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domingo, 6 de maio de 2012

INVERNO

            Falta pouco para a chegada do inverno, em que os frios aqui no Sul são intensos, deixando muitos dias sombrios, chegando a mudar o humor de algumas pessoas, em função da diminuição de produção da serotonina, já que ela é estimulada quando a pessoa é exposta ao sol ou a uma luz brilhante.  Em função dos dias cinzentos e chuvosos típicos dessa estação, há um estímulo na produção de melatonina, que é o hormônio que regula o sono e que tem a sua produção aumentada no escuro,fazendo com que as pessoas fiquem mais tristes.

            Só que não é desse inverno que me proponho a falar hoje, mas sim do inverno da alma, em que os dias também se tornam sombrios, fazendo com que a vida perca o seu colorido e as noites sejam mais escuras, longas e frias. Nessas ocasiões, são bastante comuns as pessoas não encontrarem solução para os males que lhes afligem, achando que tudo está perdido. Mesmo que sejam convidadas a terem outro olhar para situação que se apresenta, não conseguem enxergar.
            Preferem remoer os sentimentos que lhe geram desconforto, alimentando sua raiva, às vezes, ódio, não conseguindo tolerar as frustrações que carrega dentro de si e nem mesmo perdoar as pessoas que possam ter lhe feito sofrer. Projeta para o externo toda causa de seu sofrimento, sentindo-se injustiçado, reforçando mais a condição de vítima em que muitas vezes se coloca.
            Acaba por ficar anuviado, devido à falta de capacidade de lidar com algumas situações, de perdoar, de tolerar as frustrações, que a própria vida se encarregar de colocar em seu caminho, de aceitar suas limitações e reconhecer seus erros, deixando de lado sua onipotência, o seu orgulho. Procurando olhar mais para o outro, sendo capaz de perceber que existem pessoas com situações muito piores que a sua.
 Se conseguir encarar esse momento de inverno em que está inserido, como uma oportunidade de crescimento e de aperfeiçoamento, com certeza logo se desvencilhará dele.  Esse pode ser o momento sabático de algumas pessoas, em que são obrigados, por vezes, parar e olhar para dentro de si, a fim de reconhecer-se como pessoa, identificando as suas reais necessidades, aproximando-se do seu verdadeiro eu e analisando quais são as suas necessidades de mudança, para que possa se tornar uma pessoa melhor, mais humana, mais amiga, mais tolerante, mais leve  e acima de tudo, mais feliz.

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