É incrível, mas as pessoas da
geração boomers (nascidos entre 1945
a 1965) e da geração X ( nascidos entre 1966 a 1977), estão muito “ligadas” as
redes sociais. Percebo isso como algo saudável, desde que saibam com quem estão
se comunicando. Muitas entram nos sites de relacionamento, buscando encontrar
uma companhia ou parceiro(a) para se relacionarem, sem se darem conta do risco
que correm. Quando alertadas, ficam incomodadas, pois se julgam experientes,
suficientes, para saber o que estão fazendo.
Só que essa experiência que
julgam ter, acaba levando-as a viverem situações que nunca haviam experienciado
antes, gerando-lhes traumas, estresse pós-traumático e até transtorno de
pânico.
Apesar de os meios de comunicação,
volta e meia, estarem mostrando pessoas que foram vítimas de golpes, agressões
e até de violência sexual, por indivíduos que conheceram pela internet, não é
suficiente para que acreditem que isso poderá acontecer com elas também, pois o
sentimento de onipotência e a satisfação que o ego vive, acaba por lhes cegar. Isso
está muito vinculado ao fato da necessidade de terem alguém ao seu lado e não conseguirem conviver com a solidão. Essa
dificuldade, segundo Winicott, se dá devido às pessoas não se conhecerem, ou
seja, não conseguirem entrar em contato com o seu eu, por temer ver e
conhecer quem realmente são, pois correm o risco de ficarem assustadas ao perceberem que tinham uma imagem distorcida sobre a sua pessoa.
Daí a necessidade de estar sempre com alguém, até mesmo, para poder projetar
para os outros os sentimentos que lhe desagradam e a responsabilidade de seus
insucessos.
Não percebem o risco que existe
ao preencher o seu perfil de foma completa, ao colocar fotos
suas e de sua família e falar de seus hábitos e rotinas. Agem de uma forma
ainda ingênua, pueril ou exibicionista, colocando-se em situações de risco. Isso
sem falar, daqueles que optam por dar vazão à fantasia, criando personagens
fictícios, fazendo com que a outra pessoa crie toda uma expectativa em relação
a ela. Os dois casos são preocupantes, mas o segundo classifico como mais
complicado, porque a pessoa fala de quem ela realmente gostaria de ser, talvez
sem perceber que o “personagem” criado é ela de forma idealizada. Ao tomar essa
atitude que é percebida como uma brincadeira ou uma forma de se proteger, não pensa
nas conseqüências que isso poderá acarretar no outro. Também pode se pensar que
essa atitude se trate de um problema de caráter.
Penso que a internet, as redes
sociais podem e devem ser exploradas pelas gerações boomers e X até porque é uma maneira de a pessoa se manter
atualizada, ocupada, desde que tenham os devidos cuidados e que não deixem de
fazer outras atividades como sair, ir ao cinema ou teatro, ter atividades
físicas, encontrar-se com o seu grupo de amigas (os), de ler, de ouvir música
entre tantas outras coisas, para ficar na frente do computador se expondo ou
falando coisas que nada lhe acrescentam na vida. É necessário estipular um
tempo para isso, pois se sabe que a internet, os jogos, as redes sociais são
viciantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário