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terça-feira, 16 de agosto de 2011

CRIAR HISTÓRIAS SOBRE SUA PESSOA PODE SER UMA DAS MANEIRAS DE TENTAR EVITAR A SOLIDÃO

       Confesso que tem me chamado muito a atenção, o comportamento de determinadas pessoas que usam da fantasia para chamarem a atenção dos outros. Geralmente são pessoas que precisam estar em evidência, devido seus desajustes internos.

       As pessoas que tem esse tipo de funcionamento normalmente se julgam muito inteligentes, subestimando a inteligência do outro. Não percebem que muitas vezes, as pessoas escutam e até demonstram certo interesse por educação, pois já sabem que toda a história contada, não passa de mais um, dos inúmeros contos que já criou.

      Se apropriar das fantasias do seu inconsciente para algo útil, penso que é válido. No entanto, quando o uso dessas é para chamar a atenção sobre sua pessoa, é preocupante, pois se trata de sintoma.

       Há muitos anos atrás, esse tipo de pessoa era taxado por muitos como loucas, em função de suas histórias, que na maioria das vezes, eram compreendidas como devaneios. O surgimento da psicanálise nos permitiu ter outro olhar e uma nova compreensão para esse tipo de funcionamento, podendo ser tratado através da psicoterapia.

       Entretanto, o que me chama a atenção nesse tipo de comportamento é que está muito presente em nossa sociedade, independente da classe social. O mais interessante, ainda, é que sempre encontramos algo que o justifique. Na realidade, penso que isso vem ocorrendo, pela dificuldade que as pessoas têm de poder entrar em contato consigo mesmo, de saberem quem realmente elas são, de serem conhecedoras da sua verdadeira história.

       Conhecer-se é algo que assusta muito as pessoas, pois têm medo do que poderão ver. Temem que se outros, os conhecerem realmente, poderão acabar na solidão. O medo da solidão contribui para dar asas à imaginação, criando histórias, onde geralmente a pessoa se coloca na situação de vítima. Sendo vítima, os outros se preocupam com ela, não lhe abandonam e com isso acaba por não ficar só. Doce ilusão!

      A tristeza de tudo isso, é que na maioria das vezes, essas pessoas contadoras de histórias, acabam sozinhas. Ninguém mais tem paciência para ficar escutando sua fala, por saber que muito do que está sendo contado não é verdadeiro. Entretanto, o autor da história que está tão envolvido e preocupado em contá-la com certo sensacionalismo, a fim de prender a atenção do outro, não percebe que esse seu comportamento só está desgastando a sua relação com as pessoas. Essa falta de percepção e de crítica é que contribuem para que acabe na solidão.

      Penso que é importante pensarmos sobre a nossa forma de agir e de interagir com as pessoas, a fim de não nos tornarmos um contador de histórias sem credibilidade.

Um comentário:

  1. conheço vários desses contadores, são uns chatos de galocha. Cheguei a me preocupar com o começo deste texto, afinal, eu sou contadora de estórias. Do Sapo Zig, mas até aí, penso que isso não é donça, é criatividade, hahahaha.
    Será??? Vou resolver isso hoje, na nossa terapia. Inté.

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