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sábado, 3 de agosto de 2013

ATÉ QUANDO?

  O humano, frente à correria que toma conta de sua vida, nas grandes metrópoles, sente-se insignificante, despersonalizado, desvalorizado, levando-o a buscar alternativas que amenizem esses sentimentos, já que não lhe sobra tempo para entrar em contato consigo mesmo para avaliar-se ou porque isso não faz parte da sua cultura. Afinal, muitos são os compromissos que preenchem sua agenda, esquecendo-se de deixar um espaço para si, para comunicar-se com os outros, por não saber, talvez, o quanto isso é importante para preservar a sua saúde mental.

   Na ânsia de cumprir sua agenda, não disponibiliza tempo para dialogar com os outros e quando se comunica é por meio da internet ou do telefone. Acredita que tudo que tem a fazer é mais importante que se preocupar em escutar o outro, porque para isso teria que parar, dar atenção e pensar. Está tão acostumado a viver de forma automatizada, que essas coisas foram sendo deixadas de lado e de certo modo, sendo percebidas como algo ultrapassado.

   O homem de hoje tem como preocupação ganhar dinheiro, conquistar posição e status, em função disso, não percebe que acaba se isolando, muitas vezes, até por perceber o outro como seu concorrente, como uma ameaça, mesmo que esse não se coloque nessa posição. Estabelece uma competição, que existe somente dentro dele e sofre por isso.

   Talvez desconheça, dentro dessa forma agitada que escolheu para viver, que o outro é aquilo que nós pensamos dele e a recíproca também é valida, ou seja, somos o que o outro deseja e não mais o que realmente somos. Por não se dar conta disso, acaba criando fantasmas que o incomodam em sua caminhada e o levam ao isolamento, ficando só no meio da multidão, que é formada por muitas pessoas que comungam desse mesmo sentimento.

  Dessa forma, vai perdendo a sua referência enquanto humano. Age como autômato, deixando-se levar pelas informações que recebe a todo o momento dos meios de comunicação, pelas redes sociais, aceitando as sugestões e cumprindo-as fielmente, sem se dar conta. Angustia-se, martiriza-se, sofre para obedecê-las, mas não as desacata.

  O humano está se tornando escravo de uma sociedade, que lhe exige muito, que lhe cobra bastante, que lhe suga e que muito pouco tem lhe oferecido para o seu crescimento enquanto ser. Até quando será que ele irá suportar isso? Será que algum de nós tem essa resposta ou estamos tão inseridos nesse contexto que não temos tempo para pensar?
           


            

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