Confesso que fico
chocada e até mesmo triste ao ver a forma como as relações humanas vêem sendo
conduzidas. Parece que as pessoas não têm mais tempo para se dedicar ao outro,
para ouvi-lo, para sentarem e tabularem um diálogo. Preferem se comunicar pela
internet, falarem pelo MSN, facebook, sites de relacionamento, onde cada um
cria o seu personagem e fala o que quiser.
Poder trocar emails ou falar com pessoas de todos os
continentes, como hoje é possível, pois a internet nos favorece, é algo muito
bom, mas ao mesmo tempo isso contribui para que as relações se tornem cada vez
mais superficiais e distantes.
As pessoas passaram a ser seres descartáveis, ou seja,
não agradou por qualquer motivo, “cai-se fora” e não se dá a mínima satisfação.
Verifica-se isso muito nos relacionamentos afetivos, nos casamentos ou união
estáveis. A primeira dificuldade que aparece é motivo para separação, pois
ninguém mais sabe tolerar os limites do outro e a intransigência passou a ser
algo muito presente na vida do humano.
Infelizmente o que se percebe hoje nas relações é uma
frieza, um jogo de interesses, uma insensatez, mostrando o adoecimento das
pessoas. Algumas querem manter o controle e o domínio sobre as outras, impondo
suas ideias, opiniões e caso isso não seja aceito, tratam logo de descartar.
Projetam suas frustrações para o outro e querem que esse aceite, pois assim
conseguem ter a sensação de alivio.
Na realidade, o que se percebe é que as pessoas perderam
seus referenciais, pois não conseguem mais olhar para dentro de si e ver quem
realmente são. Quais são as suas necessidades enquanto humano preferem
acreditar, que as respostas para os seus anseios, encontrarão no externo.
Esqueceram que o humano precisa se relacionar com os outros de forma saudável, sentindo-se
amado e querido, podendo retribuir o carinho e atenção que recebe do outro. Para
que isso aconteça, é necessário apenas deixarem a superficialidade de lado,
sendo mais autênticas e humanas, aceitando-se como realmente são, sem
precisarem criar simulacros para encarar o outro, a fim de serem aceitos.
Apesar de superficialidade prevalecer nas relações, ainda
se encontra pessoas que nos convidam a pensar, por meio da grandeza de sua
alma. Outro dia ao falar com uma pessoa, que pouco conheço, mas que ao
finalizar o diálogo deixou transparecer sua riqueza de humano ao dizer: “já que
somos mortais, que o amor nos salve”. Realmente, precisamos deixar o amor agir
mais nas nossas relações, não o amor carnal, mas o amor ágape, para nos
tornarmos seres mais humanos.
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