A relação entre as pessoas está cada vez mais frágil, mais
precária, dificultando as relações e isso pode ser atribuído ao hiato que
existe entre o verdadeiro eu e o eu que as pessoas desenvolveram para atender a
demanda da sociedade. Hoje as pessoas estão mais preocupadas em não decepcionar
os outros, mas não percebem que para isso, acabam se decepcionando, pois na sabem
mais quem são.
Como é
possível estabelecer uma relação ética, sustentável, se perdemos o referencial do nosso eu. Percebe-se que as pessoas procuram ser aquilo que acreditam, no seu imaginário, que os outros querem que elas sejam. Descrevem personagens para se comunicarem na internet e com isso cada vez mais vão perdendo a noção da sua essência.
As pessoas
não conseguem mais estabelecer um diálogo ético e esse é um dos sustentáculos das relações. Sem isso, não é possível haver um
comprometimento, uma reciprocidade, uma interação, entre as pessoas.
No entanto o
que vemos no mundo moderno, é uma constante disputa, um sentimento de inveja,
em que as pessoas querem ocupar o espaço do outro, esquecendo que existe espaço
para todos, de brigas, de rancores, raivas e mágoas. Dessa forma, caminhamos para
uma crise civilizacional como diz Leonardo Boff. Ainda é tempo de resgatarmos
os nossos valores éticos, de nos apropriarmos do nosso eu, de curarmo-nos dessa
doença que toma conta da sociedade e de nos tornamos pessoas mais humanas, mais
integras e mais felizes.
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