Ontem assistindo a missa do Papa, fiquei pensando, mal ele
assumiu e as redes sociais e a mídia em geral já se encarregaram de trazer
vários aspectos negativos a seu respeito. Obviamente, que isso está associado à
pressão que a Igreja católica sofre e as críticas feitas pelo povo e por outros
interesses que não cabem aqui serem discutidos.
O que me chama atenção é que muitas dessas críticas são
feitas por pessoas que não tem propriedade para fazê-las, pois não
conhecem a fundo a Igreja católica,
quando muito foram batizados, fizeram a primeira comunhão e nunca mais apareceram.
O mesmo se dá em relação às pessoas com quem convivemos. Muitas vezes, o humano
traça comentários, levanta falsas “verdades”, sente a necessidade de apontar os
pontos negativos dos outros, não conseguindo traçar um elogio a eles e
estabelece uma relação de rivalidade que só ele sabe dessa relação. E o que
será que o leva a fazer isso?
Vários são os motivos que podem ser apontados, um deles é
a inveja e diria que é a inveja que os psicanalistas chamam de kleiniana, ou
seja, não é apenas ser o que o outro é ou tem, mas querer destruí-lo para que
não possa mais ser ou ter algo. Geralmente as pessoas que são invejosas não
aceitam que são e ficam muito brabas quando lhe é apontado isso. Percebem a
inveja como algo horrível e acreditam que esse sentimento elas não tem,
demonstrando a sua total onipotência, pois essa negação mostra o seu desconhecimento
dos sentimentos que são inatos do humano; a inveja, a raiva, o ódio, o ciúme e
a maldade.
A necessidade de desvalorizar o outro se dá pela forma
negativa que se vê. Com isso, precisa projetar para as outras pessoas a
percepção que tem de si, pois é a maneira que encontra de aliviar o seu
sentimento de inferioridade. Dando vazão também, a sua maldade e adquirindo a
sensação de alivio do peso que essa lhe causa.
Outro ponto que leva o humano apontar os pontos negativos
das pessoas que se destacam é a pobreza de conhecimento que toma conta de
muitas pessoas, devido à falta de leitura e de cultura. Escutam algo ou lêem e
não buscam verificar a veracidade daquela informação, acreditando em tudo o que
a imprensa noticia e por isso, saem repetindo como papagaio, o que escutaram ou leram. Não
conseguem fazer uma boa crítica, filtrar e avaliar as notícias dadas pelos veículos
de comunicação, que muitas vezes chegam de forma destorcida. Infelizmente, não
podemos mais acreditar piamente no que a imprensa noticia, pois estamos caminhando
para uma imprensa marrom.
O humano não consegue, às vezes, fazer essa filtragem porque
o conteúdo trazido pela mídia é o que precisa para satisfazer a sua necessidade
interna de expandir a sua maldade e de destruir o outro, de uma forma não
agressiva, pois afinal, não é ele que está falando, mas a mídia que está
dizendo. Isso não é só com as pessoas públicas, nas nossas relações também
acontecem. Quem não conhece ou não tem aquele “amigo” que fica pescando algum
furo que damos ou algum momento que nos expomos um pouco mais para depois poder
sair falando?
Eu tenho vários, mas não me incomodo, pois os vejo como
uma oportunidade de estar sempre me policiando, me avaliando para não ficar
igual a eles.
Devemos ter o cuidado de avaliar o que lemos, o que
falamos, o que escutamos, antes de sair repetindo. Não só por causa do outro, para
protegê-lo, mas principalmente por nós, pois aquilo que falamos e a forma como
agimos mostra quem realmente somos. Não é o nosso discurso pomposo, que diz
quem somos, mas sim as nossas atitudes.
Acho que é importante pensarmos sobre isso, porque vejo
cada vez mais as relações interpessoais muito complicadas, se deteriorando, em função do descomprometimento que temos com
a nossa fala, com as nossas atitudes e com o outro.
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