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sexta-feira, 29 de março de 2013

EGOS INFLADOS

       
          Os egos inflados estão presentes em todas as situações, chegando a algumas delas serem engraçadas, pois as pessoas não se dão conta da dissociação que existe entre a sua fala e o seu comportamento. Normalmente, essas pessoas procuram vender a idéia de humildade, de simplicidade, no entanto, são prepotentes, arrogantes e nada os atinge.

            Nessa época do ano, é interessante observar o comportamento dos fiéis que desenvolvem alguma atividade nas cerimônias religiosas. Mesmo sendo falado nas homilias, por quarenta dias, a necessidade de nos convertermos, de nos tornarmos mais humanos, mais simples, de sermos mais humildes, de deixarmos o ego de lado, nada disso é escutado pelos egos inflados, agem como se fossem a figura mais importante desse momento, sendo capazes, de até mesmo, esquecer do Crucificado.

            Isso me faz questionar o que essas pessoas fazem ao irem à missa toda a semana ou todos os dias, se nada muda na sua maneira de funcionar. O mesmo eu questiono com alguns pacientes, quando me dizem, eu sou assim e não vou mudar, então, por que está fazendo terapia?

            Culto religioso, terapia nos convidam a refletir sobre o que ouvimos ou que falamos a fim de poder lapidar o nosso ego.  Claro que isso não se dá de um dia para o outro, é um processo de transformação que ocorre de forma lenta, naquelas pessoas que realmente sabem a serviço de que estão ali. Agora aqueles que vão para fazer o social, para dar satisfação aos outros, esses vão passar a vida inteira indo a cultos religiosos ou visitando vários consultórios de terapeutas e não conseguirão mudar, até porque esse não é o propósito.

            Trabalhar ou conviver com egos grandiosos não é nada fácil, já que o juízo crítico fica prejudicado, pois não conseguem se perceber dessa forma. São pessoas pobres de espírito, que valorizam o externo, vivem, muitas vezes, uma vida de aparência, de faz de conta.

            Penso que muitos desses egos inflados escondem um complexo de inferioridade muito forte, um sentimento de desvalorização, em que a pessoa precisa se apegar a qualquer oportunidade para se fazer notar e aliviar esses sentimentos desagradáveis que lhe geram sofrimento.

            Acredito que no meio religioso isso é muito comum, pois as pessoas buscam por meio da sua religião, fazer algo que possa lhe ajudar e ajudar alguém. A intenção é boa, só que na metade do caminho elas esquecem o real propósito e se envaidecem com as funções que assumem e passam a agir de uma maneira que vai à contramão do que os evangelhos nos ensinam.

            Ego inflado é desagradável em qualquer situação, mas infelizmente é o que mais temos em nossa sociedade, atualmente. O negócio é saber lidar com eles, a fim de não nos estressarmos, pois se formos dar muita importância, só iremos reforçá-los. O melhor é sair de perto e deixá-los “brilhar”, porque na realidade eles são vítimas deles mesmos e precisamos entender que essa é a forma que encontram para se sentirem alguém.

           

 

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