Iniciar o ano
endividado não é uma das melhores opções que as pessoas podem ter, mas para que
isso não aconteça, é preciso que elas aprendam a se planejar e não saiam
gastando o que não tem ou não podem gastar.
O
final de ano e o período de férias, para algumas pessoas, são momentos que
acentuam o desejo de gastar, fazendo com que esqueçam os compromissos básicos
do início do ano, que são IPVA, IPTU, material escolar, anuidades dos Conselhos
de Classe para alguns profissionais. Apesar de todos os inícios de ano essas
contas se fazerem presente em suas vidas, não são lembradas na hora que saem
para as compras ou para as férias. Isso
acaba por desestabilizar os orçamentos familiares, sendo responsáveis, muitas
vezes, pela irritabilidade, intolerância, impaciência, grosseria, brigas
familiares e até mesmo no ambiente profissional.
Depois de
perderem algumas noites de sono, fazendo contas para ver se descobrem alguma
fórmula para quitar os compromissos, acabam optando, por não encontrar outra
saída, recorrer aos financiamentos, pois nessas alturas o cheque especial já
está no limite, sem analisarem o quanto pagarão de juro.
Esse
comportamento é muito comum aparecer no consultório e alguns relatam como se
estivessem fazendo grandes negócios. Referem não se importarem em pagar um
pouco de juro, desde que seus desejos sejam satisfeitos. Quando questionado sobre os juros, encontram
várias justificativas para explicarem sua atitude. Na realidade, buscam
argumentos que os convençam de que estão agindo da melhor forma, pois assim,
sentem-se menos culpados.
Da
mesma forma como não planejaram o seu orçamento para esse período do ano, em
que as contas aumentam e as despesas também em função das férias, não se
preocupam com o valor da prestação que terão para pagar ao fazerem um
financiamento. Percebem o gerente do banco como aquele seu amigo que está
disposto a lhe ajudar, sem ver que na realidade ele está querendo atingir suas
metas, que lhe são cobradas de forma abusiva pelos superiores, diariamente.
Por
essa falta de preocupação com o planejamento financeiro, quando a pessoa se dá
conta, ela já está endividada, porque o orçamento aperta, falta dinheiro e ela
busca ajuda com o seu “amigo”, o gerente do banco, que de forma mágica irá
resolver o seu problema.
Passa
o ano pagando juros para os bancos, atrasando prestações, antecipando a
restituição do imposto de renda e o décimo terceiro. Aqueles que não antecipam
o décimo terceiro, porque acreditam que vão conseguir vencer a ciranda
financeira que entraram, optam por esperar o pagamento desse, para quitar as
dívidas e ir novamente às compras.
Não
conseguem perceber que algo não está funcionando bem, que existe uma causa que
contribui para o seu endividamento e provavelmente ela esteja relacionada às
questões afetivas. Muitos acham isso uma bobagem, não entende que o comprar
compulsivo ou por impulsividade são atitudes desencadeadas por um nível de
ansiedade e angústia elevada.
A
partir do momento que a pessoa começa a compreender e trabalhar as questões
emocionais que lhe levam ao endividamento, verifica que o seu comportamento
começa a mudar em relação aos seus gastos. Preocupa-se em controlar suas
despesas, cria o hábito de utilizar-se de planilhas para fazer o seu
planejamento mensal, sabe o quanto o seu orçamento está comprometido e a margem
que ainda têm para gastar. Dessa forma, não só elimina as preocupações que lhe
tiraram muitas noites de sono, mas passa a ter uma melhor qualidade de vida,
aprende a viver sem preocupações e a consumir com equilíbrio.
Cara Anissis, parabéns pelo seu texto. Ele cita com perfeição o que vejo em meu dia-a-dia em escritório de consultoria financeira, em Brasília. Você disse tudo. Um abraço. Rogério Olegário
ResponderExcluirObrigada Rogério pelo comentário. Abraço. Anissis
Excluir