Dificilmente para-se
para avaliar a forma que administramos a vida, porque a correria é tanta, que
não sobra tempo para isso. Também, porque, muitas vezes, acreditamos que não
teríamos como fazer diferente, afinal, o nosso destino foi traçado no momento
que nascemos.
Será que foi mesmo? Como não acredito em destino, penso
que não. Percebo essa colocação, como uma bela forma de isentar-se da
responsabilidade das escolhas feitas. A tendência do humano é projetar para o
externo tudo aquilo que lhe desconforta, nada melhor do que o destino para
justificar as coisas que não deram certo na vida.
A vida precisa ser administrada e gerenciada, tendo
sempre claro qual a nossa missão, os nossos valores, os nossos objetivos e o que
iremos fazer para alcançá-los. Se não tivermos esse cuidado, provavelmente não
teremos êxito, pois ela poderá tomar qualquer rumo. Isto tem acontecido muito
na vida das pessoas, pois não é incomum, chegarem a nossos consultórios sem
saber o que as levou a tal situação de sofrimento e dor.
O primeiro ponto que contribuiu para isso é a falta do
autoconhecimento, pois se não sei quem sou, muito menos saberei a serviço de
que estou nesse mundo. Para obter-se o autoconhecimento, é necessário aprender
a não se deixar mover pelo inconsciente coletivo, mas sim, viver o seu processo
de individuação. Desta forma, conseguirá escutar o seu eu interior e seguir o
que ele lhe diz, sem prender-se às imposições colocadas pela sociedade.
Por meio do processo de individuação, o indivíduo
consegue viver em equilíbrio e harmonia consigo, consequentemente, com os
outros também. O grande problema que temos no mundo atual é a competição, onde
cada um tem que ser e ter mais do que o outro, com isso, não sobra tempo para
analisar e avaliar a forma como está conduzindo sua vida.
Aquele que privilegia o ter, muito pouco tempo sobra para
ser. Precisa correr muito, em busca de seus objetivos, de suas conquistas,
esquecendo que essas, na maioria das vezes, são efêmeras.
Administrar a vida é cuidá-la, dando o seu devido valor,
respeitando-se enquanto ser, não se deixando levar por esse ter desenfreado que
tem tomado conta de muitas pessoas.
"Aquele que privilegia o ter, muito pouco tempo sobra para o ser". - fatídico.
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