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terça-feira, 26 de julho de 2011

PERMISSIVIDADE

      Tenho percebido o quanto as pessoas têm utilizado a permissividade, para projetar para os outros as suas “neuras”, para negarem os seus conflitos internos, para se mostrarem complacentes, generosas, entre tantos outros predicativos que poderíamos elencar aqui. Assim, dessa forma, podem afirmar para si mesmos, o quanto são saudáveis e bons. Isso é muito comum se perceber nas pessoas que se “dizem religiosas”. Coloco entre aspas o “se dizem religiosas”, porque são pessoas que praticarem alguma religião, mas não seguem a proposta deixada por Jesus Cristo. Geralmente, essas pessoas são as primeiros a criticarem, a falar dos outros, a apontarem os erros, como se fossem perfeitos. Nem mesmo Deus escapa de ser responsabilizado pelas coisas erradas, que acontecem em suas vidas. Costumo brincar, que esse tipo de pessoa, acredita ser tio ou tia de Jesus Cristo, tamanha a sua onipotência. Essa é uma grande briga que tenho em relação a essas pessoas que as classifico como “pseudas cristãs”.

      Permitir que o outro faça da sua vida o que ele quer, que invada a sua privacidade, que não respeite os seus limites, deve estar a serviço de alguma coisa, ou seja, por que você precisa disso? Provavelmente exista ganho nisso tudo, mas obviamente que não parou ainda para pensar. Talvez esse seja o momento. Será que você não age dessa forma, afim de se vitimizar ou precisa manter esse tipo de relação para alimentar o seu lado masoquista? O que você quer demonstrar com essa atitude?

     Cuidado! Se você se sente desconfortável ao conviver com uma pessoa, se ela lhe causa sofrimento, faz com que se sinta agredido com a sua presença, mas mesmo assim continua mantendo contato, chegando às vezes procurá-la, está mais do que na hora de parar tudo e pensar o que você está fazendo consigo.

     Cabe questionar, se você precisa dessa situação para ter assunto junto ao seu grupo de amigos, ou, será que precisa ter algo para reclamar na vida. Talvez seja a sua insatisfação interna que esteja atuando e você não consiga perceber, por ter uma estrutura de ego mais inflada, que faz com que se sinta superior a qualquer coisa ou até mesmo a qualquer pessoa. Pode também, ser ao contrário, ou seja, o seu sentimento de inferioridade é tão grande, que não consegue se livrar do que lhe faz sofrer, por acreditar que você veio ao mundo para sofrer, para ser punido.

      Em algumas situações é necessário sermos complacentes, generosos, desde que isso não nos cause sofrimento. Não temos como ser algo para alguém, que não somos para nós.  Não consigo crer que alguém ame o outro, se não se ama, não se respeita. Que amor é esse?

     Percebo muitas vezes que as pessoas se tornam permissivas, pois temem serem rejeitadas pelos outros, caso se posicionem. Isso só demonstra a sua insegurança, o medo de não ser aceito, de ficar só. No entanto o que mais me preocupa quando me defronta com essas situações, é a forma como lidam com isso. Geralmente, além de a pessoa assumir a condição de vítima, ela acaba expondo o outro, pois está sempre falando mal. Como está tão absorto em sua vida, e, na maioria das vezes, com pena de si mesmo, não consegue perceber o comportamento que vem desenvolvendo, que só está depondo contra si.

    Daí a importância, de as pessoas poderem sair do “piloto automático” em que vivem e pensarem um pouco sobre si, sobre as suas falas, suas atitudes. Por que precisam ser pessoas permissivas, se isso lhes incomoda? Cabe aqui lembrar a velha máxima de Sócrates: “conheça-te a ti mesmo”, assim, você não correrá o risco de ser classificado pelos outros, como uma pessoa perversa, com um caráter duvidoso.

    O grande problema, hoje, das pessoas, é a dificuldade que tem de olharem para dentro de si e reconhecerem as suas fragilidades, assumindo-as, sem ter a necessidade de ficarem projetando para o externo a causa das coisas que lhes desconfortam. Alguns filósofos já colocavam que o século XX tinha a função de mostrar para o homem, que ele pode ser o pior inimigo de si mesmo. Convido-os a darem uma parada e analisarem se vocês estão sendo seus inimigos ou não? Que atitudes estão tendo para consigo e para com os outros? Como vocês se percebem e se essa percepção é verdadeira ou é o ego ideal que está se manifestando?















3 comentários:

  1. Dependendo do humor e da paciência acompanho teus textos...SENSACIONAIS...

    Beijos

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  2. Fico feliz em saber isso. Obrigada. bjs

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