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terça-feira, 27 de agosto de 2013

O FALSO SELF NO MUNDO DE HOJE

  A expressão, falso Self surge com Winnicott, que ao estudar o desenvolvimento emocional da criança, verificou a necessidade que o bebê tem de ser reconhecido e respeitado no seu tempo, sendo protegido das invasões agressivas que o fazem reagir, a fim de se defender. Essas invasões são traumáticas, e podem se  dar por falhas na maternagem, em virtude de a mãe não conseguir sentir, compreender e atender as necessidades do bebê, levando-a impor suas próprias necessidades.

  Dessa forma, o bebê desenvolve uma dependência da mãe, submetendo-se a ela, iniciando-se o processo de desenvolvimento do falso self, visto o estado de privação ambiental inicial de seu desenvolvimento, bem com, o relacionamento que estabelece com a mãe.

 As pessoas que desenvolvem o falso self, lá no início da vida, tiveram a necessidade de desenvolver uma maneira de funcionar que satisfizesse as expectativas da mãe, a fim de obter o seu reconhecimento e o seu amor. E trazem isso para sua vida adulta, continuando a funcionar dessa mesma forma, ou seja, utiliza-se de recursos inconscientes na tentativa de saber o que o outro ambiciona, a fim de satisfazê-lo e obter o reconhecimento e a valorização que tanto necessita.

 São pessoas que até conseguem se destacar profissionalmente, pois intelectualizam e racionalizam muito bem as questões, mas encontram dificuldade de conseguir separar o que é seu e o que é do “personagem” que assume ser. Isso lhe gera conflito e um desgaste psíquico muito grande, porque precisa estar sempre se esforçando para que os outros não percebam as suas limitações. Não é incomum vermos, na vida profissional, pessoas entrarem em crise por não conseguirem atender a demanda que lhe é solicitada, pois na hora do processo de seleção quem entrou em ação foi o falso self, vendendo uma imagem e um conhecimento que não é verdadeiro. Isto pode estar relacionado às exigências que o mercado de trabalho e a sociedade nos impõem no dia a dia, pois não basta mais o indivíduo ter uma formação superior, ele precisa ter um pós doutorado ou várias titulações, para ser valorizado e aceito no mercado de trabalho. As pessoas acreditam que para serem aceitas pela sociedade, elas precisam ostentar um status que não é o seu, sem se preocuparem com o preço que pagarão por isso. Só que quando esse chega, ele não vem só, mas acompanhado de grande sofrimento.

 E nessa ânsia de atender a expectativa que acreditam que os outros têm em relação a si, o humano vai perdendo a sua essência, se desconhecendo, vivendo uma vida de faz de conta, de conflitos pessoais e interpessoais, porque não sabe mais a serviço de que está nesse mundo, pois o verdadeiro self e o falso self vivem num conflito que o confundem e  não o deixando ter paz.
           


Um comentário:

  1. E quando é o contrário?
    Já vi exemplos interessantes de pessoas que seguem tanto a si próprias a ponto de se tornarem incógnitas.

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