconceituosas. ..

Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados... Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado... "Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor... Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais... Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou, mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?

Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?" Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado... O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...

Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.

Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"... Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

 

 

sábado, 12 de janeiro de 2013

INTERESSANTE

   
          
            Recebi o link abaixo e achei interessante a matéria, por dois motivos, primeiro porque me identifiquei com o assunto abordado, por ser essa a minha forma de pensar e segundo, se as pessoas tivessem consciência de que não precisam muito, para viver bem e feliz, não estariam endividadas. Infelizmente, estamos vivendo numa sociedade em que a aparência é que conta, fazendo com que as pessoas consumam desesperadamente, para ostentar o que não são. Com isso, acreditam que serão valorizadas. Espero  não demorar muito, para se conscientizarem que a felicidade e o prazer não estão no ter, mas sim no ser.

 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

VIVEMOS DE FORMA FRAGMENTADA

  
           Por vezes, fico pensando que o humano está vivendo de forma fragmentada, não vive inteiramente aquilo que faz, pois sempre associa alguma coisa ao que está realizando, porque precisa vencer a demanda que lhe é imposta no seu dia-a-dia.

            Pensa em várias coisas ao mesmo tempo. Deseja obter algo, mas vai à contramão do que almeja. Afirma não querer mais alguma coisa ou uma determinada situação, mas não consegue se desvincular dela. Quer paz, mas reclama e briga o tempo todo. Busca a tranquilidade, mas está sempre correndo para ganhar e ter mais. Isso denota que entre a sua fala e o seu comportamento, existe uma dicotomia. Desse jeito, vai vivendo, sem aproveitar plenamente cada momento da vida.

            Essa forma dividida de viver, não permite que o humano se perceba, pois tem dificuldade de parar e olhar para si. Busca se encontrar através do outro, esquecendo que só conhecerá o outro, se antes se conhecer. Está sempre tentando encontrar soluções mágicas no externo, para resolver os conflitos internos. Procura uma forma de se livrar do medo que o move, em função dos sentimentos de incapacidade, insegurança, menos valia, baixa auto-estima, que lhe toma conta. Na tentativa de se livrar do desconforto causado por esses sintomas, gasta de forma exacerbada, come compulsivamente, procrastina, envolvem-se em relações promíscuas, apela para bebida, o cigarro e às vezes, até para as drogas ilícitas, sem ponderar os prejuízos que essas atitudes poderão acarretar na sua vida pessoal e profissional.

            A única maneira de livrar-se dessa vida fragmentada que vive, o humano precisa interromper esse processo, procurando ter uma consciência integrada, que lhe permitirá ver que toda mudança tem que ser feita de dentro para fora, para que haja um resultado satisfatório em sua vida, permitindo-lhe vivê-la inteira, sem dissociações. Essa nova maneira de viver lhe gerará mais confiança, segurança e isso refletirá nas suas relações pessoais e profissionais, oferecendo-lhe boas perspectivas e uma melhor qualidade de vida.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

ONDE ESTAMOS ERRANDO?

    
          Essa é uma pergunta muito comum quando chamo os pais dos adolescentes para conversar, só que agora percebo que ela está se estendendo para outras pessoas e com um enfoque diferente, pois querem encontrar respostas em relação ao mundo em que estamos vivendo. Referem que as relações estão muito difíceis, que as cobranças são muitas, que parece que tudo se perdeu de uma hora para outra.

            Na realidade, as coisas não se perderam de uma hora para outra, penso que o momento atual reflete o que foi sendo construído ao longo do tempo, mas só agora estamos nos dando conta do que construímos para nós. Uma sociedade adoecida, formada por egos inflados, onde as pessoas estão cada vez mais perdendo seu referencial de valores, vivendo uma crise de identidade e ética.

            A juventude busca algo que não sabe bem o que é, não tendo ainda, decidido o rumo que vão dar para suas vidas. A religião viveu uma grande crise no século XX e com isso, foi perdendo a posição que ocupava anteriormente. Com o passar do tempo, fomos perdendo o nosso senso histórico. Não relevamos mais os conhecimentos transmitidos por nossos antepassados, pois estamos preocupados com os avanços tecnológicos, com o sensacionalismo, com notícias dramáticas, que são informadas repetidamente ao longo do dia, com as novelas que nada acrescentam culturalmente na vida das pessoas, mas que elas não saem da frente da telinha, por se identificarem com alguns personagens.

            Esse momento convida-nos a pensar, o que fazer? O que dizer quando somos questionados sobre o que está acontecendo? Será que isso é o nosso mundo? A nossa sociedade? Será que nós somos isso? Estaremos vivendo o século da insensatez? Não sei!

            É difícil encontrar respostas para esses questionamentos, visto termos a sensação de que vivemos numa sociedade com ideais utópicos, em que somos  envolvidos por uma cultura e uma fé inabalável, reforçada por fortes valores morais e éticos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

ENCONTRAR UM CULPADO

          
           É impressionante como estamos sempre buscando um culpado, para responsabilizá-lo pelo que acontece com a gente ou para justificar nossos atos. O pior, é que muitas vezes não nos damos conta do que estamos fazendo, porque já faz parte da nossa maneira de funcionar.

            Precisamos culpar alguém quando estacionamos num local proibido. Quando falamos algo que sabemos que não é verdade. Quando somos arrogantes. Quando não somos fieis ao parceiro. Quando temos maus pensamentos ou más intenções. Quando nos apropriamos indevidamente de algo que não é nosso, entre tantas outras situações.

            Dessa forma, sentimo-nos mais aliviados, pois temos como justificar melhor a nossa atitude ou pensamento. Justificar é uma necessidade do humano, ele sempre precisa explicar alguma coisa, até mesmo quando elas são inexplicáveis. Isso mostra a sua falta de crítica.

            Essa forma de agir, demonstra o quanto, ainda, estamos presos a nossa maneira de funcionar na infância, quando precisávamos encontrar um culpado, para justificar as nossas travessuras. Não nos damos conta que essa época já passou e que precisamos ser responsáveis por todos os nossos atos e pensamentos. Acho interessante, quando as pessoas se justificam projetando para o inconsciente a responsabilidade de sua atitude. Claro, que ele é o responsável, mas nesses casos, sempre questiono quem é o dono do inconsciente, pois esse é quem responde por ele estar burlando, muitas vezes,  a cortina da censura e do recalque.

            Escondermo-nos no outro, não assumirmos as nossas ações e reações, faz com que permitamos que o outro veja as falhas do nosso caráter. Assumir a responsabilidade do que fez, pensou ou disse é o mínimo que esperamos de pessoas adultas, mas infelizmente, nem sempre é isso que encontramos.

VIVA MAIS TRANQUILO ESSE ANO, PLANEJE SUAS FINANÇAS

        
             Ao planejar nossa vida, precisamos também pensar em planejar nossas finanças, para que possamos viver de forma mais tranquila.

            Infelizmente, as pesquisas nos mostram que mais de 46% das famílias encerraram o ano de 2012, endividadas. Isso demonstra que faltou planejamento financeiro para as mesmas. Organizar suas finanças é fundamental para não passar outro ano no sufoco, para tanto, se faz necessário fazer um levantamento de todas as suas despesas e organizar-se, para que essas não ultrapassem o valor da sua receita.

            É importante lembrar que a receita é aquilo que você recebe mensalmente. Parece um tanto óbvio o que estou colocando, mas às vezes o óbvio precisa ser lembrado, principalmente quando se trata de dinheiro. É bastante comum vermos as pessoas considerarem o cheque especial como parte da sua renda mensal, esquecendo o quanto pagam de juro para o banco. Outros, inclusive, consideram os empréstimos que estão disponíveis em sua conta-corrente como fazendo parte da sua receita. 

            Esse é o grande perigo, pois toda vez que pagamos juros para o banco, estamos colocando dinheiro fora. Precisamos é analisar nossas despesas e fazê-las caber dentro da nossa receita. Para isso, é necessário, em alguns momentos, cortar temporariamente algumas despesas que não são essenciais, como por exemplo: assinatura de jornal ou revista, tv a cabo, guloseimas, idas ao cinema ou teatro, etc.

            Procurar comprar sempre à vista, pois tem como negociar um bom desconto. Evitar atrasar o pagamento das contas para não pagar juro. Adquirir o hábito de usar dinheiro na carteira, pois assim, torna-se mais fácil controlar seus gastos. Lembre-se que o “dinheiro de plástico” nos facilita a compra, pois não o vemos sair da nossa conta.

            Não entre nessa de aproveitar o financiamento que o banco está lhe oferecendo para pagar o IPVA e o IPTU, se não tiver dinheiro para pagá-los à vista, os pague parcelado, mas não pegue dinheiro emprestado com o banco, pois o juro que irá pagar para ele é bem mais alto do que se pagar esses impostos parcelados.

            Adquira o hábito de fazer uma planilha com as suas contas mensais e outra com os seus gastos diários. Para quem não tem esse hábito, isso é algo muito chato de fazer, mas é a maneira que tem de controlar os seus gastos.

            Programe suas compras, você não precisa adquirir tudo de uma só vez. Vá comprando, na medida em que o seu orçamento vá lhe permitindo. Na hora de comprar, liberte-se das contas mentais, pois essas são sempre a seu favor, mas na hora que colocar no papel, verá que elas não funcionam.

            Busque o seu equilíbrio financeiro, pois esse lhe permitirá viver melhor. A saúde financeira também é responsável pela nossa saúde física e mental, portanto, não a ignore.           

           

 

 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

HORA DE PLANEJAR

      
            O novo ano está aí e agora é hora de planejar o que desejamos realizar nele. Para algumas pessoas, esse é um momento complicado, pois não sabem o que querem para suas vidas. Outras fazem uma relação que vai de A a Z, como se fosse uma bula de algum complexo vitamínico e na hora de colocar em prática não sabem por onde vão começar, optando fazer um pouco de cada e acabam não concluindo nada. E tem aquelas que já desenvolveram o hábito de estipular metas e sabem planejar como fazer para que elas se concretizem.

            Estipular metas não é algo difícil. Pense na sua vida como se ela fosse a sua empresa, onde precisará desenvolver o planejamento estratégico para que ela possa apresentar bons resultados. Portanto, saiba definir quais serão os objetivos de sua vida nesse ano que está começando. Tendo esses definidos, pense quais as estratégias que precisará usar para colocá-los em prática. Determine um prazo para alcançá-los, veja como irá aplicar as estratégias escolhidas, planeje o tempo que levará para executá-las. Isso deve ser escrito e não algo feito de cabeça, pois precisará reavaliar várias vezes o seu planejamento, se não anotar corre o risco de esquecer.

            Vencida essa fase, é hora de colocar a mão na massa e ir à busca do que deseja. Lembrando sempre, que poderão surgir vários obstáculos no caminho, mas que deverão ser compreendidos como desafios a serem vencidos.

             Planejar o seu ano, ter claro o que quer para si, poderá lhe ajudar a sair da mesmice que muitas vezes se encontra, indo ao encontro de coisas novas e diferentes. Lembre-se, que a caminhada se torna mais fácil, quando sabemos onde queremos chegar. Agora, se optarmos por deixar a vida nos levar, corre-se o grande risco de não chegarmos a lugar nenhum e no final do ano, estarmos mais uma vez frustrados, pois nada de diferente aconteceu em nossas vidas. Não podemos esquecer que o ano só será diferente, se fizermos coisas diferentes.

            Planeje, tome a rédea de sua vida e com certeza viverá melhor.