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quarta-feira, 20 de março de 2013

O DESCOMPROMETIMENTO DO HUMANO

     
 

            Ontem assistindo a missa do Papa, fiquei pensando, mal ele assumiu e as redes sociais e a mídia em geral já se encarregaram de trazer vários aspectos negativos a seu respeito. Obviamente, que isso está associado à pressão que a Igreja católica sofre e as críticas feitas pelo povo e por outros interesses que não cabem aqui serem discutidos.

            O que me chama atenção é que muitas dessas críticas são feitas por pessoas que não tem propriedade para fazê-las, pois não conhecem  a fundo a Igreja católica, quando muito foram batizados, fizeram a primeira comunhão e nunca mais apareceram. O mesmo se dá em relação às pessoas com quem convivemos. Muitas vezes, o humano traça comentários, levanta falsas “verdades”, sente a necessidade de apontar os pontos negativos dos outros, não conseguindo traçar um elogio a eles e estabelece uma relação de rivalidade que só ele sabe dessa relação. E o que será que o leva a fazer isso?

            Vários são os motivos que podem ser apontados, um deles é a inveja e diria que é a inveja que os psicanalistas chamam de kleiniana, ou seja, não é apenas ser o que o outro é ou tem, mas querer destruí-lo para que não possa mais ser ou ter algo. Geralmente as pessoas que são invejosas não aceitam que são e ficam muito brabas quando lhe é apontado isso. Percebem a inveja como algo horrível e acreditam que esse sentimento elas não tem, demonstrando a sua total onipotência, pois essa negação mostra o seu desconhecimento dos sentimentos que são inatos do humano; a inveja, a raiva, o ódio, o ciúme e a maldade.

            A necessidade de desvalorizar o outro se dá pela forma negativa que se vê. Com isso, precisa projetar para as outras pessoas a percepção que tem de si, pois é a maneira que encontra de aliviar o seu sentimento de inferioridade. Dando vazão também, a sua maldade e adquirindo a sensação de alivio do peso que essa lhe causa.

            Outro ponto que leva o humano apontar os pontos negativos das pessoas que se destacam é a pobreza de conhecimento que toma conta de muitas pessoas, devido à falta de leitura e de cultura. Escutam algo ou lêem e não buscam verificar a veracidade daquela informação, acreditando em tudo o que a imprensa noticia e por isso, saem repetindo como papagaio, o que escutaram ou leram. Não conseguem fazer uma boa crítica, filtrar e avaliar as notícias dadas pelos veículos de comunicação, que muitas vezes chegam de forma destorcida. Infelizmente, não podemos mais acreditar piamente no que a imprensa noticia, pois estamos caminhando para uma imprensa marrom.

            O humano não consegue, às vezes, fazer essa filtragem porque o conteúdo trazido pela mídia é o que precisa para satisfazer a sua necessidade interna de expandir a sua maldade e de destruir o outro, de uma forma não agressiva, pois afinal, não é ele que está falando, mas a mídia que está dizendo. Isso não é só com as pessoas públicas, nas nossas relações também acontecem. Quem não conhece ou não tem aquele “amigo” que fica pescando algum furo que damos ou algum momento que nos expomos um pouco mais para depois poder sair falando?

            Eu tenho vários, mas não me incomodo, pois os vejo como uma oportunidade de estar sempre me policiando, me avaliando para não ficar igual a eles.

            Devemos ter o cuidado de avaliar o que lemos, o que falamos, o que escutamos, antes de sair repetindo. Não só por causa do outro, para protegê-lo, mas principalmente por nós, pois aquilo que falamos e a forma como agimos mostra quem realmente somos. Não é o nosso discurso pomposo, que diz quem somos, mas sim as nossas atitudes.     

            Acho que é importante pensarmos sobre isso, porque vejo cada vez mais as relações interpessoais muito complicadas, se deteriorando,  em função do descomprometimento que temos com a nossa fala, com as nossas atitudes e com o outro.

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