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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

AS LIMITAÇÕES QUE AS PESSOAS SE DÃO

       É impressionante ver o quanto as pessoas se limitam, criando justificativas para explicar tal atitude. O mais agravante, é que acreditam nas suas desculpas, passando a vivê-las como se verdades fossem.

      Chama-me a atenção aquelas pessoas que só enxergam os obstáculos, quando lhe propomos algo. Tudo é difícil, nada vai dar certo e por acreditar nisso, acabam criando vários empecilhos para não realizar a tarefa. Costumo dizer que esse tipo de pessoa é capaz de ler pensamento, pois mesmo sem fazer os contatos necessários para concretização da ação, já sabem as respostas que obterão. Acreditam que seus argumentos são verdadeiros e os defendem com toda garra. Não percebem que as suas ações estão embasadas em suas crenças, portanto, se crêem que nada vai dar certo, desenvolverão um comportamento para que essa crença se confirme.

      Podemos compreender esse tipo de funcionamento por vários vieses. Talvez se tratem de pessoas depressivas, que só privilegiam o lado negativo das coisas. Não conseguindo perceber os seus pensamentos disfuncionais, muito menos questioná-los, procurando evidenciar o que lhe comprova à veracidade dos mesmos.

     Outro fator que pode levar uma pessoa a se limitar, é o meio social e cultural em que foi criada. Levando a desenvolver uma limitação cognitiva e intelectual, um sentimento de inferioridade e uma baixa estima, fazendo com que a pessoa se sinta inferior aos demais, mesmo que isso não seja verdadeiro. Acredita que os outros sempre podem mais, tem um potencial maior e por isso temem se arriscar.

      Também existem aquelas pessoas que preferem acreditar que não tiveram sorte, que a vida não os favoreceu. Não conseguindo assumir a dificuldade de ousarem, de buscarem caminhos diferentes, de irem ao encontro de melhores resultados. Dessa forma, isentam-se da responsabilidade pelas escolhas que fizeram ou que não fizeram. Esquecem que os caminhos que trilham são escolhas suas e que provavelmente terão algumas dificuldades, pois isso é normal, levando-os muitas vezes a terem que trocar de rota.

      Essa troca de rota me lembra o que Monteigne dizia: “ninguém determina do princípio ao fim o caminho que pretende seguir na vida; só nos decidimos por trechos, na medida em que vamos avançando”. Realmente, há uns anos atrás, as pessoas quando casavam acreditavam que só a morte os separaria. Hoje, já sabem que isso não é uma verdade absoluta, que a qualquer momento poderá ser surpreendido pelo pedido de divórcio.

      Ao escolher uma profissão, acredita que irá trabalhar nela até se aposentar, mas nem sempre isso acontece, dependerá de um conjunto de fatores e até mesmo do mercado de trabalho. Claro que para a pessoa dar essa virada em sua vida, poder trocar de rota, ela pagará um preço alto, que nem todos estão dispostos a pagar. Percebem-se muito velhos, não se sentem motivados, acham que o seu tempo já passou. Justificam por meio das questões políticas e econômicas do país, a sua falta de iniciativa, de credibilidade em si mesmo. Preferem continuar se boicotando, não se permitindo crescer, evoluir, por terem criado hipoteticamente, uma linha que delimita até aonde podem ir, não se autorizando a sentir o sabor de atrever-se, de ir ao encontro do desconhecido, de buscar algo novo, que lhes permita ter novos resultados,  proporcionando-lhes uma vida melhor.

2 comentários:

  1. Amei este post. O anterior também, "Cegueira". Os dois me mostraram movimentos possíveis, e isso é muito importante para mim. Sair do hipotético, buscar o desconhecido e acreditar mais nas minhas potencialidades.
    Bj

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  2. Que bom, fico contente ao saber disso. bjs

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