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domingo, 2 de outubro de 2011

IMEDIATISMO

       Vivemos na era do imediatismo, nada pode ser para amanhã, tudo tem que ser para “ontem”, como algumas pessoas costumam dizer. Quando isso não acontece, elas ficam brabas ou sofrem, porque não sabem lidar com a frustração.

        As ideias geradas em nosso cérebro, logo precisam ser colocadas em ação, levando as pessoas a agirem por impulsividade, sem analisarem as possíveis conseqüências e repercussões que tais atos  poderão causar em sua vida. Tudo isso se dá, em função do mundo capitalista em que vivemos, onde o produzir se tornou uma obrigação e a competitividade se estabeleceu. Não deixando espaço para que as pessoas abstraiam o que estão pensando, sentindo e até mesmo fazendo.

      O humano passou a agir de forma racional, deixando de lado o questionamento propostos pela filosofia, porque essa passou a ser compreendida como perda de tempo, já que não é algo lucrativo, na visão de muitos. Esquecem que é por meio do questionar que o pensar se constrói, convidando-nos a refletir sobre a forma de agir, sobre os seus princípios e valores. Talvez se o humano se questionasse mais, refletisse antes de tomar determinadas atitudes, lucrasse muito mais.

       As pessoas apesar de gritarem por liberdade estão se tornando prisioneiras do dinheiro, do status, do poder, da sociedade. Não conseguindo ser quem realmente gostariam, porque sente-se na obrigação de atender a demanda imposta pela sociedade capitalista, em que todos nós estamos inseridos. Também, por não terem consciência do quem realmente são ou do que gostariam de ser.

      Essa busca por conquistar os objetivos e desafios que o homem se propõe, faz com que se torne refém do tempo, afastando-se do aqui-e-agora, porque vive no passado ou preso a um futuro que poderá ou não chegar. Não conseguem nessa correria se dar conta, que o futuro depende do momento presente, sem este, ele não existirá.

      O interessante de ver e ao mesmo tempo preocupante, é que as pessoas correm como se estivessem indo ao encontro de um objetivo, mas na maioria das vezes, agem pela impulsividade. Muitos se deixam levar pelo inconsciente coletivo e quando percebem, estão correndo porque entram na “onda” dos outros. Porém, não têm nenhum ponto específico para atingirem. Com isso, acabam cansando, se frustrando, se desmotivando, por verem que foi em vão a sua correria.

      Sem falar daqueles que parecem andarilhos, vão para todos os lugares, mas não encontram satisfação e prazer em lugar algum, porque na realidade, estão em busca de algo que preencha o vazio que sentem, mas que não conseguem identificar a causa. Perambulam pelas ruas, avenidas, parques, se relacionam com várias pessoas, mas no fundo não sabem a serviço de que estão no mundo. Dando-nos a impressão de que vieram a passeio, porque não se esforçam, para ir ao encontro de algo, que possa somar em sua vida.

           Dessa forma, o humano vem se tornando desumano, porque age pelo impulso, pela razão e os sentimentos acabam ficando de lado. Não consegue ser generoso nem consigo, por não se respeitar e se colocar em situações que lhe agride, mas que acredita precisar vivenciá-las, pois só assim, os outros poderão vê-lo como um herói. Se não consegue ter um olhar para si, como conseguirá ter para o outro? Por essa razão é que nos defrontamos com tanta violência e injustiça, porque o ser humano está esquecendo a sua essência, preferindo valorizar e se deleitar com as coisas que o mercado capitalista lhe proporciona, de forma imediata.
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