Quanto mais a tecnologia evolui com o propósito de
facilitar a vida do homem, mais esse se distância e torna-se um estranho para
si mesmo, porque acaba por se tornar um escravo da máquina.
Suas relações já não acontecem olho a olho, se
estabelecem através da máquina, sem que perceba que ela o distância dos seus
semelhantes e dele mesmo, porque fica horas parado a sua frente, na maioria das vezes, jogando
conversa fora, vendo postagens, até interessantes, mas que não fazem nenhuma
diferença em sua vida, jogando, enquanto poderia estar aproveitando esse tempo para algo
que o ajude a crescer e a melhorar como pessoa.
O homem vem utilizando a máquina como um meio de
alienação, porque enquanto está envolvido com ela, esquece das preocupações que
preenchem o seu dia a dia. Isto só confirma o que Marx e Hegel colocavam sobre
alienação, ou seja, “designa a pessoa quando suas ações são governadas por
forças que estão fora dela”.
Não é incomum vermos pessoas compartilhando uma mesma
mesa nos restaurantes, nas cafeterias e nos bares de forma alienada, onde cada um vive o seu
mundo, ou seja, teclando no celular como se estivessem sós. Percebe-se que o
celular tem sido muito usado pelas pessoas como uma defesa para não ter que
interagir com o outro. Não precisa muito para se chegar a essa conclusão, basta
observarmos o comportamento das pessoas nas mais diversas situações. Outro dia
entrei em um elevador e fiquei prestando atenção, as pessoas entravam e logo
começavam a mexer no celular, demonstrando o medo de ter que falar com alguém,
até mesmo de cumprir um protocolo básico da boa educação, ou seja, de quando
adentrarmos em um local que tenha outras pessoas, cumprimentá-las, independente
de conhecermos ou não.
As pessoas não percebem o quanto estão se tornando
dependentes da máquina e que isto está contribuindo para torná-las seres
alienados, que não conseguem desenvolver uma linha de pensamento, pois o ir e
vir do pensamento ficam prejudicados, têm dificuldade para estabelecer um diálogo
sustentável devido à pobreza de conteúdo que tem. Não conseguem abstrair,
acabam fazendo uma leitura fundamentalista das coisas, porque falta
conhecimento, interação com as pessoas e com o que acontece no mundo. A
socialização também tem sido deixada de lado, porque o espaço dessa está sendo
ocupado pelo individualismo e egocentrismo.
É uma pena que o humano utiliza as tecnologias que foram
desenvolvidas para facilitar sua vida, como um meio de alienação e de
destruição do seu próprio ser, esquecendo que ele é um ser essencialmente
pensante, social e que precisa do outro para se desenvolver e se reconhecer.
Uma grande verdade, e a maioria das pessoas não está percebendo ou está achando ótimo não ter de interagir.
ResponderExcluirPenso que as pessoas estão desaprendendo como interagir com os outros, pois vivem em cima de simulacros que criaram para si. Ao aproximar-se do outro, corre o risco de ter que se defrontar com o seu eu verdadeiro, que tanto o angustia. Por isso, o melhor é se manter escondido atrás da máquina.
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