Conta à história que certa vez um homem viajava de carro por
uma estrada pouco movimentada quando o pneu furou. Ao descer do carro para
trocá-lo se deu conta que não tinha macaco no seu porta mala. Passando sua
irritação, caminhou até uma casa para pedir um macaco emprestado. Enquanto
caminhava, ia pensando: se o dono da casa não quiser me emprestar o macaco,
pois não sabe quem eu sou...Posso lhe deixar um dinheiro como garantia...quanto
será que ele vai querer? Cinquenta reais...não é pouco, vai querer uns cem
reais, mas aí já é muito, só que estou precisando, se quiser mais do que cem já
é um abuso, porque aí ele vai estar querendo lucrar em cima de mim, da minha
falta de sorte, hoje em dia é assim, as pessoas não estão preocupadas com os
outros, não confiam e ninguém..esse cara é ganancioso, grosseiro, quem ele
pensa que sou, ele vai ver só...
Caminhava e
pensava, na medida em que pensava os sentimentos iam aflorando, sua indignação
ia aumentando e a sua ira também. Quando chegou à casa do cidadão, bateu com
força na porta e quando o dono da casa abriu tudo o que conseguiu dizer foi:
“pegue o seu macaco e enfie naquele lugar”.
O objetivo
desta história é mostrar que muitas são às vezes que agimos como este homem. Somos
capazes de estabelecer diálogos internos, que nos levam a ter ações e reações
totalmente inesperadas. Este diálogo se diferencia de uma conversa pelo fato de
a palavra não circular, a não ser dentro da própria pessoa. O diálogo interno
trata-se de um fenômeno psicológico que acaba prejudicando muito as relações,
visto diálogos imaginários se
desenvolverem dentro da nossa cabeça, chegando, às vezes, a impedir o diálogo
externo, tamanha sua intensidade.
Eles podem
ser a causa de muitas desavenças, pois a pessoa fica tão envolvida nas suas
fantasias, pelas conversas que estabelece consigo mesmo, que não consegue ver
que tudo aquilo são coisas do seu imaginário e por isso, não consegue escutar o
que o outro tem a lhe dizer. Acabamos por confundir as nossas fantasias com a
realidade, o que impede de estabelecer uma conversa que gere frutos.
Tentar
conversar com alguém em diálogo interno é como telefonar para alguém, encontrar
a linha ocupada e sair falando mesmo assim, nos diz o psiquiatra Simonetti, ou
seja, não vai dar em nada.
Por isso, o
recomendável é que antes de sairmos falando, vejamos se alinha não está
ocupada, se não há nenhum congestionamento na linha, para que possamos ser
escutados, caso contrário, estaremos apenas dando vasão as nossas emoções e não
tabulando uma conversa.
Mesmo quando
estabelecemos uma conversa, algumas pessoas encontram dificuldade de escutar,
em função do seu nível de ansiedade e também porque correm o risco de terem que
rever seus conceitos e quem sabe, até mudar de opinião.
Este artigo também está postado no blog que se encontra no site http://anissis.blogspot.com
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