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sexta-feira, 12 de abril de 2013

A COBRANÇA NOSSA DE CADA DIA

             É interessante, passamos a maior parte do tempo nos cobrando, cobrando os outros e sendo cobrados e parece que quando isso não acontece, falta algo em nossa vida.


        Sentimo-nos culpados quando temos uma ação ou reação e nos arrependemos, achando que poderíamos ter feito diferente, passando a sofrer com um pensamento obsessivo, como se houvesse a possibilidade de mudarmos a situação. Isso faz com que fiquemos nos cobrando porque não fizemos diferente, sem nos darmos conta que fizemos o melhor que poderíamos fazer naquele momento.

            Ficamos incomodados quando alguém nos cobra algo ou nos chama a responsabilidade frente à determinada situação, pois não gostamos de ser cobrados, mesmo quando a cobrança é necessária. Porque causa-nos a sensação de que falhamos, que não somos o suficientemente bons, que não somos tão competentes quanto pensamos, mexendo com a nossa onipotência. Temos a tendência de negar as nossas falhas, os nossos pontos fracos, no entanto, temos grandes habilidades para apontar e criticar os outros, sem nos darmos conta de que muitas vezes o que estamos criticando, é exatamente aquilo que fazemos ou que somos.

           Somos expertos em saber cobrador dos outros, atitudes, afetos, atenção, carinho, delicadezas, devido nos sentirmos credores desses sentimentos, entretanto esquecemos que para recebermos precisamos dar ou ao menos estarmos abertos para receber e poder retribuir, caso tenhamos vergonha de tomar a atitude.

           Essa cobrança diária a que nos submetemos só gera sofrimento e faz que com que causemos, nos outros, um desconforto desnecessário, porque ninguém tem que dar conta da nossa demanda, das nossas carências, das nossas intolerâncias e exigências para conosco e para com eles. A cobrança é algo que está muito arraigado no nosso eu, mas nada impede que possamos nos livrar dela,  para vivermos de uma forma mais leve, sem tantos sofrimentos e possamos estabelecer relações mais saudáveis e maduras com as outras pessoas, porque muitas relações se perdem pela nossa mania de querer que o outro faça aquilo que gostaríamos que fizesse ou que julgamos correto. Não nos dando conta que não podemos tratar as pessoas como se fossem nossos marionetes, mas que devemos aceitar e respeitar a vontade de cada.

         Penso que no momento que nos dispomos a fazer o exercício de mudarmos esse comportamento, que não é nada fácil, conseguiremos nos livrar de muitas tristezas, mágoas, tensões que carregamos desnecessariamente. 

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