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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A HISTÓRIA DO LIVRO

       Como já tenho fama de ler sobre tudo aquilo que as pessoas não lêem, outro dia, ao iniciar a leitura de um livro de mitologia, encontrei a história do livro. Achei super interessante, pois estou sempre lendo e nunca parei para pensar na sua história. Talvez para muitos, isso se trate de uma cultura inútil, mas como acredito que todo o conhecimento tem uma utilidade em nossa vida, em algum momento, resolvi dividir esse conhecimento, com aqueles que são partidários ao meu modo de pensar. Afinal, quantas são às vezes que nos confortamos ao conhecer a história dos outros e por que não conhecermos a história do nosso amigo fiel e inseparável, que é o livro. Isso com certeza poderá somar na nossa vida.

      Em 1960, a UNESCO considerou o livro como "uma publicação impressa, não periódica, que consta no mínimo 48 páginas, sem contar as capas". É importante que não vejamos o livro apenas como um produto industrial, mas como um meio cultural, que permite a propagação de idéias, de conceitos. Ele é um veículo que transmite informações, podendo ser visto como uma invenção revolucionária do homem.

     Muito antes de o humano pensar quais os materiais que utilizaria para escrever, as bibliotecas da antiguidade já estavam lotadas de textos gravados em tabuinhas de barro cozido. Estes foram os primeiros "livros", que posteriormente foram impressos mecanicamente.

    Com o passar dos tempos, a função do livro foi assumindo vários papéis dentro das diversas sociedades, até chegar a nossa sociedade de consumo, onde é considerado como uma mercadoria cultural. Ele também tem a função de retratar a estrutura intelectual de uma sociedade, pois os assuntos que ele engloba, reflete muitas vezes, o momento histórico e cultural de uma época.

  No final do século XIV, é que os burgueses e comerciantes europeus começaram a vislumbrar o mercado livreiro. Inicialmente, os autores mantinham um contato direto com os seus leitores, por ser um público pequeno que sabia ler. Até o século XV, o livro privilegiava um pequeno grupo de intelectuais. Na medida em que o mercado comercial europeu começou a se reerguer, o saber começou a fazer parte da vida do leigo e consequentemente o número de escritores aumentou. Foi neste período que surgem as primeiras obras escritas em línguas que não fosse o latim e o grego.

      A partir dos séculos XVI e XVII é que começam aparecer às literaturas nacionais, apontando um crescimento intelectual da população letrada dos países europeus. Com o sistema de impressão, criado por Gutenberg, a fabricação de livros na Europa tornou-se mais dinâmica, mostrando que a imprensa havia se tornado uma realidade.

       Neste período, o livro se torna um empreendimento cultural e comercial, fazendo com que os editores comecem a se preocupar com a apresentação e com a redução do preço. Os livros eram impresso, baseados no gosto dos leitores, principalmente obras religiosas, novelas, manuais técnicos, etc. Percebe-se que naquela época, a pesquisa de mercado já existia, claro que não com esse nome, pois não tinham consciência disso.

        Para a frustração dos editores, a porcentagem de leitores não teve uma evolução proporcional com a evolução demográfica mundial. Foi por meio das modificações culturais e econômicas do século XIX, que o livro passou ter a função de divulgar também essas modificações. Nesse período, o conhecimento passou a ser valorizado pelo homem, por acreditar que a sua ascensão social se daria por meio da leitura. Essa crença provocou um aumento no número de leitores, principalmente na Inglaterra e na França.

         Até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), o crescimento de leitores, em diversos países, não era significativo. Após o seu final é que a literatura começa a se expandir, mesmo não sendo algo muito comum entre a população, já que por um longo período, o livro era percebido como um objeto raro, que só os sábios tinham acesso. A população era mais receptiva aos jornais, folhetins e periódicos, pois traziam assuntos da atualidade e tinha um valor acessível.

       Com os avanços tecnológicos, os teóricos da comunicação de massa chegaram a cogitar a possibilidade de um futuro sem livros. No entanto, isso é algo impossível, para as pessoas que têm o hábito de ler. A mensagem encontrada em um livro é sempre intelectual e pode ser revivida. Apesar de o conteúdo ser algo estático, isso não impossibilita o leitor de ativar os conteúdos ali encontrados, através da assimilação das palavras, da mensagem passada, podendo discuti-las, aceitá-las ou não, transformá-las.

       O século XX trás consigo o aumento da produção e do consumo de livros. Após a Segunda Guerra Mundial (1939/1945), surgem os livros de bolso, que teve uma alta vendagem. Com a grande procura, os preços baixaram e a população passou a ter mais acesso. O interessante é que até 1950, o livro de bolso era visto como um livro para pessoas de baixa renda. Em 1955, surge então, o livro de bolso de "luxo", que continham abundantes coleções, com títulos endereçados a um público mais intelectualizado. A diversificação dos títulos em 1964, já tinha atingido mais de 200 nos Estados Unidos e isso possibilitou também , a diversificação dos pontos de venda.

      É lamentável, que hoje, algumas pessoas vejam o livro como um sinal de status, dando-lhe a função apenas de ocupar um espaço numa prateleira, transformando-o em um objeto de decoração. Esquecem ou não sabem que o livro só tem valor, se ele cumprir a sua função e para isso, é necessário lê-lo.





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