Como dizer não é algo tão difícil para algumas pessoas. Preferem se
violentar, fazendo coisas que não gostariam de fazer ou até mesmo de comprar,
porque não conseguem dizer não. Esquecem que todas as vezes que dizem sim para
alguém, estão dizendo não para elas, mesmo que isso vá contra a sua vontade.
Podemos pegar diversos vieses para tentar entender essa dificuldade, mas
vou me limitar apenas a dois. O primeiro, porque foram criadas assim, ouvindo a
mãe falar que não pode dizer não para os outros, principalmente para os mais
velhos, que deve fazer o que as pessoas pedem, por uma questão de educação. Mesmo
na condição de adultas, continuam com essa informação
internalizada em seu inconsciente e por isso, sentem a necessidade de continuar
dizendo sim, mesmo quando a vontade é dizer não.
Outro ponto a ser observado e que pode estar relacionado ao primeiro é o
medo de desagradar os outros, que poderão vir a rejeitá-lo caso não atenda os
seus desejos. Isso gera um grande pânico em algumas pessoas, que não percebem que
se trata apenas de um pensamento seu, portanto, não significa que seja uma
verdade e que isso vá acontecer.
A necessidade de agradar o outro, de satisfazer as suas expectativas, de
dar conta das cobranças que lhe é feita, contribui para que acabem se distanciando
de si mesmo, pois acreditam de forma pueril que para terem um espaço na
sociedade, no grupo de colegas ou amigos, na família precisam atender as
exigências que os “outros” lhe impõe, deixando as suas de lado. Só que na
realidade, não são os outros que lhe impõe as coisas e que não lhe permite
dizer “não”. É a própria pessoa, que pelas suas dificuldades internas, não
consegue trabalhar com o “não” e projeta isso para os outros, justificando a sua maneira de funcionar.
Dizer “não” é tão comum e saudável como dizer sim, o que não pode
acontecer, é sustentar as crenças enraizadas no inconsciente, deixando-as
prevalecer, agredindo-se cada vez que diz sim para o outro, quando o grande
desejo é dizer “não”.
Diga
“não” sem medo e verá que as suas crenças não correspondem à realidade. As
pessoas até podem estranhar inicialmente, mas depois passam a encarar o “não”
com naturalidade.
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