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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

        Hoje vou continuar falando sobre as patologias infantis. Porém, saliento que não devemos interpretar qualquer agitação da criança como algo patológico. A criança precisa correr, brincar, pular, rir, gritar, cair, não podendo isso, ser visto como sintomas de um transtorno, mas sim como atos saudáveis. Claro, que se a criança não conseguir para quieta nunca, aí pode se pensar que existe algo, mas temos que tomar o cuidado para não sairmos dando diagnóstico, sem antes fazer uma boa avaliação médica. Assusto-me com a quantidade de criança que está tomando Ritalina, medicação prescrita para tratar os casos de TDAH. É uma medicação eficaz, mas como toda medicação, tem seus efeitos colaterais. Às vezes, questiono se existem tantas crianças com este transtorno, pois lembro, que a hiperatividade, a distração, também se fazem presentes, como critérios, em outras patologias infantis.

      A hiperatividade e déficit de atenção geralmente são identificados em crianças, não que o adulto não possa ter, caracterizando-se pelos sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum, que tem dificuldade de ficar quieta). Para que se possa fechar o diagnóstico de TDAH, é necessário que estes sintomas interfiram na vida e no desenvolvimento da criança ou do adulto.

     Normalmente, o TDAH é identificado quando a criança inicia suas atividades escolares, por ter dificuldade de se ajustar ao contexto escolar. As estatísticas apontam que de 3 a 6% das crianças na faixa etária de 6 a 12 anos, apresentam hiperatividade e/ou déficit de atenção. Dificilmente se faz diagnóstico antes dos seis anos, pois o comportamento da criança nessa fase é muito variado. Estima-se que 60% das pessoas que receberam o diagnóstico de TDAH na infância, permanecem com sintomas na idade adulta, porém, em menor grau. Na medida em que os anos vão passando, a tendência da hiperatividade é diminuir, mas a desatenção continua bem freqüente.

     É bastante comum quando os pais recebem o diagnóstico do filho, tentar encontrar um “culpado” para o problema deste, o que de nada adianta, só contribui para que a criança se agite mais, pois se percebe como responsável pelo conflito que se estabeleceu entre eles.

    Estudos apontam que 75% das chances da criança desenvolver ou não o TDAH são herdados dos pais. Porém, existem fatores externos que podem influenciar, como: o fumo, o uso de álcool e/ou outras drogas (maconha, cocaína, crack...) durante o período gestacional. Existem fatores orgânicos, que também contribuem para o aparecimento dos sintomas, tais como: atraso no amadurecimento de determinadas áreas cerebrais e alterações em alguns de seus circuitos. Dentro dos fatores psicológicos, as situações estressantes, o desequilíbrio familiar, as situações ansiogênicas podem contribuir para o desenvolvimento do sintoma.

       Se os pais forem encaminhados pela escola para fazerem uma avaliação da criança, a fim de investigar se ela apresenta ou não, um quadro de TDAH, é importante que procure  um neurologista para fazer uma avaliação. Se os resultados dos exames diagnosticarem o transtorno, é fundamental que os pais façam o tratamento adequado (medicação e psicoterapia). Assim, estarão evitando que o seu filho acabe sendo estigmatizado na escola pelos colegas e até mesmo pelos professores, que passam a ver a criança como o “terror da turma”, o “preguiçoso ou o vagabundo”. É incrível, o quanto as crianças com TDAH sofrem discriminações, apesar de ser bem divulgado que a criança não é agitada e desatenta porque ela quer.

    O tratamento evitará que a criança fique repetindo o ano, causando-lhe prejuízo não só na escola, mas também na sua vida social. Além disso, ajuda a evitar que a criança possa vir a buscar o mundo das drogas, como forma de amenizar os seus sintomas.



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