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domingo, 1 de maio de 2011

O CORPO

         Vivemos numa época em que o corpo passou a ser supervalorizado, levando as pessoas para dentro das academias, para fazerem caminhadas nos parques, para as clínicas de cirurgia plástica, para retirarem os excessos que aparecem, a fim de o manterem em forma.

          É interessante observar essa preocupação que as pessoas vêm tendo nos últimos anos com o corpo, porque percebe-se que  raramente elas param para pensar sobre as diferentes funções que o corpo tem. Ele deve ser compreendido como o local que hospeda o espírito ou alma e que se expressa nas mais variadas formas. Podemos compará-lo a uma rede de informações, que tem a função de se comunicar através dos vários sistemas que o compõe (respiratório, cardiovascular, nervoso, ósseo, emocional, intuitivo), expressando de forma fiel, aquilo que realmente está sentindo.

         No entanto, não é toda a pessoa que consegue compreender a linguagem do corpo, por ela ser multilíngüe. É necessário saber ler, o que ele quer dizer por meio da cor, da dor, da temperatura, do rubor, do brilho, do amor, da excitação, do rancor, da alegria, da tristeza, da harmonia, da convicção, do tremor, da aceleração, da lentidão, da disposição, do vazio, da esperança, dos ossos, das articulações, da memória, das células, dos gestos, da voz, do sorriso, do semblante fechado, do cabelo. Infelizmente, a maioria das pessoas não consegue entender a sua fala, por não se interessarem em desvendar a simbologia que ele manifesta. Preocupam-se apenas com a aparência, com o externo, com o que pode impressionar o outro, mas aquilo que tem de mais precioso que é o interno, esse fica no esquecimento.

          Limitar a beleza do corpo apenas ao externo é eliminar a sua grandiosidade, é limitá-lo apenas a carne, esquecendo que o real valor do corpo está na capacidade que tem de poder transcender, de dar ao indivíduo a oportunidade de entrar em contato com a alma, para que se sinta revitalizado, para que desenvolva a sua sensibilidade e a sua capacidade de perceber que o belo nem sempre está naquilo que os olhos humanos podem ver, mas nas coisas que só podem ser vistas pelos olhos da alma.

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