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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AS DIFICULDADES NA CONVIVÊNCIA DO DIA-A-DIA

        Dividir um espaço com os outros não é algo muito fácil. Isso independe se o espaço a ser dividido é com a família, com o parceiro, com os amigos ou colegas de trabalho. Lidar com as diferenças, aceitar as opiniões divergentes, as críticas, as reclamações, o mau humor, tem sido uma tarefa difícil, por exigir muita habilidade, flexibilidade e paciência. Ingredientes que estão cada vez mais escassos no mundo moderno.

     Hoje se as pessoas com quem nos relacionamos não correspondem a aquilo que idealizamos, é motivo suficiente para nos afastarmos, para não querermos mais investir na relação. Com isso, tenho a sensação que o ser humano passou a ser visto como uma mercadoria descartável. Nos relacionamentos afetivos percebe-se muito isso. Só que essa atitude também vem acontecendo nas famílias, os pais quando não conseguem dar limites aos filhos adolescentes, coisa que deveriam ter feito até os três anos de idade, acabam por verbalizar que estão largando de mão. Confesso que isso me assusta e me preocupa, pois vejo cada vez mais crianças e jovens empobrecidos de afetos.

     Infelizmente a praticidade do mundo moderno faz com que as pessoas não se interessem mais em compreender o que está acontecendo com a outra pessoa. Logo verbalizam que não é um problema seu e vão saindo fora. Não se dão conta que o outro não tem que dar conta das nossas expectativas, das coisas que idealizamos para ele. Outro só tem que ser o que realmente é.

      Por vezes, fico com a sensação de que as pessoas pensam estar se relacionando com um boneco de argila, o qual pode ir moldando conformem querem. Esquecem que a outra pessoa foi criada por uma família com costumes, hábitos, valores e cultura diferentes. Sendo assim, os seus interesses, desejos e comportamento irão divergir. O importante é que frente às dificuldades de relacionamento, possamos sentar e conversar sobre elas, procurando chegar a um denominador comum. Sabendo que é necessário respeitar a forma de pensar do outro, mesmo que consideremos absurda. O absurdo, o certo e o errado, ou seja, os opostos são coisas extremamente subjetivas. Portanto, cada pessoa tem o direito de pensar e interpretar as coisas conforme as suas vivencias e não da maneira que julgamos correta.

    Talvez se conseguirmos fazer o exercício de falar sobre as diferenças, escutando o que o outro não gosta do nosso comportamento, respeitando a sua opinião, argumentando quando necessário, entendendo os seus medos e inseguranças, consigamos viver melhor, sem tantos conflitos.

2 comentários:

  1. ...muitas vezes tive a sensação de que, só eu tinha que me moldar, ceder para o outro, até que chegou um momento que abri mão disso, não queria mais ceder, e as coisas realmente ficaram muito difíceis.

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  2. Numa relação é sempre necessário que mantenhamos o bom senso e a prudência.

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