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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

FÉRIAS EM BELÉM DO PARÁ

       Quando disse para algumas pessoas que viria passar uma semana de férias em Belém, muitas ficaram surpresos e até me questionaram: Belém? O que vais fazer lá? Tens parentes? E quando respondia que vinha visitar minha família do coração, mais estranho achavam. Alguns me olhavam meio desconfiados, deveriam pensar que é coisa de psicóloga, mas na realidade sou abençoada pois tenho várias famílias de coração, que encontram-se em algumas cidades do Brasil.

      O que me chama atenção nos questionamentos dessas pessoas é a ideia que elas ainda tem do norte do Brasil, alguns ainda acreditam que vamos encontrar só índios e jacaré passeando pelas ruas, nessa região. Que bom que ainda tem aldeias indígenas, as quais adoraria conhecê-las, mas ficam muito afastadas da grande Belém. O que encontramos são muitas  belezas e riquezas nessa região amazônica. Se as pessoas soubessem que existem tantas maravilhas em Belém, com certeza não fariam esse tipo de questionamento. Belém tem uma natureza privilegiada, o rio Pará que banha essa cidade é  lindíssimo. Em setembro de 2009 tive a oportunidade de comer  peixe, camarão e  caranguejo na praia de Mosqueiro, ouvindo uma música da região. Gente é algo indescritível, é tudo de bom. Também nesta época fiz um passeio de lancha pelo rio Pará que foi algo maravilhoso. Fui na Estação das Docas, aonde se come e escuta-se uma música fantástica na beira do rio. Lá antigamente era o porto e hoje, aonde eram os armazéns, ficam os conjuntos musicais.  Encontra-se uma variedade de comidas típicas e  sorvete de todas as frutas da região, que diga-se, de passagem, são ótimas. A Estação das Docas fica ao lado do famoso mercado Ver-o-Peso, que nem que eu queira descrever, vocês não terão ideia da  maravilha que é. Claro que não peguei a hora da muvuca, fui cedo, mas é um lugar que não posso deixar de ir novamente, pois é maravilhoso. Lá vocês encontram artesanato, fruta, laticínios, sementes, peixes e tudo mais que vocês puderem ou quiserem imaginar. Fora a grande variedade de banhos de cheiros, ervas medicinais e crendices amazônidas...Já dá para perceber o motivo pelo qual estou aqui novamente e querendo voltar ao Ver-o-Peso,

     O povo paraense é super hospitaleiro. O único problema do paraense é que ele gosta que exprimentemos todas as suas comidas, cada lugar que se chega tem que se comer algo, pois se não é uma ofensa. Essa é uma das formas que eles tem de mostrarem o seu carinho com o visitante. O pior é que as comidas são muito boas e não se consegue ficar só na prova. Por isso, quando começa se planejar uma viagem para cá, é importante que se planeje junto uma dieta. Porque não se tem como não comer o famoso Tacacá, o arroz paraense, o pato no tucupi, o açai, o sorvete de bacurí e copuaçu na sorveteria Cairú,  o suco de muruci, o peixe dourada na chapa, entre tantas outras maravilhas.

    Essa semana estive visitando o Forte, a casa das 11 janelas e o Mangal das Garças, que é algo paradisíaco.  Fui também no Polo Joalheiro, onde as jóias são fabricadas por eles mesmos e são lindíssimas. Estive em Vigia, cidade antiga, por sinal mais antiga do que Belém, onde tive a oportunidade de conhecer alguns pontos turísticos e costumes da terra.

   Aqui conheci a Andiroba e o Copaiba. A andiroba (Carapa guianensis, também chamada de Karaba ou Crabwood) é uma árvore alta, frondosa, bonita, de folhas alongadas, com pequeninas flores brancas. É característica da região amazônica e dos solos úmidos de toda a região em especial no Amapá, Acre e Pará. Seu tronco pode chegar a 1,20 m de diâmetro e a sua madeira é uma das melhores para todo o tipo de construção, inclusive naval, por uma razão curiosa: a andiroba é inatacável por insetos. Suas sementes são usadas há muitos séculos contra picadas venenosas de cobras, escorpiões, abelhas e aranhas. Dão um óleo que não só espanta mosquitos como trata das picadas – além de servir contra vermes, protozoários, artrite, reumatismo, inflamações em geral, infecção renal, hepatite, icterícia, e outras infecções do fígado, dispepsias, fadiga muscular, dores nos pés, resfriados, gripes, febre, tosse, psoríase, sarna, micose, lepra, malária, tétano, herpes e úlceras graves. É adstringente e cicatrizante de efeito rápido, bom para a malinha de primeiros socorros. As folhas e a casca são usadas para fazer um chá que tem poderosa ação diurética e limpa rins e bexiga. É carrapaticida. Parasiticida. Está sendo testado para câncer. E poso garantir que esse óleo funciona, pois tenho passado todos os dias no meu dedo lesionado e o processo inflamatório já não existe mais e o cisto que se formou na articulação já diminuiu de tamanho. Uso a andiroba misturada com a Copaíba.

    A copaíba é um produto natural extraído do caule da planta nativa catalogada cientificamente com o nome de C. Reticulata Dunke - nome popular copaíba, conhecida desde tempos remotos pelos Incas, Maias e outros povos indígenas que utilizavam este bálsamo como verdadeiro tesouro dos deuses. Chamado por eles como Óleo da Vida, por possuir inúmeras propriedades regeneradoras, curativas, nutritivas, lubrificantes e tônicas. O Óleo de Copaíba é o mais poderoso antibiótico e antiinflamatório natural do mundo, riquíssimo em ácido copático, beta-cariofileno e alfa-copaeno. O incrível é o relato de curas que ouvímos das pessoas  e estou podendo confirmar na melhora do meu dedo. Claro que vou comprar para levar, pois sabe-se lá quando eu volto. Creio que se Deus quiser e a Nossa Senhora de Nazaré me ajudar, estarei novamente nessa terra abençoada em outubro, ocasião do Círio de Nazaré. Festa imperdível como dizem os paraenses.

      Só quem vive aqui, o dia-a-dia com esse povo, como estou vivendo é que sabe o quanto Belém é maravilhoso. Posso dizer que eu vivo a cultura deles, pois fico na casa de paraenses e que tem a preocupação e o prazer de me mostrarem a sua cultura. Cada casa que chego aprendo algo diferente. E por isso, que cada vez mais me encanto.


      Nós do Sul, precisamos perder o preconceito que temos com a região do norte e do nordeste, pois isso só demonstra o quanto somos ignaros em relação ao  nosso País. Sinto-me com propriedade para falar isso, pois  já conheço quase todas as capitais do Brasil, algumas fazem alguns anos que não retorno, mas não esqueço as belezas. Gosto e acho importante conhecer o exterior, mas primeiro precisa-se descobrir as maravilhas que o Brasil oferece, para depois poder exaltar as belas do exterior. O Brasil é um país rico em todos os sentidos, mas o brasileiro precisa dá valor para essa riqueza. O povo brasileiro precisa conscientizar-se da importância de preservar e conservar  a Amazônia, de conhece-la, pois talvez aí aprenda a valorizar a natureza e ver o quanto somos responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa apontados como promotores de mudanças climáticas.


     Bem, agora que já dividi um pouco das maravilhas que estou vivendo e experienciando nesta semana de férias, vou continuar a "curtir" Belém,  para poder  passar mais algumas informações para vocês. Vou postar algumas fotos, para que possam confirmar as belezas que descrevi.


     Aproveito para desejar um ano de 2011 muito iluminado, com muitas realizações, sucesso e paz para todos.  E deixo o convite para virem a Belém viver as maravilhas que estou vivendo.
  

















quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL E UM ÓTIMO 2011

       Desejo a todos os meus seguidores, leitores e visitantes do meu blog, um Natal de muita paz, que o seu verdadeiro sentido não se perca no meio de presentes. Que o desejo de Cristo se faça presente em nossas vidas, permitindo que tenhamos relações de amor com os nossos irmãos em 2011.

       Agradeço aos meus seguidores e a todos que visitaram o meu blog neste ano e informo que estarei de férias no período de 24/12 à 01/01/2011. Espero contar com vocês no próximo ano.

      Boas festas a todos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PENSE ANTES DE TORRAR O SEU 13º SALÁRIO

        Dar presentes é algo bastante prazeroso, assim como comprar aquelas coisas, que às vezes, esperamos o final do ano para adquirir, dando uma sensação de prazer, de satisfação. O melhor ainda é quando podemos comprar, sem criarmos problemas no nosso orçamento. Nos últimos anos, vemos que as pessoas nesse período do ano compram compulsivamente e depois passam o ano inteiro com o seus orçamentos apertados, com nome registrado no cadastro de inadimplentes, sem poderem comprar nada, porque gastaram demais. Algumas pessoas sofrem com isso, verbalizam que não vão mais agir assim, que aprenderam a lição, mas  no ano seguinte fazem exatamente igual.  Também existem aquelas pessoas que colocam tudo na ponta do lápis para ver se realmente podem ou não comprar, e, adquirem aquilo que realmente tem condições de pagar.


       O importante antes de fazer qualquer aquisição é avaliar no que está investindo. Saber qual a durabilidade;  qual o lucro que terá com isso; se realmente necessita disso ou é apenas um desejo. Avaliar se investisse esse valor numa aplicação financeira, qual o retorno que teria.  Precisa ver também, quais as despesas que terá com este bem que está adquirindo. Muitas pessoas referem que não investem no mercado financeiro, porque os rendimentos são muito baixos. Agora, se não começarem a fazer pequenos investimentos, nunca terão um grande investimento financeiro.

       Ainda é tempo de você pensar e ver se realmente precisa gastar todo o seu 13º salário ou se pode reservar um valor para iniciar uma aplicação financeira. Avalie como foi a sua saúde financeira este ano e veja que quer mantê-la como está ou se chegou a hora de fazer a virada e começar a se preparar para ganhar o seu primeiro  um milhão.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SOLIDÃO DE FINAL DE ANO

          Quando se aproxima o final do ano muitas são as pessoas que referem se deprimir. Sempre questiono se essas pessoas estão realmente deprimidas ou se apenas estão tristes. Hoje não se vê mais pessoas tristes ou cansadas, geralmente elas estão deprimidas ou estressadas. No entanto, cabe ressaltar que tristeza não é sinónimo de depressão e nem cansaço é de estresse. Estes são alguns sintomas do quadro de depressão e estresse, mas para que se faça esse diagnóstico é necessário que haja um conjunto de sintomas que identifiquem estas patologias. Podemos estar tristes ou cansados, sem estarmos deprimidos ou estressados.

          Penso que muitas vezes o que as pessoas chamam de depressão de final de ano, trata-se na realidade de uma tristeza, de um sentimento de solidão. Isso ocorre em função de as pessoas ficarem muito prezas a um passado, lembrando de momentos que vivenciaram com algumas pessoas e que hoje não podem mais desfrutar da companhia delas ou das situações vividas. Só que se ficarmos presos a essas situações, estaremos deixando de viver o agora, de aproveitar a companhia das pessoas que nos cercam hoje, das situações que a vida está nos oferecendo. Com isso, não quero dizer que as pessoas e as situações do passado não foram importantes, elas são importantes, só que não temos como voltar o filme da vida.

            Nessa época de final de ano, os problemas de relacionamento acabam se fazendo mais evidentes, pois é quando algumas pessoas percebem que estão sozinhas, que ninguém as convidam para passar as festas e aí bate o desespero. No entanto, no decorrer do ano, não tiveram a preocupação de cuidar das relações, de fazer uma ligação para saber como o outro está, de perdoar algo que lhe foi dito e que não caiu bem, de tolerar as diferenças, de procurar conquistar novas amizades. Usam como forma de justificar essa sua falta de habilidade, a falta de tempo. E aí sugiro, que aproveite este momento de solidão, para rever a sua forma de funcionar, de agir com as pessoas, de se comportar.

           Existem pessoas que preferem nessa época do ano  se isolar, a fim de fazer um balanço de sua vida, de ver o que precisa mudar. De verem,  o que foi bom e o que não foi no ano que está terminando e como melhorar no próximo ano. Usam este período para viverem o seu momento sabático e não sofrem por isso. Pelo contrário, conseguem conviver muito bem e se sentem felizes.

            Na realidade não existe uma fórmula que possamos dizer que é a melhor para enfrentar esta época do ano, pois sempre que nos referimos a ser humano, tudo aquilo que pode ser bom, também pode ser ruim. Cabe a cada pessoa ver o que lhe é melhor e fazer o que realmente tem vontade. O importante é passar por esse período com muita paz no coração, com muita alegria, lembrando que Natal é vida, é esperança, é amor, é perdão, é Cristo. Por isso, não se prenda a tristeza, a mágoas, a ressentimentos, liberte-se desses sentimentos que só lhe geram sofrimento e faça o propósito de iniciar um novo ano disposto a mudar e a aceitar a todas as coisas que o Universo tem para lhe dar.

          

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CONSCIENTIZAÇÃO AO VOLANTE

Mais um final de ano está chegando e com ele o verão, temporada de praia, de pegar a estrada. Nos últimos tempos, sempre no final da temporada temos um saldo estatístico de acidentes bastante elevado. Isso demonstra que as pessoas continuam dirigindo sem ter a conscientização de que álcool e direção não combinam e que se estão saindo de férias, não é necessário andar em alta velocidade, pois supostamente não tem horário para chegar. No entanto, percebe-se que elas não conseguem se dar conta disso, parecem continuar aceleradas e não acreditam que esta pressa, muitas vezes, impede que cheguem no seu lugar de destino. Acreditam que acidentes só acontecem com os outros, pois a onipotência não lhes permite ver que a causa dos acidentes são as imprudências.



A irresponsabilidade dos motoristas é tanta, que as estatísticas do Detran de Porto Alegre apontam que 10,4 mil pessoas deveriam estar com suas carteiras presas, por terem atingido mais de 20 pontos na carteira. Percebe-se entretanto, que a irresponsabilidade não é só do motorista, mas das autoridades que permitem que estes motoristas continuem circulando pelas ruas e pelas estradas. Isso só demonstra que as leis existem para não serem cumpridas e sim para "inglês ver", porque os infratores continuam circulando sem serem perturbados, mesmo tendo cometidos delitos graves, como dirigir alcoolizados.



É lamentável o número de pessoas que morrem no trânsito, nos feriados, no final do ano e na temporada de praia. Mostram que não estavam preocupados com as suas vidas e muito menos com os familiares e amigos que ficam chorando, sofrendo e ás vezes até se culpando. Isto sem falar naquelas pessoas que sobrevivem, mas que ficam sequeladas em função do acidente. Penso que está mais do que na hora de mudar os dados estatíscos que temos em termos de acidentes e de vítimas, tomando consciência da responsabilidade que temos ao assumirmos a direção do carro. Muitas são as vezes, que morrem pessoas que nada tem a ver com a imprudência de motoristas que se julgam super-heróis. Não precisamos de super-heróis no trânsito, mas sim de pessoas conscientes, responsáveis e que cumpram o código de trânsito, independente de as autoridades controlarem ou não.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VIOLÊNCIA URBANA

  Normalmente quando falávamos em  violência urbana, associávamos as cidades da perififeria, onde  a fraca presença do poder público, propicia a instalação dos crimes.  Isso estaria associado as precárias condições da infra-estrutura destas cidades. No entanto, essa realidade atingiu as cidades que tem uma boa infra-estrutura, desfazendo-nos então esta associação.

  Outro ponto que sempre apontamos como causa da violência é a pobreza, no entanto, vemos em aqui no Brasil, algumas cidades do nordeste em que o índice de pobreza é alto e  a criminalidade é baixa. Isso comprova o nosso preconceito e a nossa necessidade de agredirmos essas pessoas que vivem oprimidas, mas que muitas vezes são mais honestas do que pessoas com poder aquisitivo elevado.

 A impessoalidade nas relações também é apontada pelos especialistas como a causa da violência. Na realidade ela não só é a causa, mas o efeito também. A falta de estruturação familiar, de afeto, do olhar para criança pode ser o fator desencadeante da violência nas crianças e adolescentes. Entretanto essa desestruturação pode estar relacionado ao fato de um dos pais ter sido vítima de uma violência, como ser assassinado ou ser um dependente químico.

 É importante que tenhamos claro que nem sempre a desestruturação familiar se dá por falta da presença de um dos pais, mas pelo funcionamento disfuncional das famílias. Por exemplo, a permissividade dos pais para com os filhos, deixando-os fazer tudo que querem ou dando-lhes tudo que pedem pode ser uma das causas. As crianças hoje não sofrem frustrações, pois não escutam não e isso é prejudicial, pois quando tem que conviver com as frustrações que a vida lhes oferece, não sabem como lidar. O não é importante na vida da criança, pois ele a leva a pensar e entender os motivos pelo qual não conseguiu obter o que desejava.

 Essa dificuldade de lidar com as frustrações é que levam muitos jovens para o mundo das drogas e daí é um passo para deliquência, mas enquanto tivermos a mentalidade de que essa realidade não acontece em nossa casa, só nas dos outros, não conseguiremos inibir o aumento da violência urbana. É necessário que as famílias revejam os seus valores, a forma como estão educando seus filhos e lembrem antes de terem filhos que este são para sempre, que precisam ser orientados, educados, passado valores éticos e morais e acima de tudo dar exemplos. Os pais são os heróis de seus filhos e são os modelos de identificação e por isso, a importância de ter uma conduta adequada.

domingo, 21 de novembro de 2010

BULLYING NAS RELAÇÕES ENTRE ADULTOS

 Bullying é uma palavra inglesa e que tem como significado usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, menosprezar, ridicularizar e perseguir os outros. Geralmente os meios de comunicação falam no bullying que se evidencia nas escolas, no entanto, não se trata de uma violência psicológica que ocorra só na infância, verifica-se também nas relações entre adultos. Por meio de atos agressivos (físicos ou verbais), intencionais e que estão muito relacionados a uma questão de poder.

 O agressor geralmente busca pessoas que tem uma estrutura de ego mais fragilizada e que por não conseguirem se defender, acabam se  intimidando frente as violências que sofrem. A vítima normalmente sofreu violências durante a infância e não encontrou um ambiente familiar que o acolhesse, que intervisse, fazendo com que a pessoa se perceba como um merecedor das agressões, por não ser um objeto bom e que precisa ser destruído.

 Em geral, a vítima tem medo de confrontar o agressor, por temer que faça algo contra a sua vida. Com isso, acaba por desenvolver sintomas como hipervigilância, ansiedade, sentimento de menos valia, desamparo, tristeza, choro fácil, irritabilidade, que o levam a um quadro de depressão. Ao contrário da vítima, o agressor tem o prazer de fazer e ver o outro sofrer, o que nos mostra o quanto ele também é um ser adoecido. Ao mesmo tempo que ele é agressor, também é vítima, pois é portador de uma alteração psicológica grave.

Tanto o agressor como a vítima poderão vir de uma família disfuncinal, em que a falta de afeto, de olhar para os filhos, de respeito não se fazem presentes. Onde a violência é tratada de forma banalizada e com isso abre espaço para que a raiva, a mágoa, o sentimento de rejeição, de desvalorização na criança aflore e seja projetado para os outros como uma forma de se defender. Esta agressividade que a criança acaba por desenvolver é percebida pelos pais como algo normal, às vezes até incentivada por eles, faz com este comportamento se cristalize e passe a fazer parte da personalidade da pessoa.

Este fenômeno que surge na década de 90, hoje é algo que se faz muito presente nas relações, nos ambientes profissionais, podendo ser verificado por meio das críticas, acusações, fofocas, assédios, intimidações, agressões, ironias, assédios sexuais, exposições. Percebe-se que muitos são os chefes que utilizam-se do "poder" para implantar o bullying no ambiente de trabalho, estabelecendo um ambiente competitivo e opressivo. Os funcionários de empresas com este perfil, acabam por se perceberem como rivais e estabelecem uma relação de animosidade, fazendo com que o desejo de destruir o outro se fortaleça. Isso acaba por prejudicar o desempenho profissional das pessoas, pois estão sempre tensas, confusas, assustadas, ansiosas, envergonhadas, apreensivas e com medo.

Para que esse fenômeno que parece ter tomado conta de nossa sociedade seja extinto, é importante que não fiquemos de braços cruzados, mas que sejamos ativos frente as situações de bullying, não permitindo que elas aconteçam, denunciando, não sendo omisso ao perceber uma situação de agressão com o  outro, pois amanhã poderá ser com a gente. O sentimento de compaixão, respeito e apoio à vítima é fundamental, mas não podemos esquecer de ter um olhar para o agressor. Este precisa ser responsabilizado pelos seus atos, mas também precisa de uma ajuda profissional para que possa entender os motivos que o levam a agir assim e ver o que isso poderá acarretar em sua vida e na de seus familiares.

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sábado, 20 de novembro de 2010

COMPRADORES COMPULSIVOS

 Está chegando uma época muito boa para os compradores compulsivos, pois conseguem justificar suas compras em função do Natal. Várias são as pessoas que nesta época do ano aproveitam o seu décimo terceiro para pagar as pendências financeiras, a fim de contrair novas dívidas.

 Hoje se sabe que o comprar compulsivo é uma doença e que deve ser tratada como tantas outras. Existem pessoas que conseguem comprar coisas que não lhes tem a menor utilidade, mas compram pelo prazer de gastar e quando questionadas encontram explicações plausíveis, para justificar o motivo da compra. Algumas, depois se deprimem, quando percebem o rombo financeiro que criaram em suas vidas, por terem agido de forma impulsiva.

 Outras não se preocupam, acabam entrando numa ciranda financeira, fazendo vários empréstimos para quitar suas dívidas, parando apenas quando o crédito acaba. Lidam com isso, com a maior naturalidade, justificando que só desta maneira é que conseguem adquirir as coisas.

Entretanto, sabe-se que as pessoas que vivem endividas são acometidas por um alto nível de stress, de ansiedade e muitas vezes acabam se deprimindo, sem falar nos problemas clínicos que podem desenvolver.

É importante, que se avalie a serviço de que está este gastar compulsivo e compreender o tipo de relação que estas pessoas estabelecem com o dinheiro. Talvez este momento que antecede o Natal seja propício para isso, assim evitaríamos que as pessoas passassem mais um ano endividadas.

Penso que é importante antes que saiamos para fazer qualquer compra, que façamos uma relação do que realmente precisamos comprar. Não esquecendo aquela perguntinha básica: "preciso realmente comprar isso"? Para tanto, é necessário que primeiramente demos uma olhada em nosso orçamento mensal e saldo bancário. Que se desfaçam da idéia de colocar tudo no cartão de crédito ou no cheque pré-datado,  já que passado 30 dias terão que pagar. Sei que talvez isso, seja pedir demais para os compradores compulsivos.

 A única forma que temos para evitarmos um endividamento é ter uma planilha de contas a pagar e uma com a receita. Cabe lembrar que a planilha de contas a pagar nunca pode ser superior a receita. Na planillha de contas a pagar deve ter um valor de no mínimo 10% do valor total da receita, destinado a um investimento. Essa história que vou esperar sobrar para começar a economizar, não funciona para a maioria das pessoas. Economizar mesmo que seja pouco é uma questão de prudência.



PASSEANDO POR BELÉM DO PARÁ

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

EMPREENDEDORISMO

  Muitas são as pessoas que alimentam o sonho de ter o seu próprio negócio, de ser um empreendedor, principalmente numa época  em que a economia informal é incentivada. No entanto, não basta a pessoa ter iniciativa, ser arrojado, ela precisa ter conhecimento do mercado em que vai investir e saber elaborar um planejamento estratégico para que o seu investimento tenha êxito.

   Conhecemos várias pessoas que pediram demissão de seus empregos para montar o seu próprio negócio. Investiram todo o dinheiro que receberam e seis meses depois não tinham empresa, nem dinheiro, apenas dívidas.

    Abrir empresa no Brasil é algo fácil, mas na maioria das vezes as pessoas não tem idéia dos encargos que uma empresa tem e da mão de obra que dá para dar baixa. Daí a importância, de quando pensar em montar um empreendimento, verificar antes tudo o que é necessário para a constituição da empresa, dos passos a serem seguidos para que a empresa dê certo e o que é necessário fazer quando quiser dar baixa.

  Não basta ter o capital para montar o negócio, precisa ter uma "gordurinha" para bancar os primeiros seis meses ou um ano  da empresa, pois o lucro nunca é imediato. E muitas vezes, para recuperar o capital investido faz-se necessário muitos anos. O profissional liberal sabe bem disso,  pois nunca tem o retorno integral do investimento que faz em sua profissão.

 O interessante é que se busque informações, se faça cursos, analise se realmente é o momento de montar o nosso próprio negócio ou esperar para ter uma condição mais sólida, pois deve ser extremamente frustrante ver o seu investimento não dar certo. Isto é o que mais vemos nos dias de hoje, o que mostra a falta de planejamento das pessoas.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ENTREGA DE DROGA A DOMICÍLIO

 Ontem vários jornais noticiavam a entrega de droga a domicílio, como se fosse algo novo que estivesse acontecendo. Não é novidade para ninguém, que já existe entrega de drogas feitas por taxistas, sendo este o motivo da morte de muitos. Sabemos que alguns morrem por  "estarem emendados com o traficante".

 Hoje vemos que não existe mais profissão, idade para estar envolvido com o tráfico de drogas, pois neste feriadão uma senhora com mais de 60 anos foi presa em Canoas (Grande Porto Alegre), por tráfico. Parece que esta é a forma fácil, que as pessoas estão tendo para ganhar dinheiro, sem ter que pagar impostos. E ainda, acabam se tornando notícia.

 Essas pessoas são presas e daqui uns dias, novamente estão nas ruas traficando, pois não existe presídios para acomodar todos, já que o tráfico está em alta. E parece, que isso não é uma preocupação dos nossos governantes. Medidas severas deveriam ser tomadas para inibir o crescimento do tráfico de drogas, que vem destruindo várias famílias.

 Já que isso é um problema social e hoje considerado também de saúde pública, penso que as pessoas devem utilizar os telefones de denúncia anônima oferecidos pela polícia civil e militar, ao saberem ou desconfiarem que alguém está traficando. Não é possível nos isentarmos desse compromisso, afinal, o problema da droga poderá estar amanhã dentro de nossa casa.

Anissis: PROCRASTINAÇÃO

Anissis: PROCRASTINAÇÃO: " Muitas são as pessoas que tem o hábito de procrastinar, ou seja, adiar, demorar, esperar, para fazer ou resolver os problemas que surgem e..."

PROCRASTINAÇÃO

 Muitas são as pessoas que tem o hábito de procrastinar, ou seja, adiar, demorar, esperar, para fazer ou resolver os problemas que surgem em suas vidas. Só que não se dão conta, que na medida que o tempo vai passando, o problema deixa de ser problema e passa a fazer parte de sua vida. A solução de um problema deve ser encontrada no máximo em uma semana.

 Parece que as pessoas acreditam, que surgirá uma fórmula mágica capaz de resolver o problema que lhe aflige. Só que com isso, acabam se enrolando cada vez mais. Parece-me ser uma forma de tentar se isentar de algo que criou para sua vida. Os problemas são criados por nós e se temos essa capacidade, também temos a capacidade de encontrar uma solução. Para isso, precisamos enfrentá-los e não tentarmos fugir, projetando aos outros a responsabilidade de nossos problemas.

Nos últimos tempos, vejo a procrastinação muito presente nos relacionamentos conjugais e nas questões financeiras. As pessoas vivem relações conjugais difíceis, muitas vezes de aparência, sofrem agressões físicas e morais, mas não conseguem colocar um ponto final. Conseguem várias explicações para adiar o fim da relação e com isso, se sujeitam a um sofrimento psíquico intenso. Nas questões financeiras, vemos pessoas completamente endividadas e que não conseguem buscar uma solução. Pelo contrário, continuam gastando abusivamente, só esperando quando perdem o crédito. Claro que muitas são as explicações para este funcionamento.

É importante, que as pessoas possam refletir sobre a  dificuldade que tem de resolver seus problemas. Talvez esteja faltando habilidade para solucionar problemas, o que não é difícil. O primeiro passo é admitir que existe o problema e procurar listar todas as soluções possíveis. Após ter feito esta lista, temos que hierarquizá-los e começar a testar cada alternativa. Sugiro que essas pessoas procurem ajuda para aprender a solucionar problemas e treinar suas habilidades sociais.

sábado, 13 de novembro de 2010

SÍNDROME DE BOURNOUT

 Resolvi escrever um pouco sobre esta síndrome, que atinge 69% dos brasileiros e que para minha surpresa, é desconhecida ainda , pelos gestores empresariais. Percebi isto, ao dividir a mesa do programa Brasil na Madrugada, na rádio Gaúcha, esta semana, com o diretor da ABRH.

 A síndrome de Bournout está relacionada ao estresse ocupacional. O contato direto e excessivo com o trabalho, propicia a pessoa a desenvolver um comportamento agressivo e irritadiço, com os seus clientes, chefia e colegas. O Bournout foi identificado em 1974, por  Freuderberger, que começou a observar o desgaste no humor e na motivação  dos profissionais da saúde, com os quais trabalhava.

  As pessoas acometidas da Síndrome de Bournout, não precisam ter antecedentes psicopatplógicos. Algumas das  características de personalidade  das pessoas mais propensas a desenvolver esta síndrome são:  nível de exigência muito alto consigo e com os outros; maior dificuldade para lidar com situações difíceis;  excessivamente críticas;  perfeccionistas;  extremamente dedicadas ao trabalho; possuem um idealismo elevado e se mostram comprometidas com o que fazem.

Os fatores que contribuem para o desencadeamento desta síndrome são as longas jornadas de trabalho; uma cobrança excessiva de metas; dificuldade de relacionamento com a chefia e com os colegas; conflito entre trabalho e família; sentimento de desqualificação e de despersonalização.

O funcionário com Síndrome de Bournout começa a  ter uma sensação de fracasso; de esgotamento, de impotência; faz uma avaliação negativa do seu desempenho profissional; apresenta um sentimento de baixa auto-estima. Muitas vezes, acaba por trazer queixas como fadiga crônica; alteração de peso e de sono. Refere dor no peito, taquicardia; dificuldade para respirar; dor de cabeça; na coluna; nas costas; no estômago, entre outros sintomas. Observa-se também algumas alterações comportamentais como: maior consumo de café, cigarro,  bebida alcóolica e remédios; diminui seu rendimento pessoal no trabalho; trata os colegas com cinismo; apresenta um sentimento de onipotância e impotência; tem dificuldade de concentração e uma baixa tolerância à frustração. Estes sintomas podem ser a causa de afastamento de funcionários e daí a importância do gestor ter um olhar mais atento para eles.

 Várias empresas, já oferecem aos seus funcionários, como medida de prevenção,  a ginástica laboral,  momentos de espiritualidade, salas de jogos ou um espaço para ouvir música durante o período de intervalo. Isto se dá, porque estas empresas acreditam que o funcionário com uma boa saúde física e mental tem um melhor desempenho em suas atividades. Em contrapartida, o funcinário se sente valorizado e reconhecido e por isso sente o prazer de dar um bom retorno a empresa.

O importante que as pessoas ao começarem observar que estão apresentando alguns dos sintomas citados anteriormente, busquem a ajuda de um profissional, a fim de evitar  um prejuízo maior em sua saúde física e mental. O tratamento para Síndrome de Bournout é basicamente psicoterápico, mas algumas vezes, pode se fazer necessário o uso de medicação.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

STRESS DE FINAL DO ANO

    Recém iniciou o mês de novembro e já se observa que o nível de stress das pessoas começou a aumentar. A correria, a impaciência, a intolerância e a pressa de resolver uma série de coisas,  lhes gerar um desconforto. Isso é algo que me chama a atenção, e que gosto, nesta época do ano,  de observar.

  Muitas pessoas passam o ano procrastinando seus afazeres e buscando justificativas, para si, porque não os realizam. Entretanto, quando falta dois meses para terminar o ano, querem resolver tudo de uma só vez. Como não conseguem, acabam se frustrando e por fim se deprimindo. Uma bela forma de se bicotarem e puderem continuar acreditando que não são capazes e nem merecedores de terem as coisas. Falta-lhes um objetivo de vida, um planejamento para que possam atingir o seu foco,  as vezes, estabelecem objetivos que não são capazes de serem atingindos, pois assim também conseguem fortalecer a sua crença.

  Esse stress poderia ser evitado, se ao invés de ficarem alimentando suas crenças, nutrindo seus monstrinhos interiores, fossem de forma organizada buscar atingir seus objetivos. O humano precisa conscientizar que ele veio ao mundo para ser feliz, mas que isto só vai depender dele, das escolhas que faz para sua vida. Ele pode escolher ser um vencedor ou um vencido. A responsabilidade dessa escolha é da própria pessoa.

O stress é necessário em nossa vida, assim como, a ansiedade, mas de forma moderada. Não precisamos correr desesperadamente porque o  ano vai acabar.  Na realidade, o término de cada ano, significa mais um ciclo concluído,  que nos dá a oportunidade de avaliarmos o que devemos mudar ou não em nossa vida. Particularmente, penso, que não precisamos esperar chegar o final do ano para fazermos este balanço, ele pode ser feito a qualquer momento. Precisamos parar e vermos o que deve ser mudado, o que estamos fazendo com a nossa vida, o quanto estamos ou não nos tratando bem, o quanto nos amamos. A partir do momento que tomamos consciência disso, não precisamos mais do stress negativo em nossas vidas.

domingo, 7 de novembro de 2010

DESCONTENTAMENTO COM A SAÚDE PÚBLICA

 O Correio do Povo de hoje noticiou o resultado de uma pesquisa realizada pela Métodos, que mostra o alto índice de descotentamento das pessoas com a saúde pública. A necessidade urgente de contratarem mais médicos, atendentes e funcionários, bem como melhorar a qualificação destes.

 Tanto a saúde pública como a privada precisam serem melhoradas. Não basta apenas que tenhamos profissionais da saúde capacitados, se não tivermos atendentes, funcionários administrativos e bons gestores. Por um bom tempo e não faz muito, pagamos o imposto CPMF, que deveria ser destinado a saúde. Sabe-se que grande parte deste imposto, para não dizer todo, nunca chegou na saúde. E agora, menos de uma semana que a Presidente Dilma foi eleita, volta-se a falar neste imposto. Parece uma brincadeira com o povo. Será que o fim será o mesmo?

 Ter profissionais capacitados é importante, mas para que eles possam se capacitarem precisam de bons salários.  Não basta o profissional ser capacitado, ele precisa também de condições para trabalhar. Muitos profissionais trabalham em condições precárias.

 Na realidade o que precisa é trabalhar com a prevenção. Se houver um investimento na prevenção da saúde, procurando mudar a cultura que o indivíduo precisa adoecer para ir no médico, teremos uma melhor qualidade nos atendimentos. Com certeza o número de pacientes nas emergências diminuirão e os que buscarem este serviço serão melhores atendidos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

TABAGISMO

 Porto Alegre é a capital com o maior índice de fumantes no Brasil (25% da população) .  Tramita na Câmara de POA um projeto de lei que proíbe o fumo em ambientes fechados, independente de ser público ou privado e até mesmo nos fumódromos. Está visa complementar lei aprovada em 2006, que permite a existência de áreas para fumantes. Fico a pensar se é necessário criar uma lei que proíba as pessoas de fumar. Acredito que esta não é a melhor forma de conscientizar as pessoas do prejuízo que o cigarro causa em sua saúde.

 O fumante como todo o usuário de droga (lícita ou ilícita) ele tem o seu olhar apenas voltado para si, não se preocupando com as pessoas que estão na sua volta. É extremamente desagradável estar num ambiente e ter na volta pessoas fumando, sem ter o menor constrangimento de estar causando prejuízos para saúde dos outros, pois o que importa é satisfazer a sua fissura.

Penso que está lei vai ser mais uma para ser  esquecida. Só não será esquecida por aquele que defendeu o projeto. Não é só criando lei, que se educa um povo. Ela pode ajudar, se houver fiscalização. Quantos são os estabelecimentos comerciais que vendem cigarro e álcool para menores e que ninguém faz nada, porque  falta fiscalização e também porque as pessoas não querem se incomodar.

 Creio que é necessário começar o processo de prevenção já nos anos iniciais do ensino fundamental. Só que aí temos um contra ponto, apesar de ser proibído fumar dentro de escolas, os professores fumam. Esquecem que eles, depois dos pais, são os modelos de identificação das crianças ou às vezes são os únicos modelos que as crianças tem.

 Seria interessante, que os fumantes procurassem entender a serviço de que o cigarro está em suas vidas, talvez aí, conseguissem se libertar desta "bengala" que precisam para viver.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

RESULTADO TRÁGICO NO TRÂNSITO NO FERIADÃO

Mais uma vez, os resultados que tivemos neste feriadão de mortes no trâncito é preocupante. Mostra o quanto as pessoas estão despreocupadas com a vida. Fico pensando o que leva as pessoas a essa estupidez. Na minha concepção trata-se de pessoas suicídas, porque todos sabemos que álcool e direção não combinam. A maioria dos acidentes ocorre em função do álcool, que faz com que muitos de sintam os super heróis e que possam acelerar tudo o que der.

A poucos dias tivemos a morte de dois empresários, não eram jovens adolescentes, mas dois homens bem sucedidos que vinham de uma festa e que estavam alcoolizados. Estavam numa velocidade absurda. Mesmo que o carro tenha um bom desempenho, cabe a nós termos o bom senso e não nos valermos disso para mostrar a nossa onipotência.

É bom que reflitamos o que está por trás destas atitudes. Achar que isso só acontece com os outros é infantilidade.

Espero que no feriadão do dia 15 as pessoas se conscientizem sobre o estrago que fazem com a sua vida e de seus familiares, sem falar na dos outros que nada a tem a ver com os irresponsáveis que estão nos volantes.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

FINADOS

Hoje é um dia que mexe conosco, porque lembramos com carinho e saudades dos nossos familiares, que já não estão mais em nosso convívio. Porém, o que me conforta é crer na vida eterna. A morte é algo que nos assusta, pois apesar de ser a única coisa certa na vida, não estamos preparados para enfrentá-la. Se refletirmos um pouco, veremos que a partir do momento em que nascemos, começos a morrer, visto começarmos a caminhar para finitude. Ao nascermos, morremos para vida intrauterina, saímos do conforto do ventre materno, para vivermos neste mundo. Ao terminarmos nossa caminhada neste mundo, morremos para ele, mas nascemos para uma nova vida, na casa do Pai. Na realidade, a morte só é um problema para o homem, a partir do momento que desenvolve a sua consciência. Se analisarmos, todos os seres vivos morrem e não sofrem por causa disso. Sendo assim, podemos dizer que a morte dá ao homem um limite, mostrando-lhe que existe um Ser Superior a ele, que lhe diz quando deverá nascer e quando deverá morrer. Mostrando-lhe, portanto, que toda aquela autonomia, aquele controle, que o humano pensa ter sobre a vida, sobre os sentimentos, sobre os seus atos, quando se trata de vida e morte, ele não o tem. Quando nos defrontamos com uma situação de morte, percebemos a mescla de sentimentos que se manifestam em nós. Nos sentimentos impotentes, fracassados, tristes. Também nos sentimos traídos, ficamos com raiva. Nos questionamos, por que Deus está fazendo isso comigo? Nos achamos coitados. Esquecemos, porém, que Deus nos deu a oportunidade de conviver com aquela pessoa, de desfrutar bons momentos, de ter momentos talvez não tão bons e quem sabe, a morte seja um alívio para aquele ser. Não cabe a nós julgarmos ou questionarmos Deus. Ele nos deu a vida e uma vida plena, com abundância. Se não a desfrutamos, não é culpa Dele, mas responsabilidade nossa. Não precisamos temer a morte e nem deixarmos de orar por aqueles nossos familiares que morreram. A oração é a forma que temos de nos mantermos ligados a eles. Por isso, neste dia oferecido aos mortos, peço que Deus acolha a todos que se encontram em sua morada, dando-lhes luz, paz e serenidade e o conforto para todos nós.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ELEIÇÕES

Ontem o Brasil elegeu a primeira Presidente, com um número expressivo de votos, o que expressa um contentamento do povo com o governo do Presidente Lula. Espera-se que daqui a um tempo as pessoas não começem a criticar o governo da Presidente Dilma, como muitos fizeram com o governo Lula.

Penso que seria importante anotar o que a Presidente acentuou em seu discurso: "Comprometo-me com a erradicação da pobreza, com o desenvolvimento econômico, com a racionalização dos gastos públicos sem reduzir verbas dos programas sociais e com o controle da inflação". Fez questão de destacar em vários momentos a erradicação da miséria. Isto realmente me chamou a atenção, pois sou partidária de que todo o cidadão tem o direito de morar com dignidade, com segurança,ter um trabalho, ter uma boa alimentação, um bom atendimento na saúde, assim como, na área da educação.

Agora, erradicar a miséria me soo um tanto forte. Espero que não seja oferecendo uma cesta básica para esta população. Confesso que se ela conseguir erradicar, ou seja, arrancar, eliminar a miséria, no Brasil, serei a sua maior admiradora. Acho que o povo menos privilegiado, aqui falo, no pobre, no miserável está muito sofrido e muito oprimido com as políticas governamentais que estamos tendo. Seria interessante também que a Presidente tivesse o interesse de eliminar a miserabilidade humana no Congresso, onde temos a pior miséria, a falta de caráter de muitos políticos.

Torço para que a Presidente Dilma consiga cumprir dois pontos do seu discurso: a erradicação da miséria e o controle da inflação, quando falo no controle desta, não me refiro a que é anunciada pelos meios de comunicação, mas daquela que sentimos no bolso ao irmos no supermercado.

domingo, 31 de outubro de 2010

Em Portugal




Palavra de Mulher - 05/10/2010

A CONDIÇÃO DE PACIENTE

Como a história do meu dedo ainda persiste, estou sendo obrigada a refletir sobre algumas coisas. Nos últimos dias me peguei a pensar sobre a condição de paciente, que segundo o Aurélio significa resignado, sofredor, manso; uma pessoa que padece, doente. Mas o doente não pode hoje em dia ser apenas paciente, ele precisa também ter uma super dose de paciência. A definição de paciência que encontra-se no dicionário é a qualidade do paciente; resignação; perseverança tranquila. Esta é a principal característica exigida ao paciente pelas as Instituições que o atende.

A falta de preparo dos atendentes para lidar com o paciente é algo impressionante. Supõem-se que uma pessoa ao buscar atendimento numa emergência de hospital é porque está com algum sofrimento. Seja este físico ou psíquico, tudo o que ela precisa é ser acolhida; tratada com respeito e dignidade, mas parece que as Instituições tem como foco os resultados financeiros. Falo isso, por ter vivido esta experiência. A minha dor não importava para a funcionária administrativa de uma Instituição que tem o título de Top em Humanização, o que importava era o pagamento.

Apesar de minha indignação, procurei manter a calma e não me estressar, mas confesso que não consegui. Precisei realizar uma ressonância magnética de urgência e portanto não pudia esperar a data que o meu convênio oferecia. Busquei uma outra Instituição para realizar o exame, particular. Fiquei encantada com o atendimento que recebi desde o porteiro até o técnico que realizou o exame. Isto me consolou, afinal vi que nem tudo na saúde está perdido. Qual a minha surpresa no dia seguinte? Recebo uma ligação me informando que teria que refazer o exame, pois o técnico não me deu o contraste. Substância necessária para realização do mesmo. Só consegui repeti-lo com uma certa brevidade, porque houve intervenção do meu médico. Este ao menos é um profissional comprometido com a profissão e competente, que consegue desempenhar o seu papel de cuidador.

Isso mostra-nos que a excelência das empresas está só no papel, que na prática não funcionam, porque se esta Instituição onde realizei a ressonâcia cumpresse a Portaria 453 da Vigilância Sanitária, onde consta que deve haver um manual com as orientações para as realizações de exames nas salas onde os mesmos são realizados, eu não teria que ter cancelado uma manhã de consultório. Vê-se o desrespeito com o paciente, porque quem paga este prejuízo?

Penso que isso ocorre porque as pessoas acabam ficando quietas com medo de uma retaliação. Não pudemos ficar quietos, não dá para aceitar esta hipocresia que temos na saúde. O foco não é mais o paciente, mas o lucro, visto a saúde estar mercantilizada.

Portanto, reclamem sempre que não forem bem atendidos, independente de ser na saúde ou em qualquer outro segmento. Busquem os canais competentes, falem para as pessoas certas, mas se façam respeitar e não sejam pacientes.

domingo, 24 de outubro de 2010

A ALEGRIA DE VIVER

Já que não posso ficar digitando muito, convido-os a refletir sobre a alegria de viver, algo que parece que está ficando esquecido.

Hoje se as pessoas não tiverem um bom carro, não puderem frequentar bons restaurantes e bares, viajando, comprando, parece que a vida não tem sentido, pois esta é a forma que conhecem para se sentirem completos. No entanto, isso só demonstra o vazio que as pessoas vivem, ficando presas muitas vezes, a um pseudo status. A alegria de viver não está nisso, mas sim no puder estar em contato com o nosso eu, compreendendo as mensagens ofertadas pelo nosso inconsciente. Em puder admirar as belezas que a natureza oferece, escutar o canto dos pássaros, de puder olhar e ver o azul do céu. De poder se permitir ficar no ócio sem sentir culpa, de fazer as coisas que lhe dão prazer, sem ter que atender as exigências de uma sociedade que se preocupa com a aparência e que muitas vezes é responsável pelos altos índices de suicídios que temos em nossa capital. Porque no momento em que as pessoas com uma estrutura de ego mais fragil ou fragmentada não conseguem dar conta de atender as exigências feitas pela sociedade, não suportando o sentimento de frustração, acabam por optar pelo suicídio.

Penso que está mais do que na hora de pararmos, nos voltarmos para o nosso eu, de vivermos a nossa realidade, curtirmos aquilo que temos em nossa volta, buscando claro atingir os nossos objetivos, mas de forma saudável. Sem termos que entrar num processo de destruição, de correria, de ostentação, de endividamento, de stress, de drogas para dar contar das exigencias do mundo moderno. Sejamos nós mesmos e viveremos melhor, com certeza.

DOENÇAS DO SÉCULO

O final de ano começa a se aproximar e o stress começa a aumentar, porque queremos dar conta de tudo o que não conseguimos realizar no decorrer do ano. Muitos até nem sabem o que gostariam de ter realizado, porque não tinham nenhum foco, mas sabem que deveriam ter feito algo.

Hoje falar em stress e depressão é algo muito comum, tão comum como falar do tempo. Parece que ter uma dessas duas patologias é sinonimo de status, assim como o uso de alguma medicação. Os desafios do dia-a-dia são enfrentados com o uso de antidepressivo ou ansiolítico, pois ninguém mais quer suportar nada. Tem aqueles que optam pelos florais, justificando que estes não causam dependência.Não se dando conta que estão buscando uma fórmula mágica de resolver o seu sofrimento e que utilizam-se também de uma bengala para "resolver" o seu problema. Isso nos sinaliza o quanto as pessoas estão intolerantes, frágeis, não suportando pensar sobre a sua vida e as coisas que lhe acontecem.

No entanto, o mais saudável é procurar entender as dificuldades que encontramos em nossos caminhos, enfrentando-as e tentando compreender qual a função delas em nossa vida. O stress ocorre por não nos conhecermos e não querermos pensar sobre os nossos conteúdos internos. Por isso, achamos que entrar numa correria desenfreada, não prestarmos atenção no nosso eu, assumirmos uma série de compromissos não tendo um tempo para relaxar, para estar com os amigos, para curtir a vida é uma boa forma que temos de justificar nossas atitudes e nos glorificarmos porque somos pessoas ocupadas e que temos as doenças do século, ou seja, depressão e stress.

Isso me leva a pensar se essas pessoas realmente são acometidas apenas destas patolgoias ou de algo mais profundo. Podemos ter várias atividades, cumprir diversos papéis na sociedade, mas também precisamos prestar atenção em nós, fazermos coisas que nos dão prazer, termos momentos de lazer, nos permitirmos o ócio, termos metas a serem atingidas em nossas vidas. Desta forma talvez consigamos chegar mais tranquilos no final do ano,com uma melhor condição de saúde mental, que é uma das maires riquezas que temos.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DESCULPAS

A todas as pessoas que me seguem e que acessam este blog, peço desculpas por não estar atualizando, mas em virtude do acidente doméstico que sofri, continuo impossibilitada de digitar. Espero em breve retornar.

domingo, 17 de outubro de 2010

TEMPO PARA REFLETIR

         Em virtude de ter ficado uma semana sem puder digitar, tive tempo suficiente para ficar refletindo sobre as atitudes do ser humano, aonde me incluo. A correria do dia-a-dia faz com que tomemos atitudes impensadas. Listamos uma série de tarefas a fazer no final de semana, ligamos o piloto automático para cumpri-las o mais rápido possível, pois se sobrar tempo dá para colocar mais alguma coisa em nossa lista. Isso foi o que aconteceu comigo. Tentando cumprir uma longa agenda de tarefas que tinha estipulado para fazer no final da semana passada, na correria, não tive tempo de pensar e prestar atenção em uma das muitas tarefas que tinha para cumprir e isso resultou em quatro pontos no dedo indicador da mão direita. O que me  impossibilitou de cumprir a longa lista que tinha estipulado para o final de semana, porque o acidente ocorreu na primeira tarefa. Que frustração! Como isso foi acontecer comigo? Belo pensamento narcísico! Por que não comigo?

     Como creio que nada acontece por um acaso, vejo que o meu inconsciente deve ter ficado desconfortável com a minha relação de tarefas, afinal ele ainda deveria estar num ritimo de férias, enquanto eu já estava plugada em 220 e por isso, achou por bem, me desacelerar.

     Não fazia sentido toda a correria, o mundo não ia acabar, não era o último final de semana do mundo, nada era urgente e portanto poderia se feito com calma  Não tinha nenhum prazo para cumpri. Por que eu precisava correr tanto?  Já que a minha consciência não conseguiu me dar o limite,  o meu inconsciente resolveu me frear, pois  afinal fazia uma semana que tinha voltado de umas férias maravilhosas em Portugal, não tinha sentido ficar enlouquecida.  Como o nosso inconsciente tem uma sabedoria invejável, tratou de me desacelerar e me fazer pensar. Além de pensar, de compreender a mensagem que ele havia me dado, pude aproveitar para treinar a mão esquerda, prestar atenção e avaliar o comportamento humano. Assim como eu, muitas são as pessoas que tem o mesmo funcionamento. E por que será que precisamos fazer isso? Será que é para mostrar que somos pessoas ocupadas, que temos uma agenda cheia ou para fugir de algo?

         Várias são as respostas que podemos encontrar nestes questionamentos. Não importa qual o viés que pegaremos, o que importa é que precisamos estar mais atentos com o nosso ser, com as nossas atitudes, com o nosso querer, com o nosso pensar. Pois assim, viveremos mais plenaente, sem muitos conflitos, evitando as dores físicas e as da alma,que penso serem piores que as físicas.

          Quando estamos limitados por uma situação ficamos mais atentos e por isso essa semana que passou percebi quantas situações difíceis existem neste mundo e o quanto eu sou feliz, porque afinal, a minha dor com certeza daqui a uns dias será esquecida, mas a de muitas pessoas mesmo que amenizem, ficarão com marcas bem mais profundas do que a que terei no dedo. Porque são famílias que tem seus filhos no mundo das drogas, e que acabam se matando por este motivo. Chefes de família que não encontram empregos; pessoas que buscam encontrar um parceiro na noite, desenvolvendo um comportamento  promíscuo, por ter medo da solidão. Pessoas se matando no trânsito, porque acreditam ser "super homens" e que podem beber, dirigir e abusar da velocidade. Será que precisamos que o nosso inconsciente nos dê o limite? Ou precisamos viver uma situação trágica para refletir sobre o nosso comportamento?  Será que as pessoas percebem isso como uma forma de ser feliz?

          Gostaria que ao iniciarmos mais uma semana, pudessemos aproveitar para iniciá-la refletindo sobre nossas ações, prestando atenção nos sinais que o nosso corpo está nos dando e buscando entendê-los, avaliando nossas atitudes, porque é isso que irá favorecer a nossa qualidade de vida e ajudará a evitar sofrimentos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Comunicado

Bom dia leitores, amigos e seguidores.

Tenho estado ausente nos últimos dias, não por vontade própria, mas por me encontrar incapacitada fisicamente, em virtude de um pequeno acidente doméstico.

Retorno o mais breve possível.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A FAMILIA DO USUÁRIO DE CRACK - artigo publicado na ZH 25.09.10

  A família do adicto é uma família adoecida. A mãe é uma mãe tóxica, que estabelece uma relação simbiótica com o filho, mostrando-se como uma mãe boa, continente, protetora, que lhe faz todas as vontades, sendo bastante permissiva, não interferindo na vida dos filhos, pois é a maneira que tem de mantê-los perto dela. Já o pai é uma figura periférica, que não interfere nesta díade mãe/filho e que refere estar sempre muito ocupado com os problemas profissionais, não dispondo de tempo para dedicar à família. Quando está em casa, não quer ser incomodado, tem que descansar.

   A relação familiar é estabelecida num faz de conta. Quando os problemas aparecem, são negados pelos pais, que encontram uma solução mágica para resolvê-los, usando álcool ou algum calmante. Assim, ensinam ao filho a fórmula ulusionista de resolver qualquer conflito, convidando-o a participar desse mundo "colorido" oferecido pelas drogas lícitas ou ilícitas. A correria do dia-a-dia, a necessidade incessante de manter um status que muitas vezes não é o seu, faz com que os pais esqueçam-se de olhar para os filhos. Responsabilizam e projetam os seus problemas  para aquele elemento da família que tem uma estrutura de ego mais fragilizada. Este, por sua vez, assume o papel de "bode expiatório"que lhe foi dado, passando a acreditar que é o responsável por tudo o que acontece no seio familiar. Busca na droga o alívio para o seu sofrimento e no traficante a figura do pai que se faz ausente.

  Não temos como negar que o usuário de crack é um doente, mas não podemos entrar no faz de conta de sua família, esquecendo que esta também é uma família tóxica, que precisa ser acolhida e tratada. Apesar dos novos modelos de família que vêm se construíndo, as famílias são o eixo estruturante do ser humano. Daí a necessidade de resgatá-las, convidando-as a refletir sobre suas vidas, sob a forma como estruturaram as relações familiares. Fazendo com que o sentimento de culpa não sirva apenas para gerar sofrimento, mas como forma de entender as falhas que ocorreram. Se ficarmos com o nosso olhar preso apenas no usuário, todo o investimento feito no tratamento deste será em vão, no momento em que ele for devolvido para família. Daí a importância de a mídia e os profissionais da saúde, que estão tão engajados nesta campanha contra o crack, incentivarem o tratamento das famílias, mostrando-lhes a importância deste.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CARTILHA DE SEGURANÇA

        Hoje vou usar este espaço, para cumprimentar a todos aqueles que se envolveram para o lançamento da Cartilha de Segurança. Iniciativa da 2ª Delegacia de Políca de Porto Alegre (RS) e o Conselho Comunitário de Justiça, que demonstraram  a sua preocupação e o seu comprometimento com a comunidade da zona sul. São estes profissionais que fazem a diferença.

        Agora é importante que as pessoas sigam as orientações que ali se encontram. Que não peguem a Cartilha e guardem dentro de uma gaveta e lá esqueçam. A violência no bairro Menino Deus parece ter aumentado. Falo isso, por ter consultório neste bairro e confesso que muitas vezes evito transitar pela Av. Getúlio Vargas em alguns horários, por não me sentir segura.

        Se todos fizessem alguma coisa para combater a violência e não ficassem apenas responsabilizando as autoridades governamentais, a Brigada Militar e a Polícia Civil, com certeza teríamos melhores resultados. Vemos que a área de segurança está fazendo a parte dela, cabe a nós seguirmos as orientações que nos são passadas, deixando a nossa onipotência de lado, que nos leva a acreditar que  a violência só ocorre com os outros

PROTESTAR

Após eleições fiquei a pensar se a melhor forma de protestar é dar o seu voto para uma pessoa totalmente despreparada como o Tiririca. Nada tenho  contra a pessoa deste cidadão, não o conheço, a não ser pela televisão. Tenho claro que como cidadão brasileiro, ele tem o direito de se candidatar. No entanto, fico a pensar o que o povo desejou expressar com essa votação em massa. Será que foi uma forma de protestar? De fazer graça? De mostrar que o nosso país vive de humor ou que não estamos preparados para eleger as pessoas que vão nos representar? Demonstrar a nossa falta de responsabilidade frente ao voto? Será que esta é a melhor forma de protestar?

Penso que o povo mostrou que o Brasil  é um país que vive de brincadeiras, palhaçadas.  Passando uma imagem de um povo  não esclarecido. Reforçando que o Brasil é o país do futebol e do carnaval, que até mesmo na hora de eleger seus governates, o povo brinca, faz da eleição um carnaval fora de época. 

Acredito que o Tiririca não se deu conta da responsabilidade que lhe foi dada, ou seja, de representar a irresponsabilidade que vive o brasileiro, empurrando tudo com a barriga, deixando a vida nos levar; alimentando seus falsos selfs, vivendo num faz de conta.

Será que eleger o Tiririca é apenas uma forma de protestar ou de demonstrar o adoecimentode uma sociedade que não consegue levar nada a sério?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Religião e Saúde

         A religião pode interferir na saúde do homem, conforme pesquisas mostram?

         Sim, pode. Muitas são as pesquisas que vem sendo realizadas nesta área e que nos mostram por meio de exames de neuroimagem, que no momento em que o indivíduo está orando ou meditando, o sistema límbico que está relacionado a área das emoções apresenta alterações. Pesquisas quantitativas apontam que 70% das pessoas que exercem sua fé, adoecem menos.

        Mas o que é exerce a fé? Numa visão teológica, trata-se de uma atração misteriosa e gratuíta de Deus a que nosso "eu" responde, sendo vivida em nossas experiências humanas, nos diz o teólogo Libanio. No entanto o fato de uma pessoa ter fé, de crer, não a isenta de questionar aquilo que crê, pois é necessário que compreenda e confie no que está acreditando. A fé precisa ser compreendida nos diz o teólogo Brustolin, colocando que assim não se corre o risco de querermos separar a inteligência e a emoção, pois somente aquele que ama, sabe que Deus é amor (cf. 1Jo 4,16). Aquele que conhece esse princípio, consegue entregar-se a Ele e viver em harmonia, com dignidade, sem tanto sofrimento. No entanto este princípio parece que passou a ser algo de um passado não muito distante e por isso tanta violência, tanto suicídio, tantas drogas, tanta promiscuidade, tantas pessoas andando sem rumo. Isso Jung já explicava em sua época, pelo fato de o homem não conseguir escutar a voz de seu inconsciente (lembro que Jung faz uma analogia entre o inconsciente e Deus), prefirindo negá-Lo e elegendo o seu próprio deus, que com certeza, não é o Deus revelado por Jesus Cristo.

         E como as pessoas percebem esta relação religião, fé e saúde? Não deixe de expor sua opinião, ela com certeza colaborará para o desenvolvimento do nosso pensar.





domingo, 3 de outubro de 2010

A Importância da Religião no Desenvolvimento da Personalidade

    Nos dias de hoje, o homem está cada vez mais, perdendo seu referencial de valores éticos e morais e, com isso, vive uma crise de caráter da sua história. Desconfiando das pessoas e até mesmo de si, acaba se isolando na tentativa de buscar uma resposta para seus conflitos. Olha para dentro de si e só encontra perguntas sem respostas.

   Mesmo assim, apesar de todo o caos em que o homem se encontra, quase sem crenças e valores, vemos nos dados oferecidos pelo censo de 2000, que 73,60% de nossa população referencia como religião o catolicismo. Isso faz com que procuremos entender os motivos que apesar de toda a correria dos tempos atuais, o homem busque através da religião respostas que não encontra no mundo moderno. Felizmente o homem está começando a conseguir olhar para si, percebendo a necessidade de mudar, apesar de suas limitações. A razão, que é o seu maior privilégio, é, ao mesmo tempo seu maior tormento, pois lhe mostra o caos em que se encontra.

   O homem não soube aproveitar a liberdade que lhe foi dada, no sentido positivo de desenvolvimento de sua individualidade, pois acabou se isolando, tornando-se ansioso, egocêntrico e até mesmo ganancioso. Na busca de se encontrar, o homem precisa rever valores, encontrar formas de se orientar para adquirir ou readquirir estímulos que fortaleçam o seu ser-pessoa. Para isso, procura na fé, e por meio de práticas religiosas, a resposta que tanto anseia.

 Mesmo sabendo-se que se trata de um fenômeno, este tema vem ocupando um espaço bastante significativo junto aos pesquisadores de todo o mundo. Busca-se entender porque a fé e as atividades religiosas provocam mudanças expressivas no comportamento humano.

  Daí a importância de, desde muito cedo, o ser humano ser incentivado às questões relacionadas à religiosidade, visto as atividades religiosas serem percebidas na área da saúde como um mecanismo estratégico de enfrentamento às situações de conflitos e estresse.

  A formação da personalidade é um processo que se incia nos primórdios da vida, prolongando-se até os dezoito anos, quando então se diz que este processo está concluído. É importante que neste período os pais/cuidadores incentivem as atividades religiosas, a fim de que a criança e o adolescente possam começar a entrar em contato com Deus. Começando então, a internalizar e conhecer a importância da fé e da religião em suas vidas. Desta forma, é possibilitado a eles, encontrar respostas para os questionamentos que, muitas vezes, não querem calar, sem ter que buscá-las no mundo das drogas, da corrupção e da promiscuidade.

A deterioração das relações familiares

A deterioração das relações familiares, por Anissis Moura Ramos*
Nos últimos dias, somos bombardeados pela imprensa com os inúmeros casos de mortes ocasionadas pelo uso do crack e violência explícita. Isto nos leva a crer que é preciso um momento de reflexão para tentar entender o que está acontecendo com a sociedade.
A violência, hoje, é a causa ou consequência mais latente da era pós-humana em que vivemos. A tecnologia vem ocupando o espaço no mundo atual, contribuindo para a formação de um falso self. As pessoas se tornam personagens do mundo virtual para conquistar o outro, sendo um simulacro da realidade.
A competição que se instala desde a mais tenra infância pode ser uma das causas dos desajustes comportamentais de alguns adolescentes. Sendo reforçados pela anuência dos responsáveis, mostrando a sua face aterrorizadora. O limite é sinônimo de permissão e não faz mais parte dos princípios da família.
O papel dos pais foi substituído pelo de amigo, pelo qual tudo é tolerado. As regras não pautam mais as relações familiares. O livre ir e vir dos adolescentes contribui para que os pais não saibam onde e com quem seu filho se relaciona. Um novo modelo de relação entre pais e filhos se estabeleceu. A fórmula consiste em compensar os filhos com bens materiais, isentando-os da responsabilidade de pais.
O uso do álcool na adolescência se tornou normal, sendo que a máxima de alguns pais é que preferem que seus filhos bebam em casa do que na rua. O crack já faz parte da rotina de muitas famílias brasileiras, que perderam o controle sobre os filhos. O ficar na adolescência é visto com naturalidade, não recebendo orientação por parte dos pais ou responsáveis, o que gera, muitas vezes, uma gravidez indesejada. A violência que geralmente se inicia em casa pelos pais e entre irmãos é tratada de forma banalizada.
Frente a tudo isso, as famílias se tornam atônitas quando tomam conhecimento de que o filho é usuário de drogas ou comete atos ilícitos. Perguntando-se, surpresos, como isso foi acontecer. Vemos que o referencial de família, que foi deixado de lado, ainda é a base para a construção e evolução do ser humano.
Esse comportamento omisso nos leva a refletir sobre o verdadeiro caos que estamos vivendo, em que os valores éticos, morais e religiosos foram deixados de lado, sendo vistos como algo do passado. Está na hora de retomarmos esses conceitos que foram esquecidos. Talvez, a partir daí, a mídia não precise anunciar com tanta frequência a morte de jovens que na realidade são vítimas de uma sociedade adoecida.
*Psicóloga