Não são poucas as vezes que temos um plano B caso algo
que planejamos não dê certo. Agora, quando o assunto é amor, será que
conseguimos ter um plano B? Antes de o problema surgir, até temos um plano B
arquitetado em nossa mente, mas quando à situação pega para valer, esquecemos
até que tínhamos alternativa.
Quando o assunto passa por nossas emoções, envolve os
nossos sentimentos, não tem mecanismo de defesa que resista. Por mais
onipotentes que sejamos, mesmo que neguemos a dor que estamos sentindo, ela
está lá bem viva e forte dentro de nós, tirando-nos do eixo, na maioria das
vezes.
Ao perdermos alguém, seja por término de um
relacionamento ou por óbito, não temos como ficar isentos da dor da perda, do
sentimento de frustração, dos questionamentos que automaticamente vem, a fim de
tentarmos entender o que aconteceu, aonde falhamos, o que poderíamos ter feito diferente
e por aí vai. Buscamos justificativas para justificar o injustificável, porque
frente à morte não temos o que fazer, somos totalmente impotentes. No término
de um relacionamento, queremos encontrar um culpado, quando a responsabilidade
é dos dois, portanto, não existem culpados.
Mesmo sabendo de tudo isso, ficamos nos massacrando
tentando encontrar o provável motivo que desencadeou o rompimento da relação.
Até podemos encontrar, mas o que vai adiantar, se a relação já acabou? Nada! Precisamos
disso para tentar elaborar a dor que estamos sentindo. Atribuímos e
justificamos a necessidade de entender o que aconteceu, para que no próximo
relacionamento não aconteça o mesmo, só que acabamos fazendo exatamente igual,
pois é o modelo de relação que temos internalizado. Claro que é possível mudar,
mas na base da terapia e de muita terapia, para não corrermos o risco de
acreditar que mudamos e quando chega na hora H, fazemos tudo igual.
Dependendo da situação, até conseguimos elaborar num
curto espaço de tempo, em outros casos vai demorar mais. Porém, não dá para
acreditar que vamos sair de uma relação, livres, leves e soltos, porque não
vamos. As marcas ficam, as feridas custam cicatrizar, em alguns momentos elas
voltam a sangrar e precisaremos nos permitir viver essa dor novamente, para que
ela possa aos poucos ir cicatrizando totalmente, deixando a sua marca.
Quando o assunto é término de relacionamento, é comum
depois de um tempo nos pegarmos pensando por que sofremos tanto? Só que isso
acontece, geralmente, quando já estamos nos relacionando com alguém, pois a dor
de amor é a única que cura cem por cento, quando nos apaixonamos por outra
pessoa.
Talvez esse seja o segredo, se apaixonar, mas nem sempre
quem sai de uma relação quer se apaixonar, pois fica com medo de sofrer tudo de
novo. Penso que vale a pena tentar, mas cada um tem que ver o que é melhor para
si, a maneira como lida com as suas emoções, com os seus sentimentos, com o seu
afeto, para depois fazer a sua escolha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário