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sábado, 10 de agosto de 2013

O CULTIVO DO EU

   Por vezes fico com a sensação de que o mundo moderno consagrou o indivíduo como o esteio básico da sociedade, fazendo com que o humano se torne cada vez mais individualista, egocêntrico e por vezes, até narcísico.

   Muitos são os incentivos dados para que o indivíduo viva em torno da sua pessoa, tomando a si como referência, esquecendo que faz parte de uma sociedade e que precisa interagir com os demais.

    Percebe-se que o humano tem fugido do convívio com os outros, isolando-se, preferindo enamorar-se de si mesmo, sem perceber que isso faz parte de um narcisismo patológico. Acredita que se basta, que se satisfaz e que pode ignorar a existência do outro.

   Talvez a necessidade de cultivar o eu seja uma defesa que as pessoas estão desenvolvendo para esconder os sentimentos de menos valia, de desvalorização que tem para consigo, a dificuldade de reconhecer o seu potencial, o medo de não ser aceito, de não ser reconhecido e valorizado, entre tantas outras coisas que poderia elencar aqui.

    O sistema econômico, social, político e cultural tem incentivando as pessoas viverem, muitas vezes, uma vida que não é a sua, levando-os a criarem simulacros e isto pode ser um dos vários fatores que contribui para que o humano fique girando em torno de si, percebendo-se como autorreferência, falando apenas de si e negando todo o entorno que existe em sua volta.

    A esperança é que a vida coletiva seja novamente estimulada, que as pessoas possam trocar entre si, que o eu possa ser deixado um pouco de lado e que passemos a viver o nós, para que tenhamos uma sociedade não tão amargurada, mas saudável, generosa, gerando gratificação e satisfação entre os homens.
           



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