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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

COMPREENDER

     A causa de muitos atritos nas relações se dá pela falta de compreensão entre as partes, isto ocorre, porque cada um quer fazer prevalecera sua vontade, acreditando que se ceder ficará desmoralizado. Por vezes, creem que compreender o outro é se anular, é tornar-se submisso ou que é simplesmente concordar para não criar nenhuma polemica.

 Provavelmente desconhecem que o verbo compreender vai muito além de entender ou saber. O seu significado original é incluir, abraçar, envolver. Eu complementaria este significado acrescentando o acolher e o ser continente com o outro.

    Compreender o outro em uma relação seja ela afetiva, profissional, familiar ou de amizade, pode ser algo simples, no entanto, percebe-se que as pessoas têm a necessidade de complicarem e criarem situações de conflito, gerando-lhes estresse. Talvez isto se dê pelo fato de que o simples e o complicado etimologicamente se relacionam, apesar de que muita gente desconhece isto.

   A origem da palavra simples vem do latim simplex, que ao desmembrá-la, o “sim” significa “um ou único” e o “plex” tem origem do indo-europeu “plek” que enuncia o substantivo “dobra ou laço”. Sendo assim, podemos dizer que ao nos referirmos a algo simples ou simplificado, estamos dizendo que é algo com apenas uma dobra ao passo que o complicado trata-se de algo com várias dobras, porque o prefixo “cum” significa intensidade.

    Portanto, compreender o outro, nada mais é do que desdobrar, arrancar para fora os laços, desnudá-lo, para que se possa perceber a sua essência e a partir daí acolhê-lo da forma que se conseguir, sem criar polêmicas.
           
















Um comentário:

  1. Boa dia! Muito bom, e necessário, pensamento, serviu para mim!

    Pensar que eu trabalho ao lado de uma pessoa que ainda não direciona qualquer palavra a mim, não faz contato visual, demora responder ao meu chamado e tem sutil má vontade ao prestar-me um favor profissional.

    Digo-lhe de passagem: nunca houve qualquer atrito entre nós. Mas observei se tratar de uma pessoa complexada com a condição humilde de vida (que percebo que ela tenta esconder), problemática (compreensível, pois já a escutei relatar amargamente a perda e rejeição de familiares), competitiva (não me passa informações importantes, e sorri quando eu erro) e que talvez se sinta ameaçada (pois sou novata e brilhante - de rápido aprendizado e autonomia, muitas vezes elogiada pela gerente, um estímulo na verdade que todo novato recebe).

    No princípio, eu demorei compreendê-la. Ficava triste por ela me ignorar, já que eu prezo muito pelo trabalho em equipe e meu humor é estável, daquele que agrega pessoas. Bastou um pouquinho de compreensão por minha parte: como exigir simpatia de uma pessoa que, estando ao meu lado, acaba sentindo um terrível contraste entre a minha leveza e sua própria vida conflituosa?
    A gente sempre pensa que a grama do vizinho é mais verde...

    Por fim, não tenho pena da pessoa. Mas nada me impede de agir com civilidade, desejando-lhe um simples bom dia, todos os dias.

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