Lidar com o outro
parece, nos últimos tempos, algo muito difícil, em função do aumento da
impaciência, da intolerância, da correria, do egocentrismo que faz parte do
mundo moderno. Não nos damos conta que esses são artifícios que usamos para nos
defendermos, pois na realidade tememos enfrentar o outro, já que esse nos
revela quem realmente somos.
Reclamamos e criticamos a maneira que o outro funciona,
nos achamos com propriedade para dizer como ele deveria agir, enquanto na
realidade, muitas vezes, não conseguimos gerir nossa vida. Ficamos brabos e
frustrados quando o outro não responde as nossas expectativas, como se ele
tivesse que respondê-las. Não percebemos que essas são os nossos desejos
projetados para ele. A projeção é algo nosso que vemos no outro e por isso, a
importância de refletirmos quando percebemos que alguma coisa dele está nos
incomodando.
Claro que não podemos achar que o outro é isento de qualquer
coisa, que tudo é nosso. O outro pode transitar da generosidade, amabilidade
até a agressão, a violência, repetindo e reforçando as feridas que trazemos em
nossa história. O grande problema de tudo isso é que não nos conhecemos e daí a
grande dificuldade de separar o que é do outro e o que é nosso.
Para vencer essa dificuldade de lidar com outro, é
preciso quando nos deparamos com algo que nos incomoda nele, questionar “o que
isso diz de mim”? Assim começamos a nos conhecer um pouco mais e não corremos o
risco de ficarmos presos a um pensamento mágico de que o outro é responsável
por tudo que acontece em nossa vida.
Enfrentar o outro é uma grande oportunidade para se
conhecer, portanto, aproxime-se dele e tente trabalhar com as dificuldades que
irão surgir. Isso não é uma tarefa fácil, mas desafiadora.
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