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terça-feira, 26 de março de 2013

CUIDADO! TRISTEZA NÃO É DEPRESSÃO

    
            Chama a atenção o quanto as pessoas sentem a necessidade de se diagnosticarem, só que não tem conhecimento para isso e acabam transformando um sentimento comum da vida, como a tristeza, em patologia.

            Hoje em dia, ninguém mais fica triste ou cansado, as pessoas ficam deprimidas ou estressadas. Nem sempre a tristeza vai revelar um quadro de depressão, a pessoa pode estar triste por uma situação do ciclo vital, como por exemplo, perda de emprego, divórcio, término de um namoro, doença familiar, etc. Isso não quer dizer que ela está deprimida, pois são situações que realmente deixam a pessoa triste, preocupada, por alguns dias. Inclusive, ela precisa viver essa tristeza, para poder elaborá-la.

            Já a depressão é uma patologia e como tal, tem que contemplar alguns critérios para ser diagnosticada. A pessoa com depressão precisa apresentar cinco, de um com junto de sintomas, que perdurem no mínimo duas semanas. Dentre esse conjunto de sintomas, um é obrigatório, que é o estado deprimido ou falta de motivação para as tarefas diárias.

            Os sintomas característicos de uma depressão são: sentir-se deprimido a maior parte do tempo; anedônia (interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina); sensação de inutilidade ou culpa excessiva; dificuldade de concentração (habilidade frequentemente diminuída para pensar e concentrar-se); fadiga ou perda de energia; distúrbio do sono (insônia ou hipersonia quase que diariamente); problema psicomotor (agitação ou retardo motor); perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime alimentar; ideias recorrente de morte ou suicídio.

            Mesmo sabendo de todos esses critérios, que estão disponíveis na internet, a pessoa precisa passar pela avaliação do profissional, pois não é incomum o paciente chegar dizendo que apresenta vários sintomas e na medida em que a consulta vai se desenvolvendo, percebe-se que ele se ajustou ao quadro de depressão, por uma motivação interna.

            É interessante observar que ter um rótulo para algumas pessoas é algo fantástico, então, o de bipolaridade está em alta. Isso porque não sabem que se trata de uma patologia séria, que requer um acompanhamento psiquiátrico e psicológico.

            Quando vejo as pessoas verbalizarem seus diagnósticos, fico com a sensação de que precisam disso para chamar atenção, pois se tiverem o rótulo de depressiva, com certeza os outros poderão ficar mais sensibilizados ou penalizados com o seu estado emocional e lhe darão mais atenção. Agora se disser que está triste, poderá levar um “tapinha” nas costas e escutar “isso logo vai passar, é só uma questão de dias”, o que não irá preencher as suas carências afetivas.

            O rótulo só tem serventia para o profissional, a fim de poder saber o que está tratando, caso contrario, ele serve para que tenhamos ganhos secundários. Por isso não se prenda a rótulos, não faça da tristeza uma depressão, do cansaço um stress, pois esses são patologias e não são sintomas isolados que irá classificá-los.

            Permita-se ficar triste, cansado, chateado, ser o que você é sem se dar rótulos, pois viver esses sentimentos, em algumas situações, é o mais saudável que temos a fazer.

 

 

 

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