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terça-feira, 6 de agosto de 2013

O HOMEM E A MÁQUINA


            Quanto mais a tecnologia evolui com o propósito de facilitar a vida do homem, mais esse se distância e torna-se um estranho para si mesmo, porque acaba por se tornar um escravo da máquina.

            Suas relações já não acontecem olho a olho, se estabelecem através da máquina, sem que perceba que ela o distância dos seus semelhantes e dele mesmo, porque fica horas parado  a sua frente, na maioria das vezes, jogando conversa fora, vendo postagens, até interessantes, mas que não fazem nenhuma diferença em sua vida, jogando, enquanto poderia estar aproveitando esse tempo para algo que o ajude a crescer e a melhorar como pessoa.

            O homem vem utilizando a máquina como um meio de alienação, porque enquanto está envolvido com ela, esquece das preocupações que preenchem o seu dia a dia. Isto só confirma o que Marx e Hegel colocavam sobre alienação, ou seja, “designa a pessoa quando suas ações são governadas por forças que estão fora dela”.

            Não é incomum vermos pessoas compartilhando uma mesma mesa nos restaurantes, nas cafeterias e nos bares de forma alienada, onde cada um vive o seu mundo, ou seja, teclando no celular como se estivessem sós. Percebe-se que o celular tem sido muito usado pelas pessoas como uma defesa para não ter que interagir com o outro. Não precisa muito para se chegar a essa conclusão, basta observarmos o comportamento das pessoas nas mais diversas situações. Outro dia entrei em um elevador e fiquei prestando atenção, as pessoas entravam e logo começavam a mexer no celular, demonstrando o medo de ter que falar com alguém, até mesmo de cumprir um protocolo básico da boa educação, ou seja, de quando adentrarmos em um local que tenha outras pessoas, cumprimentá-las, independente de conhecermos ou não.

            As pessoas não percebem o quanto estão se tornando dependentes da máquina e que isto está contribuindo para torná-las seres alienados, que não conseguem desenvolver uma linha de pensamento, pois o ir e vir do pensamento ficam prejudicados, têm dificuldade para estabelecer um diálogo sustentável devido à pobreza de conteúdo que tem. Não conseguem abstrair, acabam fazendo uma leitura fundamentalista das coisas, porque falta conhecimento, interação com as pessoas e com o que acontece no mundo. A socialização também tem sido deixada de lado, porque o espaço dessa está sendo ocupado pelo individualismo e egocentrismo.


            É uma pena que o humano utiliza as tecnologias que foram desenvolvidas para facilitar sua vida, como um meio de alienação e de destruição do seu próprio ser, esquecendo que ele é um ser essencialmente pensante, social e que precisa do outro para se desenvolver e se reconhecer.

2 comentários:

  1. Uma grande verdade, e a maioria das pessoas não está percebendo ou está achando ótimo não ter de interagir.

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  2. Penso que as pessoas estão desaprendendo como interagir com os outros, pois vivem em cima de simulacros que criaram para si. Ao aproximar-se do outro, corre o risco de ter que se defrontar com o seu eu verdadeiro, que tanto o angustia. Por isso, o melhor é se manter escondido atrás da máquina.

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