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domingo, 29 de abril de 2012

SUPERFICIALIDADE DAS RELAÇÕES

         
         Confesso que fico chocada e até mesmo triste ao ver a forma como as relações humanas vêem sendo conduzidas. Parece que as pessoas não têm mais tempo para se dedicar ao outro, para ouvi-lo, para sentarem e tabularem um diálogo. Preferem se comunicar pela internet, falarem pelo MSN, facebook, sites de relacionamento, onde cada um cria o seu personagem e fala o que quiser.

            Poder trocar emails ou falar com pessoas de todos os continentes, como hoje é possível, pois a internet nos favorece, é algo muito bom, mas ao mesmo tempo isso contribui para que as relações se tornem cada vez mais superficiais e distantes.

            As pessoas passaram a ser seres descartáveis, ou seja, não agradou por qualquer motivo, “cai-se fora” e não se dá a mínima satisfação. Verifica-se isso muito nos relacionamentos afetivos, nos casamentos ou união estáveis. A primeira dificuldade que aparece é motivo para separação, pois ninguém mais sabe tolerar os limites do outro e a intransigência passou a ser algo muito presente na vida do humano.

            Infelizmente o que se percebe hoje nas relações é uma frieza, um jogo de interesses, uma insensatez, mostrando o adoecimento das pessoas. Algumas querem manter o controle e o domínio sobre as outras, impondo suas ideias, opiniões e caso isso não seja aceito, tratam logo de descartar. Projetam suas frustrações para o outro e querem que esse aceite, pois assim conseguem ter a sensação de alivio.

            Na realidade, o que se percebe é que as pessoas perderam seus referenciais, pois não conseguem mais olhar para dentro de si e ver quem realmente são. Quais são as suas necessidades enquanto humano preferem acreditar, que as respostas para os seus anseios, encontrarão no externo. Esqueceram que o humano precisa se relacionar com os outros de forma saudável, sentindo-se amado e querido, podendo retribuir o carinho e atenção que recebe do outro. Para que isso aconteça, é necessário apenas deixarem a superficialidade de lado, sendo mais autênticas e humanas, aceitando-se como realmente são, sem precisarem criar simulacros para encarar o outro, a fim de serem aceitos.

            Apesar de superficialidade prevalecer nas relações, ainda se encontra pessoas que nos convidam a pensar, por meio da grandeza de sua alma. Outro dia ao falar com uma pessoa, que pouco conheço, mas que ao finalizar o diálogo deixou transparecer sua riqueza de humano ao dizer: “já que somos mortais, que o amor nos salve”. Realmente, precisamos deixar o amor agir mais nas nossas relações, não o amor carnal, mas o amor ágape, para nos tornarmos seres mais humanos.

           

           

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