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domingo, 31 de outubro de 2010

A CONDIÇÃO DE PACIENTE

Como a história do meu dedo ainda persiste, estou sendo obrigada a refletir sobre algumas coisas. Nos últimos dias me peguei a pensar sobre a condição de paciente, que segundo o Aurélio significa resignado, sofredor, manso; uma pessoa que padece, doente. Mas o doente não pode hoje em dia ser apenas paciente, ele precisa também ter uma super dose de paciência. A definição de paciência que encontra-se no dicionário é a qualidade do paciente; resignação; perseverança tranquila. Esta é a principal característica exigida ao paciente pelas as Instituições que o atende.

A falta de preparo dos atendentes para lidar com o paciente é algo impressionante. Supõem-se que uma pessoa ao buscar atendimento numa emergência de hospital é porque está com algum sofrimento. Seja este físico ou psíquico, tudo o que ela precisa é ser acolhida; tratada com respeito e dignidade, mas parece que as Instituições tem como foco os resultados financeiros. Falo isso, por ter vivido esta experiência. A minha dor não importava para a funcionária administrativa de uma Instituição que tem o título de Top em Humanização, o que importava era o pagamento.

Apesar de minha indignação, procurei manter a calma e não me estressar, mas confesso que não consegui. Precisei realizar uma ressonância magnética de urgência e portanto não pudia esperar a data que o meu convênio oferecia. Busquei uma outra Instituição para realizar o exame, particular. Fiquei encantada com o atendimento que recebi desde o porteiro até o técnico que realizou o exame. Isto me consolou, afinal vi que nem tudo na saúde está perdido. Qual a minha surpresa no dia seguinte? Recebo uma ligação me informando que teria que refazer o exame, pois o técnico não me deu o contraste. Substância necessária para realização do mesmo. Só consegui repeti-lo com uma certa brevidade, porque houve intervenção do meu médico. Este ao menos é um profissional comprometido com a profissão e competente, que consegue desempenhar o seu papel de cuidador.

Isso mostra-nos que a excelência das empresas está só no papel, que na prática não funcionam, porque se esta Instituição onde realizei a ressonâcia cumpresse a Portaria 453 da Vigilância Sanitária, onde consta que deve haver um manual com as orientações para as realizações de exames nas salas onde os mesmos são realizados, eu não teria que ter cancelado uma manhã de consultório. Vê-se o desrespeito com o paciente, porque quem paga este prejuízo?

Penso que isso ocorre porque as pessoas acabam ficando quietas com medo de uma retaliação. Não pudemos ficar quietos, não dá para aceitar esta hipocresia que temos na saúde. O foco não é mais o paciente, mas o lucro, visto a saúde estar mercantilizada.

Portanto, reclamem sempre que não forem bem atendidos, independente de ser na saúde ou em qualquer outro segmento. Busquem os canais competentes, falem para as pessoas certas, mas se façam respeitar e não sejam pacientes.

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