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terça-feira, 12 de abril de 2011

"MENINO DE 14 ANOS LEVA UMA PISTOLA PARA SALA DE AULA". ONDE ESTÃO OS PAIS?

         É triste se deparar de manhã, com a notícia de que um menino de 14 anos levou uma pistola americana calibre 22 para a escola. Dessa vez, isso aconteceu em Porto Alegre. Não é a primeira vez que a imprensa publica uma notícia dessas. O preocupante é se isso vira moda, principalmente depois do que aconteceu na última quinta-feira no Rio de Janeiro.

        Para quem é acostumado a ler este blog, já deve saber em qual tecla vou bater. Obviamente que é a família. Como que os pais deixam uma arma ao alcance dos filhos? Depois quando acontece uma desgraça, ficam desesperados. Onde estão esses pais que não sabem o que o filho carrega na mochila? Não é porque o filho tem 14 anos que não precisa ser verificado, sabe-se que muitos guardam a droga na mochila, por saber que não dá nada, como costumam dizer.

        Enquanto as pessoas não se derem conta, que a família é a base para o desenvolvimento saudável de qualquer cidadão, esse tipo de notícia, a mídia terá que continuar anunciando. Pai e mãe precisam estar presentes na vida de seus filhos, dando-lhes exemplos, ensinando o que se pode ou não fazer, o que é certo ou errado. Entretanto, não é isso que vemos. Os pais acreditam que deixar o filho fazer o que quer, presenteá-lo, deixar fumar um “baseado” em casa, pois assim eles conseguem controlar, permitir que adolescentes levem suas namoradas para casa e tenha relações sexuais, com a desculpa de que temem que sejam assaltados num motel, estarão sendo bons pais.

        Enquanto a violência, o desrespeito, a agressividade forem tratadas com naturalidade no meio familiar, não diminuirá a violência na escola, na rua, no trânsito, em suma na sociedade. Se os pais não se conscientizarem que ter filho é uma responsabilidade, que dá trabalho, que tem que educar, essa situação não mudará.

       Hoje temos crianças e adolescentes que se julgam independentes, fazendo o que querem, andando com quem querem, dando ordens para os pais, colocando regras, opinando nas decisões que caberiam aos pais. Tudo isso ocorre, porque foi se perdendo o referencial de família.

       Com a história dos pais separados construírem novas famílias, das mulheres optarem por terem produções independentes, por pessoas do mesmo sexo adotar um filho, os modelos que tínhamos de família foram se desconstruindo e tenho a sensação que os novos modelos se construíram de forma confusa. O que percebo muito, são as inversões de papéis, o que faz com que a permissividade se instale. Tudo isso somado a falta do olhar dos pais para os filhos, resulta em crianças e adolescentes revoltados, violentos, agressivos, que não sabem lidar com a frustração, que não respeitam ninguém, que estabelecem relações por interesse, que se desenvolvem muitas vezes com o afeto embotado. Isso contribui para formação de personalidades adoecidas.

       Penso que o problema da violência na escola só será resolvido, a partir do momento que começarem a trabalhar a base, a família. Sei que essa não é a função da escola, mas talvez construir junto com alguns órgãos da área da saúde, postos comunitários, área da segurança pública, projetos que permitam fazer um trabalho com a comunidade escolar. O trabalho a ser feito, não é mais de prevenção, mas de conscientização de que precisa se dar um basta na violência dentro das escolas.

       Como se poderá exigir que os professores desenvolva um bom trabalho, se além de não terem uma remuneração adequada, eles muitas vezes vão apreensivos para sala de aula, temendo as agressões que ali se dão. Sem falar, daqueles que já foram agredidos por alunos e precisaram voltar para assumirem a sua função.

       Penso e defendo a idéia de que precisaria haver uma escola para pais, onde fosse ensinado como manejar com o filho desde os primórdios da vida até chegar a vida adulta. Tenho observado que os pais estão muito perdidos e não sabem o que fazer para mudar. Aliás isso é o que mais ecuto no consultório.









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