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quarta-feira, 2 de março de 2011

O DESFECHO DO ATROPELADOR DE CICLISTAS

        Como no sábado passado manifestei a minha indignação em relação ao atropelamento em massa dos ciclistas, não posso deixar de manifestar o meu contentamento com a justiça, que determinou a prisão do atropelador.

         Basta olhar para ele, para perceber que se trata de uma pessoa bastante atrapalhada e comprometida. Confesso que mesmo sendo uma profissional da saúde mental, fico chocada quando vejo um caso desses. Um homem, de 47 anos, esclarecido, com boas condições financeiras, precisa ter uma crise, para que as pessoas consigam identificar que ele está adoecido. Talvez agora, no meio do sofrimento, a família comece a se dar conta das outras atitudes que ele já havia tomado, colocando a vida de terceiros em risco, mas que provavelmente, nada fizeram. Sei que é complicado para família, que não dá para responsabilizá-la, julgá-la, até porque ninguém pode obrigar alguém a se tratar, se o paciente não quiser. Entretanto, a lei é clara, o paciente não  pode ser obrigado a se tratar ou internar, se ele não estiver de acordo com o tratamento ou internação, desde que, não esteja colocando a sua vida ou a de terceiros em risco. Portanto, esse cidadão já deveria estar numa clínica hà mais tempo, pois como a própria imprensa noticiou, ele já havia ameaçado de matar uma ex-namorada com uma machadinha.

         É preciso deixar as coisas acontecerem para depois tomar uma atitude? Era de se esperar que ele fosse usar como subterfúgio o tratamento psiquiátrico, após ver que os seus argumentos não haviam convencido as autoridades que estão cuidando do caso. É óbvio que ele precisa de tratamento psiquiátrico, de internação, o que acho interessante que ele só se deu conta agora. Por isso, buscou atendimento na Clínica São José e acabou se internando no Hospital Parque Belém. Acreditava que com isso, estaria livre da prisão, mas dessa vez se deu mal. Aquela fala, em que disse para sua ex-namorada: "eu tenho influência e dinheiro", não funcionou.

             Penso que o pedido de transferência para o Instituto Psiquiátrico Forense é uma ótima alternativa, pois deve estar sendo difícil para a administração e o corpo de funcionários do Hospital Parque Belém gerenciar a situação, não só pela repercurssão, mas pelo clima que fica entre os outros pacientes e  seus familiares. 

          Lamento que as pessoas precisem chegar nesse estado, para se darem conta que estão doentes. Talvez isso precisasse acontecer, para aquelas pessoas que convivem com ele, consigam se dar conta, que passar a "mão na cabeça", fazer que nada está acontecendo, só serve para reforçar a sintomatologia. Em algumas situações, é necessário, mesmo se tratando de um homem de 47 anos, que as pessoas mais próximas se posicionem com firmeza, ao verem as alterações de comportamento do seu familiar. Assim, estarão evitando um sofrimento, que acaba por atingir a todos.









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