Total de visualizações de página

sábado, 14 de maio de 2011

A DIFICULDADE DE LIDAR COM O DIFERENTE

        É impressionante como as pessoas ainda tem dificuldade de lidar com o diferente, demonstrando com isso, a rigidez de seus egos. Essa dificuldade não se limita a determinadas coisas, ela abrange várias áreas da vida.

        Existem pessoas que procuram fazer sempre a mesma coisa, frequentarem os mesmos lugares, falarem com as mesmas pessoas, por já conhecerem e saberem como irão lidar. Temem o novo, por não conhecer, por não saber lidar, por ter medo de não ser aceito. Isso até certo ponto é normal, afinal tememos o desconhecido, mas quando deixamos de fazer algo ou nos fechamos para as pessoas por termos medo, já passa a ser compreendido como sintoma.

      Privamos-nos de aprender algo novo, com medo de termos que nos defrontarmos com as nossas limitações. Quando estamos num grupo e entra alguma pessoa nova para fazer parte da equipe, cumprimentamos, pois é o que a boa educação manda, mas não nos aproximamos, deixando claro que ela é estrangeira e que deverá conquistar o seu espaço. Isso caracteriza que a estamos excluindo, mesmo que não nos demos conta. Com esse tipo de comportamento, deixamos por vezes de conhecer uma bela pessoa, mostrando o quanto somos pequenos.

     Apesar dos desafios que a tecnologia nos apresenta a todo o momento, ainda temos algumas resistências, principalmente as pessoas de mais idade. Hoje encontrei duas conhecidas e ficamos conversando, lá pelas tantas entrou o assunto de informática, de telefone celular, da aprovação dos casamentos de homossexuais e confesso que fiquei espantada quando disseram ser totalmente contra esses meios de comunicação e muito mais aos “casamentos dessas pessoas”. Isso me levou a pensar, como elas se comunicam, o que leva essas pessoas a pensarem dessa forma, o porquê dessa resistência toda, porque se referirem aos homossexuais como “essas pessoas”, deixando claro o seu preconceito. Não tenho por hábito ficar teclando na internet, até mesmo porque não tenho tempo, mas não posso deixar de reconhecer que a internet facilitou muito as nossas vidas, assim como o telefone celular. Claro que desde que seja usado adequadamente. Quanto à união estável das pessoas do mesmo sexo, penso que é um novo modelo de família que está se criando, mas que não podemos definir isso como casamento. A não definição de casamento não se trata de preconceito, mas é que segundo a nossa Constituição o casamento só é possível entre um homem e uma mulher.

      Penso que precisamos estar abertos para os avanços do mundo moderno, caso contrário, estaremos à margem, deixando de usufruir e aproveitar os benefícios que a ciência e a tecnologia estão nos oferecendo. Podemos defender nosso ponto de vista em relação algumas coisas, mas não precisamos ficar fechados no nosso mundo, achando que só o que fazemos e acreditamos é o correto. Enquanto acreditarmos que a nossa verdade é absoluta, ficaremos sofrendo e isolados.

      Precisamos ser pessoas de mentes abertas, que aceitam novos desafios e dispostas a mudanças. Tem pessoas que querem mudar, por reconhecerem que tem uma estrutura de ego muito tesa, o que lhes gera sofrimento. Não obstante, percebe-se a dificuldade que tem para lidar com a mudança, podendo isso ser observado em coisas muito simples, por exemplo, no setting terapêutico, quando o paciente senta e coloca sua bolsa ou pasta sempre no mesmo lugar. Percebe-se muitas vezes a dissociação que existe entre a fala, o pensamento e o comportamento. Reconhecem a necessidade da mudança, mas encontram-se fechados para novas idéias e conceitos e tem dificuldade de fazer o movimento da mudança e encarar o novo.







Um comentário: