Falta pouco para a chegada do inverno, em que os frios
aqui no Sul são intensos, deixando muitos dias sombrios, chegando a mudar o
humor de algumas pessoas, em função da diminuição de produção da serotonina, já
que ela é estimulada quando a pessoa é exposta ao sol ou a uma luz brilhante. Em função dos dias cinzentos e chuvosos
típicos dessa estação, há um estímulo na produção de melatonina, que é o hormônio
que regula o sono e que tem a sua produção aumentada no escuro,fazendo com que as pessoas fiquem mais tristes.
Só que não é desse inverno que me proponho a falar hoje,
mas sim do inverno da alma, em que os dias também se tornam sombrios, fazendo
com que a vida perca o seu colorido e as noites sejam mais escuras, longas e
frias. Nessas ocasiões, são bastante comuns as pessoas não encontrarem solução
para os males que lhes afligem, achando que tudo está perdido. Mesmo que sejam
convidadas a terem outro olhar para situação que se apresenta, não conseguem
enxergar.
Preferem remoer os sentimentos que lhe geram desconforto,
alimentando sua raiva, às vezes, ódio, não conseguindo tolerar as frustrações
que carrega dentro de si e nem mesmo perdoar as pessoas que possam ter lhe
feito sofrer. Projeta para o externo toda causa de seu sofrimento, sentindo-se
injustiçado, reforçando mais a condição de vítima em que muitas vezes se
coloca.
Acaba por ficar anuviado, devido à falta de capacidade de
lidar com algumas situações, de perdoar, de tolerar as frustrações, que a
própria vida se encarregar de colocar em seu caminho, de aceitar suas
limitações e reconhecer seus erros, deixando de lado sua onipotência, o seu
orgulho. Procurando olhar mais para o outro, sendo capaz de perceber que
existem pessoas com situações muito piores que a sua.
Se conseguir encarar esse momento
de inverno em que está inserido, como uma oportunidade de crescimento e de
aperfeiçoamento, com certeza logo se desvencilhará dele. Esse pode ser o momento sabático de algumas
pessoas, em que são obrigados, por vezes, parar e olhar para dentro de si, a
fim de reconhecer-se como pessoa, identificando as suas reais necessidades,
aproximando-se do seu verdadeiro eu e analisando quais são as suas necessidades
de mudança, para que possa se tornar uma pessoa melhor, mais humana, mais
amiga, mais tolerante, mais leve e acima
de tudo, mais feliz.
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