Precisamos estar
atentos para não nos deixarmos contaminar pelo potencial de intransigência,
pelas reclamações e pelo mau-humor dos outros. Pois corremos o risco de sermos
contaminados, sem até mesmo percebermos e nos tornarmos pessoas tão pesadas
quanto essas.
Quantas são as vezes que depois de falarmos com alguém,
nos sentimos desconfortáveis e não sabemos o motivo. A razão é que o nosso
inconsciente captou o desconforto do outro. No processo terapêutico chama-se
isso de transferência, só que ao nos darmos conta, tratamos de devolver para o
paciente, de forma trabalhada, esse conteúdo que é dele, ao que damos o nome de
contratransferência.
No nosso dia-a-dia, ao percebermos que uma pessoa começa
a reclamar muito, se queixar, ou está mal-humorada, o ideal é sairmos de perto,
para não nos deixarmos contaminar. Costumo dizer que a pessoa mal-humorada ou
queixosa, não só contamina, mas também nos infecta. Quando vemos, qualquer
coisa é o suficiente para estarmos agindo igual.
Não podemos permitir que o humor do outro nos influencie
e nos tire do eixo. Como diz a gurizada, “cada um no seu quadrado”. Podemos e
devemos escutar as outras pessoas, suas queixas, mas tem limite. O problema, na
maioria das vezes, é que quando apresentamos alguma solução, elas não aceitam,
porque o objetivo não é esse, visto que a reclamação é a forma que encontram para estabelecer uma conversa. Não sei se vocês repararam, mas tem me chamado atenção o
fato de as pessoas não mais conseguirem tabular um diálogo, pois a única coisa
que sabem fazer é se queixar.
Isso preocupa, pois é sinal de quanto o ser humano está
adoecido e não percebe.
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