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sábado, 23 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DO ABRAÇO PATERNO

      Depois dessa história de pai e filho ser agredidos por estarem abraçados, penso que talvez, alguns pais, tenham medo de abraçar seus filhos, publicamente, pois poderão ser confundidos com um casal de homossexuais.

     Espero que esse fato não venha inibir os pais de abraçarem seus filhos. O ato de abraçar tem uma representação bastante significativa na vida psíquica dos filhos. O abraço pode ser compreendido como um gesto de aceitação, de aprovação, de acolhimento, de apoio, de carinho.

    Qual o filho que não quer receber esse afeto do pai. Até porque, o pai é o nosso herói por muitos anos. É aquela pessoa que nos dá segurança, estabilidade, que nos coloca limite, que diz o que podemos ou não fazer, que nos mostra o que é certo ou errado, que nos transmite valores. Por muitos anos, acreditamos que ele é um ser perfeito, que jamais erra, que não mente, que é capaz de amar de forma incondicional, que viverá por um tempo indeterminado. É aquela figura idealizada que carregamos no nosso inconsciente por toda vida, até mesmo, quando percebemos que muitas das coisas que pensávamos a respeito dele, não são verdadeiras.

    Precisamos cada vez mais de pais presentes na vida de seus filhos, que escutem o que o filho tem a falar, que saiba com quem seu filho tecla na internet, com quem ele sai, o que ele faz quando está na rua, como está na escola, quem são os seus amigos. Na realidade, o que precisamos são de pais que interajam com seus filhos, que demonstrem seu afeto por eles, que verbalize os sentimentos que tem. Com isso, teremos jovens menos agressivos, mais saudáveis, que ao invés de irem se refugiar no mundo das drogas, quando tiverem qualquer dificuldade, irão buscar refúgio junto ao pai.

    No entanto, o que vemos na maioria das vezes, é a falta de tempo que os pais têm para olhar seus filhos, para conversar com eles, para se interar de sua vida. Quando se dirigem ao filho é para cobrar, para criticar, desvalorizar as coisas que faz, muitas vezes, isso é feito de forma agressiva, aos gritos, quando não utilizam palavras de baixo calão ou agressões físicas.

    Andar abraçado com o filho, de mão dada, dar um beijo são gestos que precisam estar muito presentes na relação pai e filho, pois o que vemos nas nossas crianças e adolescentes é uma carência muito grande. A queixa que eles trazem para o consultório é que não são escutados, que os pais não lhe dão atenção, porque estão sempre correndo e não tem tempo para eles. Essa fala vem repleta de sofrimento, de tristeza, quando não acompanhadas de choro.

    Precisamos mudar isso, para tanto, é necessário que os pais se conscientizem e assumam o seu papel de pai. Que não esperem seus filhos ir buscar o apoio do traficante, para lamentar o que não fizeram como pai. Aí não adianta mais, já é tarde. Só vai lhe restar como pai, conviver com o sentimento de culpa, com as internações em clínicas psiquiátricas, com as recaídas, com as mentiras, com as decepções que você contribuiu para o seu filho lhe dar.

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