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domingo, 31 de julho de 2011

O CRESCIMENTO PESSOAL SÓ É POSSÍVEL ATRAVÉS DO PENSAR

        A falta de pensar, de se questionar, de se conhecer é que faz com que as pessoas acabem deprimindo. Quando isso acontece, por não conseguir conviver com a dor da depressão, optam por uma fórmula mágica e acabam usando o antidepressivo.

      O uso de medicação, às vezes, é necessária para aliviar os sintomas. Porém, não elimina a necessidade de pensar as causas que desencadearam a depressão. As pessoas preferem somente eliminar o sintoma e não questionar o porquê da depressão. Com isso, ela acaba se tornando recidiva.

      A partir do momento que o ser humano não consegue pensar sobre a sua existência, sobre a sua maneira de funcionar, acaba repetindo situações que lhe levam ao sofrimento. Coloca-se, muitas vezes, em situações que o deixam mal, reconhece que já a  vivenciou em outro momento de sua vida, mas não compreende porque está repetindo a mesma coisa.

     Talvez as pessoas não saibam que a nossa maneira de funcionar é determinada pelo nosso inconsciente. Isso as leva pensar que somos movidos pela razão. No entanto, as repetições que o colocam em “saia justa”, são coisas do inconsciente.

    No momento em que  se darem conta disso, ficarão mais atentos, espertos, pensarão mais, questionarão porque estão querendo agir de determinada maneira, o que o leva a fazer tal coisa ou a tomar determinada decisão. Após fazer essa análise, terá condições de tomar decisões mais acertadas. Com isso, conseguirá evitar situações constrangedoras, saberá lidar com maior flexibilidade nos momentos conflituosos, podendo até evitá-los. Prestará mais atenção nas pessoas que se relaciona, compreendendo  os motivos pelos quais   se relacionam, já que sabemos que acasos não existem em nossas vidas, e saberá a melhor maneira de lidar com elas.

    Agora, se quiser viver com qualidade, sem maiores problemas, precisará dar uma maior atenção para o seu lado intelectual. Não é possível crescer como pessoa, sem refletir, sem aprimorar o conhecimento através da leitura, sem se analisar e ver as suas falhas, procurando corrigi-las e compreendendo a raiz das situações que vem repetindo. Essa é a única maneira possível de não ficar funcionando em circulo, sem sair do mesmo lugar. O crescimento do humano só ocorre quando ele apreende a funcionar em espiral, dando vazão aos seus pensamentos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PENSAR DÓI

       É importante observar alguns movimentos de consultório, pois são interessantes, e às vezes, até mágicos. Tem dias que os pacientes parecem se combinar para desmarcar consultas, quando um desmarca, pode aguardar que mais dois ou três também desmarcarão. Em outros momentos, mesmo os pacientes não se conhecendo, tenho a sensação de que combinam de falar a mesma coisa. Por isso, é que digo que o consultório é mágico.

      Nas últimas semanas a fala dos pacientes é que “pensar dói e que não querem sentir dor”. Realmente, pensar sobre a sua vida, seus conteúdos internos não é algo muito fácil, mas nada que as pessoas não resistam. Tenho que concordar que viver um mundo de fantasias, de faz de conta é bem melhor e mais prazeroso. No entanto, quando por algumas razões precisamos sair do mundo fantasioso e nos defrontar com a realidade, a dor é muito maior.

     Nesse momento, é que surgem as nossas fragilidades, que nos damos conta que não nos conhecemos, que passamos boa parte de nossa vida repetindo situações que nos fazem sofrer, mas que não conseguimos interromper. Sofremos porque percebemos o quanto estávamos nos enganando e nos deixando enganar. Vemos os erros que cometemos e nos culpamos porque poderíamos ter feito diferente. E nesse contexto é que muitas vezes a crise existencial se instala.

    Com isso, buscam a terapia, na tentativa de encontrar respostas prontas para os seus anseios, mas se decepcionam quando percebem que isso não existe. O profissional irá escutá-lo e ajudá-lo a pensar sobre o problema que lhe aflige, a fim de que encontre a melhor solução. Nesse momento, muitos desistem, por não tolerarem a frustração. Quando isso acontece, percebe-se a criança daquele adulto, que não suporta ouvir “não” da mãe-terapeuta, pois não foi acostumado a ouvir de sua mãe.

    Pensar, analisar e questionar as nossas atitudes, nossos sentimentos, nossas percepções é algo fundamental, pois somente dessa forma conseguiremos nos conhecer e entender a forma que funcionamos. Pode ser sofrido num primeiro momento, mas depois vem a tranqüilidade, a segurança que nos permite tomar decisões mais acertadas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

PERMISSIVIDADE

      Tenho percebido o quanto as pessoas têm utilizado a permissividade, para projetar para os outros as suas “neuras”, para negarem os seus conflitos internos, para se mostrarem complacentes, generosas, entre tantos outros predicativos que poderíamos elencar aqui. Assim, dessa forma, podem afirmar para si mesmos, o quanto são saudáveis e bons. Isso é muito comum se perceber nas pessoas que se “dizem religiosas”. Coloco entre aspas o “se dizem religiosas”, porque são pessoas que praticarem alguma religião, mas não seguem a proposta deixada por Jesus Cristo. Geralmente, essas pessoas são as primeiros a criticarem, a falar dos outros, a apontarem os erros, como se fossem perfeitos. Nem mesmo Deus escapa de ser responsabilizado pelas coisas erradas, que acontecem em suas vidas. Costumo brincar, que esse tipo de pessoa, acredita ser tio ou tia de Jesus Cristo, tamanha a sua onipotência. Essa é uma grande briga que tenho em relação a essas pessoas que as classifico como “pseudas cristãs”.

      Permitir que o outro faça da sua vida o que ele quer, que invada a sua privacidade, que não respeite os seus limites, deve estar a serviço de alguma coisa, ou seja, por que você precisa disso? Provavelmente exista ganho nisso tudo, mas obviamente que não parou ainda para pensar. Talvez esse seja o momento. Será que você não age dessa forma, afim de se vitimizar ou precisa manter esse tipo de relação para alimentar o seu lado masoquista? O que você quer demonstrar com essa atitude?

     Cuidado! Se você se sente desconfortável ao conviver com uma pessoa, se ela lhe causa sofrimento, faz com que se sinta agredido com a sua presença, mas mesmo assim continua mantendo contato, chegando às vezes procurá-la, está mais do que na hora de parar tudo e pensar o que você está fazendo consigo.

     Cabe questionar, se você precisa dessa situação para ter assunto junto ao seu grupo de amigos, ou, será que precisa ter algo para reclamar na vida. Talvez seja a sua insatisfação interna que esteja atuando e você não consiga perceber, por ter uma estrutura de ego mais inflada, que faz com que se sinta superior a qualquer coisa ou até mesmo a qualquer pessoa. Pode também, ser ao contrário, ou seja, o seu sentimento de inferioridade é tão grande, que não consegue se livrar do que lhe faz sofrer, por acreditar que você veio ao mundo para sofrer, para ser punido.

      Em algumas situações é necessário sermos complacentes, generosos, desde que isso não nos cause sofrimento. Não temos como ser algo para alguém, que não somos para nós.  Não consigo crer que alguém ame o outro, se não se ama, não se respeita. Que amor é esse?

     Percebo muitas vezes que as pessoas se tornam permissivas, pois temem serem rejeitadas pelos outros, caso se posicionem. Isso só demonstra a sua insegurança, o medo de não ser aceito, de ficar só. No entanto o que mais me preocupa quando me defronta com essas situações, é a forma como lidam com isso. Geralmente, além de a pessoa assumir a condição de vítima, ela acaba expondo o outro, pois está sempre falando mal. Como está tão absorto em sua vida, e, na maioria das vezes, com pena de si mesmo, não consegue perceber o comportamento que vem desenvolvendo, que só está depondo contra si.

    Daí a importância, de as pessoas poderem sair do “piloto automático” em que vivem e pensarem um pouco sobre si, sobre as suas falas, suas atitudes. Por que precisam ser pessoas permissivas, se isso lhes incomoda? Cabe aqui lembrar a velha máxima de Sócrates: “conheça-te a ti mesmo”, assim, você não correrá o risco de ser classificado pelos outros, como uma pessoa perversa, com um caráter duvidoso.

    O grande problema, hoje, das pessoas, é a dificuldade que tem de olharem para dentro de si e reconhecerem as suas fragilidades, assumindo-as, sem ter a necessidade de ficarem projetando para o externo a causa das coisas que lhes desconfortam. Alguns filósofos já colocavam que o século XX tinha a função de mostrar para o homem, que ele pode ser o pior inimigo de si mesmo. Convido-os a darem uma parada e analisarem se vocês estão sendo seus inimigos ou não? Que atitudes estão tendo para consigo e para com os outros? Como vocês se percebem e se essa percepção é verdadeira ou é o ego ideal que está se manifestando?















sábado, 23 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DO ABRAÇO PATERNO

      Depois dessa história de pai e filho ser agredidos por estarem abraçados, penso que talvez, alguns pais, tenham medo de abraçar seus filhos, publicamente, pois poderão ser confundidos com um casal de homossexuais.

     Espero que esse fato não venha inibir os pais de abraçarem seus filhos. O ato de abraçar tem uma representação bastante significativa na vida psíquica dos filhos. O abraço pode ser compreendido como um gesto de aceitação, de aprovação, de acolhimento, de apoio, de carinho.

    Qual o filho que não quer receber esse afeto do pai. Até porque, o pai é o nosso herói por muitos anos. É aquela pessoa que nos dá segurança, estabilidade, que nos coloca limite, que diz o que podemos ou não fazer, que nos mostra o que é certo ou errado, que nos transmite valores. Por muitos anos, acreditamos que ele é um ser perfeito, que jamais erra, que não mente, que é capaz de amar de forma incondicional, que viverá por um tempo indeterminado. É aquela figura idealizada que carregamos no nosso inconsciente por toda vida, até mesmo, quando percebemos que muitas das coisas que pensávamos a respeito dele, não são verdadeiras.

    Precisamos cada vez mais de pais presentes na vida de seus filhos, que escutem o que o filho tem a falar, que saiba com quem seu filho tecla na internet, com quem ele sai, o que ele faz quando está na rua, como está na escola, quem são os seus amigos. Na realidade, o que precisamos são de pais que interajam com seus filhos, que demonstrem seu afeto por eles, que verbalize os sentimentos que tem. Com isso, teremos jovens menos agressivos, mais saudáveis, que ao invés de irem se refugiar no mundo das drogas, quando tiverem qualquer dificuldade, irão buscar refúgio junto ao pai.

    No entanto, o que vemos na maioria das vezes, é a falta de tempo que os pais têm para olhar seus filhos, para conversar com eles, para se interar de sua vida. Quando se dirigem ao filho é para cobrar, para criticar, desvalorizar as coisas que faz, muitas vezes, isso é feito de forma agressiva, aos gritos, quando não utilizam palavras de baixo calão ou agressões físicas.

    Andar abraçado com o filho, de mão dada, dar um beijo são gestos que precisam estar muito presentes na relação pai e filho, pois o que vemos nas nossas crianças e adolescentes é uma carência muito grande. A queixa que eles trazem para o consultório é que não são escutados, que os pais não lhe dão atenção, porque estão sempre correndo e não tem tempo para eles. Essa fala vem repleta de sofrimento, de tristeza, quando não acompanhadas de choro.

    Precisamos mudar isso, para tanto, é necessário que os pais se conscientizem e assumam o seu papel de pai. Que não esperem seus filhos ir buscar o apoio do traficante, para lamentar o que não fizeram como pai. Aí não adianta mais, já é tarde. Só vai lhe restar como pai, conviver com o sentimento de culpa, com as internações em clínicas psiquiátricas, com as recaídas, com as mentiras, com as decepções que você contribuiu para o seu filho lhe dar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

ATENÇÃO CACHORREIROS !

     Peço as pessoas que gostam de cachorros,  que quiserem e puderem ajudar a Protetora Ceres com doações de: RAÇÃO, JORNAL E REMÉDIOS, entre em contato pelo fone (51) 84701010. Ela  acolhe, hoje, mais de 200 cachorros em seu sítio em Viamão (RS). VAMOS COLABORAR, ELA ESTÁ SEM RAÇÃO PARA ESSES ANIMAIZINHOS, NA PRÓXIMA SEMANA. IMPORTANTE DESTACAR QUE NÃO ACEITAM DOAÇÃO EM DINHEIRO.

     No sítio, você também poderá encontrar o cãozinho amigo que está procurando para adotar. Conheça o trabalho dessa protetora.

      Agradeço a todos que se sensibilizarem e de alguma forma colaborarem.


    

quarta-feira, 20 de julho de 2011

PAI E FILHO SÃO AGREDIDOS POR SEREM CONFUNDIDOS COM HOMOSSEXUAIS

       Ontem fiquei chocada ao ler a notícia que pai e filho que estavam abraçados, tinham sidos agredidos, visto um grupo de jovens, confundi-los com um casal de homossexual. Isso me leva a questionar o quanto o homem realmente está evoluindo, pois um comportamento desses, a meu ver, trata-se de uma barbárie.

       Penso que as pessoas têm direito de fazer as suas escolhas sexuais e que não cabe a ninguém julgá-las. Afinal, não é dessa forma que vai se combater o homossexualismo, até porque, não se trata de uma sem-vergonhice, mas de algo bem mais profundo.

      Já questionei em outro momento, porque as pessoas ficam tão incomodadas com essa questão da homossexualidade, chegando ao ponto de agredir. O que será que um casal de homossexuais mobiliza nessas pessoas?

     O homossexualismo é algo que ainda agride a nossa sociedade e que tem provocado várias polêmicas, principalmente depois que foi legalizado o casamento entre eles. Penso que realmente se trata de um assunto polêmico, que as opiniões vão divergir, mas isso não dá o direito de ninguém agredi-los.

     A agressão só mostra o quanto o humano ainda está preso a um comportamento primitivo, pois no início dos tempos é que as pessoas usavam da violência. Hoje em que se fala tanto dos avanços científicos, em que as pessoas procuram estarem totalmente integradas aos avanços tecnológicos, que se luta tanto contra a violência as crianças, as mulheres e aos idosos, encontrarmos pessoas que ainda têm esse tipo de comportamento, é um contraponto.

      Assusta-me essa violência toda, pois em geral ela é tratada de forma banalizada. As pessoas não conseguem perceber o quanto estão violentas no seu dia-a-dia. Isso pode ser visto nas pequenas atitudes. Tenho a sensação que o respeito, a solidariedade, a tolerância, o saber lidar com as diferenças é algo que está esquecido. Cada pessoa tem a necessidade de se mostrar mais importante do que o outro, pois assim se sentirá superior.

      Acredito que atitudes como a desses jovens, que sem o mínimo respeito por essas duas pessoas (pai e filho), só demonstra o quanto a nossa sociedade está adoecida. O quanto é necessário rever valores. Ninguém é obrigado a aceitar a homossexualidade, mas ninguém tem o direito de agredi-los. Afinal, vivemos num país democrático, onde pessoas, como esses jovens, gostam de gritar pelos seus direitos. No entanto, esquecem do direito do outro,porque só conseguem olhar para si e acreditam cegamente que o mundo gira em torno deles.

     Parece-me que qualquer tipo de violência contra o homossexual, o mendigo, o pobre, a prostituta passou a ser percebido e entendido por algumas pessoas, como coisas normais. Colocar fogo ajuda a matá-los mais depressa. Já escutei uma pessoa me dizer que talvez seja a forma de tentar aliviar o sofrimento de quem dorme na rua ou vive esse tipo de vida. Fiquei estática quando escutei isso, pois não acreditei no que ouvia. Quando consegui falar, fui obrigada a dizer que esse tipo de pensamento, no meu entendimento, é muita hipocrisia. Querer transformar a delinqüência num ato de generosidade no meu entendimento é doença ou burrice (desculpem a expressão, mas não tem outra qualificação, no meu entendimento)

     Não levanto bandeira em favor da homossexualidade, nem da prostituição, mas respeito, porque são seres humanos como eu. Se a forma como vivem é correta ou não, na cabe que eu os julgue. Agora, não cabe, eu calar frente essa violência toda cometida contra essas pessoas, pois se tivesse essa atitude, me sentiria conivente com essa violência.

     Apesar de não concordar com as atitudes dos agressores, penso que devemos vê-los como pessoas doentes. Por isso, precisam de um tratamento, o mais rápido possível. Talvez, fosse interessante que o judiciário exigisse que essas pessoas iniciassem um tratamento, enquanto aguardam um julgamento. Poderia ser que os ajudassem a refletir sobre os seus atos na tentativa de amenizar as suas patologias.

FELIZ DIA DO AMIGO

BONS AMIGOS


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.

Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.

Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.

Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.

Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.

Porque amigo é a direção.

Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.

Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!



                                                                          Machado de Assis

domingo, 17 de julho de 2011

SERÁ QUE AS PESSOAS REALMENTE SE AMAM?

       Tenho trabalho nos últimos textos postados, à questão da mentira e do auto-engano e penso que um dos maiores enganos se dá, quando as pessoas acreditam e sofrem por amar alguém. Isso me faz pensar e me suscita alguns questionamentos, pois não consigo entender como as pessoas conseguem amar o outro, se na realidade não se amam.

     O que me leva afirmar que as pessoas não se amam, é o fato de não se conhecerem. Enquanto não souberem quem realmente são, até poderão se amar, mas com certeza, estarão amando o personagem que vivem. É bastante comum, quando se pede para uma pessoa que ela diga quem é ou que escreva a sua autobiografia, que fique impactada e não consiga nem falar e nem escrever a sua história. Isso pode ser compreendido, pois é bastante dolorido olhar para o seu eu e ver os “monstrinhos” que carrega dentro de si.

    É muito mais fácil vermos os pontos negativos dos outros, pois dessa forma, nos sentimos protegidos. No entanto, muitos não sabem, que aquilo que não gostamos, o que nos incomoda no outro, é o nosso lado sombra, ou seja, aquilo que não queremos reconhecer em nós, por julgarmos muito feio, por não aceitarmos. Acabamos implicando, recriminando, condenando, julgando e muitas vezes nos afastando da pessoa, porque assim, não precisamos conviver com as coisas que não gostamos e não aceitamos em nós. Essa é uma bela forma de tentar enganar o inconsciente, como se isso fosse possível. Não percebemos que estamos enganando a nós próprios.

    Se temos a dificuldade de nos aceitarmos, como podemos nos gostarmos? Será que se gostar é ter um corpo malhado, uma boa aparência, um bom carro, uma casa bem arrumada, frequentar bons lugares ou ter um bom status? Se a resposta for sim, cabe questionar de quem gostamos, pois afinal de contas, se for só isso, é superficial. Talvez gostemos do personagem que escolhemos para viver.

   Não nos percebemos, o quanto nos agredimos diariamente e nem contabilizamos as agressões que sofremos, até porque, não as consideramos como violência. Fazemos coisas que não queremos, dizemos sim quando na realidade queríamos dizer não, estamos com muita raiva, mas procuramos demonstrar que está tudo bem. Permitimos que as pessoas façam aquilo que querem conosco, mas não dizemos nada, afinal, aprendemos que temos que ser agradável com o outro. Escutamos coisas que nos agridem, mas não temos a coragem de contestar. Sofremos violência psicológica, moral, visual, mas ficamos de braços cruzados, com a justificativa de que não vale a pena se incomodar. Não nos damos conta o que está por trás dessa justificativa, não percebemos que se trata apenas de uma defesa, que existem coisas bem mais profundas nessa fala. Aceitar tudo isso, passivamente, será que é a forma que encontramos para mostrar o quanto nos amamos?

    Temos ainda, aquelas pessoas que são agredidas física e verbalmente pelo seu namorado, companheiro ou marido, mas que continuam juntos. Outras vivem se queixando dos parceiros, mas também encontram justificativas para ficarem juntos. Choram por causa das agressões, mas verbalizam que não conseguem se separar, porque os amam. Mas que amor é esse?

   Aceitar qualquer tipo de violência é não gostar de si, é não ter amor próprio, é ter uma baixa auto-estima. Sendo assim, como conseguem afirmar que gostam do outro?

  Devemos amar o próximo como a nós mesmos, diz a Bíblia, mas sempre costumo brincar, que se as pessoas forem me amar como se amam, prefiro que não me amem. Porque isso não é de Deus. Não acredito que uma pessoa que não se conhece, não se respeite, que aceite que os outros digam e façam o que quiserem com ela, seja capaz de amar o outro. Na realidade o que tem é uma dependência do outro. Este outro para quem canaliza a sua energia; cuidando, se preocupando, protegendo-o é a fuga que usa para justificar a falta de amor por si e preencher o vazio que carerega n'alma. Isso ocorre, porque nunca parou para ver quem realmente é, muito menos, para avaliar o quanto se ama e o quanto realmente consegue amar o outro.











terça-feira, 12 de julho de 2011

O AUTO-ENGANO DO HUMANO

       Um dos pontos que tem me preocupado muito é a necessidade que as pessoas estão tendo de se auto-enganarem. Outro dia escrevi sobre a mentira e logo depois me foi indicado o livro “Auto-engano” escrito por Eduardo Gianetti. Estou me deleitando ao ler esta obra, pois vejo que não sou só eu que tenho essa preocupação e que percebo o quanto as pessoas se enganam, onde me incluo.

        Passamos uma vida inteira tentando ser aquilo que acreditamos que os outros gostariam que fossemos, dizendo o que pensamos que as pessoas querem ouvir, com o objetivo de agradá-las, esquecendo que estamos nos desagradando, na maioria das vezes.Por outro lado, em alguns momentos, resolvemos impor a nossa vontade, sem nos preocuparmos se estamos sendo invasivos, sem questionarmos se temos esse direito. 

       Quando alguém nos diz aquilo que não queremos ouvir, ficamos magoados, nos colocando muitas vezes na condição de vítima, pois não paramos para analisar o que levou a pessoa a tomar tal atitude. Vivemos o dia-a-dia de forma mecânica, onde o pensar não tem espaço. Até porque, pensar poderá nos levar a perceber coisas que preferimos fingir que não existem.

       Infelizmente, as pessoas, cada vez mais, têm medo de se conhecerem, preferem viver uma vida vazia, onde o supérfluo, o pseudo status, a aparência é que contam. Dessa forma, não percebem o vazio que existe dentro delas. Algumas pessoas até percebem, mas preferem negar.

      A negação, a projeção e a reação formativa são os três mecanismos de defesa mais usados atualmente. Os problemas sempre estão no externo, são os outros. Muitos até se tornam paranóides, pois acreditam que a causa de todo o seu sofrimento é o outro. No entanto, não se dão conta, que cada pessoa é responsável pelas coisas boas e ruins que lhe acontecem. Claro que é bem mais confortável responsabilizarmos os outros, pois assim, não precisamos assumir a responsabilidade. Não demonstrar o seu verdadeiro sentimento, não dizer o que realmente pensa, é percebido por muitos, como bons hábitos, com isso, preferem dizer que está tudo bem, quando na realidade o sentimento de raiva, de indignação, está borbulhando no seu interior.

        Isso ocorre, em função de as pessoas não pararem para pensar o que realmente querem para suas vidas, quem realmente são, qual o caminho que querem seguir, o que estão fazendo nesse mundo. Penso que tem pessoas que acreditam que estão aqui só de passeio, que não tem compromisso com nada, não se preocupam com suas vidas e muito menos com a dos outros. Que acreditam que os outros têm obrigação com eles, que devem ajudá-lo, servi-lo. Isso não só demonstra um egoísmo, como também, a falta de maturidade emocional.

      Penso que essa dificuldade das pessoas pensarem, está muito relacionada à falta de leitura, do conhecimento. Não se dão conta que viver uma vida automática, não pensada, febril, desorientada, não vale a pena ser vivida.

     Outro ponto que contribui para o não pensar foi a retirada da filosofia dos currículos escolares. A filosofia nos ensina a pensar. Penso que é importante clarificar, que quando digo que o ser humano atualmente não pensa, estou me referindo a um processo de introspecção. De poder pensar sobre o seu pensar, entendendo o que o motiva a ter alguns pensamentos ou agir de determinadas maneiras, principalmente, na necessidade que tem de se tornar um contador de estória para as pessoas que se relaciona.

     As pessoas não se dão conta que as mentiras que contamos para os outros elas geralmente são premeditadas, mas as que contamos para nós mesmos, não. Pois ninguém consegue escolher o disfarce, a mentira secreta com que se engana. Daí a importância de Sócrates, “conheça-te a ti mesmo”, o dia que conseguirmos nos conhecermos realmente, teremos pessoas mais felizes, saudáveis e consequentemente, relações mais verdadeiras e humanizadas.

sábado, 9 de julho de 2011

TABACO

      Apesar de saberem que o tabaco é uma droga que causa sérios prejuízos a saúde, as pessoas encontram resistência em largar. Alguns tentam, mas não conseguem. Na realidade, o importante é que a pessoa queira parar e que tenha consciência que se trata de um processo difícil e que exige comprometimento e disciplina.

     Não são poucas as pessoas que buscam ajuda para parar de fumar, pedem medicação para os seus médicos, mas não se compromete com o tratamento e com a sua decisão. Se essas pessoas aderirem o tratamento, fazendo o uso correto da medicação e mantendo um acompanhamento psicoterápico, com certeza terão um resultado positivo. É importante pensar sobre a necessidade que tem de usar algo que sabe que lhe prejudica e que poderá desencadear uma série de doenças graves.

      Estudos mostram que 90% dos fumantes iniciaram na adolescência e o fator que colabora para isso é o convívio social. Sabemos que o adolescente tem uma grande necessidade de identificar-se com o seu grupo, portanto, se tiver alguém que fume, ele passará a fumar, pois teme ser rejeitado por seus parceiros ou virar motivo de chacota. Muitas vezes, os pais são os responsáveis pelo filho fumar, pois dão o exemplo, quando não oferecem uma “tragadinha” para o filho ou lhe compram cigarro. Estima-se que 1/3 das pessoas que experimentam o fumo, acabam se tornando dependentes.

     Todos sabem os prejuízos que o cigarro acarreta à saúde, ocorrendo altos índices de morte por doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer do pulmão, faringe e laringe. Isso sem falar dos prejuízos que causa aos dentes, que ficam amarelados. Há um envelhecimento precoce da pele e causa prejuízos para os ossos provocando osteoporose.

      Muitas vezes as pessoas fumam na tentativa de conter a sua ansiedade, esquecendo do mal que estão fazendo para o seu organismo. Normalmente a pessoa que fuma, também acaba por se viciar em outras drogas, como, por exemplo, o álcool. O cafezinho também é bastante consumido pelo fumante.

     Infelizmente, ainda é muito alto o índice de pessoas que só se conscientizam que precisam parar de fumar, quando já não conseguem mais respirar direito ou que foi diagnosticada uma patologia grave. Aí o sofrimento é intenso, não só para o fumante, mas também para os seus familiares que o acompanha.

    Sabemos que somos responsáveis por nossas escolhas, sendo assim, cabe a cada um optar pelo tipo de vida que quer ter, responsabilizando-se pelos seus atos e não projetando para os outros a responsabilidade da sua doença quando esta chegar.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A RAIZ DO SUPER ENDIVIDAMENTO

       Como coloquei no final do meu texto sobre a mentira, que esta é uma das causas do endividamento de muitas pessoas. Cada vez mais, a necessidade de adquirir coisas, de ostentar, de viver um padrão que não é o seu, passou a ser uma necessidade de muitas pessoas, fazendo com que contraiam dívidas, que acabam extrapolando o seu orçamento. Isso, porque todos sabem, que o ter é o que vale nos tempos modernos, afinal o ser passou a fazer parte de um passado bastante longínquo.

       Instalou-se em nossa cultura que as pessoas só são valorizadas e reconhecidas pelo que tem. Isso se dá em função da desvalorização do humano, pois o pensar, o questionar, o refletir, já é percebido como algo ultrapassado. Os valores éticos e morais, bons princípios muitos nem conhecem, porque a lei que impera na vida dessas pessoas, é a de “Gerson”, ou seja, “eu quer levar vantagem em tudo”. Por isso, se for necessário enganar, mentir para o outro a fim de se beneficiar, as pessoas fazem, sem terem a mínima preocupação com o prejuízo que irão causar no outro e para o outro.

      A necessidade de se auto-afirmar, de mostrar que tem condições, que é capaz, de tentar superar o seu sentimento de inferioridade, se dá para muitos através de um consumo exagerado. As pessoas fazem aquisições e vive um padrão de vida que não está de acordo com a sua realidade financeira, pois precisam provar para alguém, que tem condições. Muitas vezes, estabelecem competições com outras pessoas, precisando mostrar que também são capazes de ter o mesmo que a pessoa tem ou até mesmo mais. Para isso, gastam o que não tem, mas o seu sentimento de menos valia acaba por obrigá-la a agir dessa forma.

      Ao agir dessa maneira, a pessoa está se auto-enganando, por viver uma vida que não é a sua e o pior de tudo, é que pensa estar vendendo para os outros uma imagem positiva, de pessoa bem sucedida. Esquece que por maior que seja a sua habilidade em mentir, em algum momento a verdade irá aparecer e ela acabará ficando muito mal.

     Esse consumismo desenfreado que tomou conta de muitas pessoas da nossa sociedade, que hoje é muito bem explicado pelo neuromarketing, é responsável pelo estresse, pela depressão, a pela ansiedade que muitos vivem. Isso sem falar que essas pessoas acabam por se tornarem devedores ativos, ou seja, antes de quitarem suas dívidas, já estão contraindo novas.

     As pessoas não conseguem parar e pensar o que está por trás desse comportamento e funcionamento, muitas vezes maníaco, que as fazem consumir desenfreadamente. Não conseguem se questionar, o que as leva ter a necessidade de mostrar para os outros, aquilo que não são. Não pensam porque precisam se esconder atrás de um personagem que criaram e que acreditam que este será aceito pela sociedade.

     Enquanto a nossa sociedade continuar vivendo esse faz de conta, onde as pessoas são valorizadas pelo que tem, mas não pelo que são, precisando criar personagens para projetarem os seus ideais de ego, negando o seu verdadeiro self, teremos pessoas cada vez mais adoecidas psiquicamente. Esse adoecimento se dá em função delas  não se conhecerem, de não se questionarem, de não pensarem sobre os seus atos, por viverem uma vida em círculo. No momento que conseguirem parar de viver em círculo e começarem a viver em espiral, conseguirão compreender que a vida é muito maior do que eles acreditam ser. Talvez aí, não precisem mais ficar presos a mentiras, mas consigam assumir o que realmente são, libertando-se dos falsos selfs que criaram.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

DESCULPAS

Peço desculpas aos meus leitores por não estar conseguindo postar, mas estou num ritimo acelerado de trabalho. Assim que possível, estarei postando.