Vivemos em uma época
que o ter passou a ser o top da vida das pessoas. Elas precisam ter para se
sentirem alguém ou pertencendo a determinados grupos. A importância do ser
ficou de lado, pois se instalou a cultura de que tendo, tudo é possível.
Independente do nível cultural, social e econômico a
maioria das pessoas estão preocupadas em ter, mesmo que isso lhe custe noites
sem dormir, provocadas por um alto índice de endividamento.
Os carros nacionais estão perdendo espaço para os
importados. Sendo que hoje a moda é ter camionete, mesmo que isso implique que boa
parte do salário se destine para pagar a
prestação dessa.
Os telefones celulares, os tablets, os smartphones têm que serem os últimos modelos. Isso não
é uma exigência só dos adultos, mas das crianças e dos adolescentes também. E o
interessante é que os pais atendem essas exigências dos filhos, sem
questionarem a real necessidade da mesma.
O ter é o responsável pelo endividamento que toma conta
da vida de muitas famílias, mas que mesmo não conseguindo pagar suas contas,
continuam comprando. Isso demonstra o mundo do faz de conta em que vivem e não
apenas isso, pois o comprar impulsivo e ou compulsivo pode estar a serviço de
preencher um vazio interno que incomoda e não sabem como lidar. Também serve
para tentar driblar o sentimento de menos valia que carregam consigo. Esquecem,
no entanto, que essa maneira de funcionar é o modelo que estão passando para os
filhos, fazendo com que acreditem que tudo podem na vida. Por isso, o alto
nível de endividamento que se faz presente na vida dos jovens.
Esquecem ou não sabem que não é dessa forma que conseguirão
resolver suas angústias, seus conflitos, pois enquanto continuarem agindo assim,
a tendência dos mesmos é aumentar.
Precisa-se urgente mudar essa cultura do ter e retomarmos
a cultura do ser, pois enquanto humanos, precisamos ser. Ser pessoas com
ideologias, com princípios éticos e morais bem alicerçados, com valores, com
responsabilidade, com conhecimento, com profissionalismo e tudo mais que
envolve o verdadeiro sentido do humano.
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