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domingo, 13 de março de 2011

MATURIDADE EMOCIONAL

        Chega um momento em nossa vida que começamos a avaliar ou reavaliar uma série de coisas. Os nossos valores começam a mudar. Tornamo-nos mais exigentes, mais seletivos, escolhemos mais o que queremos para nossa vida, com quem queremos nos relacionar. Damos-nos conta que não precisamos ter uma lista infindável de “amigos”, mas que uma pequena lista pode nos permitir conviver com pessoas, que realmente, façam a diferença em nossas vidas. E que também possamos fazer a diferença na vida delas. Isso acontece quando atingimos a maturidade emocional.


       Só que isso faz com que em muitos momentos nos sintamos “não pertencendo a”, porque não conseguimos mais conviver com o vazio que preenche a vida de muitas pessoas. No mundo capitalista em que vivemos, as pessoas estão preocupadas com o status, com a aparência, em manterem-se jovens, pois ninguém mais envelhece. Não se dão conta, o quanto estão ficando ridículas. Mulheres de mais idade preocupam-se em descobrir o que tem de mais moderno, para que mantenham o rosto e o corpo jovem. Esquecem que as mãos e o pescoço, assim como, o corpo denunciam a sua idade, pois os movimentos ficam mais lentos, a memória às vezes não ajuda, as manchas de senilidade nas mãos estão evidentes, a voz muda, a visão fica prejudicada e por aí vai.

      Em contrapartida, as adolescentes optam por colocar silicone para aumentar o seio, o “bumbum”, fazem lipoaspiração para tirarem as gordurinhas que só elas enxergam. O interessante é que os pais permitem e os profissionais fazem. E o bom senso onde está? Parece que se perdeu nesse mundo de inversão de valores.

     O funcionamento dos homens não está muito diferente da maneira de funcionar das mulheres. A vaidade, a preocupação em manter-se jovem está muito presente. Muitos procuram mulheres que possam proporcionar uma vida tranqüila, que os ajudem. E a responsável por isso é a mulher, que se mostra disponível, que aceita as condições que lhe são impostas, a fim de não ficar sozinha. Apesar de isso se apresentar como uma queixa em consultório.

     Independente da faixa etária, do grau de escolaridade, do nível sócio-econômico, o “papo” que rola não pode ser mais vazio do que é. Valorizam tudo o que é efêmero, não consegue aprofundar assunto nenhum, pois a cultura que têm, é em cima das novelas, do big brother, de pessoas que são projetadas pela mídia, mas que o nível cultural é zero.

      Pensar, refletir, estabelecer um “papo cabeça” é coisa do passado. Porque o ser humano não vale mais pelas riquezas internas, mas sim, pelo o que ostenta. Valores e ética não são mais prioridades, as pessoas estabelecem relações pelas conveniências. Continuamos vivendo a “Lei de Gerson”.

      Às vezes fico a me perguntar, até quando as pessoas vão precisar viver esse aprisionamento afetivo?

       Enquanto se julgam totalmente independentes, na realidade demonstram o grande medo de encontrar-se consigo mesmo, de repensar sua vida, de determinar o que realmente querem para si, aonde querem chegar. Não é nesse mundo de faz de conta em que vivem, onde as relações, na maioria das vezes, se estabelecem por interesses, em que a hipocrisia é uma constante, que conseguirão ter uma independência afetiva, que irão encontrar a felicidade e se sentir plena. No momento em que as pessoas começarem a perceber a necessidade de mudança, de crescerem, talvez consigam viver de forma mais autêntica, buscando enriquecer o seu mundo interior, transcedendo as efemeridades e valorizando realmente as coisas boas da vida.

      Não precisamos ficar presos a esses valores impostos pelo mundo moderno, para vivermos bem, mas o que se precisa é estar bem consigo mesmo, para viver bem.

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