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domingo, 7 de abril de 2013

VIOLÊNCIA NA ESCOLA, DE QUEM É A CULPA?

         
            Não tenho por hábito assistir televisão, mas hoje resolvi dar uma ligada para ver o que estava “rolando” e ao passar por uma determinada emissora, vi a chamada de um programa que irá ao ar essa semana com esse título: violência na escola, de quem é a culpa?

            De cara achei interessante, porque estamos sempre procurando culpados para as coisas. Por que tem que ter um culpado para essa violência nas escolas? Será que não dá para trocar o termo culpado para responsável? O sentimento de culpa só atrapalha e nada resolve, pois as pessoas sentem-se acuadas frente às acusações e isso só serve de reforço negativo, levando-as a se tornarem agressivas.

            Penso que a violência que vemos nas escolas é o reflexo do que as crianças vivem em casa. Pais que não se respeitam, não conseguem estabelecer um dialogo, resolvendo tudo na base do grito, que usam drogas ou fazem uso abusivo de álcool, que incentivam o filho a ser violento dizendo: “se te baterem, tu também bate”. Que agem iguais aos filhos, batendo boca, não se fazendo respeitar, esquecendo que o primeiro processo de identificação da criança é com os pais, portanto, eles devem servir de exemplos para os filhos, assim como, os professores devem ser exemplos para os seus alunos, pois esses são o segundo modelo de identificação que a criança tem.

            Não temos como negar que os pais são responsáveis pela educação dos filhos, mas para se dar algo, faz-se necessário ter. Não podemos recriminá-los, porque muitos deles são vítimas de violência, de abuso sexual, não tiveram quem olhasse para eles e lhes transmitisse valores morais e éticos. Foram criados pelo mundo, tendo que aprender a se defender do jeito que dava para conseguirem sobreviver e como queremos culpá-los por hoje não transmitirem educação e valores para seus filhos? É importante conhecer a história desses pais antes de culpá-los.

            Muitos pais evitam ir à escola quando são chamados, porque já sabem que receberão um monte de reclamações, quando não é dito claramente, que eles são os culpados de os filhos serem assim.

            Penso que para resolver esse problema da violência dentro das escolas, faz-se necessário unir forças, trazer os pais para dentro da comunidade escolar, acolhe-los, elogiar seus filhos e depois poder mostrar os pontos que a criança precisa melhorar. Ninguém gosta que fiquem apontando os seus erros, isso só gera raiva, mágoa e nada resolve.

            Pensar em buscar culpados para resolver a violência ou achar que vai se resolver esse problema sozinho ou com movimentos isolados é utopia, pois sabemos que esse é um dos grandes problemas desse século. Não podemos esquecer que a violência faz parte de todo um sistema. A violência está presente em todos os segmentos, inclusive nas próprias instituições religiosas. Quantas vezes escutamos pregações maravilhosas, comoventes, mas que não passam de pregações, porque na prática tudo ocorre diferente. Quantos conflitos de relacionamento entre os fiéis e pregadores percebemos? Quantas vezes não nos sentimos acolhidos nessas Instituições? Não podemos ser infantis e achar que a violência se dá de forma fragmentada, ela precisa ser pensada e vista no seu todo se quisermos tentar diminuí-la, caso contrário, continuaremos nesse eterno faz de conta em que nos encontramos.

            Acredito ser importante pararmos e pensarmos o quanto estamos sendo violentos, primeiramente com a gente mesmo, depois com os outros e tentar corrigir, procurando sempre que identificarmos que existe a hipótese de termos sido violentos, agressivos ou termos magoado alguém rever a situação. Não podemos ficar só apontando a violência que está inserida no mundo, precisamos fazer a nossa parte para reverter essa situação e isso se dá, a partir do momento que reconhecemos a nossa violência para com os outros.

 

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