A projeção é um mecanismo de defesa de origem muita arcaica,
porém muito presente na vida das pessoas nos dias de hoje. Se observarmos, as
pessoas projetam a responsabilidade dos seus atos, sempre para o outro.
Todos nós conhecemos a máxima filosófica de que “só existimos
porque o outro existe” e felizmente que ele existe. O que seria das pessoas que
tem dificuldades de olharem para si e perceberem as suas atitudes, seu
comportamento, suas queixas, se não existisse o outro? Quem seria responsável
pelas coisas erradas de suas vidas?
É impressionante o quanto as pessoas estão se apropriando
desse mecanismo, o que demonstra a dificuldade que elas têm de mergulharem no
seu inconsciente e se conhecerem melhor. De encontrar respostas que buscam no externo,
mas que estão dentro delas. De se desapropriarem das máscaras que utilizam no
seu dia-a-dia, a fim de serem verdadeiras, tendo a oportunidade de corrigir as
coisas que lhe desagradam. De não precisarem estar sempre correndo, com vários
afazeres, para não terem tempo de pensar sobre suas vidas. Seria muito mais
saudável se ao invés de buscarem culpados para justificar os seus atos, parassem
e refletissem sobre os mesmos.
A busca por um culpado está associada ao desenvolvimento
de um ego grandioso, que não lhes
permite errar, que faz com que se vejam perfeitas. Com essa percepção, só podem
valer-se desse mecanismo, a fim de protegerem a sua ferida narcísica.
Na projeção, o indivíduo exclui de si e localiza no outro,
que pode ser uma pessoa ou coisa, os sentimentos, desejos e até mesmo objetos,
que desconhece nele. Só que ao identificar no outro esses elementos, que é o
seu lado sombra, acaba ficando extremamente irritado, chegando, às vezes, a
perder o controle emocional, pelo o outro estar lhe mostrando, quem realmente
ele é.
Esse mecanismo é bastante identificado nas pessoas que
apresentam traços paranóides e também muito comum nos supersticiosos, que
acreditam que forças ocultas acabam por atrapalhar sua vida e não o seu modo de
ser.
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