Confesso que frente a
algumas situações não sei como entender e classificar o comportamento humano,
isso que são anos de estudo, mas mesmo assim, a confusão se estabelece.
Com frequência observo em palestras, aulas ou cursos que
ministro que as pessoas estabelecem conversas paralelas enquanto falo, atendem
telefone, mandam torpedo. Claro que o tempo nos ensina a lidar com essas
situações, mas essas atitudes nos convidam a pensar se estamos ou não
conseguindo atender as expectativas de quem nos escuta. Claro que não tenho a
pretensão de agradar a todos, por isso, lido com certa naturalidade com essas
situações.
Só que quando estou na condição de ouvinte, vejo que isso
também acontece, o que de certa forma me serve de consolo. Esse final de semana
participava de uma reunião e enquanto a coordenadora do evento tentava fazer
uma escala, uma pessoa do grupo levantou-se e foi bater papo com outra colega,
ficando de costas para coordenadora. Fiquei observando a situação e vi que o
outro coordenador também observava. Como ele e eu temos uma boa sintonia, vi
que o fato não passaria despercebido. Bingo! Não deu outra, no final da reunião
ele abordou o assunto de forma muito sutil, mas deu seu recado.
A sua fala reforçou o meu pensar sobre o que faz as
pessoas a terem esse tipo de comportamento. Inicialmente, se pensa numa questão
de educação, pois nessas situações, é um princípio básico escutar quem fala,
mesmo que não seja do nosso interesse. Penso que seria muito pueril achar que
se trata apenas de educação. Por trás desse tipo de comportamento verifica-se uma
desvalorização, um desrespeito, uma desatenção para com outro. Tudo isso, sendo regado pelo “molho” do egoísmo,
da impulsividade, da ansiedade, do narcisismo, da onipotência. Provavelmente
tenham outros “molhos” para ajudar a “temperar” esse comportamento, mas vou
ficar só com esses, pois julgo o suficiente.
Infelizmente não percebemos que o nosso comportamento, as
nossas atitudes falam muito mais do que as palavras que pronunciamos. Porque a
nossa fala passa pela censura, mas o comportamento nem sempre. Agimos, muitas
vezes, pelo instinto e aí expressamos o que realmente estamos sentindo e
acabamos sendo deselegantes, quando talvez não fosse essa a intenção.
Abordei esse tema, para que possamos pensar sobre as
nossas atitudes, o nosso comportamento quando estamos em um grupo, a fim de podermos
estabelecer relações mais saudáveis, sem magoar ou melindrar os outros e também
não passarmos por pessoas desagradáveis, quando a nossa intenção não é essa. Talvez
tenhamos que trabalhar a nossa ansiedade, a nossa impulsividade. Isso não é
difícil, pois se trata apenas de uma questão comportamental, de sabermos
controlar as nossas emoções a fim de controlar o comando que o nosso cérebro dá
por meio do sistema límbico.
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