Não existe pior pobreza, do que a do humano. Esse, a cada
dia que passa, por meio de suas atitudes, se torna pobre, não de bens
materiais, mas de espírito. Porém, não percebe isso, pois o seu funcionamento
narcísico não lhe permite.
Nos tempos atuais, as pessoas estão mais voltadas para
si. Mesmo assim, encontram dificuldade para se reconhecerem, porque na
realidade não se conhecem, mas acreditam que são os senhores (as) da verdade.
Quando esse mito cai por terra, não suportam a dor da sua ferida narcísica, tratam
logo de projetar para o externo a causa da sua dor.
Pensar em ter que dividir algo com alguém, é coisa que
não lhes passa pela mente. Acreditam, sim, que todos devem reverenciá-los,
afinal, se percebem como verdadeiros deuses. São pessoas receptivas, acolhedoras,
abertas para fazerem negócios, trocarem idéias, desde que sejam beneficiados.
Não se interessam pelos assuntos dos outros, mas se esse detiver alguma
informação que possa lhe ajudar, com certeza, será lembrado.
O triste de tudo isso, é que no fundo, são pessoas extremamente
pobres e com um pensar pequeno. Acreditam que ao se enganarem, estão enganando
os outros. Subestimar a inteligência ou a capacidade de alguém é característico
de pessoas ignaras, por se julgarem muito expertas. São pessoas que desenvolvem
um sofrimento intenso, em função do conflito interno que se estabelece, pois ao
mesmo tempo em que se julgam deus, são possuidores de um sentimento de insegurança
e de medo muito forte.
O humano precisa reaprender a viver, deixando de se ver
como deus, aceitando que não é um ser transcendente, mas que tem condições de
transcender, a partir do momento que se livrar das amarras que usa para
controlar os seus processos psíquicos e aprender a escutar e a dialogar com
eles. Dessa forma, encontrará o que busca desenfreadamente no externo, mas que está
dentro de si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário