O luto não
se dá apenas na situação de morte, mas também na perda de um emprego, no
término de um casamento ou namoro, no rompimento de uma relação com amigo. No
entanto, ele é muito lembrado nos casos de morte, visto que essa acaba por
desorganizar e deprimir as pessoas. O importante é saber que todo luto tem
começo, meio e fim e que em algum momento ele será superado, mas que precisa
ser vivido, a fim de ser elaborado. Não é indicado que a pessoa sublime a dor,
para eliminar o luto.
A morte é
algo que nos gera um pavor, pois na realidade não somos preparados para lidar
com a finitude e por isso, encarar o fim como parte da existência, se torna
algo muito assustador.
A pessoa
enlutada passa por várias fases, sendo que a primeira é a negação. Nessa fase,
a pessoa resiste a aceitar a dor profunda da perda, ficando atordoado
emocionalmente, podendo ter a sensação de que está adormecida. Passado esse
período, começa a ficar inquieta, muitas vezes tendo o desejo de querer a
pessoa morta de volta, mesmo sabendo que isso é totalmente impossível. É normal
nesse momento, a pessoa apresentar dificuldade de relaxar, o sono pode ser
agitado e interrompido na metade da noite, o sonho pode ser perturbador,
inclusive envolvendo a pessoa morta.
É comum a
pessoa que está vivendo um luto, desenvolver sentimento de raiva em relação ao
médico, aos familiares e amigos que nada fizeram para evitar a morte. Em alguns
casos, a raiva pode se dar em relação a pessoa morta, ”por se deixar morrer”.
Também os questionamentos e a revolta com Deus são bastante comuns, fazendo
muitas vezes, com a pessoa afaste-se da sua religião ou sinta que a sua fé está
abalada.
Outro
sentimento muito comum de se fazer presente durante o período de luto é a
culpa, fazendo com que a pessoa reviva mentalmente o que poderia ter feito ou
dito para seu ente querido. Acredita que se tivesse feito diferente, a morte
não teria acontecido e isso lhe gera um sofrimento psíquico intenso.
Passado
essas fases vem à tristeza profunda ou a depressão, visto a inquietação já ter
cedido. É o momento em que a pessoa fica mais calada, o olhar fica mais vago, o
choro se faz mais presente. Geralmente essa fase ocorre entre a quarta e sexta
semana. Podem ocorrer alternâncias nessa fase, onde a pessoa saia da inércia,
ficando um pouco agitada e inquieta. Normalmente isso é motivado por algo que
lembra a pessoa morta.
Na medida em
que o tempo vai passando, a pessoa vai conseguindo retomar a sua vida, pois a
dor da perda vai se transformando em saudades. Com isso, a pessoa consegue ir
administrando essa saudade, pois se dá conta que realmente não terá a pessoa de
volta. Claro que toda pessoa que vivencia um luto, ao retomar sua vida, ela faz
de forma diferente, dando outro sentido para ela, pois provavelmente seus
valores mudaram.
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