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sábado, 30 de junho de 2012

EXISTE ALGUM SEGREDO PARA GASTAR MENOS DO QUE SE GANHA?

           
            Recebi um email exatamente com essa pergunta, obviamente que a resposta é não, se trata, apenas, de uma questão de conscientização. Para quem tem dificuldade de controlar para não extrapolar o seu orçamento, ai vão alguns passos:

             - Não ignorar pequenos valores e procurar sempre fazer uma boa negociação.

            - Evitar gastos desnecessários.

            - Fazer pesquisa de preço antes de comprar.

            - Criar o hábito de fazer um planejamento financeiro, desenvolvendo tabelas para que possa visualizar seus gastos diários e mensais.

            - Aprender a controlar o destino que dá para o seu dinheiro.

            - Saber a taxa de juros que está sendo cobrado.

            - Usar o cartão de crédito de forma responsável, não colocando tudo que compra nele.

            - Evitar cheque pré-datado, porque esse hábito pode fazer você entrar numa bola de neve.

            - Criar o hábito de economizar.

            - Avaliar a real necessidade do produto que deseja comprar. Pense se é o momento oportuno para adquiri-lo.

            - Adaptar o seu padrão de vida a sua realidade financeira.

            - Procurar maneiras de aumentar o seu rendimento. Seja trocando de emprego ou fazendo alguma outra atividade remunerada, nas horas vagas.

            Para conseguir gastar menos do que ganha é só aprender a controlar o dinheiro e usá-lo de forma inteligente, sem desperdiçá-lo.

           

sexta-feira, 29 de junho de 2012

ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO ENDIVIDAMENTO

         
         Todos os meses as pesquisas vem apontando o crescente número de pessoas endividadas. No mês de maio o índice de inadimplência nos empréstimos de pessoa física atingiu 6%, já o número de famílias endividadas em maio era de 55,9% aumentando em junho para 57,3%, sendo que 12,4% se consideram muito endividadas. Isso já era esperado com o anuncio da redução dos juros e a isenção do IPI para carros zeros.

            A tendência desses percentuais de endividamentos ainda deve aumentar mais, pois muitas pessoas não se conscientizaram que não existe mágica quando o assunto é dinheiro. Elas são movidas pelo princípio do prazer, querendo obter a satisfação imediata, não esperando para ver qual o momento melhor para comprar. Normalmente são pessoas que não sabem lidar com a frustração, acreditando de forma até pueril, que os seus desejos precisam ser atendidos, por se perceberem merecedoras daquele prazer.

            O que não percebem é que atrás desse comportamento existem questões afetivas. Na tentativa de preencherem uma falta interna, de um self vazio, de quitarem seus endividamentos afetivos, acabam inconscientemente desenvolvendo um processo autodestrutivo. A partir do momento que uma pessoa começa a precisar fazer empréstimo para quitar outro empréstimo, a não conseguir mais viver sem usar o cheque especial, não conseguir pagar o valor total da fatura do cartão de crédito, a jogar com as contas, passa a viver um estresse, a sentir-se incompetente para gerir sua vida financeira. Acaba arrependendo-se, desenvolvendo um quadro de ansiedade, de depressão, inclusive com tendência ao suicídio.

            Nesses casos, a sensação de prazer, de satisfação adquiridos na hora da compra acabam indo embora, mas não por muito tempo. Tão logo consigam quitar um pouco das dívidas, vão novamente buscar o prazer na compra. A satisfação que encontram nesse ato é tão intensa, a ponto de fazer com que a pessoa ignore qualquer pensamento sobre a dívida contraída, sobre a possibilidade de não conseguir quitá-la, pois a satisfação obtida em cada compra que faz, acaba por reforçar esse comportamento.
            Ao comprar um objeto a pessoa não está comprando apenas ele, mas todas as propriedades simbólicas que existem por trás do ato de comprar. Ao não deixar um comprador impulsivo e/ou compulsivo comprar, correr-se o risco de ele desenvolver uma crise de abstinência.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

DESCULPAS

Desculpem, mas não tenho conseguido postar, pois essa semana foi muita correria. Esse final de semana o blog será atualizado. Não deixem de visitá-lo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO

       
        O ser humano é por natureza um elemento que necessita viver em sociedade e precisa de comunicação por ser esta uma necessidade intrínseca do homem. O século XX foi marcado por grandes tragédias e avanços da humanidade e, especificamente, a última década, anos 90, marcou o advento e crescimento em escala quase exponencial da Internet. Ela tem sido responsável pelo redesenho de como as organizações atuam assim como mudança de hábito.

      Os líderes precisam ter a consciência que as pessoas que trabalham na empresa são seres humanos dotados de personalidade própria, profundamente diferente entre si, com uma história particular e diferenciada, são possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. São essas pessoas que devem ser vistas pela organização de forma positiva e conseqüentemente, por suas lideranças como uma fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inerentes e estáticos.

      Os colaboradores são parceiros e fazem um investimento na empresa com esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, na expectativa de colher retorno desses investimentos, como: salário, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira. Mas para que tudo isso seja possível e explorado é preciso que o papel do líder esteja claro e possa, se for o caso, desenvolver habilidades. É preciso vontade própria!

    Não existe uma boa liderança se não houver comunicação e isso deve ser entendido como uma forma de passar uma mensagem clara e compreendida, tendo a certeza que o colaborador tenha entendido. Inclusive é imprescindível que saiba ouvir, isso com certeza quando bem feito pode ajudá-lo a desenvolver a empatia. Não só nas organizações, mas na vida pessoal um dos exercícios mais difíceis é ser empático. O discurso de alguns é que são capazes de exercer essa característica com facilidade, mas sem dúvida se colocar no lugar do outro é uma tarefa difícil e desafiadora.

    O líder deve também saber argumentar sem forçar ou obrigar o funcionário, deve ser justo sem beneficiar somente algumas pessoas. Necessita usar o feedback para motivar os colaboradores.

    Outro aspecto que considero muito importante é saber lidar com os conflitos, diferente do que muitos pensam o conflito quando administrado leva às mudanças significativas, pois a organização deixa seu estado de monotonia para transformar problemas em soluções. Além disso, deve possuir condições de manter relacionamentos interpessoais sólidos e confiáveis, ou seja, a liderança deve passar confiança para seus funcionários. Essas características contribuem para que o líder saiba trabalhar em equipe e se perceba como um educador.

   Com a globalização é primordial que cada um possa conhecer seu papel dentro da organização e o líder deve não só selecionar as pessoas, mas desenvolve-las. Para isso, muitas vezes, não poderá ter medo de correr riscos, muito pelo contrário deve partir para a ação. Hoje não se admite que a liderança seja boa somente na parte técnica, o mercado exige muito mais que isso. Esse mercado está conscientizando as organizações a terem líderes capazes de ver o que não é visto, ouvir o que não foi dito e perceber o que os colaboradores pensam.

    A tarefa pode ser um grande desafio, mas não é impossível. Eu sempre acreditei que esse era o caminho, talvez pela minha formação em Psicologia. Em minha opinião, o líder deve ter competências que sejam vistas pelos colaboradores como fundamentais para o crescimento delas. Devem confiança e acreditar que a união, dedicação e organização fazem a força de um grupo e que estão sendo liderados por um verdadeiro líder e não um chefe.

                                                                Texto de Simone Lemos

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O IMEDIATISMO

       
           Percebe-se cada vez mais a necessidade que as pessoas têm de que tudo seja feito ou resolvido para ontem, ninguém mais pode esperar nada. Os resultados de seus projetos precisam ser imediatos, caso contrário, já optam por mudar, não dando tempo nem para que se solidifiquem.

            Isso denota a necessidade que as pessoas estão apresentando de obterem uma gratificação imediata, sendo levadas a agirem pela impulsividade. O não poder aguardar revela a incapacidade de lidar com a frustração.

            A agitação em que o ser humano está se colocando leva-nos a pensar quais os motivos que o fazem correr tanto, o que buscam nessa corrida desenfreada que toma conta de seus dias, aonde querem chegar.

            Apesar da dificuldade que as pessoas têm de parar é importante que pensem um pouco sobre a maneira que estão levando a vida, assumindo a responsabilidade que tem sobre a mesma, não se exigindo tanto e nem se angustiando quando as coisas não acontecem no tempo que queriam ou como queriam.

            O imediatismo até pode nos levar a alguns lugares, premiando o princípio do prazer, porém, pela falta de sustentabilidade, não consegue se manter por muito tempo, levando-nos a frustração ao nos depararmos com as exigências feitas pelo princípio da realidade.

            Daí a importância de refletirmos se realmente o imediatismo é a melhor escolha que fazemos para vivermos a vida.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

CARTÃO DE DÉBITO PODE LEVAR AO ENDIVIDAMENTO?

      
           Atendendo ao pedido das pessoas que enviam email ou que me pedem para falar sobre esse assunto, por participarem de atividades que desenvolvo na área de educação financeira, resolvi abordá-lo de forma bem sucinta.

            Em Porto Alegre, as pesquisas apontam que 77% das pessoas optam pelo pagamento com o cartão de débito. É bem mais prático e seguro, pois não se precisa estar carregando dinheiro. Agora, quando se usa o “dinheiro de plástico”, precisa-se ter um grande controle sobre o seu saldo, para não correr o risco de entrar no cheque especial e pagar juro ou estourar o limite do cheque especial.

            Tanto o cartão de débito quanto o cartão de crédito devem ser usados de forma comedida. A pessoa que costuma comprar tudo que encontra pela frente corre o risco de se endividar, porque geralmente a sua contabilidade é feita mentalmente e essa é sempre ao nosso favor.

            Portanto, use o cartão de débito, mas procure sempre controlar o seu saldo, evitando entrar no cheque especial. Caso já esteja usando o limite, avalie se o que está comprando realmente é necessário, para não aumentar o valor de juro a ser pago no final do mês ao banco.

            Os cartões de crédito e de débito facilitam a nossa vida se usarmos de forma adequada, caso contrário eles poderão se tornar nossos grandes inimigos, nos dando muitas dores de cabeça.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

CARÁTER – PALAVRA QUE PARECE ESTAR EM DESUSO NA NOSSA SOCIEDADE

      
Tenho tido a sensação de que as pessoas desaprenderam o significado da palavra caráter. Se formos buscar o seu significado no dicionário, veremos que se trata de índole, firmeza de vontade, de personalidade. Na visão psicanalítica, vemos que o caráter se forma com base no superego dos pais, somado pelo temperamento e as influências do meio ambiente. A sua função é proteger o ego contra os perigos do mundo exterior e frente às exigências instintivas do id. O id age de forma instintiva e é movido pelo princípio do prazer.

            Parece que as pessoas estão agindo apenas pelo princípio do prazer, ou seja, o comandante de suas vidas é o id, tendo o caráter perdido o seu papel para ele. O que querem é obter o prazer, beneficiar-se, locupletar-se, esquecendo qualquer princípio ético ou moral, abrindo mão de suas ideologias, por se julgarem tão espertos e inteligentes, que jamais alguém poderá apontar algo que os desabonem. O grau de narcisismo é tanto, que lhes dá o direito de subestimarem a capacidade de qualquer pessoa.

            As notícias apresentadas nessa semana, pelos meios de comunicação, nos mostram isso claramente. A denúncia feita em relação à fraude nos concursos públicos, provavelmente se deu pelo fato de a denunciante ter sido excluída do processo. A falta de caráter, o narcisismo, a falta de crítica é tanta, que não vale aprofundar os comentários, pois a meu ver, o comportamento dessas pessoas denota uma psicopatia.

            Outro fato que me deixou chocada foi ao ler que o Brasil ocupa o primeiro lugar nos fraudes cometidos na internet, segundo pesquisa realizada pela RSA, Divisão de segurança cibernética da EMC. Isso reflete o comportamento do nosso povo, a falta de credibilidade das pessoas, que se julgam muito inteligentes ao enganarem alguém. Novamente nos defrontamos com uma questão de caráter, de narcisismo, de valores. A vaidade provocada por um ego grandioso os deixa cegos, a ponto de não conseguirem enxergar o seu grau de ignorância, de pobreza de espírito, de incapacidade e infantilidade, pois se julgam capazes de ludibriar e nada lhes acontecerem. Afinal, vivemos num país em que tudo vale e para tudo se tem um jeitinho.

            Isso pode ser confirmado com o nosso ex-presidente apertando a mão de seu adversário, que muitas acusações se fizeram, que aparentavam ter ideologias políticas diferentes. Coloco que “aparentavam ter ideologias políticas diferentes”, por que hoje me questiono se realmente eles têm ideologia política ou se a ideologia é voltada apenas para sua pessoa e o seu bolso.

            Esses três pontos são suficientes para refletirmos sobre o caráter das pessoas que fazem parte da nossa sociedade. Onde ficam os princípios éticos, os valores morais, as ideologias que precisam ser passadas para os nossos jovens? Que mundo queremos deixar para eles? O caráter deve fazer parte dos estudos da sustentabilidade que hoje está tão em voga.

            Acredito que só temos duas maneiras de se viver nesse mundo, ou seja, de forma alienada ou angustiada. Com certeza prefiro a última opção, a angustiada. Não consigo ver tudo isso, não pensar e calar frente a todos esses absurdos que no mínimo devem ser vistos como vergonhosos para o nosso país. Respeito às pessoas que optam pela alienação, mas jamais quero pertencer a esse grupo, mas se um dia  isso acontecer, é porque perdi a total capacidade de pensar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A PIOR POBREZA QUE EXISTE É A DO HUMANO

          

            Não existe pior pobreza, do que a do humano. Esse, a cada dia que passa, por meio de suas atitudes, se torna pobre, não de bens materiais, mas de espírito. Porém, não percebe isso, pois o seu funcionamento narcísico não lhe permite.

            Nos tempos atuais, as pessoas estão mais voltadas para si. Mesmo assim, encontram dificuldade para se reconhecerem, porque na realidade não se conhecem, mas acreditam que são os senhores (as) da verdade. Quando esse mito cai por terra, não suportam a dor da sua ferida narcísica, tratam logo de projetar para o externo a causa da sua dor.

            Pensar em ter que dividir algo com alguém, é coisa que não lhes passa pela mente. Acreditam, sim, que todos devem reverenciá-los, afinal, se percebem como verdadeiros deuses. São pessoas receptivas, acolhedoras, abertas para fazerem negócios, trocarem idéias, desde que sejam beneficiados. Não se interessam pelos assuntos dos outros, mas se esse detiver alguma informação que possa lhe ajudar, com certeza, será lembrado.

            O triste de tudo isso, é que no fundo, são pessoas extremamente pobres e com um pensar pequeno. Acreditam que ao se enganarem, estão enganando os outros. Subestimar a inteligência ou a capacidade de alguém é característico de pessoas ignaras, por se julgarem muito expertas. São pessoas que desenvolvem um sofrimento intenso, em função do conflito interno que se estabelece, pois ao mesmo tempo em que se julgam deus, são possuidores de um sentimento de insegurança e de medo muito forte.

            O humano precisa reaprender a viver, deixando de se ver como deus, aceitando que não é um ser transcendente, mas que tem condições de transcender, a partir do momento que se livrar das amarras que usa para controlar os seus processos psíquicos e aprender a escutar e a dialogar com eles. Dessa forma, encontrará o que busca desenfreadamente no externo, mas que está dentro de si.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

VIVER A VERDADE

      
          Por vezes tenho a impressão que estamos vivendo num mundo de faz de conta, onde as pessoas acabam por perder o seu verdadeiro referencial. Preferem esconder aquilo que julgam ser feio, falam o que acreditam que os outros querem escutar ou que possa causar um impacto, contam histórias ricas de detalhes, mas que não vivenciaram, vivem um padrão de vida que não lhes pertence. Assim vão cada vez mais se afastando da sua verdade, da riqueza do seu mundo interior.

            Esse tipo de comportamento ocasiona um forte desgaste emocional, criando conflitos internos e externos, em função de que em algum momento, a máscara cai. Com isso, a frustração surge, porque começa a perder a credibilidade junto às pessoas e a ver que não é tão bom quanto deseja mostrar.

            Não percebem que viver a verdade é algo bem mais simples, basta estar em contato com o seu verdadeiro eu, deixando que esse aja. Ser verdadeiro é falar o que pensa, mas com o cuidado de ver como irá expor o seu pensamento. É se aceitar, sabendo reconhecer e lidar com os seus pontos fortes e fracos. É viver a sua vida, sem precisar criar simulacros. É saber lidar com as suas limitações, sem precisar criar desculpas para justificá-las.

            A partir do momento que a pessoa resolve viver com a verdade, consegue se libertar das doenças do corpo e da alma, ficando mais leve, por estar em harmonia com o seu verdadeiro eu.

domingo, 17 de junho de 2012

A DIFICULDADE DE LIDAR COM A FRUSTRAÇÃO QUE O OUTRO NOS CAUSA

     
          Cada vez mais se verifica a dificuldade que as pessoas têm de lidar com a frustração, quando o outro não atende a nossa expectativa. Na realidade, será que é o outro que nos causa a frustração ou somos nós  que idealizamos as pessoas ou imaginamos algo e quando isso não acontece, lhe projetamos a causa da frustração, por não termos consciência de que  a responsabilidade é nossa.

            O que imaginamos ou idealizamos são conteúdos nossos, mas fantasiamos que o outro será capaz de atender a nossa demanda. É comum ver-se isso, quando encontramos pessoas que estão  apaixonadas por alguém, referem ter encontrado sua alma gêmea. Passam a acreditar que essa pessoa resolverá todos os seus problemas, que lhe completará, que lhe estará sempre disponível, que irá dar conta dos seus desejos mais profundos, que não permitirá que o sofrimento se aproxime dela, poupando-a de ter que fazer o seu processo de individuação. Essa idealização também se faz presente nas relações profissionais, conjugais, familiares e com os amigos.

            Infelizmente, a idealização do outro está muito presente no mundo moderno. Percebemos o desejo inconsciente de encontrar no outro a imagem das figuras parentais que carregamos no nosso inconsciente. Por isso, exigimos que o outro nos dê a segurança, a amabilidade, que atenda as nossas necessidades a tempo. Quando isso não acontece, nos frustramos e o rejeitamos como fazíamos na infância ou na adolescência com os nossos pais, projetando-lhes a culpa. Essa é a forma que encontramos para não buscarmos o nosso processo de individuação. Na realidade temos medo de buscar a individuação, por não termos o senso do eu, por isso, colocamos para o outro a responsabilidade de fazer-nos vislumbrar a nossa própria alma, apesar de que isso é uma caminhada a ser feita por cada um.

sábado, 16 de junho de 2012

PARA AONDE FOI A PRIVACIDADE E A EDUCAÇÃO DAS PESSOAS?

         
Outro dia precisava me deslocar para um determinado local e resolvi pegar um ônibus. Ao mesmo tempo em que se tornou uma situação ansiogênica, foi interessante, pois deu para observar que as pessoas resolveram tornar suas vidas públicas.

Ao entrar no ônibus pensei que algo estranho tinha acontecido, pois as pessoas estavam agitadas e falavam alto, mas na medida em que o tempo foi passando e fui me familiarizando com a situação, percebi que elas apenas conversavam. Algumas falavam com a pessoa que estava ao seu lado e outros falavam no celular.

Um senhor conversava com a cobradora e com o motorista, prometia lhe dar umas botas que havia comprado para outro motorista, só que esse não trabalhava mais na empresa. Resolveu, então, que o presenteado seria o atual. A senhora que estava sentada ao meu lado, conversava no celular com uma colega e se queixava da sua atual patroa. Quando desligou e que senti um alivio, ela ligou para o filho. Esse tinha que fazer um trabalho para escola e não conseguia baixar um filme, porque a internet não estava funcionando. Já havia ligado para o tal de Fernando que trabalha de segurança, mas ele não lhe atendeu, pois segundo essa senhora, ele deveria estar dormindo, visto trabalhar a noite. Na minha frente, tinha uma senhora que estava com dificuldades financeiras e precisava tomar dinheiro emprestado. Conversava, não sei com quem, mas dizia para que pegasse emprestado com uma determinada pessoa, pois o juro era menor que no banco. Fiquei imaginando, se ela tiver dificuldade para pagar, não corre o risco de ir para o SPC e SERASA. A minha direita tinha um jovem que resolveu ter uma DR (discutir a relação) com a namorada, dentro do ônibus.

No meio de toda essa confusão, comecei a ter uma crise de ansiedade, até que me dei conta que nada daquilo me pertencia. Por isso, o melhor que tinha a fazer era observar o comportamento das pessoas e refletir sobre ele, talvez assim, a minha ansiedade passasse.

Esse cenário me levou a imaginar como seria os navios que transportavam os loucos, no século XVII para as cidades portuárias, que Foucault se reporta em seu livro “A história da loucura”. Provavelmente, não deveria ser muito diferente da “muvuca” que havia se estabelecido no ônibus.

Percebi que as pessoas perderam a noção do que é privacidade e pior, não tem mais noção de educação, porque em nenhum momento se preocuparam em saber se os outros que compartilhavam o mesmo espaço estavam interessadas em ficar a par dos seus problemas. O individualismo ficou evidenciado, assim como a falta de critica, porque não se apercebem o quanto estão se expondo no meio de pessoas que não sabem quem são. Creio que o objetivo delas, na realidade, é se fazer notar.

Pensar que possam estar importunado, é algo que não lhes passa pela cabeça.

Ao descer do ônibus fiquei pensando no nível de ansiedade daquelas pessoas. Não conseguem fazer um percurso quietas, apreciando a paisagem ou pensando sobre as suas vidas. Fiquei a questionar como será a vida delas com a família, no trabalho, nas relações com os amigos. Provavelmente, devem perturbar todos que estão à volta, ou, eles funcionam na mesma frequência.
  Agora, o que não pode ser esquecido é que existem regras básicas de educação para uso de celular e para se comportar em locais públicos. Disso não podemos abrir mão.




quinta-feira, 14 de junho de 2012

A DIFICULDADE DE LIDAR COM O OUTRO

             
          Lidar com o outro parece, nos últimos tempos, algo muito difícil, em função do aumento da impaciência, da intolerância, da correria, do egocentrismo que faz parte do mundo moderno. Não nos damos conta que esses são artifícios que usamos para nos defendermos, pois na realidade tememos enfrentar o outro, já que esse nos revela quem realmente somos. 

            Reclamamos e criticamos a maneira que o outro funciona, nos achamos com propriedade para dizer como ele deveria agir, enquanto na realidade, muitas vezes, não conseguimos gerir nossa vida. Ficamos brabos e frustrados quando o outro não responde as nossas expectativas, como se ele tivesse que respondê-las. Não percebemos que essas são os nossos desejos projetados para ele. A projeção é algo nosso que vemos no outro e por isso, a importância de refletirmos quando percebemos que alguma coisa dele está nos incomodando.

            Claro que não podemos achar que o outro é isento de qualquer coisa, que tudo é nosso. O outro pode transitar da generosidade, amabilidade até a agressão, a violência, repetindo e reforçando as feridas que trazemos em nossa história. O grande problema de tudo isso é que não nos conhecemos e daí a grande dificuldade de separar o que é do outro e o que é nosso.

            Para vencer essa dificuldade de lidar com outro, é preciso quando nos deparamos com algo que nos incomoda nele, questionar “o que isso diz de mim”? Assim começamos a nos conhecer um pouco mais e não corremos o risco de ficarmos presos a um pensamento mágico de que o outro é responsável por tudo que acontece em nossa vida.

            Enfrentar o outro é uma grande oportunidade para se conhecer, portanto, aproxime-se dele e tente trabalhar com as dificuldades que irão surgir. Isso não é uma tarefa fácil, mas desafiadora.






terça-feira, 12 de junho de 2012

A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

         
         Fico impactada quando escuto algumas pessoas comentarem sobre essa barbárie cometida pela mulher que matou e esquartejou o esposo, pois buscam várias alternativas para justificar esse ato de delinquência. Algumas referem que ela era uma garota de programa, portanto, não é de se admirar essa conduta, como se isso fosse uma característica de todas as garotas de programa. Percebe-se que o preconceito é quem fala mais alto nesse caso. Outras dizem que ela não conseguiu conter a raiva frente à agressão verbal do marido.

            Tentar justificar o que não é justificável, na minha concepção não faz sentido. Por maior que seja a agressão, não se tem o direito de tirar a vida do outro. Nada justifica a violência, o que se percebe é que as pessoas estão tão acostumadas ver e viver cenas de violência no seu dia-a-dia que já não dão mais importância. Tratam a violência como algo comum de acontecer na vida do homem.

            Normalmente a pessoa que sofre agressões, foi vítima de violência na infância e ao se casar com um agressor acredita ser impossível separar-se dele. Isso ocorre em função de ter um sentimento de impotência arraigado dentro de si, que a deixa paralisada. Às vezes, fazem-se necessários vários episódios de agressões para que a pessoa consiga abandoná-lo ou detê-lo. Vive as primeiras agressões como uma reprodução da violência vivida na infância, geralmente, na díade pai ou mãe-filho e por isso a justifica de forma racional, sem perceber que está conspirando contra si mesma, a fim de se manter vinculada não só ao agressor, mas ao sentimento de impotência desenvolvido frente ao outro na sua infância.

            Falar de violência não é algo tão simples, pois se precisa identificar a origem da mesma, entendendo as feridas que fazem parte da história da vítima. Agora, o que não dá para aceitarmos é que as pessoas a vejam e a tratem de forma natural, pois isso é ser conivente a ela.

 A violência tem se feito presente nas relações das pessoas e essas dizem não dar importância, pois sabem que o outro costuma agir assim. Não se dão conta que por trás dessa fala, demonstram o quanto estão presas ao sentimento de impotência, de medo, de insegurança que viveram lá na infância, no ambiente parental e que permanece tão forte dentro delas, que as deixam imobilizadas, impedindo que reajam.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

O ISOLAMENTO DO HUMANO


          Percebe-se e cada vez mais que o humano vem se isolando. É fácil de identificar isso, basta prestarmos atenção no comportamento das pessoas. Quando andam pelas ruas estão com fones nos ouvidos, pois assim não correm o risco de serem incomodados por ninguém. Nos restaurantes, nas salas de espera estão teclando e se comunicando pela internet. Em casa, não precisam sair para nada, pois são contemplados por uma vida on line que tudo lhe oferta.

            Esquecem, no entanto, que o homem não foi criado para viver isolado, que o contato com o outro é fundamental, mas o que se vê é que as pessoas não conseguem ou não querem se relacionar. Optaram por terem um bichinho de estimação, que tratam como se fosse uma criança. Não percebem que dessa forma estão atestando a sua solidão, a sua dificuldade de se relacionar com as pessoas, a sua intolerância, a sua frustração por ter pedido o seu potencial de relacionamento. A atenção que dão ao animalzinho é aquela que inconscientemente gostariam de dar para alguém, mas que não tem coragem ou não conseguem. Os animais merecem o nosso carinho, mas as pessoas também.

            O homem se isola por não se conhecer, não se conhecendo não consegue conhecer o outro e isso lhe assusta. Fica inibido frente à reação das pessoas, sentindo-se agredido, sem perceber que elas, na maioria das vezes, funcionam como seu espelho.

            O isolamento do humano faz parte da crise civilizacional que vivemos e que se não tentarmos reverter, acarretará sérios prejuízos, não apenas para essa geração, mas para a vindoura. O descuido, o descaso e o abandono que o homem tem para consigo e para com o outro precisa se tornar consciente, pois ele está em nível de inconsciente. O homem se considera muito evoluído, está sempre em busca de novos avanços científicos e tecnológicos, mas esquece de ter cuidados básicos consigo, como por exemplo, procurar saber quem realmente ele é, vivendo mais pelo seu inconsciente pessoal e não se deixando influenciar, tanto,  pelo inconsciente coletivo.

            É interessante observar o comportamento das pessoas quando lhes é perguntado quem elas são. O desconforto causado é incrível, pois precisam assumir que nunca pararam para pensar sobre isso. Buscam justificativas por meio da racionalização e da intelectualização, mas não conseguem explicar e se frustram ao se darem conta disso.

            Isso leva-nos a pensar que esse isolamento do humano pode ser explicado como um meio de defesa por não se conhecer. Essa falta de conhecimento o leva a temer o contato com o outro, pois este pode  descobrir algo que deponha contra a sua pessoa. Através da internet não corre esse risco, pois pode mostrar o seu eu idealizado, que ninguém terá como contestar.

            A vida on line pode ser boa, mas o contato humano é bem melhor. Não podemos deixar agonizar as relações humanas, precisamos revitalizá-las, porque elas são o sustentáculo do humano.


       

domingo, 10 de junho de 2012

A SUSTENTABILIDADE E O HUMANO

     
             A partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, em Estocolmo é o que o termo Sustentabilidade tomou força. Desde então é utilizado para vários segmentos da sociedade como a educação, política, economia, administração entre outras áreas.

            Segundo a definição da ONU, o conceito de sustentabilidade é o “atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das necessidades das gerações futuras”. Este vocábulo também pode ser definido como sobrevivência, estando relacionado à sobrevivência dos recursos naturais, dos empreendimentos e do humano.

            Não tem como se pensar em sustentabilidade, se não pensarmos nas mudanças necessárias do comportamento humano. Sabe-se dos diversos avanços tecnológicos que são criados e desenvolvidos a todo o momento e não podemos desconsiderá-los. Entretanto, precisamos lembrar-nos da necessidade urgente de buscar alternativas para evolução do comportamento humano, a fim de resgatar alguns valores que foram deixados de lado. Buscar incentivar a convivência em grupos, fazendo com que as pessoas saiam do egocentrismo em que vivem, conscientizando-se que no convívio com os outros, são capazes de criar alternativas para um mundo melhor.

            No momento em que o homem se une aos outros, consegue forças para fazer as mudanças necessárias. Para tanto, é importante acreditar e fazer, a fim de que as coisas aconteçam, criando regras de convivência para que haja paz nas comunidades em que habitamos ou circulamos. Conscientizando as pessoas da necessidade de preservar a natureza, a fim de garantir boas condições de vida para as próximas gerações. Alguns, talvez, julguem que isso não é um problema seu, mas sim dos nossos governantes. É de esse pensar pobre que precisamos nos desfazer e deixar o nosso comprometimento ético de cidadão agir, pois garantir boas condições de vida para as gerações futuras, não se limita apenas cuidar da natureza, mas principalmente cuidar das relações. De poder pensar no outro, tendo um olhar para ele, a fim de que esse possa não só se sentir acolhido, mas ter uma vida melhor. Desta forma, conseguimos aprimorar o nosso crescimento enquanto ser, pois o outro sempre tem algo a nos transmitir.

            Não cabe justificarmos que não fazemos as coisas porque os outros não fazem. Isso é uma maneira de não se envolver e de não se comprometer com nada. Costumo dizer que as pessoas que pensam dessa forma, vieram ao mundo a passeio, portanto, não se preocupam com nada, nem mesmo com o seu crescimento enquanto pessoa. O fazer ou não, se trata de um projeto de vida e cada um tem o seu, de acordo com os princípios éticos e morais que carrega consigo. É um comprometimento com aquilo que julga correto, que acredita e que tem como ideologia de vida, procurando mostrar para os outros que é possível viver uma vida mais humana, mais digna, sem tantas agressões e violência.

            O humano tem autonomia para escolher o tipo de vida que deseja ter e o que quer deixar para as próximas gerações. Como diz Max Feffer: “a vida que a gente quer, depende do que a gente faz”. Para que haja sustentabilidade no planeta, o humano precisa parar e refletir sobre o seu comportamento.

sábado, 9 de junho de 2012

COMO VENCER A DEPRESSÃO DE INVERNO

          
            Já escrevi mais de uma vez sobre esse tema, mas como foi pedido para falar de novo sobre esse assunto, aqui estou a escrever.

            A depressão sazonal ou de inverno é uma depressão biológica, visto diminuir a produção de serotonina que é um dos neurotransmissores responsáveis pelo nosso humor e aumentar a produção de melatonina que é o hormônio responsável pela regulação do sono. A redução da serotonina se dá em função de os dias serem mais cinzentos, pois é a claridade e o sol que estimulam a sua produção.

            Mesmo se tratando de uma depressão biológica, que requer o uso de medicação é importante que a pessoa acometida por esse tipo de depressão também se ajude. Nos dias de sol dar uma caminhada ou até mesmo ficar parado, ajudará a estimular a produção da serotonina. Isso deve ser feito mesmo quando não tem vontade. É comum a pessoa que está deprimida não querer sair, contatar com as pessoas ou fazer uma atividade física. Prefere ficar em casa fechada, curtindo os sintomas provocados pela depressão, mas deve se esforçar para não se deixar vencer por ela. Não é uma tarefa fácil, requer vontade e disciplina.

            Não é porque está frio que as pessoas precisam ficar em casa. Se agasalhem e vão caminhar, apanhar sol, fazer atividades físicas, pois acabam se esquentando. Conversam com outras pessoas, se distraem e quando se dão conta, o dia passou. Também podem aproveitar para arrumar armários, ler, jogar, convidar algum amigo (a) para ir ao cinema, teatro ou tomar um café. Se não tiver companhia, vá sozinho. É comum as pessoas ainda não quererem fazer as coisas por falta de companhia, vejo isso no consultório. Quando me dizem isso, lembro que nascemos e morremos sozinhos, portanto, fazer as coisas sozinhas é normal, não podemos ficar dependendo da vontade dos outros, para fazer o que é nosso. Afinal o desejo de realizar algo é nosso e não dele. Quando se sai sozinho, se tem a oportunidade de conhecer alguém, de bater um papo, sem nenhum compromisso. Quem sabe até surge uma nova amizade.

            O ideal para vencer a depressão sazonal ou qualquer outro tipo de depressão é não ficar parado. Saia, aprecie o movimento, corra, vá para academia, curta cinema, teatro, show ou pegue um bom livro e mergulhe nele. A única coisa que não deve fazer é ficar em casa curtindo a depressão, esperando o inverno passar, para poder se alegrar. Alegre-se agora e vá curtir a vida, mesmo que o frio seja intenso.

           




sexta-feira, 8 de junho de 2012

CADA UM FAZ A SUA ESCOLHA

          
            Cada um escolhe o tipo de vida que deseja ter, mas, infelizmente, não são todas as pessoas que têm essa consciência. Quando as coisas não vão bem, geralmente buscam algum culpado, não assumindo a sua responsabilidade. Isso demonstra a dificuldade que a pessoa tem de  aceitar que é passiva de erro, que pode optar por um caminho que não atenda as suas expectativas. Essa dificuldade, geralmente, está atrelada a um ego grandioso, a um funcionamento narcísico, que o leva a projetar para o externo  o que não deu certo. Isso pode caracterizar um funcionamento pueril.
            As escolhas podem ser renovadas a cada dia, basta querer. Quando algo não vai bem, ao invés de ficar reclamando, quem sabe busque soluções. É aquela velha história, se você quer ter resultados diferentes, faça coisas diferentes.
            Não é porque fez uma escolha ou definiu algo, que não poderá mudar. Ao perceber que não foi a melhor escolha, veja quais são as alternativas. Não tenha medo de assumir que a escolha feita não foi a melhor opção. Isso não é sinônimo de fracasso, afinal, todos têm o direito de se enganar. Além do mais, só se sabe se algo dará certo ou não, se tentar.   
            Existem pessoas que estão sempre reclamando da vida, se queixando de doença, falando de seus problemas, se achando injustiçada e não percebem que dessa forma acabam afastando as pessoas de perto de si. Algumas acham que os outros sempre estão querendo prejudicá-las, deixando claro não só a sua paranóia, como também demonstrando que se percebem como um "objeto" tão bom, que todos querem destruí-la.
            Cada pessoa é responsável pelas coisas boas e ruins que acontecem em sua vida. A vida é feita de escolhas e cabe a cada um nós escolher que tipo de vida quer levar. Se optar por ter um estilo de vida saudável, sem ficar acumulando raiva, mágoa, tristeza no coração e aceitando as pessoas como elas são, com certeza viverá bem e terá sucesso na sua caminhada. Agora, se a opção for por viver uma vida de faz de conta, com mentiras, agressões, violências, vícios, intolerâncias, provocações, provavelmente se tornará uma pessoa amarga e viverá uma vida de insatisfação.
            Cabe a cada um escolher o que quer para sua vida, lembrando sempre que essa é o resultado da sua escolha.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

QUE MUNDO É ESSE?

           
          Tenho me questionado muito sobre o mundo que estamos vivendo e esse questionamento é reforçado ao ver os crimes bárbaros que estão sendo cometidos. A semana passada escrevi sobre a menina de 15 anos que queria extorquir dinheiro de um empresário, pois assusta ver que uma adolescente já está apresentando um transtorno de conduta grave e que isso provavelmente acabará se transformando num transtorno de personalidade anti-social. Ontem é noticiado um crime que choca qualquer pessoa, a esposa mata e esquarteja o marido, por ter um ciúme patológico.

            Ao tomar conhecimento desses fatos, não consigo ficar sem questionar que mundo é esse, pois as pessoas demonstram por meio de seu comportamento, o quanto estão adoecidas. Não é possível conceber que por causa de uma discussão, de uma agressão a esposa resolva matar o marido e não bastando, o esquarteja e coloca as partes de seu corpo em malas e solta em um determinado lugar. Obviamente que não foi a primeira discussão e a primeira agressão física que ela sofreu, dá para entender que talvez estivesse cansada de ser agredida, mas não justifica esse comportamento.

            A mulher tem que denunciar a violência, deve buscar ajuda psicológica e jurídica, não deve permanecer do lado do agressor, mesmo que a violência seja verbal, pois isso é uma questão de auto-estima, de amor próprio. A violência não pode ser permitida em nenhum tipo de relacionamento, não é só no casamento, mas entre amigos, empregado/empregador, colegas, vizinhos, etc.

            O comportamento dessa mulher retrata um quadro de psicopatia que pensamos que só existem em livros, mas infelizmente nos defrontamos com ele na realidade.

            Não se tem como não pensar frente a uma notícia dessas, como não questionar o comportamento das pessoas, pois isso demonstra que, quanto mais o homem se afasta da sua essência, mais adoecido ele fica. Perde o referencial de humano e acaba agindo de forma instintiva, impulsiva.

            O homem precisa retornar a sua essência de forma urgente, tornando-se mais humano, mais tolerante, aceitando as pessoas com as suas diferenças, respeitando enquanto pessoa, valorizando a vida e não se deixando levar por esse mundo de faz de conta que grande parte da nossa sociedade optou por viver. Caso contrário, corremos o risco de continuarmos nos defrontando com casos como esse ou piores ainda. Não podemos apenas ler ou escutar uma notícia dessas e não darmos importância, porque afinal não foi na nossa família, mas devemos lembrar que amanhã poderá ser. Sabemos que o ser humano está sempre nos surpreendendo e às vezes da onde menos esperamos é que temos as maiores surpresas.

            Pensar sobre o nosso comportamento e sobre as nossas relações é fundamental, para que mantenhamos relações saudáveis e façamos a diferença na vida do outro.

             

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CONVITE À REFLEXÃO

"Foram as coisas reais ou imaginadas que mais contribuíram para a felicidade humana? É certo que a amplidão do espaço entre a suprema felicidade e a mais profunda infelicidade foi criada apenas com o auxilio das coisas imaginadas. Esse tipo de sentimento do espaço, então, vem sendo reduzido cada vez mais pela ação da ciência: do mesmo modo que dela aprendemos a perceber a Terra como pequena, e o próprio solar como simples ponto."

                                                                             Nietzsche

                                  

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O ENSINAMENTO DO TER

             
          Vivemos em uma época que o ter passou a ser o top da vida das pessoas. Elas precisam ter para se sentirem alguém ou pertencendo a determinados grupos. A importância do ser ficou de lado, pois se instalou a cultura de que tendo, tudo é possível.

            Independente do nível cultural, social e econômico a maioria das pessoas estão preocupadas em ter, mesmo que isso lhe custe noites sem dormir, provocadas por um alto índice de endividamento.

            Os carros nacionais estão perdendo espaço para os importados. Sendo que hoje a moda é ter camionete, mesmo que isso implique que boa parte do salário  se destine para pagar a prestação dessa.

            Os telefones celulares, os tablets, os smartphones têm que serem os últimos modelos. Isso não é uma exigência só dos adultos, mas das crianças e dos adolescentes também. E o interessante é que os pais atendem essas exigências dos filhos, sem questionarem a real necessidade da mesma.

            O ter é o responsável pelo endividamento que toma conta da vida de muitas famílias, mas que mesmo não conseguindo pagar suas contas, continuam comprando. Isso demonstra o mundo do faz de conta em que vivem e não apenas isso, pois o comprar impulsivo e ou compulsivo pode estar a serviço de preencher um vazio interno que incomoda e não sabem como lidar. Também serve para tentar driblar o sentimento de menos valia que carregam consigo. Esquecem, no entanto, que essa maneira de funcionar é o modelo que estão passando para os filhos, fazendo com que acreditem que tudo podem na vida. Por isso, o alto nível de endividamento que se faz presente na vida dos jovens.

            Esquecem ou não sabem que não é dessa forma que conseguirão resolver suas angústias, seus conflitos, pois enquanto continuarem agindo assim, a tendência dos mesmos é aumentar.

            Precisa-se urgente mudar essa cultura do ter e retomarmos a cultura do ser, pois enquanto humanos, precisamos ser. Ser pessoas com ideologias, com princípios éticos e morais bem alicerçados, com valores, com responsabilidade, com conhecimento, com profissionalismo e tudo mais que envolve o verdadeiro sentido do humano.   




domingo, 3 de junho de 2012

A IMPORTÂNCIA DE DIZER “NÃO” PARA O FILHO

      
         A dificuldade que muitos pais têm em dizer não para os filhos está relacionada ao sentimento de culpa que carregam, por terem que passar horas longe deles, em função das suas atividades profissionais. Com isso, sentem-se obrigados a atender a todas as demandas dos filhos, bem como presenteá-los com tudo o que pedem. Ficam muito mal quando não conseguem atender as suas solicitações,  visto que essas acabam por reforçar não só o sentimento de culpa, mas de incompetência e impotência.

            Acreditam que dando tudo o que o filho quer, estão, não só satisfazendo a vontade dele, mas também resolvendo a sua própria frustração, porque ouviu muitos "não" dos seus pais.

            O que não sabem é que dizer “não” é muito importante, pois ele leva à criança a frustração e essa o faz pensar sobre as suas atitudes. Aprende que o mundo não gira em torno de si, que existem regras impostas pela sociedade e que devem ser respeitadas, bem como as regras colocadas pelos pais. O grande problema é que, às vezes, os pais dizem um não e se o filho fica contestando, acabam cedendo e deixando que a vontade do filho prevaleça. Assim, estão lhe dando uma dupla mensagem e ensinando que basta dar uma contestada para que mudem de ideia.

            Essa vacilada dos pais pode ter uma repercussão negativa na vida dos filhos e nas suas também. Não tema dizer não para um filho, diga sempre que julgar necessário e após dizer, não volte atrás. É preferível sofrer por dizer um não ao filho, do que sofrer quando descobre que ele está envolvido no mundo das drogas ou em outras situações ilícitas, como essa menina de 15 anos que tentava extorquir um empresário em São Paulo.




sexta-feira, 1 de junho de 2012

JOVEM DE 15 ANOS TENTA EXTORQUIR DINHEIRO DE EMPRESÁRIO EM SÃO PAULO

      
           Confesso que manchetes como essa me deixam assustada e ao mesmo tempo me gera uma inquietação por querer saber, onde estão os pais dessa menina, que não viram a atitude da filha.

           Talvez algumas pessoas pensem, “já vem à psicóloga querendo culpar os pais”. Até pode ser isso, mas cada vez mais os meios de comunicação alertam as famílias para que vejam com quem seus filhos estão teclando. Saber com quem o seu filho tecla, até pode parecer uma invasão de privacidade, mas é muito menos sofrido e  invasivo, do que vê-lo detido  numa casa de correção.

            O comportamento dessa menina se trata de um transtorno de conduta grave. A reação da mesma, frente aos policiais, que referiram que ela não demonstrou qualquer preocupação, leva-nos a pensar no desenvolvimento de um transtorno de personalidade antisocial.

            Aí vem aquele velho questionamento, qual será o modelo de valores e de ética que os pais estão passando para essa filha? Por outro lado, sabe-se que, muitas vezes, os pais com a preocupação de oferecer aos filhos um ensino de boa qualidade, os colocam em escolas que não condizem com o seu padrão social e a criança acaba por se sentir inferiorizada. O que parece, segundo informações da própria menina, ter acontecido com ela. Como as colegas usavam tênis e roupa de marca, ela resolveu extorquir um empresário, exigindo que ele depositasse R$ 100.000,00 (cem mil reais), em sua conta. Caso não fizesse o depósito, ele iria ver o que aconteceria com a filha dele. Acreditava que dessa forma, ou seja, tendo dinheiro , conseguiria acompanhar o padrão das colegas, porém não pensou nas consequências de seus atos, por não ter crítica sobre o que estava fazendo.

            Claro que não podemos ser ingênuos e acharmos que ela agiu assim, por sentir-se frustrada, visto não ter condições de acompanhar o padrão das colegas. Essa não deve ser a primeira vez que demonstrou uma alteração de conduta, no entanto, percebe-se, hoje, que as pessoas não estão muito preocupadas com isso. Vejo pais acharem graça das atitudes do filho, tentando justificar as mesmas, dizendo que os outros também fazem e acabam tratando muitas atitudes dos filhos, de forma banalizada.

            Penso que isso que aconteceu com essa menina, precisa não só ser divulgado, mas seria interessante que os meios de comunicação convidassem profissionais para falar sobre esse assunto, levando os pais a pensarem sobre os valores que estão passando para os filhos. Ver se não estão colocando o dinheiro acima dos valores éticos e morais.  Verificando qual o exemplo que estão passando para eles e como está a sua conduta. Sei da correria de muitos pais, que precisam trabalhar para poder dar conta dos compromissos familiares, mas é necessário que parem um pouco e olhem para os filhos. Vejam o que eles estão fazendo, com quem estão se relacionando, não só na internet, mas pessoalmente.

            É preferível que os filhos vejam os pais como “caretas”, não permissivos, do que eles terem que visitá-los numa casa de detenção, numa clínica psiquiátrica ou até mesmo enterrá-los, pois dependendo do caminho que o filho resolve seguir, esse pode não ter volta.