Pensamos porque
sentimos por meio de nossas lentes sensoriais e mentais, só que nem sempre a
nossa percepção é fiel ao que realmente está acontecendo e por isto é que
desenvolvemos sentimentos positivos ou emoções negativas. Eles serão os
responsáveis pelo nosso estado de humor, daí a importância de questionarmos a
nossa percepção, para que não venhamos sofrer desnecessariamente.
Apesar de vivermos a era da informação, ainda não desenvolvemos
o hábito de pensar, de questionar o que estamos sentindo neste exato momento e
o que estes sentimentos estão ocasionando em nosso corpo. Como a maioria das
pessoas não tem o hábito de desenvolver o pensamento encontram dificuldade de
preparar o cérebro e a mente para entenderem esta avalanche de informações que
o mundo nos fornece diariamente. Se não temos consciência de nossos sentimentos
e emoções, não teremos, também, consciência corporal e assim, não conseguiremos
decodificar os sinais que o nosso corpo dá frente a sentimentos e emoções
negativas ou destrutivas, como preferirem chamar.
A dificuldade de viver no real é algo que tem se tornado
cada vez mais frequente. Percebe-se que estamos optando por nos deixarmos levar
pelas ilusões visuais e sensoriais, pelas cargas culturais e genéticas e pelo
inconsciente coletivo. Sem nos darmos conta, que estamos funcionando através do
espírito manada, ou seja, não avaliamos o que os outros estão fazendo, fazemos
igual, a fim de nos sentirmos pertencendo ao grupo.
Esta forma de viver longe do real, nos faz lembrar o mito
das cavernas, escrito por Platão (em torno 390 a.C). O filósofo usou este mito,
para deslindar o problema que se forma quando pensamos em aparência e
realidade. Neste mito, Platão nos fala de uma alegoria pelo favoritismo humano,
pela falta de clareza, pelo caminho que evita a mudança e a aceitação do novo,
optando por satisfazer-se com a ilusão. Ao escrever este mito, o seu objetivo foi
de mostrar que a maioria das pessoas vive com um véu sobre os olhos, o que lhes
permite, apenas, a ter uma percepção distorcida de si e do mundo.
Por vezes, tenho a sensação, apesar de todos os avanços
científicos e tecnológicos, que estamos tendo, que ainda vivemos presos ao mito
da caverna, porque aceitamos viver em um estado robótico, sem darmos vazão às
diversas percepções e inteligências que se encontram latente dentro de nós.
Parece que precisamos ficar dentro da caverna, presos as ilusões, as expectativas,
as frustrações, ao sofrimento, pelo medo de sermos destruídos ao percebermos
que existe um mundo diferente a ser vivido. A partir do momento que tivermos
esta consciência e nos livrarmos das amarras que nos colocamos, deixando o
nosso cérebro e a nossa mente vitalizada, para que possamos tomar decisões
criativas, sem nos deixar levar por fatos ocorridos no passado e por imagens
ilusórias da mente, viveremos de forma muito mais saudável.
Este texto está publicado no site http://anissis.com.br
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