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domingo, 10 de abril de 2011

A SOCIEDADE DEVE SER MAIS TOLERANTE COM A MACONHA, DIZ O NOSSO GOVERNADOR

         Quase não acreditei, quando na semana passada, me deparei com a notícia divulgada por vários veículos de comunicação, que o nosso governador referia que a sociedade deve ser mais tolerante com a maconha, numa palestra que proferiu para alunos da Universidade Federal do RS. Penso que essa sua colocação não caiu muito bem. Afinal, ele foi ministro da Segurança no governo do Presidente Lula. Isso vai totalmente contra ao empenho que a área da saúde, segurança, instituições e mídia vêm fazendo em relação às drogas.

         Essa fala, nos permite pensar que prender os traficantes de maconha ou aqueles que têm um pé de maconha plantado no seu quintal será desnecessário. As apreensões feitas pela Brigada Militar e Policia Civil, devem ser compreendida, talvez, como intolerância desses profissionais.

        Sabe-se que a maconha e o álcool são a porta de entrada para as outras drogas. Muitos usuários de crack, iniciarem no mundo da drogadição, através da maconha. Realmente, ninguém morre por fumar um cigarro de maconha, como coloca o nosso governador, mas acontece que o usuário não se limita a um cigarro apenas. Costumo dizer, que as pessoas sempre se referem à maconha como uma droga menos agressiva, no entanto, dependendo da quantidade usada, ela é a que mais fica na corrente sanguínea, podendo ficar até 20 dias ou mais. Portanto, não se trata de uma droga tão leve.

       Outro ponto a ser destacado na fala do Governador Tarso é quando refere que muitos profissionais colocam que a maconha faz menos mal que o cigarro. Talvez esses profissionais, não sejam da área da saúde mental ou não trabalhem com dependência química. Já faz alguns anos, que estudos comprovam que o alcatrão da maconha é mais cancerígino que o do tabaco e também faz com que a defesa do organismo fique menor.

      Pesquisas também mostram que a fumaça da maconha, contém sete vezes mais alcatrão e monóxido de carbono que a do cigarro comum. É comprovado cientificamente que três cigarros de maconha equivalem a um pacote de cigarro comum.

    Penso que o governador não foi muito feliz em sua fala, pois não se trata de falta de tolerância ao uso de maconha, mas sim um problema de saúde pública. A maconha é, sim, prejudicial à saúde. A memória de curto prazo fica prejudicada, fazendo com que o indivíduo apresente dificuldade não só no aprendizado, mas também em tarefas mais complexas. O uso contínuo fará que os prejuízos também ocorram na execução de tarefas simples. Os reflexos diminuem, podendo ocasionar acidentes de trânsito. As pessoas que utilizam a droga se expõem mais em situação de risco nas suas relações sexuais. Esses são os prejuízos de curto prazo.

       No entanto, o uso continuado da cannabis acarreta sérios prejuízos à saúde, como: câncer de pulmão, boca, garganta, faringe, laringe. Usada de forma abusiva, a maconha poderá afetar o sistema reprodutivo, devido provocar alterações na produção de hormônios masculinos e femininos.

     A maconha também atinge o sistema imunológico. Existem estudos que mostram que ela impede o funcionamento normal das células. Os usuários podem apresentar problemas respiratórios, tosse crônica e ficam mais propensos a resfriados.

      Além de tudo isso, existem pesquisas  comprovando  que a maconha tem efeitos na função mental das pessoas que usam por vários anos. Em um grupo de fumantes crônicos na Costa Rica, foi verificado que as pessoas tinham muita dificuldade em lembrar uma lista curta de palavras (que é uma prova básica de memória), assim como tiveram dificuldade em prestar atenção às provas que lhe foram apresentadas. A causa disso se dá pela maconha destruir células de algumas regiões do cérebro.

     Citei alguns prejuízos que essa droga faz, para que fique claro que dizer “NÃO” a maconha, não é uma questão de intolerância, mas de preservação a saúde e a vida. Sem falar, que o pagamento do  tratamento de muitos usuários, saí dos cofres públicos, por eles não terem nenhum plano de saúde. Isso é mostrado quase que diariamente na mídia, quando as famílias brigam para conseguirem uma vaga num hospital público, para internar seu familiar.  Lamento como profissional da saúde mental, que o Governador Tarso Genro não pense dessa forma e seja a favor, talvez, da liberação do uso da maconha.











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